quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O ASSÉDIO POLÍTICO TIRA A DIGNIDADE DO CIDADÃO BRASILEIRO E CAUSA SOFRIMENTO PSICOLÓGICO.




O que é assédio político?
 
É a prática de compra ou troca de votos por qualquer benefício.
 
Como acontece o assédio Político?
 
Se o funcionário não vota ou não trabalha na campanha do candidato apoiado pelo patrão, corre o risco de retaliação.
 
Quem sofre mais com o assédio político?
 
Os terceirizados e os funcionários contratados, por ser um vínculo frágil, impõe ao trabalhador votar naquele que lhe indicou ao serviço e que lhe promete a garantia do emprego.
 
São situações tão corriqueiras em período eleitoral se configuram como assédio político.
 
O mais grave é que, apesar do sofrimento, as vítimas deste assédio sequer denunciam.
 
No assédio político o candidato não vê a pessoa, como ser humano, mas sim, como uma cédula eleitoral.
 
O assédio política afeta desde o cidadão até a disputa democrática.
 
Afeta o sistema democrático como um todo na medida em que cria desigualdade da concorrência, a liberdade da escolha de candidato, a liberdade de voto.
 
Uma prática dessas ofende vários valores democráticos numa tacada só.
 
O que falta é conscientizar a população de que existem elementos para combater.
 
Afinal, a legislação eleitoral e a própria Constituição descrevem várias irregularidades que são fáceis de constatar.
 
Ele lamenta que, muitas vezes, as pessoas são vítimas do assédio, mas não denunciam por entender que o político fez, na verdade, um favor ao lhe arranjar emprego.
 
Elas entendem como ajuda. Acham que o emprego pode ser uma moeda e fica agradecida.
 
Além do receio de uma retaliação, de rechaço, vem também o agradecimento.
 
Em quais órgãos se pode denúnciar o assédio politico?
 
O superintende do Trabalho e Emprego no Ceará, Júlio Brizzi, o assédio político é tão comum, que as pessoas acham que é natural e, por isso, não denunciam.
 
“A gente quer chamar a sociedade para denunciar, para a gente intervir da melhor forma e acabar com essa cultura”, disse, acrescentando que o assédio político rasga a Constituição, fere o direito eleitoral, administrativo e do trabalho.
 
As denúncias podem ser feitas no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e na própria Superintendência do Trabalho. “É importante que elas compareçam. Como se trata de assédio, as pessoas têm que contextualizar, explicar, trazer comprovações, de repente um email, carta, testemunha, algo que consiga demonstrar o fato”, explica.
 
Qual a forma mais comum de assédio político?
 
Segundo o procurador regional do trabalho, Gerson Marques, a forma mais comum do assédio político se dá através das terceirizações, pela fragilidade na relação de trabalho e em favor de quem fez a “indicação” para a contratação.
 
Veja o que diz a Lei
 
Código Eleitoral
Art. 299: Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outros, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita.
 
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
 
Art. 300: Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.
 
Art. 301: Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
 
Lei 9504/1997
Art. 73: São proibidas aos agentes públicos:
Ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado.
 
Portanto, quem comete assédio político, comete um crime.

O PAPEL DO CIDADÃO NO ESTADO DEMOCRÁTICO

 
Introdução

Muito se tem falado do papel do Estado, mas talvez não suficientemente do papel do cidadão.
 
O papel do cidadão é o mais importante de todos, pois é o conjunto de cidadãos que deve escolher o tipo de sociedade em que pretende viver, determinando os papéis das suas principais instituições e agentes.
 
Uma maior escolaridade, o avanço tecnológico e a expansão das democracias têm vindo, para o bem e para transformar ainda mais a nossa sociedade.
 
No futuro, o cidadão terá cada vez mais poder de autonomia e independência para ser senhor do seu próprio destino e determinar o seu futuro, naturalmente dentro daquilo que está sob o seu controle.
 
Uma sociedade democrática, tenha ela, um governo mais à esquerda ou à direita, é aquela em que o poder está claramente repartido pelas suas várias instituições democráticas (executivas, legislativas ou judiciais) tendo a Sociedade Civil múltiplas formas de expressão e de intervenção.
 
Estas intervenções poderão ser individuais ou associativas, reforçando o aprofundamento de uma democracia participativa sem poderes dominantes e criando um maior valor para a sociedade pela diversificação, empenho e contributo que todos podem trazer.
 
No Brasil o papel do cidadão tem que evoluir de acordo com os novos tempos, para que no futuro a nossa sociedade possa alcançar os seus objetivos.
 
Propõem-se a seguir alguns traços fundamentais do que deverá ser o papel do cidadão, tendo em conta o enquadramento e desafios referidos.
 
Os traços fundamentais que definirão o papel do cidadão
 
O cidadão deve:
1.Ser informado, ativo, exigente e participativo.
2.Procurar ter uma opinião fundamentada da forma como a sociedade está organizada e procurar dar a sua contribuição para a construção de uma nova sociedade, que vá para além da sua própria atividade profissional, participando dos projetos coletivos.
3.Ser exigente quanto ao papel do Estado e compreender que só tem a ganhar com um Estado forte e independente, menos asfixiante e mais subsidiário, com melhor qualidade de serviço e mais eficiente.
4.Ter a consciência plena de que os custos do Estado também são seus.
5.Querer que a sociedade seja uma sociedade de oportunidades, mais aberta e flexível, para seu benefício próprio e dos seus descendentes.
6.Assumir os seus deveres, os deveres fiscais, os preservação de uma sã concorrência nos mercados, passando pelos deveres já referidos de participação democrática.
7.Se responsabilizar por si próprio, pela sua formação e desenvolvimento de competências, por todos os atos e atitudes que vai tomando ao longo da vida.
8.Evitar estar à espera do Estado, ou de outra organização qualquer, para resolver os seus problemas ou para ver correspondidos todos os seus desejos.
  • Não faz sentido que um cidadão esteja sempre a queixar-se ou a reivindicar permanentemente benefícios para si a serem pagos ou disponibilizados por outros.
  • A aposta do cidadão deve ser na sua valorização de forma a ter mais oportunidades e a não depender materialmente de ninguém em particular.
9.Evitar ficar agarrado a uma função ou a um emprego, não só porque tal não é sustentável, nem possível no enquadramento atual, podendo ter um custo para outros, como acabará por não lhe garantir um maior retorno em médio prazo em termos da sua realização profissional e felicidade.
10.Exigir respeito á sociedade e ao coletivo fazendo a sua parte sem onerar a sociedade, mas antes contribuindo de forma ativa para a sua dinâmica, criação de valor e qualidade, por forma a que mais riqueza (material e não só) possa ser criada em benefício de todos.
 
Conclusão
 
Só assim será possível garantir a existência na sociedade dos recursos e das atividades necessárias para providenciar seletivamente uma vida condigna a todos aqueles que objetivamente não a conseguirão alcançar pelos seus próprios meios.
 
É o respeito que cada cidadão deve merecer que implica não poder a sociedade tratá-lo como um mero número e desqualificá-lo, mas antes desenvolvê-lo, torná-lo independente, e nele apostar e acreditar.
 
Temos que ser uma sociedade que:
• Valoriza e responsabiliza o cidadão;
• Garanta a igualdade de oportunidades baseada numa educação de qualidade para todos;
• Saiba criar oportunidades para os cidadãos, de forma a que estes se realizem pessoal e profissionalmente.
 
É esta nova sociedade que os cidadãos devem exigir e para a qual devem contribuir através do seu próprio papel.