segunda-feira, 28 de abril de 2014

LIDERANÇA

 
 
Todo membro de grupo pode ser líder, porque não há apenas um tipo de líder ou de grupo. Como todos os componentes do grupo sugerem idéias e ações, até certo ponto cada membro tem possibilidade de, em diferentes situações, desempenhar o papel de chefe. Mas um grupo tem um líder apenas, somente um coordenador que exerce influência.
 
Quando líder formal não desempenha adequadamente suas funções de liderança, é substituído. Portanto, os fatores responsáveis pelo aparecimento do líder são a situação em que o grupo se encontra e as dificuldades para superar obstáculos e atingir metas. O desempenho do indivíduo em direção é que determinará o tempo de sua permanência como chefe. 

Nas empresas industriais e comerciais, porém, um líder pode ser indicado por diretores; e as vezes um administrador profissional pode, por si mesmo, se colocar na posição de líder, organizando grupos chefes, que terão grupos de supervisores, aos qual caberão o ensino, o treino e o controle dos empregados em geral.
 
1. DEFINIÇÃO
Liderança pode ser definida como influência interpessoal numa situação, por intermédio do processo de comunicação, para que seja atingida uma meta, ou metas específicas.
 
Liderança sempre envolve influência por parte do líder (influenciador) para afetar (influenciar) o comportamento de um seguidor (influenciado) ou seguidores numa situação.
 
2. MÉTODOS PARA LIDERAR
Há quatro métodos que um líder pode usar para comandar pessoas em atividade.
 
2.1. Pela força
O líder usa seu controle de meios para forçar a escolha de certas atividades que deseja como meios. A alternativa. Se ele não for seguido, isso causará redução da satisfação.
 
2.2. Pelo paternalismo
O líder proporciona os meios e espera a aceitação de sua liderança por lealdade e gratificação.
 
2.3. Pela barganha
O líder pode chegar a uma troca, uma escolha mais ou menos voluntária, feita pelas partes, para fornecer certos meios em troca de outros meios.
 
 2.4. Pelos meios recíprocos
O líder cria a situação na qual certas atividades, suas e do grupo, se desempenhadas conjuntamente, servirão como meios recíprocos para cada um satisfazer suas próprias (talvez diferentes) necessidades.
 
 3. O LÍDER EM AÇÃO
1.     O líder comanda e precisa ter algumas normas de ação.
2.     Ter ciência dos objetivos que devem ser atingidos e de como devem ser estabelecidas as passadas para alcançá-los.
3.     Imaginar as conseqüências das suas atitudes e decisões; pensar antes de agir.
4.     Comandar com segurança, sem dúvida.
5.     Manter segurança emocional e controle nas situações difíceis.
6.     Sondar como seu trabalho está sendo considerado por superiores e subordinados.
7.     Conhecer os motivos que dirigem o comportamento das pessoas, principalmente dos que se encontram sob liderança.
8.     Ser habilidoso para manter contatos sociais e avaliar intenções, idéias e sentimentos dos comandados.
9.     Confiar nos subordinados.
10.  Admitir que um grupo é mais produtivo que um homem trabalhando isoladamente.
 
4. DISTRIBUIÇÃO DA LIDERANÇA
Os líderes representam a chave para compreensão do processo e a forma adequada para provocar uma mudança ou progresso social.
 
Na distribuição da liderança encontramos quatro estruturas, a saber:
4.1. Estrutura autocrática
No ambiente autocrático, o líder, designado para chefia do grupo por alguma autoridade, atua como dirigente e toma as decisões em nome do grupo. Não permite ao grupo participação alguma nas decisões.
 
O líder autoritário determina os programas do grupo, faz planos mais importantes, só ele conhece a seqüência de passos futuros nas atividades do grupo, só ele dita as atividades dos membros e o padrão de inter-relações entre estes. É encarregado de prêmios e castigos.
 
Esse tipo de liderança é muito comum entre os militares, o industrial que afetuosamente fala de sua “família empresarial”, o diretor do colégio que destaca o “ambiente familiar” de sua instituição. Aparece também quando qualquer pessoa tem ampla experiência, bem maior que a de seus liderados.
 
Normalmente o líder nessa estrutura não tem confiança nas outras pessoas e acham que elas não tem capacidade para tomar decisões judiciosas, escolher os objetivos adequados.
 
 4.2. Estrutura paternalista
O líder é amável, paternal, cordial ante as necessidades do seu “rebanho”, mas sente que deve tomar as decisões mais importantes em nome do grupo e pelo bem do grupo. Esse tipo de liderança evita as discórdias e produz uma ação de grupo feliz.
 
