sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A FELICIDADE E SUAS VÁRIAS INTERPRETAÇÕES


A felicidade é o que os antigos gregos chamavam de eudaimonia, um termo ainda usado em ética.

Para as emoções associadas à felicidade, os filósofos preferem utilizar a palavra prazer.

É difícil definir, rigorosamente, a felicidade e sua medida.
 
VARIAS INTERPRETAÇÕES SOBRE A FELICIDADE
Investigadores em psicologia desenvolveram diferentes métodos e instrumentos, a exemplo do Questionário da Felicidade de Oxford, para medir o nível de felicidade de um indivíduo.

Esses métodos levam em conta fatores físicos e psicológicos, tais como envolvimento religioso ou político, estado civil, paternidade, idade, renda etc.

O místico que teria vivido por volta do século VII a.C. no atual Irã, criou uma doutrina religiosa, o zoroastrismo, que se baseava numa luta eterna entre o bem e o mal. O bem incluiria tudo o que fosse agradável ao homem: beleza, justiça, saúde, felicidade etc. No final dos tempos, haveria a vitória definitiva do bem. A missão dos homens seria a de procurar apressar essa vitória final, através de uma conduta individual correta.

Aproximadamente na mesma época, na China, dois filósofos apontaram dois caminhos para se atingir a felicidade: Lao Tsé defendeu que a felicidade podia ser atingida tendo, como modelo de nossas ações, a natureza. Já Confúcio enfatizou a harmonia entre as pessoas como elemento fundamental para se atingir a felicidade.

O Dalai Lama Tenzin Gyatso defende o treinamento mental como meio de se atingir a felicidade.

A felicidade é um tema central do budismo, doutrina religiosa criada na Índia por Sidarta Gautama por volta do século VI a.C.
 
Para o budismo, a felicidade é a liberação do sofrimento, liberação esta obtida através do Nobre Caminho Óctuplo.
 
Segundo o ensinamento budista, a suprema felicidade só é obtida pela superação do desejo em todas as suas formas. Um dos grandes mestres contemporâneos do budismo, o Dalai Lama Tenzin Gyatso, diz que a felicidade é uma questão de treinamento mental.

Mahavira, um filósofo indiano contemporâneo de Sidarta Gautama, enfatizou a importância da não violência como meio de se atingir a felicidade plena. Sua doutrina perdurou sob o nome de jainismo.

Para o filosófo grego Aristóteles, que viveu no século IV a.C., a felicidade estaria no equilíbrio, na harmonia.

Epicuro, filósofo grego que viveu nos séculos IV e III a.C., defendia que a melhor maneira de alcançar a felicidade é através da satisfação dos desejos de uma forma equilibrada, que não perturbe a tranquilidade do indivíduo.

Pirro de Élis, filósofo grego contemporâneo de Epicuro, também advogava que a felicidade residia na tranquilidade, porém divergia quanto à forma de se alcançar a tranquilidade. Segundo Pirro, a tranquilidade viria do reconhecimento da impossibilidade de se fazer um julgamento válido sobre a realidade do mundo. Tal reconhecimento livraria a mente das inquietações e geraria tranquilidade.
 
Este tipo de pensamente é, historicamente, relacionado à escola filosófica do ceticismo.

Outra escola filosófica grega da época, o estoicismo, também defendia a tranquilidade (ataraxia) como o meio de se alcançar a felicidade. Segundo essa escola, a tranquilidade poderia ser atingida através do autocontrole e da aceitação do destino.

Para Aristóteles, a felicidade pode ser atingida pela prática do bem.

Jesus Cristo inovou, na sua época, ao defender a gentileza entre as pessoas como elemento fundamental para se atingir a harmonia em todos os níveis, inclusive no nível da felicidade individual.

Maomé, no século VII, na Península Arábica, enfatizou a caridade como elemento fundamental que deveria guiar o ser humano rumo a uma sociedade ideal, ou seja, mais feliz.

O cristianismo, após a morte de seu fundador, Jesus, aprimorou-se intelectualmente e dividiu-se em vários ramos. Um deles, o catolicismo, produziu muitos filósofos famosos, como Tomás de Aquino, que, no século XIII, descreveu a felicidade como sendo a visão beatífica, a visão da essência de Deus.

Na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, os filósofos Jeremy Bentham e John Stuart Mill criaram o utilitarismo, doutrina que dizia que a felicidade era o que movia os seres humanos. Segundo o utilitarismo, os governos nacionais têm, como função básica, maximizar a felicidade coletiva.

O neurologista Sigmund Freud (1856-1939), o criador da psicanálise, defendia que todo ser humano é movido pela busca da felicidade, através do que ele denominou "princípio do prazer". Porém essa busca seria fadada ao fracasso, devido à impossibilidade de o mundo real satisfazer a todos os nossos desejos. A isto, deu o nome de "princípio da realidade". Segundo Freud, o máximo a que poderíamos aspirar seria uma felicidade parcial..

A psicologia positiva - que dá maior ênfase ao estudo da sanidade mental e não às patologias - relaciona a felicidade com emoções e atividades positivas.

A economia do bem-estar defende que o nível público de felicidade deve ser usado como suplemento dos indicadores económicos mais tradicionais, como o produto interno bruto, a inflação etc.

O QUE É E O QUE NÃO É FELICIDADE - DEFINIÇÕES
A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes. Abrange uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior.

Existem diferentes abordagens ao estudo da felicidade - pela filosofia, pelas religiões ou pela psicologia. O homem sempre procurou a felicidade. Filósofos e religiosos sempre se dedicaram a definir sua natureza e que tipo de comportamento ou estilo de vida levaria à felicidade plena.

