segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O PERDÃO E SEUS BENEFÍCIOS

 
Quem de nós já não precisou fazer uso do Perdão?
 
Nós que convivemos com outras pessoas estamos sujeitos a magoar e ser magoado. Daí a necessidade do perdão para que possamos continuar lado a lado do nosso semelhante, sem mágoas e ressentimentos.

Mas, infelizmente poucas pessoas sabem da importância do perdão, tanto para destravar a vida, como para evitar inúmeras enfermidades.

Se você quer começar o ano bem, comece exercendo o perdão para com aqueles que tem lhe ofendido, pois isso rende muita paz, saúde e felicidades.

Nós que vivemos em consultório sabemos que muitas das enfermidades, físicas e mentais, são oriundas de sentimentos reprimidos.

Ou melhor, muitas das doenças são em decorrência de coisas que não resolvemos com as pessoas com as quais convivemos.

Os sentimentos que mais causas danos a saúde e tiram a paz e trás infelicidade são a raiva, ira, mágoa, ressentimentos, ciúmes e culpa.

Quando estudamos o tema, vamos descobrir que perdão é um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa ou contra si mesmo, decorrente de uma ofensa percebida, diferenças, erros ou fracassos, ou cessar a exigência de castigo ou restituição.

Lembrando que o perdão, ao contrário do que muita gente diz, é o esquecimento completo e absoluto das ofensas, vem do coração, é sincero, generoso e não fere o amor próprio do ofensor.

Outra coisa importante, o perdão não impõe condições humilhantes, nem é motivado por orgulho ou ostentação.

O perdão se conhece pelos atos e não pelas palavras.

Poucas pessoas sabem que o perdão de verdade é permitir que tudo volte a ser o que era  antes. E isso só é possível se houver compensação.

O exemplo maior desse perdão é a Parábola do Filho Pródigo, contada por Jesus Cristo.

O perdão pode ser considerado em termos de:
a) Dos sentimentos da pessoa que perdoa;
b) Do relacionamento entre o que perdoa e a pessoa perdoada.

As principais divergências sobre o perdão são as seguintes:
a) A primeira é que o perdoar não implica em esquecimento. Ou melhor, eu perdôo a pessoa, mas não esqueço o que ela me fez.
b) Segunda é que perdoar não implica em reconciliação. Ou melhor, eu perdôo a pessoa, mas não me relaciono com ela.
c) Terceira é que perdoar implica em esquecimento e conciliação. Ou melhor, eu perdôo a pessoa, esqueço o que ela me fez e tudo volta a ser como era antes.

O último é tipo como perdão genuíno, verdadeiro, logo, nos vem em mente uma pergunta? Estamos realmente perdoando quem nos tem ofendido?

O perdão é concedido sem qualquer expectativa de compensação e pode ocorrer sem que o perdoado tome conhecimento. Exemplo, uma pessoa Poe perdoar outra pessoa que esta morta ou que não se vê há muito tempo.

O perdão pode ser ofertado, ou vir através da oferta de alguma forma de desculpas ou restituição, ou pode vir através de um pedido dirigido ao ofendido.

O perdão é pessoal. É algo que é exercido para você e mais ninguém.

O perdão é visto pela religião da seguinte forma:
a) Perdoar para poder ser perdoado, logo perdão concedido ao outro é uma condição.
b) Perdoar como maneira de praticar a Fe cristã, logo o perdão é um alimento para a alma do fiel.

Bem que muitas religiões e igrejas funcionam mais como tribunal de condenação do que como casa de oração e anunciadora do perdão de Deus para os pecadores.

Existe perdão e perdão. Vejamos:
a) O perdão para o marido que traiu, ou vise e versa é uma coisa;
b) O perdão para o assassino de um ente querido é outra coisa.

No primeiro caso, o perdão geralmente significa reconciliação e o restabelecimento das condições anteriores. Ou melhor, a pessoa voltar a ser como era antes.

No segundo caso, normalmente não acontece isso, e aqui chegamos a um empasse. Pois existem situações que devemos perdoar, mas nem por isso devemos conviver com a pessoa a qual perdoamos, até por uma questão de segurança e/ou preservação da vida.

Perdão sem esquecimento é algo pela metade, sendo que às vezes as conseqüências se tornem bem mais graves.

Quem não exercita o perdão genuíno cria uma situação crônica, pois o ódio e as mágoas são mascarados com um comportamento aparente o que torna a situação bem pior que antes.