 O tipo de líder dessa estrutura teme entregar o seu cargo a outra pessoa porque nunca está seguro de que outro líder possa conduzir seu grupo com tanta dedicação, eficiência e proteção como ele. É muito trabalhador, exclusivista e perfeccionista. O líder pensa por todos.
 
É um tipo de liderança muito comum em governos, empresas e religiões.
 
4.3. Estrutura Permissiva – Laissez-Faire
Aqui acredita-se que a melhor forma de dirigir é não dirigir em absoluto, deixando que os indivíduos maduros tenham uma completa liberdade, sem guia e sem controle ou ajuda.
 
Normalmente a estrutura permissiva é produto de uma sociedade em transição.
 
A forma de trabalho e discussão do grupo que tem o tipo de liderança permissiva é normalmente descontrolada e conduz sempre a experiências insatisfatórias.
 
4.4. Estrutura participativa ou democrática
Os membros trabalham em conjunto. Dá-se máxima importância ao crescimento e ao desenvolvimento de todos os seus membros. Nenhuma deles é exclusivamente líder, pois a liderança está distribuída.
 
 O grupo trabalha seguindo o princípio do consenso e trata de obter, dentro da área em que pode atuar por participação, em todos os objetivos um elevado grau de relações inter-pessoais agradáveis para uma sólida base da resolução de problemas.
 
 5. PERSONALIDADE DO LÍDER
 O líder pode desenvolver dois tipos de personalidade: a autoritária e democrática.
 
 5.1. A personalidade autoritária
O líder com esse tipo de personalidade acha que a sua cidade, o seu estado, a sua pátria, o seu clube é o que existe de melhor. Tem maneira limitada de encarar as coisas.
 
Do ponto econômico e político tende a ser conservador. Vive de acordo com costumes e hábitos tradicionais e isso é de grande importância para ele. As pessoas que infringem tais preceitos são suspeitas. Detesta fraqueza quer em indivíduos, quer em grupos. Em sua opinião, a liderança tem que ser forte e não pode ser transigida.
 
 5.2. A personalidade democrática
Tende a ser liberal a respeito de muitas coisas, isto é, a respeito de política, maneira de ser de ser vizinho, como se portas à mesa.
 
Acredita que as pessoas devem se julgadas pelos méritos, mais que pela religião, política, nacionalidade ou adaptação aos padrões de comportamento. Não gosta de ser coagida, nem de ver outros sofrerem coações.
 
Para ela os debates, as reuniões de grupo, o consenso geral, o governo da maioria são métodos dignos de elogios.
 
6. TEORIAS DE LIDERANÇAS SITUACIONAIS
São teorias que procuram explicar a liderança dentro de um contexto bem mais amplo.
 
As teorias situacionais partem do princípio de que não existem um único estilo ou característica de liderança valida para toda e qualquer situação.
 
Para as teorias situacionais, o verdadeiro líder é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo particular de pessoas sob condições extremamente variadas.
 
7. O GERENTE (LÍDER) EFICAZ
W.J. Reddin (1977) apresenta uma teoria sobre a eficácia do líder, denominada de Teoria 3-D.
 
Essa teoria diz que a eficácia de um líder depende de comportamentos como:
1.    Flexibilidade de estilo;
2.    Sensibilidade situacional;
3.    Habilidade de gestão situacional.
 
Os três aspectos citados podem ser analisados através dos seguintes:
 
Flexibilidade de estilo
Isto é, o líder deve desenvolver a capacidade da flexibilização no que diz respeito aos estilos existente na ciência de liderar.
 
Capacidade para ler situações
Isto é, o líder deve desenvolver a capacidade de compreender as pessoas, de sentir o ambiente e o meio em que vive ou trabalha ou atua, no momento.
 
Capacidade para agir no momento certo
Isto é, o líder deve desenvolver a habilidade de mudar a situação, quando for necessário. E para realizar a mudança ele deve ter uma variedade de comportamentos para adaptar-se a situação. Esse fato é chamado de residência de estilo, que é a capacidade de manter um estilo adequado a cada situação.
 
8. SELEÇÃO DE LÍDERES
 
São várias as maneiras usadas para a seleção de líderes.
 
Algumas empresas têm o costume de selecionar seus líderes dentre os funcionários de outras empresas, criando para isso um corpo de consultores.
 
Outras não selecionam líderes, mas selecionam líderes em potenciais, e tentam, desenvolver o seu potencial através de programas e de formação de executivos.
 
