sábado, 11 de outubro de 2014

O NARCISISMO

 
Definição
O narcisismo faz parte de um agrupamento que compreende diversos estados e tipos de comportamentos significativos que tendem a persistir e são expressão característica da maneira de viver do indivíduo e de seu modo de estabelecer relações consigo próprio e com os outros.
 
É um transtorno conhecido como de personalidade, pois como já dissemos é uma característica de viver do indivíduo e de seu modo de estabelecer relações consigo e com as outras pessoas.
 
Em síntese, o narcisismo descreve a característica de personalidade de ou da paixão por si mesmo.
 
Pessoas com o transtorno de personalidade narcisista julgam-se grandiosos e possuem necessidades de admiração e aprovação de outras pessoas em excesso.
 
A palavra é derivada da Mitologia Grega. Narciso era um jovem e belo rapaz que rejeitou a ninfa Eco, que desesperadamente o desejava. Como punição, foi amaldiçoado de forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida na água. Incapaz de levar a termos sua paixão, Narciso suicidou-se por afogamento.
 
Freud acreditava que algum nível de narcisismo constitui uma parte de todos desde o nascimento.
 
Andrew Morrison afirma que, em adultos, um nível razoável de narcisismo saudável permite que um indivíduo equilibre a percepção de suas necessidades em relação às de outem.
 
Em psicologia e psiquiatria, o narcisismo excessivo é o que dificulta o individuo a ter uma vida satisfatória, é reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de Transtorno de personalidade narcisista.
 
Em psicanálise o narcisismo representa um modo particular de relação com a sexualidade, sendo um conceito crucial para a formação da teoria psicanalítica tal qual conhecemos hoje.
 
O narcisismo não é apenas uma condição patológica, mas também um protetor do psiquísmo. Um narcisismo “que promove a constituição de uma imagem de si unificada, perfeita, cumprida e inteira”.
 
Ultrapassa o auto-erotismo para fornecer a integração de uma figura positiva e diferenciada do outro.
Exprimir uma certa forma de narcisismo não tem nada de grave num adolescente. Trata-se na maior parte das vezes de uma etapa no desenvolvimento da personalidade antes de enfrentar as responsabilidades da vida adulta. No entanto, se o comportamento narcisístico não desaparece, e pelo contrário se exaspera, é melhor recorrer a um psicólogo.
 
Os termos "narcisismo" e "narcisista" são freqüentemente utilizados como pejorativos, denotando vaidade ou egoísmo. Quando aplicado a um grupo social, o conceito tem relação com o conceito de elitismo.
 
Em resumo:
Pessoas com personalidade narcisista sofrem do transtorno que tende a se preocupar obsessivamente com a maneira com que os outros o enxergam, e também com aspectos que possam influir de algum modo na percepção de sua imagem, tais como poder, prestígio, vaidade, e até mesmo martírio.
 
As características da personalidade narcisista
Características:
1. Padrão global de grandiosidade;
2. Falta de empatia e hipersensibilidade à avaliação dos outros;
3. Reação crítica com sentimentos de raiva, vergonha, ou humilhação;
4. Gosta de explorar os outros e levar vantagens para atingir seus próprios objetivos;
5. Tem sensação de auto-importância, exagera nas realizações e talentos, esperando ser notado como “especial” sem realização adequada;
6. Acredita que seus problemas são únicos e que seus problemas só podem ser compreendidos por outra pessoa especial;
7. É preocupado com fantasias de sucesso, poder brilhantismo, beleza ilimitada, ou amor ideal;
8. Tem uma sensação de intitulamento;
9. Expectativa irracional de tratamento especialmente favorável, por exemplo, presume que não tem que esperar na fila, quando os outros precisam fazê-lo;
10. Requer constante atenção a admiração, por exemplo, busca se cumprimentado;
11. Falta de empatia: incapacidade de reconhecer e vivenciar como os outros sentem, por exemplo, aborrecimento e surpresa quando um amigo que está seriamente doente cancela um encontro;
12. Está preocupado com sentimentos de inveja.
 
Outras características:
1. Pode alimentar fantasias de amor perfeito (adoração completa), além de sucesso, fama, poder, beleza ilimitados;
2. É exibicionista e precisa ser visto e admirado de alguma forma - ainda que negativamente;
3. Tem tendência a sentir raiva aparentemente sem razão;
4. Tende a tratar as pessoas com frieza como forma de puni-las, ou para dar pistas de que não precisa mais delas;
5. Rumina constantemente sentimentos de inferioridade, vergonha e vazio interior;
6. Idealiza ou desvaloriza completamente as pessoas de maneira quase instantânea, fundamentando-se em poucos dados objetivos;
7. Mostra dificuldade ou incapacidade de sentir empatia.
 
Na verdade o narcisista de alguma forma acredita merecer a atenção que exige, fundamentando-se por meio de mecanismos psicológicos de defesa, como a racionalização, ou acusando outras pessoas pelos seus próprios problemas (projeção).
 
