domingo, 3 de julho de 2011

A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - VIOLÊNCIA VERBAL

 
A violência verbal normalmente se dá concomitante à violência psicológica. Alguns agressores verbais dirigem sua artilharia contra outros membros da família, incluindo momentos quando estes estão na presença de outras pessoas estranhas ao lar. Em decorrência de sua menor força física e da expectativa da sociedade em relação à violência masculina, a mulher tende a se especializar na violência verbal mas, de fato, esse tipo de violência não é monopólio das mulheres.

Por razões psicológicas íntimas, normalmente decorrentes de complexos e conflitos, algumas pessoas se utilizam da violência verbal infernizando a vida de outras, querendo ouvir, obsessivamente, confissões de coisas que não fizeram. Atravessam noites nessa tortura verbal sem fim. "Você tem outra(o) .... você olhou para fulana(o) ... confesse, você queria ter ficado com ela(e)" e todo tido de questionamento, normalmente argumentados sob o rótulo de um relacionamento que deveria se basear na verdade, ou coisa assim.

A violência verbal existe até na ausência da palavra, ou seja, até em pessoas que permanecem em silêncio. O agressor verbal, vendo que um comentário ou argumento é esperado para o momento, se cala, emudece e, evidentemente, esse silêncio machuca mais do que se tivesse falado alguma coisa.

Nesses casos a arte do agressor está, exatamente, em demonstrar que tem algo a dizer e não diz. Aparenta estar doente mas não se queixa, mostra estar contrariado, "fica bicudo" mas não fala, e assim por diante. Ainda agrava a agressão quando atribui a si a qualidade de "estar quietinho em seu canto", de não se queixar de nada, causando maior sentimento de culpa nos demais.

Ainda dentro desse tipo de violência estão os casos de depreciação da família e do trabalho do outro.


Um outro tipo de violência verbal e psicológica diz respeito às ofensas morais. Maridos e esposas costumam ferir moralmente quando insinuam que o outro tem amantes. Muitas vezes a intenção dessas acusações é mobilizar emocionalmente o(a) outro(a), fazê-lo(a) sentir diminuído(a). O mesmo peso de agressividade pode ser dado aos comentários depreciativos sobre o corpo do(a) cônjuge.

Afinal, se a criança e o adolescente não conseguem encontrar segurança e estabilidade em suas próprias casas, que visão levarão para o mundo lá fora? Os conflitos nas crianças podem resultar da disparidade entre o que diz a mãe, sobre ter medo de estranhos, e a violência sofrida dentro de casa, cometida por pessoas que a criança conhece muito bem.

Além disso a violência doméstica pode ainda perpetuar um modelo de ração agressiva e violenta nas crianças que estão com a personalidade em formação.

A violência doméstica é considerada um dos fatores que mais estimula crianças e adolescentes a viver nas ruas.

Em muitas pesquisas feitas, as crianças de rua referem maus-tratos corporais, castigos físicos, violência sexual e conflitos domésticos como motivo para sair de casa.

OS SOCIOPATAS

 
De vez em quando assistimos chocados a mortes violentas causadas por certos tipos de assassinos.
 
Após abusarem física ou sexualmente de quantas vítimas eles puderem capturar, uns baleiam, outros esfaqueiam e esquartejam, e outros chegam até a comer as suas vítimas.

Os assassinos seriais exibem muitas das características que a psiquiatria associa ao que se chama distúrbio da personalidade anti-social, ou sociopatia.
 
O sociopata  tem problemas legais e criminais, frequentemente manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um casamento por muito tempo.

O sociopata possui um considerável charme pessoal, estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de prolongá-los.

Eles têm inteligência normal ou acima do normal,  e, em geral, não tem nenhuma ansiedade, depressão, alucinações ou outros sintomas e sinais indicativos de neurose, pensamento irracional ou doença mental.

Normalmente são tranqüilos, têm presença social considerável e boa fluência verbal. Muitas vezes são líderes em sua família ou grupo social, e se distingüem em algo, podendo ser admirados por isso.

A grande maioria das pessoas, em contato com o sociopata, é incapaz de imaginar o seu lado "negro", que alguns conseguem esconder com sucesso a maior parte da vida, através de uma vida dupla.