Para tanto as empresas usam testes que dão origem as escalas que medem a motivação da liderança.
 
O desejo de liderar (motivação para a liderança) poderá ser avaliado através de um teste de personalidade.
 
Os traços de personalidade mais comumente valorizados são: dominação, agressividade, ascendência, auto-afirmação, ousadia, coragem e outros.
 
O traço mais validado para liderança nas empresas é o de capacidade para dominar.
 
 9. ATITUDES NA LIDERANÇA
Duas atitudes são consideradas básicas no desempenho da liderança: A arte de ser atencioso e a arte de criar uma estrutura.
 
 Arte de ser atencioso
O bom líder não somente deseja ser atencioso, ele é atencioso. Seus liderados percebem que ele está tratando com consideração. Tais sentimentos crescem com o conhecimento que o líder tem seus comandados, um conhecimento que se acumula com a sensibilidade do grupo e a sensibilidade interpessoal.
 
 Arte de criar uma estrutura
Como base nas observações colhidas (na arte de ser atencioso) ele cria uma estrutura para daí exercer a sua liderança obtendo resultados positivos.
 






APRENDIZAGEM NO TRABALHO


1. APRENDIZAGEM

Definição
Processo através do qual se adquire a capacidade de responder adequadamente a uma situação que pode ou não ter sido encontrada anteriormente.

No entanto, uma definição de aprendizagem depende muito da escola de quem faz a definição. Por exemplo, os gestalistas (Gestalt) afirma que a aprendizagem é o processo de “ver” por dentro uma situação.

A definição mais aceita de aprendizagem é a seguinte:

Aprendizagem é a modificação do comportamento em virtude de experiências passadas”.

2. FATORES DA APRENDIZAGEM

2.1. A motivação
A motivação é o fato primordial para que ocorra a aprendizagem e a motivação, isto é o conjunto de fatores que determinam a comportamento em vista de um objetivo.

 É a motivação que leva o organismo a apresentar múltiplas respostas e a ter uma elas reforçada pelo seu efeito.

 2.2. O reforço
O reforço é reconhecido na prática como recompensa ou punição. E o objeto ou evento que reforça é chamado de incentivo.

 O reforço é o processo que aumenta a força do condicionamento pela redução dos estímulos de impulsos.

O reforço ocorre quando o organismo é incentivado, isto é, quando encontra o objetivo (alimento, água, dinheiro).

O reforço acontece quando o trabalhar atinge algum objetivo, consegue algum incentivo (material ou não).

2.3. A associação
A associação nada mais é do que o estabelecimento de relações funcionais entre estados e atividades psicológicas durante a experiência do indivíduo.

 A associação consiste de conexões que ocorrem durante o processo do pensamento. Ligações entre o estímulo e uma resposta no condicionamento, ou entre um estímulo condicional e um incondicional.

 São as associações de estímulos ambientais aos incondicionados e às respostas que determinarão uma hierarquia de respostas adquiridas, as quais se organizam em hábitos e estes em traços de personalidade.

 3. OS CONDICIONAMENTOS

Os administradores devem conhecer os processos de condicionamento, uma vez que estes, constantemente, se colocam no papel de dirigente dos processos de aprendizagem.

3.1. Condicionamento

Definição:

Processo de treinamento que produz uma resposta condicionada. O estímulo condicional é associado ao incondicional e, depois de algumas repetições, o indivíduo reage ao condicional como se reagisse ao incondicional.

Tipos de condicionamento
Temos dois tipos de condicionamento: o clássico e o instrumental

3.1.1. Condicionamento clássico
Consiste em repetir a apresentação do estímulo condicional (som, por exemplo) seguido do incondicional (alimento, por exemplo) numa relação controlada, até que surjam alterações nas tendências reativas com respeito ao estímulo condicional, que não faria surgirem respostas se não houvesse sido estabelecida essa relação com o incondicional.

 3.1.2. Condicionamento instrumental
O reforço operante é dado após a resposta exigida, quando aparece a resposta condicionada. A ação do organismo produz a agente que reforça.

O condicionamento instrumental está sob controle da lei do efeito e as principais respostas existem através do equipamento muscular estriado.

4. PRINCÍPIOS INDISPENSÁVEI A UMA BOA APRENDIZAGEM

O aprendiz deve:
1.     Ser orientado em seus ensaios;
2.     Saber como está se saindo em suas realizações;
3.     Enfrentar problemas insuperáveis, que o levarão ao estado de frustração;
4.     Ter dentro do possível o incentivo (que reforçará sua resposta) logo em seguida ao comportamento esperado pelo dirigente;
5.     Ser orientado acerca do significado de sua aprendizagem e de como poderá se valer dela, isto é, para quais situações será útil seu novo comportamento;
6.     Estar ciente de que o que aprende o beneficiará, social e economicamente.