Segundo Comte-Sponville, “a felicidade não é nem a saciedade (a satisfação de todas as nossas propensões), nem a bem-aventurança (uma alegria permanente), nem a beatitude (uma alegria eterna).” Comte-Sponville. Ou seja, neste sentido, todas estas três concepções acerca do que seja a felicidade são equivocadas.

Em geral, é um estado de satisfação devido à própria situação do mundo. Por esta relação com a situação do mundo, a noção de felicidade difere da de beatitude a qual é o ideal de uma satisfação independente da relação do homem com o mundo e por isso limitada à esfera contemplativa ou religiosa.

O conceito de felicidade é humano e mundano.
Felicidade com satisfação de todas as nossas propensões, desejos e vontades.

A primeira e a segunda concepção são as mais comuns. São talvez também (vejam a ironia) as que produzem mais infelicidade. Produzem infelicidade, primeiramente, pelo simples fato de serem equivocadas. Assim, geram falsas expectativas, o que, por sua vez, é mais do que suficiente para a ocorrência de alguns desastres e surpresas desagradáveis. Quem não se prepara com perspectivas realistas está sujeito a surpresas desagradáveis.
 
As concepções de felicidade como a satisfação de todos os nossos desejos ou uma condição de alegria permanente são pouco refletidas, sensatas ou até mesmo infantis. Há o pensamento mágico implícito aí, de que diversas situações complexas podem ser resolvidas com atos simples e instantâneos, os quais dispensam qualquer explicação, esforço ou processo.
 
Acreditando nesta possibilidade absurda, o sujeito nega a realidade que o circunda, e passa a se devotar a uma fantasia infeliz. Trata-se de uma fantasia que abre mão da consciência e instala o sujeito em um terreno sem qualquer sustentação. Sim, constrói castelos no ar.

EXPLICAÇÃO CIENTÍFICA PARA FELICIDADE
“A felicidade não o corre como um evento isolado. Ela depende de uma série de outros fatores, como, por exemplo, humor - e o humor depende de uma série de processos da química do cérebro”, explica o psiquiatra Ricardo Moreno, da Faculdade de Medicina da USP.

Como assim? Química? Isso mesmo. Essa sensação que a gente experimenta tem uma explicação científica!

“Mais especificamente a região pré-frontal são as áreas do cérebro onde convergem todos os sistemas de neurotransmissão, ou seja, substâncias químicas, que são responsáveis pela felicidade”, detalha Moreno.

Ali, substâncias como serotonina e dopamina agem motivando o humor e a energia - ah!, e claro, a sensação de prazer.

CARACTERÍSTICAS NORMALMENTE PRESENTE NAS PESSOAS FELIZES
Estudos científicos recentes têm procurado achar padrões de comportamento e pensamento nas pessoas que se consideram felizes. Alguns padrões encontrados são:
• capacidade de adaptação a novas situações;
• buscar objetivos de acordo com suas características pessoais;
• riqueza em relacionamentos humanos;
• possuir uma forte identidade étnica;
• ausência de problemas;
• ser competente naquilo que se faz;
• enfrentar problemas com a ajuda de outras pessoas;
• receber apoio de pais, parentes e amigos;
• ser agradável e gentil no relacionamento com outras pessoas;
• não superdimensionar suas falhas e defeitos;
• gostar daquilo que se possui;
• ser autoconfiante;
• pertencer a um grupo;
• independência pessoal.

OUTROS TÓPICOS IMPORTANTES SOBRE A FELICIDADE
A felicidade não estar em possuir mais dinheiro, mas na alegria de conseguir o almejado, na excitação do estado criativo.

Felicidade é qualidade ou estado de feliz, ventura, contentamento.

Feliz é o ser ditoso, afortunado, virtuoso, contente, alegre, satisfeito. Que denota, ou que há alegria satisfação, contentamento.

A felicidade plena e absoluta não existe.

Também não existe receita, manual que possa dar garantia plena de viver 100% feliz.

No entanto, a maioria dos especialistas afirma que tem caminho que pode ser percorrido que podem levar a pessoa a ter uma vida mais feliz, como por exemplo: descobrir suas necessidades, suas metas, como e quais alcançá-las, saber reconhecer limites, respeitando e se fazer respeitado, sabendo diferenciar você do outro.

Outras coisas podem ajudar a uma pessoa a ser feliz, a saber:
Manter sua visão no aprendizado diário de viver sabendo aceitar e expressar os desejos e sentimentos, construindo os próprios projetos de vida e empenhado o ser para realizá-las.

A felicidade é individual. Depende de cada um, sabendo que só conta consigo para realizar seus desejos, vontades e projetos.

Agora uma verdade: a procura do autoconhecimento ajuda o homem na transformação de desejos e vontades e da vontade em projeto de vida.

A felicidade para alguém pode ser infelicidade para outro.

A felicidade é um sentimento que pode diferenciar em cada instante tendo significados diferentes.

Uma pessoa pode ter felicidade e assim mesmo, não reconhecê-la como felicidade, tendo em vista a falta de situações vividas anteriormente. Ou então, por interpretar sua vida como sendo miserável sofrida.

Outra coisa pode acontecer: cair no erro de comparar a sua felicidade com a felicidade dos outros.

E tem outra coisa que poucas pessoas sabem: a felicidade pode ser fingida, maquiada; quando não o aspecto de felicidade que a pessoa apresenta para os outros pode ser uma defesa, ou melhor, aparento ser feliz por um capricho ou para esconder a minha tristeza.

Outra coisa, existem pessoas que sentem muito prazer com a tristeza, logo, essas pessoas recusam a felicidade, pois gostam da dependência e dos favores dos outros.

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