O perdão vale quando é genuíno e verdadeiro.

O perdão não vale a pena quando é mascarado, ou quando ele vem só para apaziguar a moral cristã.

Os efeitos da raiva, ira, das mágoas e ressentimentos no organismo humano são devastadores. Todos esses sentimentos aumentam o nível de estresse e conseqüentemente aumenta os batimentos cardíacos, pressão sanguínea, nível de adrenalina e cortizol na corrente sanguínea, fazendo com que o organismo esteja em constante estado de alerta.

Os sentimentos acumulados no decorrer dos dias vão acarretar peso para o organismo e isso faz com que várias doenças começam a aparecer. Essas doenças podem ser diabetes, hipertensão, dores na coluna, úlceras nervosas, gastrites, palpitações, cefaléia, insônia, perda de apetite, obesidade e doenças mais graves como câncer nos seios e em outros órgãos.

A raiva, a ira, a mágoa, o ressentimento, o sentimento de culpa, o ciúme são núcleo de muitas neuroses e até mesmo loucura.

O perdão funciona assim como uma maneira de barrar os efeitos desses sentimentos no organismo, daí a sua importância.

O perdão é uma forma de a pessoa atingir a calma e a paz, tanto com o outro, como com si mesmo.

O perdão é na verdade o caminho da superação.

Todos nós temos problemas, sofremos, somos magoados e magoamos, traímos e somos traídos e aqui, entra o perdão como forma de superação.

O perdão sempre  conduz à calma e à paz.

Os efeitos do perdão para  o corpo e a mente da pessoa são os seguintes:
Reduz a agitação que trás doenças físicas e mentais;
Reduz o estresse que vem quando a pessoa pensa em algo ruim que lhe aconteceu no passado;
Limita a ruminação que leva a sentimentos de impotência que reduz a capacidade de alguém cuidar de si mesmo;
Cura a alma e a mente;
Traz paz e felicidade interior.

O perdão ideal é aquele aonde existe um ser que perdoa e outro que se arrepende.

Perdoar não é aceitar agressão, desrespeito ou humilhação, ao contrário, as pessoas que sabem perdoar são pessoas que tem um estilo de vida sublime.

O ato de perdoar é na verdade para os fortes. Os fracos são sabem perdoar, são amantes da cólera, ira, raiva, mágoa e do ressentimento.

Tem duas palavras em nosso dia a dia que muitos usam, mas não sabem da profundidade das mesmas: amor e perdão.

Amor e perdão são duas palavras por demais banalizadas. Essas palavras estão mais ligadas aos desejos  comuns à modernidade do que aos sentimentos sublimes da alma humana.

Amor, perdão e justiça são vocábulos que na prática exigem renúncia, dedicação e humildade, coisas que não estão muito presente em nossa sociedade.

Que começar o ano novo com pé direito?

Comece revendo sua vida durante o ano, aquelas pessoas que você magoou, peça perdão, perdoe aqueles que lhe magoaram e não leve ara o ano novo mágoa, nem ressentimento, pois estes sentimentos deixam a vida amarga e azedam os relacionamentos, trazendo infelicidade.

AMOR DOENTIO

  

Historicamente o amor doentio tem sido visto como uma doença mental ocasionada pelas mudanças intensas associadas ao amor.  

O polímata persa Avicena, reconhecido como o "pai da medicina moderna", via a obsessão como principal sintoma e causa do amor doentio. 

O diagnóstico caiu em desuso desde que  o modelo dos quatro humores foi abandonado com o advento da psiquiatria científica moderna. 

O conceito de estar "louco" de amor não é simplesmente uma conotação poética.  

Para alguns, os altos e baixos do amor doentio podem ter similaridades de diagnóstico com as doenças mentais. 

Pessoas que passam por um amor muito intenso podem sofrer de um "amor doentio" com sensações de forte ansiedade, apresentando sintomas de mania, transtorno obsessivo-compulsivo, auto-estima excessivamente alta e depressão. 

Um estudo da The Psychologist, uma publicação oficial da British Psychological Society, concluiu que o amor doentio deveria ser levado mais a sério pelos profissionais.  

De acordo com o autor do estudo, Frank Tallis, "muitas pessoas necessitam de ajuda por não poder lidar com a intensidade do amor e têm sido desestabilizadas por causa disso, ou sofrem pela não-correspondência de seu amor". 