Os tipos de narcisista – classificação
Em 1914 Freud lançou o livro Sobre a Introdução do Conceito de Narcisismo, neste livro Freud subdivide o narcisismo em duas fases:
• Narcisismo primário- é a fase auto-erótica, o primeiro modo de satisfação da libido, onde as pulsões buscam satisfação no próprio corpo. Nesse período ainda não existe uma unidade do ego, nem uma diferenciação real do mundo.

• Narcisismo secundário - ocorre em dois momentos: o investimento objetal e o retorno desse investimento para o ego. Quando o bebê já consegue diferenciar seu próprio corpo do mundo externo ele identifica quais as suas necessidades e quem pode satisfazê-las, então concentra em um objeto suas pulsões parciais, geralmente na mãe.
 
Além dessa classificação, temos a de Theodore Millom.
 
Theodore Millon subcategorizou os narcisistas.
 
A classificação, no entanto, não é estanque, de modo que indivíduos com o transtorno podem exibir uma mistura dos traços abaixo:
• Erótico - características histriônicas, o que o faz lembrar uma espécie de conquistador obsessivo, um Don Juan ou uma Cleópatra - com acentuado comportamento erótico exibicionista.

• Compensador - características (passivo-agressivas), próprias dos Esquivos.

• Fanático - apresenta características dos Esquizóides. O tipo descreve alguém severamente ferido narcisisticamente, normalmente com tendências paranóicas que se prende à ilusão de onipotência.

• Manipulador - com tendências anti-sociais. Trata-se de um charlatão - pessoa exploradora, propensa a enganar sem remorsos.
 
As possivéis causas
Em psicanálise o narcisismo representa um modo particular de relação com a sexualidade.
 
Simplificando, o narcisismo tem como causa o fato do objeto sexual ser a propria pessoal, o alibido em fez de ser lançado ou direcionado para o outro, é desviado para a própria pessoa.
 
Tirando a explicação que encontramos na psicanálise, não se conhece a causa do transtorno, de acordo com Groopman and Cooper, o transtorno de personalidade narcisista pode ter como causas, os seguintes:
• Temperamento de nascença muito sensível;
• Valorização excessiva de talentos ou da beleza física pelos responsáveis;
• Admiração excessiva por parte dos pais, a ponto de a criança perder a conexão com a realidade;
• Crianças muito mimadas ou supervalorizadas pelos pais;
• Abuso emocional severo durante a infância;
• Comportamento caótico e imprevisível dos pais durante a infância;
• Uso da criança como meio para regular a auto-estima de pais inseguros.
 
O tratamento
O tratamento desse transtorno baseia-se na Psicoterapia (de orientação analítica ou comportamental na maioria dos casos) e Psicanálise.
 
Algumas vezes deve-se também tratar outros transtornos que se desenvolvem juntamente com esses, e na maioria das vezes, aparecem depressão e ansiedade associada a esse transtorno.
 
A procura pelo atendimento é geralmente estimulada pelos amigos e familiares, que são muito mais incomodados pelo transtorno que o próprio indivíduo.
 
Não se pode esquecer que muitas dessas características fazem parte dos traços normais de muitos indivíduos, e somente quando esses traços são muito rígidos e não adaptativos é que constituem um transtorno.
 

DICAS DE COMO ENSINAR LIMITES AOS FILHOS


Na incansável luta para impor limites, muitas vezes os pais desperdiçam mais energia do que deviam.
 
Para evitar isso, a psicóloga neozelandesa Diane Levy, autora do livro “É Claro que Eu Amo Você...
 
Agora Vá para o Seu Quarto!” (Editora Fundamento) e especializada no aconselhamento de pais, separa aquilo que apenas cansa daquilo que dá certo na hora de educar os filhos.

“Há um bom punhado de coisas que fazemos ao tentar educar as crianças e que simplesmente não ajudam”, ela comenta, em depoimento ao iG Delas. “Quando você evita explicar muito, avisar muito, adular, subornar, ameaçar e punir, você poupa tempo e energia e mantém a sua dignidade como pai ou mãe.
 
Quando você pede, diz e deixa a distância emocional fazer o trabalho, suas crianças rapidamente aprenderão que quando você pede que eles façam algo – ou que parem de fazer algo – eles não tem alternativa a não ser fazê-lo”.

Segundo Diane, reconhecer e evitar estratégias exaustivas e inúteis torna os pais mais convincentes em suas ordens ou instruções. Ela explicou, as atitudes menos efetivas na hora de impor limites – e, do outro lado, as que mais garantem êxito. Leia abaixo os conselhos.

1. Não se explique demais
“Quando pedimos para uma criança fazer algo ou para parar de fazê-lo, nosso hábito é de seguir com uma grande explicação de porquê tal ação é necessária. Se nossos filhos não respondem à primeira explicação, pensamos que ela não teve apelo para eles (ou que eles apenas não a entenderam) e, então, gastamos tempo e energia em tentar convencê-los novamente”, explica Diane.