 5. APRENDIZAGEM PROGRAMADA

A aprendizagem programada é um método que nasceu das teorias associacionistas da aprendizagem. Ela não permite o gasto excessivo de energia do aprendiz, evita o desinteresse e satisfaz as suas necessidades de aprimoramento, realização, conhecimento.

A aprendizagem pode ser programada usando-se máquinas de ensinar, ou, em sua falta, livros e apostilas.

5.1. Os princípios da Aprendizagem Programada
O assunto é exposto de modo de que o aprendiz cometa pouquíssimos erros;

O material a ser ensinado é exposto através de passadas curtas, evitando-se a confusão e permitindo a parada em qualquer parte do programa;

 Quem aprende tem que aprender a fazendo, verificando na hora que responde se acertou ou não;

 O reforço deve ser imediato. Se quem aprende pode confirmar na hora sua resposta, a aprendizagem será melhor e não se fixarão respostas erradas para os estímulos apresentados. O reforço dado logo em seguida à resposta surte maior efeito;

O auto-controle permite à pessoa saber se está se saindo bem; a consciência do que faz favorece, porque a posterior expectativa da pessoa será uma atitude positiva ante o material exposto.

6. AS FRUSTAÇÕES

As frustrações podem ocorrer devido os seguintes:
Obstáculo físico ou ação de outra pessoa;
Conflitos internos, resultantes de oposições entre os motivos do próprio sujeito;
Falta de objetos ambientais, que foram antecipados ao desempenho comportamental.

Quando a frustração é interna, tem sua causa na própria pessoa, dizemos que as barreiras são deficiências;
Quando as barreiras são levantadas no mundo objetivo, dizemos que são obstáculos.

 Para aprender o trabalhador tem que superar algumas frustrações e para ajudá-lo a vencer obstáculos e/ou superar deficiências, é preciso primeiro conhecer as causas das frustrações.

 6.1. Conseqüências das frustrações
A mais imediata conseqüência das frustrações é a agressão, o comportamento de ataque ao obstáculo.

E como os impulsos são acompanhados de reações emocionais, nesse caso aparece a raiva. Mas quando a frustração decorre de conflitos pessoais, não raro a fuga se processa através do álcool ou devaneios.

A pessoa quando frustrada tende a sentir-se irritada e a reagir de modo não agressivo. Algumas respostas não agressivas revelam, no entanto, o desejo inconsciente de destruição.

Na redução das necessidades, pessoas e objetos que nos impedem, nos bloqueiam, fazem com que nossa energia seja deslocada e gasta através de:

1.     Hostilidade com os outros;
2.     Isolamento;
3.     Devaneio;
4.     Projeção;
5.     Regressão;
6.     Repressão.

6.2. Causas de frustrações entre diretores e empregados

Para a direção:
1.     Aumento da produtividade com baixa no preço do produto favorecendo a vendagem;
2.     Utilização racional de todos os recursos da empresa;
3.     Interesse dos trabalhadores e participação proporcional do indivíduo nos ganhos.

Para os empregados:

1.     Satisfação no trabalho;
2.     Reconhecimento da direção pelo esforço dispendido;
3.     Aumento nos salários;
4.     Melhor posição social dentro da empresa, com o respeito dos superiores e colegas;
5.     Boas relações sociais com os companheiros.

 Conhecendo-se os princípios fundamentais da motivação e da aprendizagem, o administrador estará melhor preparado para a execução dos planejamentos empresariais.
 

 

MOTIVAÇÃO NO TRABALHO


 
 
1. MOTIVAÇÃO

Definição
O motivo é um fator que desperta, sustenta ou dirige a atividade de um organismo. Todo comportamento é motivado e toda aprendizagem envolve recompensa.

Motivação é um termo que engloba necessidades, desejos, impulsos, interesses e propósitos de um organismo.

A motivação é importante porque é a partir da análise da motivação que se levantam teorias da aprendizagem, do desenvolvimento e da conduta.

2. CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MOTIVOS

Antes da classificação dos motivos é preciso dizer que:
·         Os motivos das pessoas variam de cultura para cultura;
·         Variam de pessoa para pessoa;
·         Variam num mesmo indivíduo em diferentes fases de sua vida e situações;
·         Podem vários deles, muitas vezes, serem expressos através de um tipo de comportamento;
·         Um comportamento pode expressar vários motivos.

