quinta-feira, 25 de setembro de 2014

PEDOCRACIA: DITADURA DAS CRIANÇAS


O QUE É PEDOCRACIA
O termo pedocracia faz referência a um fenômeno das famílias sob o governo das crianças.

Pedocracia é o culto a criança, onde os adultos, pais, tios e avós estão inteiramente sob o domínio de suas crianças.

A característica maior da pedocracia é o fato da autoridade da criança se encontrar acima da autoridade dos seus pais ou adultos que lhe rodeiam.

Esse fenômeno é algo presente em nossa sociedade sendo alimentada pelo consumismo que resulta numa tirania das crianças, aonde elas exercem um pode sobre os pais e os professores.

N a verdade, quando vamos nos aprofundar no assunto vamos perceber que nossas sociedade vive na constituição hierárquica do lar, dois tipos de poder:
A pedocracia que é o poder ou governo da criança sobre os pais e professores e a adolescencracia que é o poder dos adolescentes sobre os pais e professores.

Como esses poderes se manifestas na sociedade?
A pedocracia e/ou adolescencracia se manifesta na família quando a autoridade das crianças e adolescentes está além da autoridade dos pais.

Ou melhor, quem manda em casa é a acriança e o adolescente, são eles que determinam o que querem fazer desde a alimentação, vestimentas, diversão, seus relacionamentos, etc, etc.

Esse comportamento também se manifesta fora de casa, em especial no colégio, aonde as crianças, por não terem um princípio de autoridade, não conhecem ver no professor esse princípio, daí surge a indisciplina, os maus hábitos e comportamentos.

Ora, se as crianças não obedecem a  seus pais, tios, avós e outros que estão no seu círculo familiar, por qual motivo iriam obedecer a seus professores?

O pior é que existe na relação dos pais que aderem a pedocracia e adolescencracia um ganho secundário, pois eles têm um prazer em serem comandados pelos seus filhos menores, eles gostam disso, acham isso engraçado e até afirmam que isso é inteligência.

Alguns pais até apoiam o comportamento dos filhos fora de casa, cobrandos dos professores uma postura submissa, diante de posturas que são comuns em casa.

Por exemplo, em casa a criança chama o pai e a mãe de tu, xingam, chamam palavrões, etc,.. eles acham que todas as pessoas devem ouvir a mesma coisa, quando na verdade tudo é diferente fora de casa.

A pedocracia e a adolescencracia na escola
Como os costumes de casa vão à praça, essas crianças e adolescentes levam para a escola com o paio dos pais a pedocracia e adolescencracia, querendo colocar a autoridade dos professores em pé de igualdade com a autoridade de seus pais.

Ai quando o professor fala um pouco mais alto ele diz: “ei, nem meu pai e nem minha mãe grita comigo...?!”

As crianças e adolescentes na escola, que são alunos se tornam intocáveis e tudo isso com o apoio e apreciação dos pais.

O professor passou uma tarefa um pouco maior, chamou a atenção, fez um reclamação, o pai ou a mãe vai  no outro dia tomar satisfação com a direção do colégio. Afinal o seu filho que é príncipe foi contrariado e isso não pode acontecer, pois em casa ele é o senhor.

Essa postura gera conflitos e atrapalha a aprendizagem da criança e do adolescente que precisa obrigatoriamente se submeter a regras que são impostas automaticamente para o bem da sociedade.
Como as crianças e adolescentes agem para impor seus governos?
As crianças e  adolescentes pode usar da autoridade direta, impondo aos pais o que eles querem, sem negociação, simplesmente impõem e prontos, outras forma é o uso de artimanhas, se fazem de coitadinhos, doentes, frágeis para conseguir impor suas vontades e autoridade aos pais.

No primeiro caso temos o exemplo de crianças que esperneiam, caem no chão, gritam, batem a cabeça na parede, batem nos pais, etc.

No segundo caso,  a criança e ou o adolescente se fecham, fingem depressão, enfermidades se fazem de vítimas para daí conseguir o que querem, essa postura deixa os pais cheios de culpa.

Alguns até lançam sobre os pais o fato de não terem o direito de fazer isso e aquilo, fazem comparação, etc.

