terça-feira, 4 de novembro de 2014

PROBLEMAS EMOCIONAIS: PERGUNTAS E RESPOSTAS


Quando falamos sobre problemas emocionais, muitas perguntas nos vêm à mente, pois necessitamos de muitas respostas diante de tantas coisas que acontecem conosco e com as pessoas que nos rodeiam.

Portanto, iremos repassar para os nossos ouvintes algumas respostas para algumas perguntas que normalmente as pessoas fazem quando de trata de emoções.

De onde surgem os problemas emocionais?
A maioria das vezes a origem dos problemas emocionais atuais são as vivências negativas do passado que deixaram marcas.

Por exemplo:
-Pessoas que não tiveram oportunidades de conviver com pessoas de fora da família, que não foram incentivados a fazer amizades quando crianças podem apresentar problemas emocionais quando estiverem em situações novas e se relacionando com pessoas que ainda não conhece, ou seja, terão dificuldades para iniciar amizades ou namoros.

- Pessoas que tiveram pais, ou as pessoas que cuidaram dele quando criança, muito severos poderão ter problemas emocionais ao se relacionarem com todas as outras figuras de autoridade de sua vida, como professores, chefes, autoridades religiosas, etc.

- Pessoas que passaram grandes inseguranças quando criança por não se sentirem acolhidos e com suas necessidades atendidas poderão apresentar medos infundados como o medo de voar de avião, medo de passar em tuneis, medo de animais, síndrome do pânico, etc.

- Pessoas que foram criadas por pessoas muito preocupadas, sempre em estado de alerta, poderão se tornar ansiosas crônicas.

Somos herdeiros do tudo que é ruim ou o comportamento pode ser desvio do nosso caráter?
Nossa personalidade é o resultado da influencia de três fatores: Genética, ambiente, e você mesmo.

Genética:
Há evidências bastante fortes de que boa parte de nosso comportamento é determinado geneticamente. Gêmeos idênticos criados separados, por exemplo, quando um sofre de depressão há grande probabilidade do outro também sofrer.

Filhos de pais depressivos tem mais chance de ser depressivo, etc.

Ambiente:
Aí entra com muita força a influência dos pais. Tudo o que eles ensinaram de forma intencional ou não, falando ou demonstrando, vai formando a sua personalidade.

Mas não só os pais, tudo o que você vive na primeira infância, principalmente, é muito importante para a formação da sua personalidade, então professores, tios, colegas, todos tem importância.

E por fim você mesmo:
Por mais que tenha vivido desta ou daquela forma, a sua cabeça pode ter boa independência, ou seja, as sua conclusões, interpretações, percepções são individuais e você tem muito poder de administrar a influencia de cada evento de sua vida e ser responsável pelo quanto de problemas emocionais que irá carregar.

Se você percebe que ainda não consegue gerenciar sua vivencias de forma a não se deixar abater pelos eventos negativos está na hora de contar com um reforço da psicologia e da psicoterapia.

Porque tantos problemas emocionais atualmente? 
Ansiedade, depressão e cia... sempre existiram mas ninguém prestava atenção.

Os estudos referentes à mente humana e seus tratamentos são um tanto recentes, o que não dava margem até para que se tratasse com respeito os que passavam por problemas emocionais.

Antigamente não havia diagnóstico para problemas emocionais, ou a pessoa era louca ou sã.

Hoje já sabemos que o sofrimento humano foi abafado por muito tempo pois as pessoas tinham medo de serem vitimas de preconceitos e escondiam seus sentimentos.

Um bom exemplo disso são as diversas pessoas que ao ouvirem meu programa no rádio temas como depressão pós parto ou síndrome do pânico me dizem “nossa, eu tinha isso mas não sabia do que se tratava, por medo se ser tachada ‘fresca’ ou de ter ‘piripaque’ ficava quietinha sofrendo em silencio e sem tratamento”.