 Vejamos a classificação dos motivos:

Motivos de Sobrevivência

São identificados como as necessidades básicas, naturais, fisiológicas, chamadas de viscerogênicas, por estarem ligadas aos tecidos, às vísceras. Entre outros temos os motivos de fome, sede, atividade, repouso, evitação do calor ou frio extremo, eliminação dos resíduos metabólicos, etc.

Por estarem relacionados com as deficiências do organismo, são chamados de impulsos. Por exemplo:

Necessidade de água, impulso da sede;
Necessidade de atividade, impulso exploratório;
Necessidade de evitar a dor, impulso da fuga, etc.

Motivos Sociais

São aqueles que estão relacionados com o convívio e relacionamento do ser humano com outros.

Os motivos sociais variam entre as espécies, porque decorrem do tipo de relacionamento social do organismo. Entre outros, temos os de dominância, de submissão, de filiação a grupos, de evitar grupos, de deferência, de agressão, etc.

Motivos Integrantes do EGO

São aqueles relacionados com o “EU” de cada um. São os valores que levam um homem a fazer escolhas, a ter preferências estéticas e religiosas, a lutar de modo incomum, a ser herói, covarde ou santo. Em suma são os motivos que juntos formam a sua filosofia de vida.

O desejo de fama, nome, glória, embora seja comum a muitos homens de muitas culturas, varia bastante de cultura e de pessoa para pessoa.

Esses motivos incluem domínio do ambiente, como o desejo de construir e destruir; defesa da própria integridade pessoal, como no desejo de prestígio; e uma espécie de auto-punição, que aparece em forma de desejos de ser ofendido, humilhado e inferiorizado.

 3. A CLASSIFICAÇÃO ESPECÍFICA DOS MOTIVOS

Os motivos ainda podem receber várias outras classificações, incluindo os motivos biológicos e os adquiridos.

Motivos Biológicos
Os motivos biológicos são essenciais a sobrevivência humana, veja Tabela 1.

Motivos adquiridos
Os motivos adquiridos são os motivos biológicos controlados pelo homem durante a sua existência.

Desde cedo estabelecemos hábitos, reações, aprendidas, mais ou menos mecânicos, facilmente sustentáveis e geralmente pouco variáveis; vai formando uma hierarquia de respostas adquiridas com base nos impulsos inatos, primários, em suma, nas respostas não aprendidas.

 
Necessidade
Impulso
Objetivo
Oxigênio
Respiração
Absorção de oxigênio
Desvio de temperatura
Reação para a necessária temperatura
Regulação da temperatura do corpo
Falta de água
Sede
Absorção de água
Falta de alimentação
Fome
Ingestão de alimento
Acumulação de resíduos metabólicos nos intestinos e bexiga, produzindo tensão.
Eliminação
Defecção e micção
Gasto de energia produzindo fadiga
Redução de atividade
Descanso, sono
Tensões sexuais, de células e hormônios sexuais.
Sexual
Relação sexual
Afetação maléfica do tecido por condições
Evitação de dor
Retração, atividades para substituição dos estímulos.
Estados orgânicos: acumulação de energia, incluindo estados emocionais.
Expressivo e motivo
Atividades dos braços, pernas e corpo em geral.

FIGURA 1 – TABELA DE MOTIVOS BIOLÓGICOS

 4. TEORIA DA MOTIVAÇÃO

Freud realçou a importância do instinto sexual, cuja manifestação dinâmica na vida psíquica é a libido a qual, em diferentes estágios do desenvolvimento se encontra em determinada parte do corpo.

Os instintos sexuais (impulsos), segundo Freud, são sexuais e agressivos.

O ID busca o prazer e cabe ao EGO satisfaze-lo.

A impossibilidade de reduzir naturalmente as tensões leva o EGO a reprimir, remetendo ao inconsciente, muitos desejos não satisfeitos; ou canaliza-los para atividade socialmente mais aceitável.

Enquanto o ID (conjunto de impulsos inatos) quer o prazer ou busca a destruição (quando frustrado), o EGO, como controlador, procura, por todos os meios, mecanismos, processos adaptativos, livrar-se da ansiedade, do estado de apreensão, daquela condição emocional de mal-estar.

Os mecanismos de defesa ou de adaptação psicológica, que mais a frente veremos.

Freud foi o primeiro estudioso a valorizar sobremaneira a motivação inconsciente.
 
Para ele, o inconsciente possui os impulsos do ID e os desejos recalcados.
 
O material de uma representação inconsciente permanece oculto e o do pré-consciente enlaçado a representações verbais.