sábado, 14 de julho de 2012

FANATISMO RELIGIOSO, UM SINTOMA NEURÓTICO

 

 
Definição
Fanatismo (do francês "fanatisme") é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política.

É extremamente freqüente em paranóides, cuja apaixonada adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio.

Para uma pessoa ser tida como fanática é preciso que a conduta dessa pessoa seja marcada pelo radicalismo e por absoluta intolerância para com todos os que não compartilhem suas predileções.

De um modo geral, o fanático tem uma visão-de-mundo maniqueísta, cultivando a dicotomia bem/mal, onde o mal reside naquilo e naqueles que contrariam seu modo de pensar, levando-o a adotar condutas irracionais e agressivas que podem, inclusive, chegar a extremos perigosos, como o recurso à violência para impor seu ponto de vista.

Tradicionalmente, o fanatismo aparece associado a temas de natureza religiosa ou política, porém, mais recentemente, ele se tem mostrado também em outros cenários, como os das torcidas de futebol.

Características gerais do fanatismo.
Em Psicologia, os fanáticos são descritos como indivíduos dotados das seguintes características:
1. Agressividade;
2. Preconceitos vários;
3. Estreiteza mental;
4. Extrema credulidade quanto ao próprio sistema, com incredulidade total quanto a sistemas contrários;
5. Ódio;
6. Sistema subjetivo de valores;
7. Intenso individualismo;
8. Demóra excessivamente prolongada em determinada situação/circunstância.

Resumindo, Fanático é uma pessoa com comportamentos excessivos, particularmente por uma causa religiosa ou política extrema, ou com um entusiasmo obsessivo para uma postura ou um passatempo.

Fanatismo religioso
Fanatismo religioso é uma forma de fanatismo baseada em rejeição de qualquer outra ideia que não a da interpretação religiosa particular de quem o possui, não raro considerando-se quem diverge como inimigo.

Não é típica de nenhuma religião em particular, distinguindo-se de outras formas de fanatismo (por exemplo, o político e o ideológico) apenas por envolver uma religião ao invés de uma ideologia ou opção política.

A origem do fanatismo religioso e o seu desenvolvimento
O fanatismo é arraigado no interior do homem desde que esse apareceu sobre a face da terra.
Com o advento da religião, seja ela qual for, o fanatismo encontrou um terreno fértil para crescer e amadurecer; escondendo-se das mentes vigilantes por trás de dogmas e práticas aparentemente inocentes.

O muçulmano que se explode em nome de Alláh, o fiel católico que vira a cara ou instila seu ódio para praticantes de outras religiões, o “crente” que chuta imagens de santos ou invade centros de macumba, o umbandista que xinga ou lança maldições aos desafetos espirituais; enfim, todas essas formas de fanatismo estão por aí, bem perto de nós.

O fanatismo religioso é primitivo, vêm desde a pré-história
Os relatos históricos dão conta que:
Quando o primeiro Neandertal percebeu que, dos pântanos e cavernas onde enterravam seus mortos, algo etéreo e brilhante se desprendia dos mortos e subia aos céus; sua mente, que não conseguia entender que eram apenas gases da decomposição se inflamando em contato com o ar (fogo fátuo), concebeu que aquilo era a centelha divina retornando ao seio do criador.

Nascia o conceito de alma, que imediatamente depois, deu origem à idéia de um ser maior controlando tudo e, do qual, poderíamos obter benesses: Deus.

Ao mesmo tempo, ele percebeu que outras tribos ou famílias, que ainda não tinham atentado para esse “mistério”; não acreditavam nisso.

Logo, eram inferiores a ele e precisavam ser “orientadas” a reconhecer esses “mistérios”.
Quando alguns recusaram e ele foi obrigado a matá-los, pois eram uma ameaça, e obteve apoio para seus atos que, em qualquer outra situação, seriam condenados pela tribo, percebeu que matar em nome de Deus era aceitável.

Daí para frente nascia o conceito de “guerra santa”.

Desde então, nuca se matou tanto ou se fez tanto mal, quanto “em nome de Deus”.

O fanatismo religioso hoje
Seja aqui, seja no oriente médio, Deus é usado para inúmeras finalidades.

De enriquecer facilmente, parasitando pessoas crédulas e despreparadas, até levar milhões a morrer por uma causa e, com isso, propiciar notoriedade, dinheiro e conforto para uma pequena minoria aproveitadora.

Características do fanatismo religioso
Excesso individual nas práticas litúrgicas e no fervor dos rituais, a saber:
- Estado de transe em uma ou várias pessoas;
- Incoordenação psicomotora (fala e gesticulação);
- Perda do tônus postural (desmaios);
- Estado de perplexidade com desorientação no tempo e espaço;
- Compulsão a falar incessantemente.

Excesso coletivo nas práticas litúrgicas e no fervor dos rituais, a saber:
- Maturidade emocional precária ou insuficiente;
- Sugestibilidade exagerada;
- Hiperemotividade sem controle;
- Hipersensibilidade;
- Ingenuidade;
- Superficialidade;
- Carência afetiva.