O que causa o fenômeno da pedocracia e adolescencracia?
A causa se encontra na falta de limites que os pais deixam de dar aos seus filhos.

A falta de limites é na verdade um fator decisivo para o surgimento do fenômeno pedocracia e adolescencracia.

A postura permissiva e negligente dos pais gera a incapacidade de impor os limites atingindo de cheio a hierarquia familiar, aonde a autoridade dos pais se faz necessário para a construção de uma personalidade sadia.

O que estar atrás da pedocracia e adolescencracia?
O que se encontra por trás da pedocracia e adolescencracia são pais não resolvidos e incapazes de impor limites aos seus filhos, são pais fracos emocionalmente e sem poder para o exercício da autoridade paterna e materna.

Pais sem a devida preparação para orientar, aconselhar e impor limites dentro das necessidades de cada filho.

Uma sociedade consumista que empurram as crianças e adolescentes para uma compulsão capaz de romper a autoridade dos pais a qualquer custo, não importando as consequências.

As consequências da pedocracia e adolescencracia para família e a sociedade?
O declínio da função paterna causa inúmera e enorme consequência não só para as crianças e adolescentes como para toda sociedade.

As principais consequências são as seguintes:
Perda do referencial que toda criança deve ter para que haja um bom desenvolvimento da personalidade;
Perda da autoridade dos pais que resultará em prejuízo na construção da personalidade da criança e adolescente.

A possibilidade da formação de personalidades sociopatas, aonde seus desejos são impostos, não importando o que seja aceito na sociedade.

Prejuízos nas relações sociais, pois normalmente essas crianças e adolescentes querem impor seus desejos, assim como fazem em casa para com todos, recebendo assim resposta negativa, o que possibilita o surgimento de revolta.

Como os pais devem agir para evitar a pedocracia e a adolescencracia?
Os pais devem:
Discutir com os filhos sobre a importância dos limites, dos deveres e, principalmente, da liberdade com responsabilidade.

Dialogar sobre os problemas que surgem durante as fases críticas do desenvolvimento, como puberdade e adolescência;
Colocar os limites com clareza e sem retaliação;
Orientar objetivamente seus filhos.
 
O que faz mais mal aos filhos, pais autoritários ou pais permissivos e negligentes?
Já é algo constatado por pesquisa em vários lugares do mundo, pais permissivos e negligentes causam mais prejuízos aos seus filhos e a sociedade do que pais autoritários.

É claro que p o ideal é o meio termo, tendo como base a compreensão e o entendimento.

Pais permissivos e negligentes causam nos filhos a sensação de abandono.

Nossos filhos precisam de  referências seguras, ainda que o mundo seja inseguro e incerto, isso é um fato e ninguém pode negar.

SOLIDARIEDADE SOCIAL

Perguntas que necessitam de respostas:
O que o ser humano é capaz de fazer numa situação de desespero?
Todo ser humano estar sujeito a fazer um ato de loucura?
Como deve ser nosso comportamento diante do sofrimento do outros?
Temos uma sociedade equilibrado emocionalmente?
Esse desequilíbrio emocional reflete na quantidade de pessoas com enfermidades mentais?
Qual a importância da solidariedade social para enfrentarmos as dificuldades vistas na sociedade?
 
As perguntas são feitas diante de situações aonde vivenciamos cenas de extremo desespero de pessoas e como as outras pessoas que assistem tem reagido, por exemplo: alguém que no momento de desespero sobe numa antena de telecomunicações e ameaça de jogar, enquanto uma multidão fica em baixo gritando palavra de ordem para que o mesmo se jogue.
 
Solidariedade social, algo cada vez mais escasso em nosso convívio.
 
Solidariedade, um valor que precisa ser resgatado
A solidariedade social é um assunto por demais interessante no estudo da sociologia e que tem chamado a atenção da maioria dos pesquisadores, tendo em vista o comportamento dos indivíduos que vivem em sociedade na atualidade.
 
E o que chama a atenção é o comportamento do homem moderno que se apresenta desprovido de sentimentos.
 
