quarta-feira, 2 de agosto de 2017

HÁBITOS, COMPULSÕES E VÍCIOS.


Normalmente existe dúvidas e muita confusão quando tratamos de Hábitos, Compulsões e Vícios. Quando não, muitos misturam ou confundem o significado de cada termo mencionado.

Mas o fato é que existe diferença, dai então a importância de saber quais são essas diferenças e como devemos lidar com cada uma das situações.

HÁBITOS
Chamamos de hábitos aos comportamentos, não inatos, que se tornam repetitivos e fixos. 

Ao que tudo indica, eles se consolidam na nossa memória, criando um caminho sólido no sistema nervoso, de modo que, em cada dada situação, respondemos do modo que foi padronizado.

Uma vez criado um hábito, que é um tipo de reflexo condicionado que se estabelece em função das repetições, fica muito difícil desfazê-lo. Temos facilidade para associar (condicionar) e enorme dificuldade para dissociar, desfazer essas conexões cerebrais que se fixam com vigor.

Se um dia nos habituamos a comer depressa, temos enorme dificuldade de reaprender e passar a comer mais devagar, mastigando bem os alimentos. 

Se um dia nos habituamos a cruzar as pernas ao sentar, o movimento nos chega automaticamente mesmo quando já sabemos da necessidade de nos livrarmos dele por força de algum problema de postura. 

Precisamos de atenção redobrada, de enorme empenho constante e prolongada, para conseguirmos nos livrar de nossos condicionamentos.

COMPULSÕES
As compulsões correspondem a hábitos específicos que se perpetuam apesar de terem um caráter frequentemente inconveniente ou mesmo nocivo.

São exemplos de compulsões o ato de roer as unhas, os variados tipos de automutilação, como por exemplo se ferir com as próprias unhas, assim como os transtornos obsessivo-compulsivos (TOC).

O que os caracteriza, a meu ver, é uma propriedade muitas vezes difícil de ser detectada, qual seja, a de que provocam uma redução de ansiedade: se alguém está muito nervoso e desenvolveu a compulsão de roer as unhas, será nessa hora que o fará, posto que isso provocará uma melhora do estado emocional.

Em uma frase: as compulsões provocam um tipo especial de prazer, chamado por Schopenhauer de “prazer negativo”, que se caracteriza pela existência de um desconforto inicial que se atenua através da realização do ato compulsivo; ele provoca um tipo de prazer parecido com o que nós sentimos quando, com frio, nos agasalhamos, com sede, bebemos água…

Os rituais repetitivos do portador de TOC aliviam uma ansiedade que só se esvai por esse meio. A compulsão por arrancar os cabelos (tricotilomania) só se perpetua por ter se transformado em “remédio” para a ansiedade que acompanha aquela pessoa em determinadas situações.

As compulsões alimentares ligadas à ingestão exagerada de comida (ou de certos doces) seguem o mesmo trajeto: apazigua a sensação de desamparo que nos maltrata em determinados momentos do dia ou da semana. 

Aquelas ligadas à recusa em se alimentar (anorexia) parecem relacionadas inicialmente ao prazer de se ver magra, que depois se transforma em algo mais complicado, onde o ato de comer aparece como a quebra de um ritual que alivia certas tensões, além de fazer bem à vaidade. 

As compulsões alimentares são mais complexas porque, além do alívio da sensação dolorosa de desamparo, trazem consigo também um “prazer positivo”, sensação agradável que não depende da presença de um desconforto prévio.

O doce ou o chocolate são experiências agradáveis mesmo na ausência de qualquer desconforto! Esse tipo de compulsão já tem um pé naquilo que se chama de vício.  

VÍCIO
O vício costuma estar ligado a um fortalecimento ainda maior das conexões neuronais típicas dos hábitos, pois, no cérebro, se estabelecem outros trajetos típicos da dependência química.

Desnecessário dizer das dificuldades das pessoas para se livrar deles, posto que, ao menos numa primeira fase, provocam enorme prazer, sendo que os efeitos nocivos só costumam aparecer depois de muito tempo.

Nem todos os vícios implicam dependência química, porém todos têm a ver com a presença de um prazer positivo, um bem-estar inicial: consumismo desvairado, excesso de trabalho.

É preciso cautela, pois não é difícil nos vermos enredados em algumas dessas situações. E, para sairmos, necessitamos, na maior parte das vezes, de uma força bem maior do que imaginamos.

Vício é simplesmente um costume censurável ou condenável; ou “comportamento habitual e repetitivo, e difícil ou impossível de controlar” (Collins).

CONSEQUÊNCIAS
Quando uma pessoa atinge tamanho nível de dependência química ou comportamental, sua mente, seu corpo, seus relacionamentos familiares, sociais e profissionais, suas finanças e sua profissão são afetadas ou até mesmo, destruídas. 

A dependência consome a auto-estima e a dignidade. Quando a dependência se instala, ela costuma arruinar a vida da pessoa e de seus familiares.

O vício tira a liberdade do individuo, toma a sua vontade e anula qualquer alternativa de vida.

 As motivações que levam uma pessoa a se envolver ou deixar-se envolver em vícios químicos e comportamentais são as mais variadas.

AS RAZÕES POSSÍVEIS
A busca por prazer;
A Diminuição da dor;
Fuga da realidade;
Rebeldia para com os sistemas impostos pela sociedade ou cultura;
Mudanças hormonais que não são observadas pela pessoa;
Crises existenciais.

OUTRAS RAZÕES
Em muitas situações, o jovem se torna dependente porque, durante sua luta contra a dor busca refúgio em drogas ou medicamentos que possam tirá-lo momentaneamente da realidade, sem perceber que além de não ficar livre de um problema, ainda terá outro.