Excesso no uso de elementos simbólicos.
- Uso exagerado de: rosário, cruz, água benta, amuletos, santos, livros, fitas, etc.

Frequência e práticas exageradas aos locais e rituais tidos como sagrados.
- Caminhadas  e viagens exagerada, promessas que causam sofrimentos à si e em outras pessoas e animais, sacrifícios de animais, etc.

Uso da Bíblia e outros Livros Sagrados maneira errada.
- Interpretação distorcida de textos bíblicos;
- Desprezo pela educação formal, para o entendimento dos livros sagrados, como a Bíblia;
- Invenção de doutrina, regras e normas para satisfazer o grupo religioso;
- Imposição de regras, normas e doutrina forçando os textos sagrados;
- Uso da Bíblia e de Livros Sagrados como amuletos ou objeto de salvação.

Corporativismo.
- Considera a sua congregação a única instituição cristã, cultivando a intolerância doutrinária.

Proselitismo.
- Aliciar pessoas para sua igreja de modo obsessivo e compulsivo, assim como se fosse um cabo eleitoral.
- Busca de outras pessoas que já participam de outras igrejas, alegando textos isolados.

A prática litúrgica e ritualista excede a noção de certo e errado.
- São práticas que não levam em conta a realidade, bem como o certo e o errado.
- Irracionalidade nas práticas litúrgica e nos rituais.

Prática religiosa baseada no medo de ser castigado, de não receber as bênçãos, etc, etc.
- Não faz isso, ou aquilo, pois Deus vai lhe castigar, etc, etc.
- O medo toma o lugar da fé e da liberdade.

Desrespeito para com as outras religiões;
- Perseguição a outras religiões e pessoas que não estão de acordo com as bases de suas doutrinas.

Mistura doutrina com costumes e práticas culturais;

Dissociação da religião e ética;
- Pratica a religião, mas não tem vida ética.
-Andam e se vestem de maneira piedosa, mas não pratica as regras do bom viver e de boa convivência com os outros.

Falso moralismo;
- Apego a normas, práticas de proibição, aonde quase tudo é pecado.
- Prática de condenação e punição de outros que não estão dispostos a seguir suas regras.
- Intolerância para com as fraquezas e erros humanos.

Prática do legalismo;
- Inflexibilidade na doutrina e nos rituais.

Uso de ferramentas e técnicas de origem humana que nas cerimônias religiosas ganham um cunho sagrado e divino;
- Uso da hipnose;
- Uso da autosugestão;
- Uso da probabilidade.

Uso de termos e nomes divinos para si mesmo, autotitulação divina;
- Autobatismo.
- Autotitulação, como Apostolo, Discípulo, Enviado, Divino, Santismo, etc.

Prática do misticismo e idolatria.
- Culto a anjos e demônios;
- Pratica de sacrifício humano e animais;
- Prática de sacrifício de alimentos
- Culto á seres extraterrestres, divindades não existentes, etc;
- Culto a líderes religiosos do grupo, organização, etc.

Espiritualização de coisas comuns e naturais.
- Enfermidades como coisa do Diabo e dos demônios;
- Desprezo para com as ciências e profissionais na área de saúde;
- Recursa de usar os métodos da medicina, atribuindo isso falta de fé;
- Mascaramento de doenças gráveis, alegando curas e milagres;
- Recursa do uso de medicamentos, alegando que isso é coisa mundana.

Falta e misericórdia, caridade, amor e solidariedade.
- Falta de misericórdia, caridade, amor e solidariedade para com outras pessoas que não são do seu grupo ou da sua religião.

Tratamento
O tratamento é difícil, pois essa pessoas nunca admitem que estão enfermos, eles acham que estão falando em nome de Deus.

Normalmente eles rejeitam ajuda, pois acham que estão bem e qualquer tentativa e ajuda é considerada como sendo do inimigo, do Diabo, etc.

O tratamento só acontece em caso graves, quando a pessoa surta, ou quando a religião é um braço da esquizofrenia, ou paranoia.

Ai, sim, a família e obrigada a internar a pessoa.

Mas, o fanatismo como neurose dificilmente a pessoa busca ajuda ou aceita ajuda.

Conclusão
A história está repleta de exemplos de fanáticos que causaram apenas morte e destruição com suas visões distorcidas de Deus.

Além da fé e da dedicação, deve sempre haver o bom senso.

Antes de seguir, cegamente, o que diz seu padre, seu pastor, seu pai de santo, seu mulá, ou seja lá qual denominação tenha o sacerdote da fé que você professa; tenha em mente e analise se você faria o que ele pede; se fosse um estranho que acabou de encontrar na rua.

E não esqueça de um fato, Deus, em sua infinita sabedoria, mais do que qualquer outra coisa deu-nos um cérebro e inteligência.

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