O melhor, a indiferença para com o outro. Quando não, o desprezo para com o semelhante.
Um comportamento e atitudes direcionado ao outro desprovido de empatia.
 
Isso chama a atenção dos estudiosos tendo em vista que a a ausência de sentimentos a condição do grupo que resulta da comunhão de atitudes e de sentimentos, deixa a sociedade vulnerável e sem perspectiva de melhora para o futuro.
 
No estudo da sociologia, há um autor francês chamado Émile Durkheim (1858 – 1917), em uma obra chamada a Divisão do Trabalho, afirma que a sociedade é mantida coesa, ou unidade por duas forças de unidade:
  • Uma em relação a pontos de vistas semelhantes compartilhado pelas pessoas, como por exemplo, valores e crenças religiosas, chamada de solidariedade mecânica;
  • Outra é representada pela divisão do trabalho em profissões especializadas, que é chamada de solidariedade orgânica.
Nosso interesse aqui é na solidariedade mecânica, ou social, que em síntese é definida como:

A comunhão de atitudes e de sentimentos, de modo a constituir o grupo em apreço uma unidade sólida, capaz de resistir às forças exteriores e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face de oposição vinda de fora.
 
Ultimamente eu li um artigo que o autor definia empatia como sendo a capacidade ou faculdade que um ser tem de sentir o que o outro sente, de colocar-se no lugar do outro ser.
 
Ou melhor, da empatia, temos valores como a solidariedade e a compaixão que recebe de muitos autores e pesquisadores a mesma definição de solidariedade.
 
No contexto sócio-religioso eu entendo que a solidariedade é mais importante do que a caridade.
 
Por que?
A solidariedade eu entro em comunhão com o outro, sentindo exatamente o que ele sente, me colocando no lugar da outra pessoa, enquanto na caridade eu não tenho essa obrigação, eu apenas partilho o que eu tenho em abundância.
 
A prática da solidariedade não existe a necessidade do bem material em abundância, eu posso ser solidário sem nada de bens materiais.
 
Já a prática da caridade existe a necessidade de doar os bens.
 
Eu li um artigo na internet aonde o autor trata da solidariedade e compaixão dizendo o seguinte:
 
Solidariedade não é esmola; é salvar-se no corpo do outro, obter sua vida na vida da espécie, matar seu egoísmo e comungar com o coletivo.
 
Compaixão não significa somente sofrermos junto aos outros, mas nos apaixonarmos pelo fogo da primeira fogueira, do primeiro ato heroico, do primeiro serviço não cobrado, da primeira tábua lançada ao mar, da primeira corda estendida, do primeiro lugar cedido a um idoso no ônibus ou no barco salva-vidas.”
 
O homem moderno erra muito em pensar que ele não é importante na construção da felicidade dos outros.
 
E é um fato: nós somos por demais responsáveis pela felicidade da pessoas que vivem ao nosso redor.
Eu não posso ser feliz com o meu semelhante vivendo na miséria, no conflito, no sofrimento.
 

COMO LIDAR COM PESSOAS CRÍTICAS


É um fato, todos nós temos que lidar com pessoas e quando lidamos com pessoas temos que aprender a conviver e a lidar com todo tipo de gente.

Hoje vou oferecer algumas dicas de como lidar com pessoas chatas, pessoas que gostam de criticar, de mandar, etc, etc.

De todos os tipos de "chatices" as piores são aquelas recheadas de criticas, vamos aprender a lidar com esse tipo de pessoas:

Os tipos de críticos
Existem dois tipos de críticos.
Aqueles que criticam por criticar e os críticos analíticos.

Os primeiros são aqueles "chatos", que sentem certo prazer em fazer o papel do contrário, de ser aversivo.

São aqueles que não veem no objeto criticado nenhum aspecto positivo.

E existem aqueles que fazem uma análise mais profunda, mais qualitativa do objeto analisado.

Sabem apontar tanto os aspectos negativos, quanto os positivos da questão.

A boa crítica sempre agrega valor.
Ambos trazem no perfil psicológico a busca do perfeccionismo nas condutas, primeiro consigo e depois com o mundo.

