segunda-feira, 20 de outubro de 2014

DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS NO ESTUDO DA PERSONALIDADE HUMANA


As definições listadas são importantes para que compreendamos a personalidade humana, estudar o ser humano e sua personalidade sem conhecer essas definições é praticamente uma perda de tempo, logo se você quer compreender o mínimo de si e dos outros deve ler atentamente as definições que segue.

1. PERCEPÇÃO
Definição

Percepção é o processo pelo qual tomamos consciência imediata dos objetos e fatos e de suas relações num dado contexto ambiental.
 
A percepção depende do trabalho dos nossos órgãos do sentido, do contexto sobre o qual detemos nossa atenção, da nossa capacidade de atentar, dos nossos interesses, ou motivação, e das nossas experiências passadas.
 
Como de pode observar, percepção é sempre uma interpretação pessoal de um evento externo.
 
Percepção é na verdade um registro ativo do que ocorre no mundo em dado momento, em posição à sensação, que é um registro passivo.
 
2. SENSAÇÃO
Definição

As sensações são reflexos de qualidades separadas dos objetos e fenômenos do mundo material que atuam diretamente sobre os órgãos do sentido.
 
Os órgãos receptores, como a visão e a audição, ao reagirem aos estímulos internos e externos (físicos, mecânicos e químicos), produzem uma excitação que se estende pelos nervos sensoriais ou mistos (seus ramos sensoriais), cefálicos ou raquianos, e atinge o córtex-cerebral, onde se completa a sensação nos chamados analisadores corticais (neurônios de recepção). Esse processo depende, então, dos receptores externos (exteroceptores), como os já citados, dos interoceptores (nos tecidos e órgãos internos) e dos proprioceptores (nos músculos e tendões).
 
As sensações podem ser visuais, auditivas, gustativas, táteis, térmicas, de equilíbrio, cinestésicas (musculares), algésicas e cenestésicas (das condições internas).
 
São sensações o grave, o agudo, o doce, o salgado, o azul, o vermelho, o liso, o áspero, o grosso, o frio, o leve, o pesado, o fétido, as dores de cabeça, as náuseas, etc.
 
É importante dizer que sem sensações não há percepções.
 
3. ATENÇÃO
Definição

A atenção é uma variável interveniente, inferida pela postura da pessoa, que consiste na acomodação do equipamento sensorial a um ou mais estímulos visando a excitação óptima.
 
O homem como animal, só presta atenção ao que vem de encontro aos seus interesses. Quando motivado, ele orienta seu equipamento sensorial para determinados seres, ou fatos, isolando-os dos demais.
 
3.1. Estímulos que prendem a atenção
Certos tipos de estímulos prendem a atenção por várias razões, a saber:
Intensidade
Uma luz bem brilhante, um som alto ou muito agudo, prendem a atenção do sujeito. Alternando-se a intensidade (agudo-grave, luz forte – luz fraca) a atenção será melhor despertada.
 
Duração
Um estímulo (um som, por exemplo), que não despertou inicialmente a atenção da pessoa, pode, devido à sua constância, à sua permanência ininterrupta, provoca-la.
 
Repetição
Um estímulo (por exemplo, o canto de uma araponga) pode atrair o sujeito por sua repetição. A repetição, todavia, pode saturar o observador, e o mesmo não mais atentará ao conjunto de estímulos. Isto ocorre, comumente, com o telespectador que vê todo dia o mesmo anúncio na televisão.
 
Subtaneidade
Um estímulo inesperado, uma brusca mudança no contexto ambiental desperta a atenção, a percepção e uma rápida reação emocional. Súbitas, alterações são freqüentes em nossa vida. Um grito nos leva a atentar à entrada do hospital.
 
Novidade
A presença do inesperado, diferente, do que se destaca do usual pode justificar nossa atenção. Por exemplo: uma garota loira numa tribo africana.
 
Movimento
Objetos movendo-se despertam mais atenção que os estacionários. A criança numa estação de estrada de ferro detém-se mais sobre os trens em movimento, luzes e sons que sobre trilhos, postes e bancos.
 