Na época dos nossos antepassados, não se ouvia falar em "Síndrome do Pânico" "Depressão" "Transtorno obsessivo compulsivo".

Tem até pessoa que dizem que virou moda, mas na realidade o que não existia era o nome da coisa.
O sofrimento humano existe desde que o homem existe.

Graças a Deus, e aos psicólogos cientistas, que o entendimento vem se aprimorando cada vez mais, assim como os tratamentos psicoterapêuticos.

Por que uma pessoa fica louca?
Quando não há eventos traumáticos que deixaram marcas como o TSTP – Transtorno do Stress Pós Traumático – podemos dizer que a natureza quis, ou seja, pode haver uma predisposição genética para que a pessoa tenha um surto, saia da realidade e seus problemas emocionais cheguem a intensidade do que leigamente chamamos de loucura.

Sei que é uma resposta até sem graça, mas veja bem, esta é a mesma resposta para outros fatores hereditários:

- Porque uns tem olhos azuis e outros castanhos?
- Porque as pessoas nascem carecas, ficam cabeludas de depois perdem novamente os cabelos (se for um homem)?
- Porque tem gente que nasce com uma habilidade danada pra tocar piano?

Na realidade só questionamos quando o resultado da aleatoriedade da natureza não é o que gostaríamos.

Como eliminar os problemas emocionais?
Uma das primeiras orientações que damos é a seguinte, cuide de sua mente e não só do corpo.

Nós temos errado muito, quando nos preocupamos só com o corpo, ou melhor a saúde do corpo, a saúde da mente é por demais importantes.

E sabe de uma coisa, as doenças do corpo na sua maioria são oriundas da mente, calcula-se que 90% das enfermidades tem origem em situações emocionais mal resolvidas.

Principalmente quando a origem está na infância, este é o momento onde estamos mais vulneráveis e somos verdadeiras "esponjas", absorvemos tudo com muita intensidade.

Nesse período se fomos negligenciados, isolados ou qualquer situações forte e negativa, pode marcar de forma a nos influenciar por toda uma vida se não fizermos nada para eliminarmos essa "carga".

Devemos saber como resignificar cada situação traumática e aprender novas formas de responder aos obstáculos da vida.

Mas mesmo quando as origens de seus problemas emocionais não estiverem em sua infância, mesmo que você tenha uma sensibilidade especial que o torna vulnerável a sofrer com mais intensidade em algumas situações ainda poderá fortalecer-se quando entrar no processo psicoterapêutico da reestruturação cognitiva.

Podemos sempre contar com a psicoterapia em suas mais diversas metodologias para superar os problemas emocionais.

É isso mesmo, a psicoterapia é muito importante para o restabelecimento da saúde mental e emocional.

Portanto, as dicas estão dadas, espero que você faça bom proveito.

DROGAS (INCLUINDO O ÀLCOOL) & OS TRANSTORNOS MENTAIS

 
Os transtornos ou doenças mentais causadas pelo uso de drogas são vários, incluindo aqui o uso do álcool que é uma droga, queiramos ou não.

Para começar o próprio uso da droga, incluindo o álcool já que é uma dependência já é classificada como uma doença mental e/ou transtorno mental que tem influência generalizada em todo o organismo do ser humano.

Mas não só isso, além da dependência que já ser uma enfermidade mental, por si só, ela também atraem outras enfermidade mentais, físicas e orgânicas, que poderiam ser evitadas caso a pessoa fosse fizesse abstinência.

O certo é não fazer uso de drogas, incluindo o abuso do álcool, pois além dos prejuízos na vida acadêmica, profissional, social e familiar, sem contar que o uso prolongado dessas substâncias pode causar câncer na cavidade oral, esôfago, faringe, fígado e/ou vesícula biliar; hepatite, cirrose, gastrite, úlcera, danos cerebrais, desnutrição, problemas cardíacos, problemas de pressão arterial, além de transtornos psicológicos.