O que estar por detrás das criticas
Existe o ditado que diz que o ataque é a melhor defesa.

A crítica pode ser um ataque, quando ela é, na maioria das vezes, depreciativa.

A necessidade de criticar os outros sinaliza, na verdade, e no caso acima, uma reação ao conjunto de valores que pode estar em cheque.

Por outro lado, nós aprendemos desde cedo o que é “certo” e o que é “errado” e não raramente o usamos como critérios de julgamento, que pode ser expresso através de uma crítica.

Por exemplo: Quem fuma está se prejudicando, eu não quero fumar porque fará mal a minha saúde.
Quem critica por criticar, por costume, pode estar escondendo através da arrogância e da prepotência a sua própria insegurança, suas falibilidades.

Quando somos mais flexíveis com a imperfeição do outro, automaticamente somos menos críticos, porque temos um olhar mais "ameno" e "sábio", portanto, mais tolerante para o mundo e suas “falhas”.

Critica construtiva e destrutiva
Existem dois tipos de críticas a que construi e a que destrui.

A crítica construtiva como o nome já diz, construi, é aquela que agrega, soma, completa ou então clareia.

E muitas vezes nós pedimos por isso.

Por exemplo, quando você está escrevendo um trabalho científico e está em dúvida quanto ao seu conteúdo, é natural que peça a alguém mais capacitado que leia e lhe faça uma devolutiva. O que é isso senão um pedido voluntário de crítica.

A crítica destrutiva como o nome já diz destrui, era é sempre negativa, sem rumo, sem pretensão de somar, ou agregar, normalmente é maldosa e sempre leva a rumo incerto.

A crítica para destrutiva não visa apontar os pontos altos e baixos, no intuito de melhorar seu desempenho.

A crítica sempre mexe com o ser humano
É um fato, a crítica sempre mexe como o ser humano pensante, por mais que diga que não há incômodo, mas há.

E isso vai depender muito da auto-estima de cada pessoa.

Pessoas com boa auto-estima controlam o seu comportamento, esperam sucesso, têm tolerância a crítica e às frustrações. Reconhecem seus pontos fortes e fracos, adoram aprender coisas novas e têm prazer em viver.

Dicas de convivência com pessoas críticas
Identifique o núcleo ou o motivo da crítica.
Se a crítica vier camuflada de ofensas pessoais, identifique o núcleo da questão, do objeto criticado, responda e despreze o resto;
Identifique-o e o ignore solenemente.

Fuga da agressividade
Geralmente uma resposta mais agressiva é o que a outra parte espera.
Mantenha o diálogo.
Uma dica importante para quem recebe uma crítica pessoal: quem o critica, na verdade está evidenciando aquilo que ele quer mais esconder, suas próprias imperfeições.

É uma relação projetiva onde o outro faz de você, o próprio espelho.
Reconheça o dono da neurose
Não sofra por algo que não seu, ou que você não tem nenhuma responsabilidade.
Ninguém consegue controlar a neurose do outro.
Aprenda a lidar com as palavras
As palavras são armas, podem cortar quanto uma faca e as feridas que elas deixam são menos visíveis, mas tão dolorosas quantas.
No entanto, as palavras são instrumentos de cura e de prazer. Podem ser usadas para acalmar alguém, para prosseguir com um diálogo e para negociar.
Veja uma técnica que podem ser usada:
Reconhecer o tipo de crítica;
- Os tipos de críticas? O que a pessoa quer com a crítica?
Adaptar sua defesa;
-Para cada tipo de ataque tem que haver uma defesa.

Levar sua defesa até o fim.
- Seja resolutivo na resposta.

E quando a crítica é construtiva?
Agora, quando as críticas são positivas, digamos assim, só nos resta o agradecimento e o regozijo.

De toda forma você não vai mudar as pessoas a sua volta, mas pode se fortalecer e não permitir que estas pessoas abalem sua confiança e auto-estima.

BORDERLINE & BIPOLARIDADE


Borderline é um transtorno de personalidade que traz sérias consequências para a pessoa, seus familiares e seus amigos próximos.

