quinta-feira, 13 de novembro de 2014

RELACIONAMENTO ABERTO: O QUE É COMO SEUS PRATICANTES PENSAM O RELACIONAMENTO


A realidade do relacionamento aberto
Por mais que para você o relacionamento aberto seja algo estranho para alguns e mistério para outros, para muitas outras pessoas, ele é tão simples quanto praticável.

Ou melhor, os relacionamentos abertos são mais comuns do que pensamos.

Existem diversos casais que, atualmente, se identificam em um namoro, ou mesmo, em um casamento aberto.

Para esses casais, o relacionamento aberto pode ser considerado, até mesmo, uma filosofia de vida, pois encaram a sua relação como uma forma de evoluir individual e coletivamente.

O que é um relacionamento aberto?
Relacionamento aberto é a relação afetiva em que os parceiros envolvidos concordam com uma forma de não-monogamia, de modo que relações afetivas/sexuais com terceiros possam não ser consideradas traição ou infidelidade.

Isso significa que eles concordam que uma relação íntima ou romântica com terceiros é aceito, permitido ou tolerado.

O conceito tem sido reconhecido desde a década de 1970.

É defendido por seus adeptos como uma alternativa ao modelo monogâmico tradicional, alternativa preocupada com os efeitos do tolhimento do desejo no indivíduo e no casal.

Ainda segundo seus defensores, o uso do termo para referir-se ao ficar é inapropriado por este último ter por essência a ausência de compromissos, o que não acontece nos casamentos abertos e namoros abertos.

O que é um casamento aberto?
Casamento Aberto usualmente se refere a um casamento no qual os parceiros envolvidos concordam que relações extraconjugais não são consideradas como traição ou infidelidade, e podem ser vividas pelos dois parceiros juntos ou separadamente.

Relatos de famosos que tiveram relacionamento aberto
Um casal famoso que tinha publicamente um relacionamento aberto era o escritor e filósofo francês Sartre e a feminista, escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir.

Eles tiverem um casamento que durou mais de 50 anos e que se estendeu até a morte de Sartre.

Para definir o relacionamento aberto do casal, Sartre tem uma famosa frase “entre nós, trata-se de um amor necessário: convém que conheçamos também amores contingentes”.

Incidência de relacionamento e/ou casamento aberto
Existem muitos problemas de definição que complicam as tentativas de determinar a incidência de Casamentos Abertos. Algumas vezes, por exemplo, pessoas dizem ter um Casamento Aberto sem o consentimento do parceiro.

As pessoas também podem concordar com o sexo extraconjugal, mas sem nunca ter praticado de fato.

Além desses fatos, existem os que se dizem monogâmicos, mas praticam sexo extraconjugal (tal comportamento tende a ser mal visto e não é considerado Casamento Aberto e sim traição).

Alguns pesquisadores definem Casamento Aberto com termos muito vagos.

Porém, a despeito dessas dificuldades, estima-se que a incidência de Casamentos Abertos seja de 2% a 6% das pessoas casadas.

Tal número tem se mantido relativamente estável por pelo menos duas gerações.

Tipos de relacionamento aberto
Existem vários estilos diferentes de relacionamentos abertos. Estes incluem:
• Relações com múltiplos parceiros, quando um relacionamento sexual não ocorre entre todas as partes envolvidas;
• Relacionamentos híbridos, quando um parceiro não é monogâmico e o outro é;
• Swinging.
 
Em grande medida, os relacionamentos abertos são uma generalização do conceito de um relacionamento para além das relações monogâmicas.
 
Uma forma de relacionamento aberto é o casamento aberto, em que os participantes de um casamento têm uma relação aberta.
 
Classificação dos relacioamentos abertos
Relacionamentos abertos podem ser classificados em grupos abertos e grupos fechados.
 
Grupos abertos
Em grupos abertos, múltiplos parceiros podem mudar a qualquer momento e tendem a conter três tipos de participantes: membros do núcleo, membros associados e filiados.
 