Alguns dos sintomas associados ao amor doentio incluem:
• Mania — humor anormalmente elevado, auto-estima excessivamente alta, presentes extravagantes;
• Depressão — choro excessivo, insônia, perda de concentração;
• transtorno obsessivo-compulsivo — preocupação, verificação constante de mensagens de texto e e-mails, acumulação de objetos;
• Sintomas físicos de fundo psicológico, como dores de estômago, mudanças no apetite, tontura e confusão mental.
• Sintomas de abstinência (como angústia, taquicardia e suor) na ausência ou no distanciamento (mesmo afetivo) do amado.
• Preocupação excessivamente com o outro.
• Atitudes para reduzir ou controlar o comportamento de cuidar do parceiro são mal-sucedidas.
• É despendido muito tempo para controlar as atividades do parceiro.
• Abandono de interesses e atividades antes valorizadas.
 

Mais especificamente, os níveis estimados de serotonina em pessoas que se apaixonam decaem ao mesmo nível de pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo.

As investigações da atividade do cérebro mostraram que indivíduos que se disseram "verdadeiramente, profundamente e loucamente" apaixonados têm atividade em várias estruturas cerebrais compatíveis com o transtorno obsessivo-compulsivo, como o núcleo caudado e certas áreas do córtex.  

O amor patológico é uma doença que causa dependência como se fosse uma droga, só que nesse caso, a droga não é um produto químico ou álcool, é o parceiro ou parceira. 

"Pesquisas mostram que as áreas do cérebro que são ativadas quando se está interessado por alguém são as mesmas da obsessão. É uma sensação química e quando o amor passa a ser doentio a pessoa tem crises se está longe ou sem o parceiro, tem sentimentos de culpa. É como se fosse uma droga que não se pode ficar sem". 

O amor patológico atinge com mais freqüência as mulheres, mas os homens também podem sofrer desse mal. 

O amor patológico pode atingir principalmente as mulheres com mais de 30 anos e que não têm um relacionamento estável. 

Para saber se alguém tem amor doentio é só analisar o relacionamento. "Chega a um ponto que o amor fica obcecado e a pessoa deixa a sua vida para viver a do outro ou não permite que o parceiro tenha vida própria". 

Quando a pessoa deixa os amigos, o parceiro passa a ocupar mais espaço do que a família, o trabalho e outros afazeres, ou o medo da relação acabar é incontrolável e se começa a seguir e vigiar o outro, é certo que o amor deixou de ser algo saudável e se transformou num vício. 

É difícil perceber que o limite saudável de uma relação está sendo ultrapassado devido a uma questão cultural de que em um relacionamento amoroso, principalmente no início, é normal amar exageradamente, demonstrar que ama e fazer uma série de coisas pelo outro.  

"É como o consumo de álcool que é uma droga aceitável e consumida socialmente. No começo você bebe e não percebe nada porque está dentro do normal, com o passar do tempo sua vida começa a girar em torno disso e você não percebe que está passando do limite". 

A pessoa doente se torna impulsiva e compulsiva devido ao vício. O amor se transforma em um sentimento destrutivo para o casal e que em alguns casos pode ocasionar tragédias como crimes e suicídios. 

Esse amor doentio não fica restrito a relação homem-mulher. Pode atingir também pais, irmãos, filhos e amigos. "Algumas mães gostam tanto dos filhos que acabam com o relacionamento amoroso deles e alguns amigos têm ciúme doentio pelo outro". 

Psicoterapia (de pode ser feito com psicólogo ou psicanalista), medicação psiquiátrica, ou remédios homeopáticos, uso de florais, etc. 

O amor doentio que ocorre pela insegurança e por baixa auto-estima provocada pelo conceito distorcido que a pessoa tem de si, do outro ou da relação é um fator determinante para a persistência da dúvida, da desconfiança e até mesmo da traição entre casais.
 O incentivo da mídia através das músicas, novelas, filmes e do romantismo exagerado. 

Traumas, com históricos de perdas ao longo da vida. 

O amor doentio, assim como o ciúme pode estar ligado a formas de amar que necessitam da posse e do controle sobre o outro como meio de não perde-lo ou de minimizar o sentimento de rejeição. 

As conseqüências podem ir desde as brigas e conflitos até o rompimento do relacionamento, ou até mesmo uma tragédia como crime passional, suicídio, etc. 

Primeiro, reconhecer que existe um problema sério e que a questão deve ser tratada. 

Segundo,  buscar ajuda de um profissional.

Terceiro, submeter-se ao tratamento.