O termo "fronteiriço" se refere ao limite entre um estado normal e um quase psicótico, assim como às instabilidades de humor.

É transtorno que atinge mais as mulheres do que os homens.

1) Sintomas (claro que nem todas as Borderline tem todos estes sintomas):
• Medo de abandono: uma necessidade constante, agonizante de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas e sem apoio.

• Dificuldade de administrar emoções.

• Impulsividade.

• Instabilidade de humor.
  • As oscilações de humor do DAB ou TAB - Distúrbio ou Transtorno Afetivo Bipolar duram semanas ou meses, mas as Borderline têm oscilações de minutos, horas, dias. Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, hetero - e auto-agressividade. Uma paciente marca a consulta informando que está super deprimida, querendo morrer. No dia seguinte chega à consulta bem humorada, bem vestida, maquiada, vaidosa.

• Comportamento auto-destrutivo (se machucar, se cortar, se queimar). As portadoras de Borderline dizem que se machucam para satisfazer uma necessidade irresistível de sentir dor. Ou porque a dor no corpo "é melhor que a dor na alma".

• Tentativas de suicídio, mais freqüentemente as de impulso do que as planejadas.

• Mudanças de planos profissionais, de círculos de amizade.

• Problemas de auto-estima. Borderlines se sentem desvalorizadas, incompreendidas, vazias. Não tem uma visão muito objetiva de si mesmos.

• Muito impulsivas: idealizam pessoas recém conhecidas, se apaixonam e desapaixonam de maneira fulminante.

• Desenvolvem admiração e desencanto por alguém muito rapidamente. Criam situações idealizadas sem que o parceiro objeto do afeto muitas vezes nem tenha idéia de que o relacionamento era tão profundo assim...

• Alta sensibilidade a qualquer sensação de rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais. Uma pequena viagem de negócios do namorado ou marido pode desencadear uma tempestade emocional completamente desproporcional (acusações de rejeição, de abandono, de não se preocupar com as necessidades dela, de egoísmo, traição, etc.).

• A mistura de idealização por alguém e a extrema sensibilidade às pequenas rejeições que fazem parte de qualquer relacionamento são a receita ideal para relacionamentos conturbados e instáveis, para rompimentos e estabelecimento imediato de novos relacionamentos com as mesmas idealizações.

• Menos freqüente: episódios psicóticos (se sentirem observadas, perseguidas, assediadas, comentadas).

2) Risco aumentado para:
• Compras Compulsivas.

• Sexo de risco.

• Comer Compulsivo, Bulimia, Anorexia.

• Depressão.

• Distúrbios de Ansiedade.

• Abuso de substâncias.

• Transtorno Afetivo Bipolar.

• Outros Transtornos de Personalidade.

• Violência (não só sexual), abusos e abandono, por causa da impulsividade e da falta de crítica para escolher novos parceiros.

3) A causa provável é uma combinação de:
• Vivências traumáticas (reais ou imaginadas) na infância, por exemplo abuso psicológico, sexual, negligência, terror psicológico ou físico, separação dos pais, orfandade.

• Vulnerabilidade individual.

• Stress ambiental que desencadeia o aparecimento do comportamento Borderline.
  • Cuidado com conclusões precipitadas do tipo "você foi abusada" ou "você foi aterrorizada".

4) Evolução:
• Geralmente começa a se manifestar no final da adolescência e início da vida adulta.

• Com o passar dos anos existe uma diminuição do número de internações hospitalares e de tentativas de suicídio.

• Parece piada de mau gosto, mas é uma realidade estatística: a cada tentativa de suicídio que a Borderline sobrevive, diminui a chance de uma nova tentativa.

5) Fatores de bom prognóstico:
• Bons relacionamentos familiares, sociais, afetivos, profissionais.

• Participação em atividades comunitárias: igrejas, clubes, associações culturais, artísticas, etc.

• Baixa ou ausente frequência de auto-agressão.

• Baixa ou ausente frequência de tentativas de suicídio.

• Ser casada.

• Ter filhos.

• Não ser promíscua.

6) Tratamento.
A integração de tratamentos medicamentosos mais psicoterápico trouxe grandes progressos no tratamento do Transtorno Borderline.

