sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O PRECONCEITO E SUAS VÁRIAS FORMAS


 
O QUE É PRECONCEITO?
 
Preconceito (prefixo pré- e conceito) é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, "racial" e "sexual".
 
Como o nome já diz, o preconceito é um "pré-conceito", ou seja, um conceito previamente formado para julgar uma pessoa ou um grupo de pessoas; como aqueles velhos conceitos que dizem que todo português é burro ou que negro não é gente, entre outros absurdos.
 
De modo geral, das o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada "estereótipo". Exemplos: "todos os alemães são prepotentes", "os americanos formaram grandes grupos arrogantes", "todos os ingleses são frios". 

Observar características comuns a grupos são consideradas preconceituosas quando entrarem para o campo da agressividade ou da discriminação, caso contrário reparar em características sociais, culturais ou mesmo de ordem física por si só não representam preconceito, elas podem estar denotando apenas costumes, modos de determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de determinadas regiões, pura e simplesmente como forma ilustrativa ou educativa.

Observa-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro. 

Entretanto, trata-se de um erro que faz parte do domínio da crença, não do conhecimento, ou seja ele tem uma base irracional e por isso escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio.

Os sentimentos negativos em relação a um grupo fundamentam a questão afetiva do preconceito, e as ações, o fator comportamental. Segundo Max Weber (1864-1920), o indivíduo é responsável pelas ações que toma. Uma atitude hostil, negativa ou agressiva em relação a um determinado grupo, pode ser classificada como preconceito.

AS VÁRIAS FORMAS DE PRECONCEITO

Existem várias formas de preconceito, algumas que nem são realmente consideradas preconceito.

Preconceito racial:O racismo é a tendência do pensamento, ou o modo de pensar, em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras, normalmente relacionando características físicas hereditárias a determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a matriz racial.

A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferioridade, se sentindo, muitos povos, como inferiores aos europeus.

Outros tipos de racismo:

Antimestiço

Antimestiço, é uma forma de racismo menos conhecida  e consiste na crença de que a miscigenação gera indivíduos inferiores aos de "raça pura" (degeneração). 

Uma forma atual de racismo tem ocorrido como reação ao racismo contra negros e de indígenas e asiáticos que consiste em negar a identidade mestiça e a defesa de que as populações de pardos fazem de sua condição de mestiça, exigindo-se que as populações mestiças sejam tratadas como negras, indígenas ou brancas, negando sua peculiaridade.

O Movimento Negro no Brasil não aceita o termo "mulato" nem aceita o "Movimento Mestiço" e o grupo "Nação Mestiça".

Preconceito quanto à classe social:

O preconceito social é uma forma de preconceito a determinadas classes sociais que provém da divisão da sociedade em classes. A discriminação consiste em acreditar que as classes mais pobres são inferiores às que possuem mais bens. 

Nas sociedades, o preconceito é desenvolvido a partir da busca, por O preconceito social é uma forma de preconceito a determinadas classes sociais que provém da divisão da sociedade em classe dominante (que detém o capital e os bens de capital) e a classe dominada (aquela que possui a força de trabalho apenas). 

A discriminação consiste em acreditar que as classes mais pobres são inferiores às que possuem capital. preconceituosas, em tentar localizar naquelas vítimas do preconceito o que lhes “falta” para serem semelhantes à grande maioria. 

Podemos citar o exemplo da civilização grega, onde o bárbaro (estrangeiro) era o que "transgredia" toda a lei e os costumes da época. Atualmente, um exemplo claro de discriminação e preconceito social é a existência de favelas e condomínios fechados tão próximos fisicamente e tão longes socialmente das residências da classe média.

É muito raro encontrar alguém que nunca tenha visto Caco Antibes (personagem de Miguel Falabella no programa Sai de Baixo, exibido pela Rede Globo de Televisão) dizendo algo parecido com "eu tenho horror a pobre" ou "...coisa de pobre". 

Preconceito quanto à orientação sexual:

Sexismo é termo que se refere ao conjunto de ações e ideias que privilegiam entes de determinado gênero (ou, por extensão, que privilegiam determinada orientação sexual) em detrimento dos entes de outro gênero (ou orientação sexual).

Outros preconceitos quanto as questões sexuais:

Misandria é o ódio ou desprezo ao sexo masculino (homens ou meninos). A palavra vem do grego misos (μῖσος, "ódio") e anēr, andros (ἀνήρ, caso genitivo ἀνδρός; "homem"). É paralelo à misoginia, o ódio para com o sexo feminino. Misandria é o antônimo de filandria, que é o apreço, admiração ou amor aos homens.

Misoginia é o ódio ou desprezo ao sexo feminino (mulheres ou meninas). A palavra vem do grego misos (μῖσος, "ódio") e gyné (γυνή, "mulher"). É paralelo à misandria, o ódio para com o sexo masculino. Misoginia é o antônimo de filoginia, que é o apreço, admiração ou amor pelas mulheres.

A misoginia é por vezes confundida com o machismo e com o androcentrismo, mas enquanto que a primeira se baseia no ódio ou desprezo, o segundo fundamenta-se numa crença na inferioridade da mulher e o último com a desconsideração das experiências femininas perante o ponto de vista masculino.

Masculinismo - é um conjunto de teorias sociais, movimentos políticos e filosofias morais que se fundamentam na experiência masculina. Propõe analisar as desigualdades de gênero e promover o combate ao sexismo antimasculino. Os masculinistas veem esta ideologia como uma visão alternativa das questões de gênero, focada na experiência dos homens.

Homofobia (homo, pseudoprefixo de homossexual, fobia do grego φόβος "medo", "aversão irreprimível") é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a lésbicas, gays, bissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas intersexuais. As definições referem-se variavelmente a antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional.