Abordarei somente as enfermidades mentais que podem surgir a mais numa pessoa que já tem uma enfermidade mental que é a dependência química.

Vamos lá:
O que vou citar aqui vale para todo tipo de drogas, licitas e ilícitas, com um destaque pelo uso do fumo, que variantes menos intensas, mas prejudiciais também.

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de drogas -  álcool - intoxicação aguda.
Estado consequente ao uso de uma substância psicoativa e compreendendo perturbações da consciência, das faculdades cognitivas, da percepção, do afeto ou do comportamento, ou de outras funções e respostas psicofisiológicas.

As perturbações estão na relação direta dos efeitos farmacológicos agudos da substância consumida, e desaparecem com o tempo, com cura completa, salvo nos casos onde surgiram lesões orgânicas ou outras complicações.

Entre as complicações, podem-se citar traumatismo, aspiração de vômito, delirium, coma, convulsões e outras complicações médicas.

A natureza destas complicações depende da categoria farmacológica da substância consumida assim como de seu modo de administração.

Estados de transe e de possessão na intoxicação por substância psicoativa.
Intoxicação alcoólica aguda. Intoxicação patológica. "Más viagens" (drogas).

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de drogas - álcool - uso nocivo para a saúde.
Modo de consumo de uma substância psicoativa que é prejudicial à saúde.

As complicações podem ser físicas (por exemplo, hepatite consequente a injeções de droga pela própria pessoa) ou psíquicas (por exemplo, episódios depressivos secundários a grande consumo de álcool).

Abuso de uma substância psicoativa.

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de drogas - álcool - síndrome de dependência.
Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após repetido consumo de uma substância psicoativa, tipicamente associado ao desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo, à utilização persistente apesar das suas consequências nefastas, a uma maior prioridade dada ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações, a um aumento da tolerância pela droga e por vezes, a um estado de abstinência física.

A síndrome de dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por exemplo, o fumo, o álcool ou o diazepam), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.
 
Alcoolismo crônico, Dipsomania, Toxicomania.

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de drogas - álcool - síndrome [estado] de abstinência.
 
Conjunto de sintomas que se agrupam de diversas maneiras e cuja gravidade é variável, ocorrem quando de uma abstinência absoluta ou relativa de uma substância psicoativa consumida de modo prolongado.

O início e a evolução da síndrome de abstinência são limitados no tempo e dependem da categoria e da dose da substância consumida imediatamente antes da parada ou da redução do consumo.

A síndrome de abstinência pode se complicar pela ocorrência de convulsões.

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de drogas - álcool - síndrome de abstinência com delirium.
Estado no qual a síndrome de abstinência se complica com a ocorrência de delirium.

Este estado pode igualmente comportar convulsões. Delirium tremens (induzido pelo álcool).

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de drogas - álcool - transtorno psicótico.
Conjunto de fenômenos psicóticos que ocorrem durante ou imediatamente após o consumo de uma substância psicoativa, mas que não podem ser explicados inteiramente com base numa intoxicação aguda e que não participam também do quadro de uma síndrome de abstinência.

O estado se caracteriza pela presença de alucinações (tipicamente auditivas, mas freqüentemente polissensoriais), de distorção das percepções, de idéias delirantes (freqüentemente do tipo paranóide ou persecutório), de perturbações psicomotoras (agitação ou estupor) e de afetos anormais, podendo ir de um medo intenso ao êxtase.

O sensório não está habitualmente comprometido, mas pode existir certo grau de obnubilação da consciência embora possa estar presente a confusão mas esta não é grave. Alucinose.

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de drogas - álcool - síndrome amnésica.
Síndrome dominada pela presença de transtornos crônicos importantes da memória (fatos recentes e antigos).

A memória imediata está habitualmente preservada e a memória dos fatos recentes está tipicamente mais perturbada que a memória remota.

Habitualmente existem perturbações manifestas da orientação temporal e da cronologia dos acontecimentos, assim como ocorrem dificuldades de aprender informações novas.