Vivemos em uma sociedade hedonista, que incentiva a busca do prazer acima de todas as coisas.
A ideia deste sistema é criar uma atmosfera de liberdade na qual o prazer venha acima de tudo. 

O hedonismo é uma doutrina que considera o prazer individual e imediato como o único bem possível, a essência da felicidade princípio e fim da vida. 

E é em nome dessa busca por prazer que a juventude termina prisioneira e escrava daquilo que deveria trazer satisfação. 

Vejamos algumas das maneiras que os jovens usam para buscar prazer e suas consequências.
1. Álcool
Pesquisas indicam que 73,2% dos jovens brasileiros entre 15 e 25 anos consomem bebidas alcoólicas. 

A consequência é que milhares desses jovens estão dependentes da bebida, têm problemas no trabalho, já se machucaram e até mesmo agrediram alguém sob efeito do álcool. 

Muitos deles já desenvolveram tolerância, o que significa a necessidade de doses cada vez maiores para sentir os efeitos da bebida. São jovens que colocam a vida deles e a de outros em risco.

2. Cigarro
Jovens entre 14 e 25 anos são o principal alvo da indústria tabagista. 

A estimativa do Ministério da Saúde é que haja 2,8 milhões de fumantes nessa faixa etária e a cada ano esse número aumenta, pois os jovens são facilmente influenciáveis nessa faixa etária. 

Estudos mostram 90% das pessoas dependentes do cigarro começaram a fumar na adolescência. 

O desejo de ser aceito, a ansiedade ou a influência dos pais acaba levando o jovem a fumar, mesmo sabendo que o cigarro possui substâncias cancerígenas, causa impotência sexual e infertilidade. Somente estando dependente para continuar fumando.

3. Drogas
Outra pesquisa recente mostrou que 25% dos estudantes do ensino fundamental e médio já experimentaram algum tipo de droga, além do cigarro e das bebidas alcoólicas.

Mostrou também que a idade do primeiro contato com esse tipo de substância tem caído sistematicamente durante os últimos anos e que a probabilidade de viciar aumenta na medida em que diminui a idade em que é experimentada a droga. 

Apesar de saber que as drogas são um problema sério, os jovens não conseguem evitar o contato com ela, e assim, se entregam às consequências terríveis desse vício.

4. Jogo
Os jogos de azar podem ser encontrados em quase toda parte e estão crescendo. 

As pessoas jogam cartas, apostam em loterias, usam máquinas caça-níqueis e gastam muitas vezes dinheiro que seria destinado para manutenção de sua casa. Apesar de saber o mal que estão causando a seus familiares, não conseguem parar. O ato de jogar vicia.

5. Comida
A alimentação e muito importante para nosso bem-estar, pois influi diretamente no funcionamento de todos os sistemas do nosso corpo, assim também no comportamento, humor, inteligência e na disposição física. 

O problema é que o comer excessivo sobrecarrega todo o organismo, provocando insuficiência dos sistemas, desequilíbrios, intoxicações e doenças gerais, além da obesidade que é um dos grandes males da atualidade (chamada obesidade mórbida).

6. Sexo
A compulsão ou vício do sexo pode englobar uma ampla variedade de práticas. 

Desde a prática sexual convencional até os viciados até outras práticas prejudiciais ao outro.
Esta é uma realidade que afeta os jovens de uma forma muito intensa, levando-os a se entregar de forma destruidora aos seus desejos. 
Estima-se que são 372 milhões de páginas ou 8% de toda a internet que utilizam o sexo como apelo principal para uma platéia cativa de centenas de milhões de usuários em todo o mundo.

7. Internet
Navegar na internet virou um vício com tendência crescente. 

Viciados em internet perdem a concentração nos estudos, no trabalho, além de ter vida social afetada. 
Eles passam conectada a noite toda e muitas vezes conhecem o pessoal com que se comunicam nos chats melhor do que os amigos e familiares. 
No final, acabam entrando em colapso, isolados de todos e de tudo. A internet é um novo vício.

INDÍCIOS QUE ALGUÉM TEM UM MAU HÁBITO, COMPULSÃO OU VÍCIO.
Você tem problema quando:
Não tem mais liberdade de escolha;
Não consegue mais abandonar essa prática;
Continua a prática mesmo quando há mais culpa que prazer;
Procura esconder sua prática levando vida dupla;
Gasta mais do que pode para manter seu vício;
Perde seu conceito de valores e moral;
Ignora a validade da ética e da moral.

TRATAMENTOS POSSIVEIS
Mudar de mentalidade e perceber o que é de fato liberdade.
Está livre quando não está confinado. A vontade e a mente estão livres quando não estão subjugadas por algo negativo. A verdadeira liberdade consiste na busca diária pela santidade, em procurar fazer o que é certo e bom. 

Psicoterapia
Uma psicoterapia ajuda em muito a lidar com maus hábitos, compulsões e vícios. A busca de um especialista para encontrar as possíveis razões e aprender técnicas para não ser consumidos pelo mau hábito, uma compulsão ou um vício é de muita importância.

Existem também as psicoterapias alternativas, a prática de meditação, relaxamento, etc.
Busca de ajuda espiritual
Busca de uma espiritualidade ajuda muito. Uma igreja séria ajuda em muito na recuperação de uma pessoa que tenha maus hábitos, compulsões e vícios.

Medicações
Também ajuda muito o uso de medicações, quando prescrita e acompanhada por um médico.

Remédios
Alguns remédios ajudam em muito, os naturais, os fitoterápicos, os homeopáticos, os florais ajudam em muito.

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