A homofobia é observada como um comportamento crítico e hostil, assim como a discriminação e a violência com base em uma percepção de orientação não heterossexual.

Heterofobia descreve discriminação inversa com base na orientação sexual e implica preconceito ou aversão para com as pessoas e instituições heterossexuais. Cunhado como uma analogia direta com a homofobia, "heterofobia" é usado por alguns opositores para diversos direitos legais e civis de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT), quando é usado em vez do heterossexismo.

Bifobia é um termo usado para descrever o medo de, aversão à, ou discriminação contra bissexualidade ou pessoa LGBT que é bissexual ou percebe ser bissexual. Também pode significar o ódio, a hostilidade, desaprovação de, ou preconceito contra a pessoa LGBT, comportamento sexual, ou culturas. Bifóbico é a forma adjetiva deste termo usado para descrever as qualidades dessas características enquanto o menos comum biofóbo é a forma de substantivo dada como um título para indivíduos com características "bifóbicas".

Preconceito quanto à nacionalidade:

Nem todo português é burro como nem todo baiano é preguiçoso... Todo brasileiro fala mal de norte americano (ou pelo menos um monte de brasileiros), mas é bem verdade que no Brasil o que mais se faz é imitar americano, tanto na linguagem (chat, login, homepage...) como na cultura ou, como pode se dizer, na alimentação (e haja fast-food).

Outros preconceitos ligados a nacionalidade:

• Chauvinismo ou chovinismo (do francês chauvinisme) é o termo dado a todo tipo de opinião exacerbada, tendenciosa, ou agressiva em favor de um país, grupo ou ideia. 

Associados ao chauvinismo frequentemente identificam-se com expressões de rejeição radical a seus contrários, desprezo às minorias, narcisismo, mitomania.

O termo deriva do nome de Nicolas Chauvin, soldado do Primeiro Império Francês, que sob comando de Napoleão Bonaparte demonstrou seu enorme amor por seu país sendo ferido dez vezes em combate, mas sempre retornando aos campos de batalha.

Inicialmente, o vocábulo foi usado para designar pejorativamente o patriotismo exagerado, sendo posteriormente adotado para outros casos.

• Jingoísmo, é a doutrina que defende, exagerada e belicosamente o nacionalismo.

• Xenofobia (do grego ξένος, translit. xénos: "estrangeiro"; e φόβος, translit. phóbos: "medo.") é o medo irracional, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros, a desconfiança em relação a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que vêm de fora do seu país.

Preconceito contra deficientes:
 
Seja o deficiente físico ou mental, não tem jeito... é só sair na rua que todos olham torto, mantêm distância, como se a deficiência fosse algo contagioso, ou melhor, altamente contagioso.

E não é só de olhar torto que existe o preconceito, eles são rejeitados e, quando precisam, ninguém se dispõe a ajudar.

Para essas pessoas, é muito difícil fazer amizades e ainda mais difícil ser aceita pela comunidade.

Preconceito entre religiões:

Hitler não acabou com os judeus... mas tentou, numa terrível demonstração de preconceito não só contra judeus, mas contra todas as pessoas que não fossem arianas. Mas não é preciso declarar guerra para ser preconceituoso nesse ponto... basta ficar reclamando da religião de alguém (ou do fato da pessoa não ter religião alguma) que já é preconceito. 

Preconceito para com faixa etárias:

Etaísmo, é a discriminação etária, generacional um tipo de discriminação contra pessoas ou grupos baseado na idade.

Quando este preconceito é a motivação principal por trás dos atos de discriminação contra aquela pessoa ou grupo, então estes atos se constituem em discriminação por idade.

Embora etaísmo possa se referir ao preconceito contra qualquer grupo etário, a discriminação por idade está geralmente associada a duas faixas etárias específicas:

• Adolescentes: (etaísmo contra adolescentes é também chamado "adultismo"), a quem são atribuídos as características estereotipadas de imaturos, insubordinados e irresponsáveis;

• Terceira idade: que são rotulados de lentos, fracos, dependentes e senis.

A ORIGEM DO PRECONCEITO

O medo é a primeira delas. O medo da insegurança econômica, o medo de perder o prestígio pessoal ou de um grupo etc. 

O preconceito racial continuará a existir no mundo, sob uma forma ou outra, enquanto não existir um maior sentido de segurança pessoal.

O preconceito racial pode surgir de causas econômicas e políticas, de um complexo de superioridade ou inferioridade de uma raça particular, de diferenças biológicas, de caracteres hereditários ou de uma combinação de várias dessas causas.

O preconceito tem origem nas frustrações das pessoas que em determinada situação se transforma em raiva em hostilidade para com outros.

As pessoas se sentem exploradas, oprimidas, humilhadas e como não podem manifestar sua raiva, bem como outros sentimentos, contra um alvo identificável, pessoal, deslocam sua raiva contra aqueles abaixo da escala social, causando assim o preconceito e a descriminação.

Mas no geral o preconceito é fruto da ignorância, da falta de conhecimento e da falta de respeito ao próximo.

Mas a base se encontra na falta de amor, na falta de nós mesmos.
 
COMO DIMINUIR O PRECONCEITO

Acabar nunca, pois levando em conta a situação humana, existe muita fragilidade para chegarmos a esse ponto, mas uma coisa é certa, podemos diminuir. 

Para mudar o curso da história e evitar reincidências, devemos nos concentrar na educação. 

E é na educação que devemos colocar nossas maiores esperanças, sem, contudo esquecer que uma educação autoritária, repressiva, carente de afeto, pode levar as mesmas barbáries que a extrema ignorância.