A síndrome pode apresentar confabulação intensa, mas esta pode não estar presente em todos os casos.

As outras funções cognitivas estão em geral relativamente bem preservadas e os déficits amnésicos são desproporcionais a outros distúrbios.

Psicose ou síndrome de Korsakov, induzida pelo álcool ou por outra substância psicoativa ou não especificada.

Transtorno amnésico induzido pelo álcool ou por drogas.
Psicose ou síndrome de Korsakov não-alcoólica.

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de drogas - álcool - transtorno psicótico residual ou de instalação tardia.
Transtorno no qual as modificações, induzidas pelo álcool ou por substâncias psicoativas, da cognição, do afeto, da personalidade, ou do comportamento persistem além do período durante o qual podem ser considerados como um efeito direto da substância.

A ocorrência da perturbação deve estar diretamente ligada ao consumo de uma substância psicoativa.

Tratamento
Os tratamentos para dependentes são bastante variados porque existem múltiplas perspectivas para essa condição.

Não se deve confundir o tratamento do alcoolismo com o tratamento apenas da síndrome de abstinência. O tratamento de dependentes químico é complexo, multiprofissional e longo dependendo da persistência do paciente e sua rede social de apoio para o processo de cura.

A maioria dos tratamentos geralmente preferem uma abstinência de tolerância zero; entretanto, alguns preferem uma abordagem de redução de consumo progessiva.

A efetividade dos tratamentos para dependentes químicos varia amplamente. Quando considerada a eficácia das opções de tratamento, deve-se considerar a taxa de sucesso daquelas pessoas que entraram no programa, não somente aqueles que o completaram.

Como o término do programa é a qualificação para o sucesso, o sucesso entre as pessoas que completam um programa é geralmente perto de 100%.

Também é importante se considerar não somente a taxa daqueles que atingiram os objetivos do tratamento, mas também a taxa daqueles que tiveram recaídas.

Psicoterapia
Pessoas que perdem o emprego e não conseguem arrumar outro por causa da dependência acabam entrando em um ciclo vicioso auto-destrutivo.

Após a desintoxicação, diversas formas de terapia em grupo ou psicoterapia podem ser usadas para lidar com os aspectos psicológicos subconscientes que são relacionados à doença da dependência quimica, assim como proporcionar a aquisição de habilidades de prevenção às recaídas como assertividade e técnicas de relaxamento mais saudáveis.

O aconselhamento em grupo através de ajuda mútua é um dos meios mais comuns de ajudar os dependentes a manter a sobriedades. Muitas organizações já foram formadas para proporcionar esse serviço, como os Alcoólicos Anónimos, etc.

A terapia cognitivo comportamental é feita individualmente, mas pode convidar familiares e amigos para participar caso o paciente aceite, e tem como objetivos.

• Desenvolver aprendizagem e prática de novos comportamentos substitutos para o comportamento de beber através de treinamento de habilidades intrapessoais (auto-identificação) e interpessoais (sociais);
• Ensinar estratégias de enfrentamento que podem ser usadas para lidar com situações de alto risco (internas e externas) que poderiam levar ao comportamento adictivo;
• Estabelecer estratégias gerais de mudanças no estilo de vida que ajudem o paciente a atingir seus objetivos acadêmicos, profissionais, sociais e familiares de forma mais eficiente;
• Desenvolver estratégias que favoreçam a manutenção do processo de mudança nos hábitos produzidos pelo tratamento.

Psicólogos cognitivos comportamentais também fazem planos emergenciais para uma variedade de situações de estresse que podem surgir de maneira inesperada e planejam com o paciente estratégias para resolvê-las.

Durante a terapia é comum que outros transtornos como fobia social, depressão maior, transtorno bipolar, hiperatividade, transtorno de personalidade limítrofe, transtorno de ansiedade generalizada, anorexia nervosa ou outro transtorno de humor, ansiedade ou alimentar sejam identificados como a causa do alcoolismo.