quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

VIOLÊNCIA CONTRA O PROFESSOR EM SALA DE AULA


Hoje a profissão de Professor no Brasil passou a ser uma profissão de risco, isso pelo fato de que tem aumentado os casos de violência com agressão contra o professor em sala de aula. 

Não só isso, o Brasil ocupa hoje o 1º Lugar do Ranking de violência contra os professores, esse índice é o pior no mundo.

OS DADOS ESTATÍSTICOS DA VIOLÊNCIA CONTRA O PROFESSOR EM SALA DE AULA
Vejamos alguns dados mais recentes:
Uma pesquisa feita em 2015 pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) apontou os seguintes dados:
44% dos docentes que atuavam no estado disseram já ter sofrido algum tipo de agressão.

Entre as agressões que marcam a violência contra o professor temos:
84% dos professores afirmam já ter presenciado;
74% falam em agressão verbal;
60% em bullying;
53% em vandalismo;
52% em agressão física.

Uma pesquisa global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos) põe Brasil no topo de um ranking de violência em escolas. 

O levantamento é o mais importante do tipo e considera dados de 2013. Uma nova rodada está em elaboração e os resultados devem ser divulgados apenas em 2019.

Essa é uma das maiores dificuldade do professor no Brasil enfrentar a violência em sala de aula, em especial nos grandes centros urbanos.

A desistência de professores que passaram no concurso e depois desistiram é assustador, pois mesmo sendo tendo amor a profissão, alguns preferem desistir, a se arriscar.

A SITUAÇÃO DA VIOLÊNCIA EM SALA DE AULA NO ESTADO DO CEARÁ
Mais de mil professores que atuam no Ceará relataram ter sido ameaçado por alunos em 2016.

Outro estudo aponta que 255 docentes sofreram ameaças ainda mais graves e foram vítimas de atentado à vida.

Os dados foram tirado após a pesquisa ouvir 13,3 mil professores em todo o Ceará, isso em 2016.

OS TIPOS DE VIOLÊNCIA QUE O PROFESSOR SOFRE EM SALA AULA
A violência contra o professor pode ser tida como “Violências”, pois são várias, vejamos:
Violência que inclui agressão
Psicológica;
Verbal;
Bullying;
Vandalismo;
Física.

Violência institucional
Existe também a violência institucional, é o tipo de violência que vem por parte das instituições educacionais sobre os professores e alunos, havendo uma pressão, bem como uma cobrança além do normal.

Violência por parte de pais
Alguns professores também sofre violência, incluindo agressão física e verbal por parte de alguns pais, em especial pais de filhos da “Geração Cristal” e da ”Síndrome do Imperador”.

QUAIS OS MOTIVOS DA VIOLÊNCIA CONTRA O PROFESSOR EM SALA DE AULA?
São vários os motivos, mas a base é o fato de que os pais perderam a capacidade e repassar para os seus filhos o respeito ao professor.

Dentre os vários motivos temos:
A impunidade
O professor é agredido pelo o aluno e fica impune, não existe disciplina capaz de fazer a correção, pois o aluno mesmo agredindo o professor ele vai continuar estudando, pega no máximo 08 dias de suspensão, ou então é transferido para outro colégio.

Outra coisa, o Regimento Escolar não prever a violência e agressão ao professor como crime, logo isso deixa os agressores impunem.

Indisciplina
Os alunos veem a escola como um lugar de baderna, como uma oportunidade para fazer bagunça e a indisciplina.

Os pais por outro lado, não percebem que a indisciplina é uma barreira à aprendizagem e não fazem as correções merecidas.

Falta de respeito
Os alunos não tem respeito para com os professores e também não existe incentivo por parte da maioria dos pais e isso reflete a real visão da sociedade para com o professor.

Sem respeito o professor perde a sua autoridade para gerenciar a sala de aula, para chamar a atenção do aluno que é algo muito importante para que o mesmo se prenda ao conteúdo ensinado em sala.

Geração cristal e a síndrome do imperador
Os termos “Geração cristal” e “Síndrome do Imperador” são dados no primeiro caso, aos filhos que tem uma superproteção dos pais e no segundo filhos que mandam em seus pais em casa e querem fazer o mesmo com os professores.

Para com “Geração de Cristal” ninguém pode e deve cobrar nada, pois se houver cobrança os pais buscam a direção da escola e já pede para despedir o professor.

Para com “Síndrome do Imperador” existe normalmente um comportamento disfuncional em que os filhos estabelecem suas exigências e caprichos sobre a autoridade dos pais, controlando-os psicologicamente e podendo chegar, não raro, a agressões físicas.

Negligência por parte do setor público
Violência ao professor em sala de aula é assunto complexo e ao mesmo tempo  nefasto.

No entanto, a omissão dos gestores públicos é comportamento ainda mais nefasto dado ser a escola pública o principal lugar de aprendizado da maioria da população brasileira.

A responsabilidade de pacificar o ambiente escolar é de todos, principalmente do Poder Público, representado pelos seus gestores, eleitos pelo povo. 

A sociedade, como está previsto nos textos constitucionais, não pode se isentar de também colaborar para o pleno êxito do processo educacional.

Mas infelizmente existe uma negligência por parte das autoridades quanto a questão da violência contra o professor em sala de aula.

AS CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA CONTRA O PROFESSOR EM SALA DE AULA
Para as vítimas, no entanto, as consequências costumam ser severas. 

A maior parte precisa deixar de atuar nas classes porque tem estresse pós-traumático.

Há docentes que foram baleados por alunos, agredidos, ameaçados e até mortos.

E tem mais, quando o professor agredido e assumem outra função, as vítimas são vistas com preconceito até pelos próprios colegas.

A maioria dos professores agredidos precisa de acompanhamento de psiquiatras, psicanalistas, psicólogos e outros profissionais, pois muitos, após a agressão, desenvolvem síndrome do pânico, fobia, estresse, ansiedade e outras enfermidades mentais.

Sem contar a vergonha e a decepção pela qual passa o professor que até então nunca pensou em ser agredido no exercício da profissão que até então todos tinham como sendo sacerdócio.

Tudo isto colocando em xeque a autoridade e a responsabilidade administrativa daqueles que exercem cargos outorgados pela iniciativa popular.

Sem opção e lutando contra o medo fica o profissional educador, pedindo afastamento ou demissão do cargo que exerce no magistério. 

Um pais que não zela e respeita o professor nunca vai pra frente.

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