Membros do núcleo são os participantes que são sexualmente íntimos com vários outros; os membros associados são aqueles que estão envolvidos sexualmente com pelo menos dois membros do grupo; e membros filiados, são aquelas pessoas que acreditam em uma filosofia semelhante, aceita pelos outros e são vistos como membros do grupo, mesmo que eles só estejam envolvidos com seu companheiro, o membro do núcleo.
 
Grupos fechados
Em um grupo fechado, todos os participantes são membros do núcleo.

A relação aberta termo é por vezes usada de forma intercambiável com o termo intimamente relacionado poliamor, mas os dois conceitos não são idênticos.

O que é poliamor?
Poliamor (do grego πολύ - poli, que significa muitos ou vários, e do Latim amor, significando amor) é a prática, o desejo, ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos, não devendo no entanto ser confundido com pansexualidade.
 
Poliamor é frequentemente descrito como consensual, ético, responsável e não-monogâmico.
 
A palavra é por vezes utilizada num sentido mais amplo para se referir a relações sexuais ou romântico que não incluem apenas sexo, embora haja discordância sobre quão amplamente se aplica; a ênfase na ética, honestidade e transparência como um todo é amplamente considerada por seus defensores como crucial para definir sua característica.
 
Em outras palavras, o poliamor como opção ou modo de vida, defende a possibilidade prática e sustentável de se estar envolvido de modo responsável em relações íntimas, profundas e eventualmente duradouras com vários parceiros simultaneamente.

O que é pansexualidade?
A pansexualidade é caracterizada pela atração sexual, romântica e/ou emocional independentemente da identidade de gênero do outro. Inclui, portanto, pessoas que não se encaixam na binária de gênero macho/fêmea.

A palavra pansexual deriva do prefixo Grego pan-, que significa "tudo" ou no caso, "todos".

"Todos" é uma referência específica aos gêneros (masculino, feminino) em humanos.

Em sua forma mais simples, pansexualidade denota o potencial de atração sexual por todos os sexos, ou gêneros. Usa-se para negar a ideia de dois gêneros, ou sexos (como expressado pelo prefixo bi-).

Algumas pessoas trans e intersexuais se descrevem como "pansexuais", tendo uma percepção íntima que existem muitos níveis entre o masculino e o feminino.

Contudo isto não deve ser visto como generalização, já que as pessoas trans podem se identificar como heterossexuais, bissexuais ou homossexuais baseado em sua identidade de gênero, e pessoas cisgêneros (não-trans) podem também se ver atraídas por indivíduos em todo o espectro sexual.

Aceitação social do relacionamento e/ou casamento aberto
Pesquisas de opinião mostram que a grande maioria das pessoas desaprovam qualquer atividade sexual fora do casamento.
 
Existem poucas pesquisas sobre a mesma desaprovação especificamente para Casamentos Abertos.
 
Muitas vezes, as pessoas reprovam sem saber exatamente o que é geralmente motivada por opiniões pré-fabricadas e preconceituosas.
 
Alguns críticos colocam objeções morais, religiosas, psicológicas e até patológicas para Casamentos Abertos.
 
A falta de aceitação social exerce uma forte pressão nos casais, que os leva a esconder sua opção da família, amigos e colegas.
 
Isso limita bastante sua rede de apoio social, às vezes até resultando, em alguns países, na perda de direitos governamentais de assistência médica e psicológica.
 
O relacionamento aberto e as questões legais
A prática de sexo extraconjugal é geralmente ilegal na maioria dos países onde o adultério é considerado ilegal, não importando se os parceiros entraram em acordo ou não.

"Casamento Aberto" não é a mesma coisa que poligamia, em que relações sexuais são inteiramente mantidas entre os parceiros numa união formalmente reconhecida.

Por isso, ao se deparar com alguém que tenha um relacionamento aberto não se esponte.

O relacionamento aberto para a psicanálise
Para a psicanálise o relacionamento aberto é tido como uma perversão, pois a inclusão de um terceiro elemento demonstra a incapacidade de excitação constante com o parceiro, além do mais esse terceiro elemento remete ao complexo de édipo, no sentido de fantasias infantis arraigadas no inconsciente onde a leitura seria de interferir e destruir o relacionamento dos pais, onde agora haverá a projeção de tal fenômeno do passado para o casal.