domingo, 12 de outubro de 2014

ESTRESSE OCUPACIONAL – STRESSE COPING (STRESSE NO TRABALHO)

 
O que é estresse ocupacional
O estresse não é propriamente uma doença e sim, um estado do organismo quando submetido ao esforço e à tensão.
 
Numa situação estressante, o corpo sofre reações químicas normais que preparam o organismo para enfrentar a situação.
 
O prejuízo entretanto acontece, quando as situações  estressantes são contínuas e o organismo começa a sofrer com as constantes reações químicas que se sucedem, sem que haja tempo para a eliminação dessas substâncias e sem o tempo necessário para o  descanso e recuperação física e emocional.  
 
O estresse relacionado ao trabalho é definido como as situações em que a pessoa percebe seu ambiente profissional como ameaçador às suas necessidades de realização pessoal, profissional e/ou a sua saúde física ou mental, prejudicando a interação desta com o trabalho e com o ambiente profissional.
 
O estresse no trabalho ou ocupacional deve ser observado como uma relação particular entre uma pessoa, seu ambiente e as circunstâncias as quais está submetida.
 
Os sintomas
Exatamente por não ser uma doença propriamente, os sintomas do estresse são indefinidos e ao mesmo tempo abrangentes.
 
Podem ir desde uma dor de cabeça, distúrbios do sono, irritabilidade, cansaço, dificuldade de concentração ou tensão muscular, a dificuldades respiratórias, dificuldade de memória, problemas digestivos, pressão alta, problemas cardíacos, e até mesmo distúrbios psíquicos como síndromes, depressão e pânico.
 
As causas
Entre inúmeras causas emocionais do estresse no ambiente de trabalho e na vida pessoal, podemos citar basicamente três principais:
 
Alto padrão de exigência pessoal, medo, frustração e pressão
 
O tipo de vida que nos auto-impomos, onde pensamos ser necessário obter muito mais recursos financeiros do que realmente necessitamos, nos exige mais esforço para cumprir o padrão estabelecido e nos coloca diante de conflitos na vida profissional onde há cada vez mais competição e menos espaço.
 
O perfil do que se diz ser de um bom profissional para as empresas, passa por características de semi-deuses, onde devem existir absolutamente todas as características de um ser perfeito:
 
"Criativo, ótima comunicação, competente, disposto, grande poder de concentração, sabe mandar e sabe receber ordens.Sabe ouvir e se colocar, sabe estimular o crescimento do grupo e dos indivíduos além de almejar também para si e para a empresa, o crescimento. Tem muito boa aparência e alto grau de compreensão do comportamento humano e sabe lidar com ataques histéricos de seus patrões, sem se abalar quando chamado de incompetente, ou quando for colocado sobre seus ombros a responsabilidade de um erro a respeito de algo que na verdade não lhe competia, pois tem alto poder de análise e um emocional impecável e saberá discernir, esclarecer e apaziguar o conflito, sem se abalar. Deve sempre estar pronto para se dedicar de corpo e alma a empresa, sem hora para terminar um serviço e jamais deixar que seus problemas pessoais interfiram em seu trabalho. Precisa saber lidar com as constantes frustrações positivamente e jamais temer, pois tem confiança, coragem, ímpeto, bom humor e vitalidade contagiante. Não fica doente, não fica cansado, não falta nunca ao trabalho, e com prazer, trabalha durante suas férias quando requisitado. Quando se tratar de uma mulher, que não tenha filhos de preferência e que não engravide. E o mais importante, não ganhe mais do que a empresa acha que vale seu trabalho, ou que esteja disposta a pagar".
 
E por aí segue a lista dos poderes dos super-heróis imaginários e o que é pior, exigidos que apareçam e encarnem em todos os funcionários.
 
Esse mesmo padrão utópico profissional é estabelecido também para diversos setores de nossas vidas, pois existem padrões estéticos onde a beleza física é um padrão irreal, que existe apenas nas revistas e passarelas.
 
O estresse e a ansiedade são aspectos que comprometem a qualidade de vida e predispõe a pessoa a doenças físicas e psicológicas.
 
Esta situação pode estar sendo avaliada pela pessoa como uma ameaça ou algo que exige dela mais do que suas próprias habilidades ou recursos e que põe em perigo seu bem-estar ou sobrevivência.

Ao ser inserido no contexto organizacional, o indivíduo se sujeita a diferentes variáveis que o afetam diretamente.
 
Para que a empresa seja produtiva e apresente qualidade, é preciso ter indivíduos saudáveis e preparados.
 
As vezes a organização atua muitas vezes pressionando o indivíduo, levando-o a estados de doença, de insatisfação e desmotivação, como fadiga, distúrbios do sono, alcoolismo, estresse e a ansiedade.
 
Nem sempre o ajuste dinâmico entre pessoa, local de trabalho e organização é adequado, em razão das diferenças individuais, e quando isto ocorre, o indivíduo tende a perceber que não dispõe de recursos suficientes para ajustar-se, surgindo assim o estado de estresse.
 
Núcleo do estresse ocupacional
O estresse ocupacional é decorrente das tentativas associadas ao trabalho e a vida profissional, onde os agentes estressantes são devidos às condições externas (economia política) e exigências culturais (cobrança social e familiar).
 
Fatores outros que combinam para a elevação do stress ocupacional
Os estressores do ambiente físico do trabalho são ruído, iluminação, temperatura, higiene, intoxicação, clima e a disposição do espaço físico para o trabalho (ergonomia).

Para muitos especialistas o trabalho noturno, a sobrecarga de trabalho, a exposição a riscos e perigos são causas de estresse no trabalho.

Dessa forma, o trabalho além de possibilitar crescimento, transformações, reconhecimento e independência pessoal e profissional, também causa problemas de insatisfação, desinteresse, apatia e irritação.

A defesa
A defesa para o estresse no trabalho ou ocupacional é chamado de COPING (ENFRENTAMENTO).

Estratégias de coping, ou enfrentamento. são esforços cognitivos e comportamentais para lidar com situações de dano, de ameaça ou de desafio quando não está disponível uma rotina ou uma resposta automática.

Apenas esforços conscientes e intencionais são considerados estratégias de coping e o estressor deve ser percebido e analisado não sendo assim consideradas respostas subconscientes.

Os estudos de coping frequentemente são feitos pela psicologia da saúde para avaliar como é a reação dos indivíduos e da família a transtornos, doenças e tratamentos.

Associado ao conceito de coping estão o de mediadores e moderadores.

Moderadores são variáveis pré-existentes que influenciam as estratégias de coping como as características da pessoa (nível de desenvolvimento, gênero, experiência prévia, temperamento), do estressor (tipo, nível de controlabilidade), do contexto (influência paterna, suporte social) assim como a interação entre esses fatores.

As estratégias de coping são divididas em coping focalizado na emoção e coping focalizado no problema.

O coping focalizado na emoção tem por objetivo reduzir a sensação física desagradável de um estado de estresse, por exemplo comer doces, fumar um cigarro ou chorar no ombro de um amigo.

Dentre os copings emotivos mais estudados e comuns está o coping religioso, como rezar e participar de rituais.

O coping focalizado no problema pode ser dirigido para uma fonte externa como tomar medicamentos ou dirigido internamente geralmente como ao fazer uma reestruturação cognitiva para encarar o problema de uma forma mais adaptativa.

Os copings também  são dividos entre adaptativos, caso sejam saudáveis e eficazes como meditar para relaxar, e desadaptativos, caso causem prejuízos para si mesmo ou para outros como beber para esquecer dos problemas.