• Medicação:
O tratamento medicamentoso inclui Estabilizadores de Humor (mesmo que não se trate de DAB) pois eles ajudam a conter a impulsividade e as oscilações de humor.
 
Antidepressivos e Tranquilizantes não tem a mesma eficácia que teriam em casos de depressões ou ansiedades "puras" mas certamente tem sua utilidade em Borderline.

Embora a medicação seja muito importante, ela é ator coadjuvante. O ator principal no tratamento é a Psicoterapia.

• Psicoterapia:
Não é uma terapia fácil. O que acontece "na vida real" acontece dentro do consultório: instabilidade, alternância de amor e ódio, idealização e desapontamento com o terapeuta, sedução, impulsividade, etc.

Geralmente no início do tratamento a Psicoterapia é mais Analítica, para que a paciente reconheça o problema, suas causas e as consequências na sua vida.

Mais tarde, quando as causas e consequências estiverem bem entendidas pela paciente, a Psicoterapia Cognitivo Comportamental (TCC) é mais útil, pois ela ensina a paciente a ter comportamentos alternativos mais saudáveis.

Isso quer dizer o seguinte: o tratamento exige paciência, persistência, disciplina e muito boa vontade.
Pacientes gratos hoje podem se mostrar ingratos amanhã.

Terapeutas que hoje são vistos como atenciosos e dedicados podem ser criticados e vistos como monstros amanhã.

7) Diferença entre transtorno borderline e bipolar
Comecemos pela impulsividade, sobretudo por gastos, que parece ser a mais importante clinicamente.

O borderline pode ter impulsividade por gastos, comida, ou seja lá o que for, para tentar preencher uma saciedade que ironicamente nunca é saciada.

Enquanto o bipolar usualmente faz gastos (quando é o caso) simplesmente por euforia, o borderline faz gastos para tentar preencher seu vazio interior.

Neste caso o borderline compra/adquire coisas sem valor real agregado em busca de tentar preencher seu vazio e sofrimento de uma forma imediata. Porém o resultado prático é geralmente o mesmo, embora as razões sejam diferentes em sua essência entre os dois transtornos.

Já outros borderlines podem se cortar. Aliás, uma grande parte se corta, segundo estatísticas médicas: cerca de 52,2% se cortam. Os motivos podem ser vários, incluindo a necessidade de talvez sentir alívio ao saberem que não estão de fato vazios literalmente, o que seria uma "semi-psicose"*.

Outros, borderlines, mais raramente, conseguem se encontrar de fato na vida, descobrirem um propósito de vida, um lugar no mundo, o que ameniza muito o transtorno como um todo.

A diferença básica entre um borderline e um bipolar provavelmente está aí!

Resumindo bastante, o borderline tem oscilações de humor por causa de sua falta de sincronia com o mundo, com a sociedade, então quando ele "se encontra" no mundo, encontra um papel a desempenhar no mundo, suas oscilações consequentemente diminuirão bastante.
 
O bipolar, nesse mesmo contexto, tem a origem de seu transtorno nas "pontas" e não na "raiz", como é o caso do borderline.

O bipolar tem oscilações de humor independente de seu papel no mundo, sendo algo mais bioquímico e menos existencial, enquanto que o borderline tem suas oscilações de pensamento/ideações/humor por causa de sua distorção intrínseca em relação ao mundo, sendo algo mais existencial, onde não podem ser descartadas a problemática genética e de desordem bioquímica cerebral, naturalmente, que no mínimo contribuem para que o transtorno seja desenvolvido em determinados grupos mais suscetíveis, posto que quase todos são submetidos a condições semelhantes, porém apenas uma minoria desenvolve o transtorno propriamente dito.
 
Diante disso, o bipolar não costuma melhorar com a idade, embora sua impulsividade possa diminuir com a idade, enquanto que o borderline comprovadamente melhora com a idade, sobretudo após os 35 anos, mas em contrapartida responde de maneira menos previsível às medicações. Posto que isso é óbvio: como há de se tratar uma personalidade através apenas de medicações? Isso é virtualmente impossível.