Incongruência
Não é novidade homens gordos. A novidade pode ser o anão ou gigante. Mas um gordo entre dez magrinhos é incongruência à qual reagimos atentando para bem perceber.
 
Contraste
Finalmente a atenção pode ser despertada pelo contraste entre os estímulos: grave e agudo, alternados; amarelo e preto, etc.
 
4. CONSCIÊNCIA
Definição

Consciência é o reconhecimento pessoal de padrões de certo ou errado, pelos quais o indivíduo julga sua própria conduta.
 
Os processos conscientes são ideias, lembranças, sentimentos e sonhos dos quais só o próprio sujeito tem ciência.
 
Normalmente usamos o conceito de consciência ao uso da razão, ou melhor, o uso da racionalidade para com os fatos internos e externos.
 
Quando não, a consciência é tida como ausência de atos e pensamentos racional.
 
5. MEMÓRIA
Definição

A memória é um termo usado para designar as funções de retenção e reprodução. Marca experiências, funções e movimentos condicionados por funções, movimentos e experiências passadas.
 
5.1. Tipos de memória
Memória associativa
Recordação de experiências pela associação com os novos estímulos.
 
Memória involuntária
Processo de retenção ou recordação em que não intervém a vontade da pessoa.
 
Memória lógica
Designa o processo de material compreendido pela pessoa, normalmente chamada de memória racional.
 
Memória mecânica
Processo de retenção sem a compreensão exata do significado do material. É o aprender pela decoração.
 
Memória voluntária
Retenção ou recordação que depende mais dos interesses e da vontade do sujeito que das condições ambientais.
 
6. PENSAMENTO
Definição

Tipo de experiência ideacional simbólica. Processo de organização da experiência.
 
Podemos entender pensamento como sendo um processo que ocorre entre a apresentação de um estímulo e a emergência de uma resposta observáveis, envolvendo a inter-relação de símbolos e conceitos.
 
O pensamento pode ser abstrato, analógico, autista, concreto, criador e discursivo.
 
Abstrato – Pensamento caracterizado pela predominância de conceitos;
Analógico – Pensamento que faz uso de analogias para formular hipóteses ou obter conclusões;
Autista – Pensamento agradável que propicia a satisfação do próprio pensador, sem que este atente para as suas contradições com a realidade;
Concreto – Pensamento com imagens;
Criador – o tipo de pensamento que se caracteriza pela criação de conclusões novas ou invenções, o mesmo que imaginação criadora;
Discursivo – Pensamento que consiste em elaborar soluções.
 
7. RACIOCÍNIO
Definição

O raciocínio é a forma de pensar através da qual se procura resolver problemas.
 
Uma outra definição de raciocínio é a de que é um processo mental de exploração mental em que não são utilizados materiais que atuam sobre os órgãos de sentido.
 
Quando numa situação, a pessoa, valendo-se dos dados de suas experiências passadas, procura coordenar suas ideias para atingir um objetivo, dizemos que está raciocinando.
 
O raciocínio é uma forma de pensamento e consiste em ensaios e erros com ideias.
 
As etapas para resolver problemas:
1. Compreensão do problema
As dificuldades surgidas exigem um comportamento inteligente. A pessoa compreende que a situação requer análises e síntese cuidadosas.
 
2. Coleta de informações
Na base de experiências passadas (aprendizagens), o indivíduo busca elementos, dados que o possibilitam descobrir soluções.
 
3. Descoberta de possíveis soluções
Com os dados obtidos, são feitas as hipóteses, as possíveis soluções.
 
4. Avaliação de possíveis soluções
Aqui as hipóteses são criticadas. Cada solução é avaliada, uma em relação a outra.
 
5. O teste da melhor solução
Uma hipótese é escolhida, uma possível solução é usada. O indivíduo provas suas opiniões.
 
6. Conclusão
Se a solução adotada permitiu a resolução do problema, o indivíduo transferirá para futuros problemas semelhantes as respostas aprendidas.
 
8. IMAGINAÇÃO
A imaginação é uma manipulação mental. Para alguns teóricos a imaginação é uma reorganização de uma experiência passada que inclui elementos da experiência momentânea.
 