Se a criança não entendeu porque está sendo solicitada a fazer ou deixar de fazer algo, dificilmente ela será convencida por mais e mais explicações. O que ela precisa entender é que tudo o que você pede é para o bem dela – e assim será até ela crescer.

2. Não dê mais de um aviso
“Ao dar várias chances e avisos, nós mostramos às crianças que não acreditamos naquilo que dizemos e que não esperamos uma ação efetiva até darmos muitos e muitos avisos”, diz Diane. “A maioria das crianças entende que enquanto os pais estão nesse ‘modo de aviso’, nada irá acontecer com elas”. Portanto, seja firme.

3. Não adule
Você se pega usando frases como “se você arrumar seu quarto, ganha um chocolate” ou “faça toda a lição e te dou um brinquedo” com freqüência? Pense melhor. “Quando os adultos se esforçam adulando e coagindo as crianças para que elas façam o que devem, isso significa que só os pais estão fazendo o trabalho duro, enquanto os filhos esperam uma recompensa convincente o bastante para encorajá-los a começar uma tarefa que não é mais que obrigação deles”.

4. Não suborne
As crianças devem ser acostumada a agir dentro de um senso de obrigação. “Se o único jeito de conseguirmos fazer com que as crianças façam o que mandamos é oferecendo algo, nos deixamos vulneráveis a ter que pensar em maiores e melhores ‘mimos’ com o tempo. Além disso, essa ação dá às nossas crianças a permissão de perguntar ‘o que você me dará se eu fizer isso?’ – e esse não é um bom hábito para se encorajar”, resume Diane.

5. Não ameace
Ameaças funcionam com "se você não fizer isso.. então eu irei…”. Diane explica que, assim, você abre um contrato e isso dá margem para a criança negar a oferta. "Aprendi essa lição muito cedo com o meu primeiro filho. Quando dizia 'Robert, se você não guardar seus brinquedos agora, não iremos ao parque essa tarde', ele apenas respondia 'tudo bem'. E eu ficava sem saber para onde ir", relembra.

"Outro problema em ameaçar é que, se você fala que irá fazer algo, é obrigado a cumprir isso. A maioria das ameaças que tem como objetivo persuadir a criança a fazer o que foi pedido nos pune mais do que a elas", explica Diane. E exemplifica: “Os pais ameaçam: 'Se você não fizer isso imediatamente, não verá mais TV pelos próximos três dias'. É mais provável que a vida de quem fique mais difícil com essa ameaça?".

6. Não puna
Segundo Diane, algumas crianças aprendem através das punições, mas muitas se tornam ressentidas, irritadas e se sentem tratadas de forma desleal. “Também, se usarmos a punição, nossos filhos podem simplesmente aprender como aguentá-las – e voltarem a fazer aquilo que tentamos evitar”, afirma.

Mas se os pais deixarem de explicar, avisar, adular, subornar, ameaçar e punir, o que eles podem fazer? Diane sugere uma estratégia simples, com três passos: peça, diga e aja.

7. Peça uma vez só
Diane recomenda que os pais simplesmente peçam o que deve ser feito e observem a resposta do filho. Isso dará a eles uma informação importante. “Quando as crianças se negam a fazer o que foi pedido, eles usualmente expressam uma das três formas a seguir: tristeza, irritação ou distanciamento”, ensina ela.

A tristeza é simbolizada por chateação. “Eles parecem ofendidos e dizem ‘por que eu?’”, descreve. A irritação se manifesta em confronto: “eles discutem e acusam você de ser injusto com eles”. O distanciamento é caracterizado por indiferença. “Eles ignoravam você, olham para outro lado e continuam o que estão fazendo”, completa Diane. “Tudo isso significa que a criança não fará aquilo que pediu”. Mas como reagir?

8. Diga de maneira enérgica
“Vá até o seu filho – isso pode ser um pouco difícil para os pais, pois significa que eles terão que parar aquilo que estavam fazendo, levantar e ficar do lado da criança”, orienta Diane. Segundo ela, a presença próxima vale a pena. “Uma vez que aparecemos perto da criança, ela sabe que isso significa que ela terá que fazer o que foi pedido”.

A autora recomenda que os pais falem baixo – isso mostra que eles estão no controle tanto da própria voz quanto da criança – e que olhem seu filho nos olhos.

9. Aja
Se seu filho não respondeu a nenhuma das ações anteriores, você precisa fazer algo. “A coisa mais efetiva que você pode fazer é usar a ‘distância emocional’ até que ele esteja pronto para fazer o que foi pedido”, aconselha Diane. “Pegue-o no colo ou pela mão e o leve para o quarto. Diga firmemente ‘você é bem-vindo para se juntar à família assim que estiver pronto para fazer o que pedi’, e deixe-o sozinho”, completa. Lembre-se: o seu filho tem o poder de se reunir à família ao fazer o que lhe foi pedido.