Os sociopatas são membros "notáveis" da sociedade porque eles exercem um fascínio, pela impossibilidade das pessoas perceberem a frieza e a forma como eles repetidamente manipulam e prejudicam as pessoas.

Alguns sociopatas alegam ter um "lado ruim" que os domina de forma incontrolável e os leva a cometer atos violentos.
 
 Mas não sabemos até que ponto eles estão falando a verdade. Em nosso sistema penal atual, a justiça precisa saber com certeza se um assassino serial cometeu crimes devido a um distúrbio mental pelo qual estaria isento de culpa, ou se ele teve livre arbítrio e consciência do que estava fazendo e das conseqüências daqueles atos.

O que há de anormal na personalidade sociopata ?

Eles são completamente insensíveis aos sentimentos alheios.

Apresentam uma atitude aberta de desrespeito por normas e regras e obrigações sociais de forma persistente e irresponsável.

Possuem baixa tolerância a frustração e facilmente explode em atidudes agressivas e violentas.

O sociopata é um egocêntrico patológico, expressa desprezo completo pelos outros seres humanos. Ele não aprende com a punição, pois tem déficit grande na capacidade de sentir emoções.
 

A atitude dele, ao reconhecer que seu comportamento não é aceito pela sociedade, é escondê-lo, jamais suprimí-lo.

O comportamento anti-social é geralmente de natureza impulsiva, e pode assumir diversas formas, desde a irresponsabilidade, a mentira deliberada e o comportamento objecionável (como agressividade e mudanças súbitas de temperamento), até a violência gratuita e radical contra outros seres humanos, como a tortura, o estupro e a morte.

Qual é a causa da sociopatia ?

Com o uso de aparelhos que permitem visualizar o interior do cérebro, hoje já estamos mais próximos de desvendar o mistério da doença da maldade.

Os cientistas encontraram evidências de déficit estrutural cerebral no distúrbio da personalidade antisocial. Verificou-se que nos cérebro de antisociais existe uma falha na conexão entre o córtex-pré-frontal, a area responsável pelo planejamento e conciência, e o sistema límbico, onde ocorrem as emoções, como prazer, dor, medo.

Mais recentemente verificou-se uma redução de no volume da matéria cinzenta pré-central no cérebro dos sociopatas, comparado com indivíduos normais. Essa deficiência pode resultar em impulsividade e perda do julgamento moral.

Até agora não foram identificadas alterações cerebrais significativas nos sociopatas, a não ser algumas mudanças do eletroencefalograma, que indicam um cérebro imaturo. Existem teorias de que a formação familiar na primeira infância é um determinante importante: forte rejeição, falta de amor, mas principalmente falta de disciplina e punição. Muitos filhos de pais com distúrbios anti-sociais acabam sendo sociopatas.

Desde pequenos, os sociopatas manifestam tendências e comportamentos que são altamente indicativos de como serão quando adultos. A criança sociopática, por exemplo, é imune à punição, e não é afetada pela dor. Nada parece funcionar para modificar seu comportamento: repreensão, surras, castigos, etc.

Os pais desistem, normalmente, o que agrava a situação. Além disso, a criança sociopática apresenta uma história de torturar ou matar pequenos animais, pequenos furtos, agressão a coleguinhas de escola ou professores, de desafio aberto à autoridade dos pais e professores, mentiras sistemáticas e irresponsabilidade geral com seus deveres.

O mais assustador é que entre 1 a 4 % da população é sociopata em maior ou menor grau. Praticamente 100 % dos assassinos seriais são sociopatas, e nos casos mais severos, a doença pode evoluir para canibalismo, práticas ritualísticas de morte e tortura, e outras formas bizarras e assustadoras. Não existe cura nem tratamento para a sociopatia.

Todos os especialistas são unânimes em reconhecer que é praticamente impossível tratar um sociopata, pois ele não tem ansiedade, e é totalmente imune à punição.

Os sociopatas violentos precisam ser trancafiados para o resto da vida no manicômio judiciário, para que a sociedade seja preservada de seus atos ou então executados por eles, como acontece em muitos países onde existe a pena de morte para crimes hediondos.