Quando a pessoa tenta reorganizar uma experiência e inclui elementos da experiência momentânea, dizemos que imagina.
 
O produto da imaginação é composto de partes percebidas em épocas diferentes e mais tarde evocadas e combinadas, como um centauro é composto de homem e o cavalo, e uma sereia de mulher e peixe.
 
A imaginação quando controlada permite o pensamento produtivo, criador.
 
8.1. Tipos de imaginação:
Imaginação criadora
É um processo onde as imagens, ideias e pensamentos são guiados por um plano já estabelecido.
 
Imaginação reprodutora
É um tipo de imaginação calcada mais nas experiências vividas e que não obedece a uma planificação.
 
9. LINGUAGEM
Definição

A linguagem é a realidade imediata do pensamento.
 
A linguagem oral é um sistema de sons que permite a substituição dos seres e fatos por palavras e serve para os homens se comunicarem e trocarem ideias.
 
9.1. Sistemas de sinais
O 1º. Sistema de Sinais
O primeiro sistema de sinais pode ser visto entre os animais irracionais, que é quase que exclusivamente por excitações e pelos vestígios nos grandes hemisférios, conduzidos diretamente às células especiais dos receptores visuais, auditivos e outros do organismo. É o que em nós corresponde às impressões, às sensações e às representações do meio exterior enquanto ambiente natural e social, excetuando-se a linguagem ouvida ou lida.
 
É um sistema não verbalizado, que é produto das múltiplas experiências com objetos, fatos e seres da mesma espécie.
 
O raio, o trovão, a chuva, o fogo, o ninho, a toca, a fêmea, enfim, para cada animal, cada coisa tem um significado, de acordo com suas experiências diretas ou imitação de outros animais da espécie.
 
Também os movimentos, as ações dos que com ele convivem sempre simbolizam alguma coisa relacionada à sobrevivência. Com esses sinais (sons, gritos, gestos, gemidos), com essa linguagem concreta é que os animais se comunicam.
 
O 2º. Sistema de Sinais
Este sistema é exclusivo do ser humano. As coisas, fatos, seres vivos são designados com palavras.
 
Essas palavras estão associadas aos seres e os simbolizam, bem como as suas qualidades.
 
Ao ouvir “faca”, o ser humano não reage apenas ao nome “faca”, mas também ao perigo que ela representa. Então essa linguagem oral simbólica ou gráfica, vem a ser um sistema de sinais dos primeiros sinais. Vem a ser a substituição das coisas da natureza e da cultura. Com as palavras, podemos pensar nas coisas ausentes e podemos generalizar.
 
Quando o homem adquire as primeiras palavras, a linguagem passa a ser instrumento do pensamento e não será apenas meio de comunicação. Estabelece-se no homem uma linguagem interior, que não é propriamente linguagem, pois não tem emissão sonora. Essa linguagem interior permite-lhe raciocinar e ter consciência de sua existência (ele explica a si mesmo o que se passa consigo).
 
10. AFETIVIDADE
Definição

Os estados emocionais e sentimentais formam a afetividade, um dos aspectos do comportamento humano.
 
Por sentimento entendemos o estado afetivo brando, suave, de prazer ou desprazer em relação a um objeto, pessoa ou idéia que vem a formar os sentimentos.
 
Distinguem-se das emoções por serem reações mais calmas e com uma experiência mais complexa, com mais elementos intelectuais (lembranças, imagens, idéias).
 
Os sentimentos são específicos do homem, surgiram com o desenvolvimento histórico e variam com as mudanças das necessidades sociais.
 
As emoções
As emoções são reações caracterizadas por um grau muito forte de prazer ou desprazer e por uma reação motora geralmente intensa. Embora tenham os nomes dos sentimentos (ciúme, cólera, raiva, amor, aflição...) as emoções são experiências mais simples. Estão ligadas às necessidades naturais, viscerogênicas, aos motivos de sobrevivência.
 
Quando o sentimento é profundo, constante e forte, fazendo a pessoa se concentrar em determinado objeto, pessoa ou idéia, impulsionando-a, o estado afetivo é chamado de paixão.

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