sábado, 17 de dezembro de 2016

CONSUMISMO INFANTIL


O consumismo em crianças é algo que tem chamado à atenção dos especialistas, tendo em vista a quantidade de pais que já perderam o controle sobre a questão e estão endividados.

Não só isso, a agressividade da mídia sobre as crianças direcionada para o consumo, que tem gerado transtornos desde os mais leves até os mais graves.

Hoje, quando tratamos de marketing, descobrimos que as crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família: carros, roupas, alimentos e eletrodomésticos.

Ou melhor, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a plana de seguro, combustível e produtos de limpeza que têm pouca influência das crianças.

No Brasil, a publicidade na TV e na internet são as principais ferramentas do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente preparado para isso.

As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.

O consumismo em crianças é tido pelos especialistas como um dos grandes problemas da vida moderna, pois não causam apenas transtornos financeiros futuros, mas mexe também com o psicológico das pessoas, podendo causar inúmeras dificuldades para a vida adulta.

COMO ACONTECE O CONSUMISMO EM CRIANÇAS
Crianças consumistas são frutos de uma sociedade consumista e que por sua vez querem consumir tudo o que encontram e é oferecido por essa sociedade consumista.

As crianças consumistas consomem o tempo todo, querer comprar de tudo. São brinquedos, roupas de marca, guloseimas, acessórios escolares e etc.

O estimulo para o consumo vem da mídia que oferece as crianças, uma infinidade de produtos. 

A RAIZ DO PROBLEMA 
A raiz normalmente se encontra em casa, na educação familiar. Os pais normalmente são culpados e ajudam em muito na geração de crianças consumistas.

O consumo excessivo também pode ser uma maneira de chamar a atenção dos pais para outro problema não identificado.

Alguns pais também podem contribuir para o consumismo das crianças usando inconscientemente o que nós chamamos de compensação. 

E como funciona a compensação? O pai e a mãe que não tem tempo para criança e em troca disso fica enchendo a criança de presentes, dinheiro, etc.

Na verdade o que a criança está pedindo é atenção e carinho, e não presente.

AS CONSEQUÊNCIAS PARA O FUTURO DA CRIANÇA
Quando a família estimula ou ignora o consumismo dos filhos, eles podem se tornar adultos que não conseguem ser contrariados. 

Isso pode gerar um grande problema, porque quando a criança cresce, a escala de desejos aumenta. 

Ela se transforma em um adolescente que acha que pode tudo, completamente sem limites. Às vezes até fica agressivo.

A frustração e agressividade muitas vezes vão parar no consultório do psicanalista ou psicólogo porque foge ao controle dos pais.  

É aqui quando nasce a necessidade de avaliação para saber as razões do problema e para os jovens aprenderem a lidar com a perda e com a escassez.

A IMPORTÂNCIA DOS VALORES FAMILIARES
Cada família tem seus valores. Se a criança vê os pais comprando sem parar, ela acaba ficando da mesma forma. Já se o incentivo ao consumo vem de outros lugares, o papel da família é frear. 

Os pais podem reforçar ou não a atitude consumista da criança, e caso não haja reforço visando a mudança do comportamento da criança no que diz respeito ao consumismo, a criança pode se tornar um adulto que não sabe receber um “não”. 

EDUCANDO DENTRO DA REALIDADE
A maneira de educar a criança quanto ao uso dos recursos financeiros e os hábitos consumistas deve ser de acordo com a preparação dos pais e os recursos financeiros disponíveis.

A educação das crianças quanto ao consumir ou não, vai depender da realidade de cada família.

Vejamos algumas dicas:
Trabalhe a educação financeira 
Uma ferramenta ideal para isso é o emprego da mesada.

As mesadas podem ser semanal, quinzenal ou mensal. Elas devem ter um objetivo pedagógico.

No caso da mesada, a criança que recebe dinheiro tem de administrá-lo, mas esta saída só funciona se ela conseguir dar valor ao que ganha da família. Se ela comprar tudo o que vê pela frente não adianta, pois o dinheiro acaba e a tendência é pedir mais. 

Dai a importância da prestação de contas que o pai deve fazer ao término de cada período.

Trabalhe realidade financeira da família
Os pais devem dar à criança a noção de realidade e de necessidade. Ela deve compreender os limites financeiros da família e se ela realmente precisa daquilo que está pedindo.  

Os pais devem gastar tempo com os seus filhos falando de suas atividades profissionais, do esforço, do tempo gasto e das dificuldades que enfrentam para oferecer o que eles dispõem como: a alimentação, roupa, educação, brinquedos e lazer.

Deixar claro para seus filhos que tudo tem um preço, um custo, nada é de graça e que tudo tem que ser valorizado.

Evite barganhar com seu filho
A barganha, ou melhor, utilizar valores de troca com os filhos deve ser evitado, pois é inútil.

Prometer brinquedos ou prêmios em troca de a criança fazer alguma coisa é errado. Os pais não têm que negociar valores para conseguir que os filhos façam suas tarefas, os filhos devem saber quais são as suas obrigações dentro da família.

Aprenda a dizer não para o seu filho
Um não, muitas vezes, é mais importante do que um sim, especialmente nos dias de hoje, onde as pessoas estão achando que tudo lhes é permitidas.

Para evitar futuros transtornos, o pai não deve ceder o tempo todo. Não faz nenhum mal à criança ficar sem o que deseja. Ela precisa saber perder, ter noção de limites e ter consciência do que ela realmente necessita.

Muitos pais confundem amor com ceder a todos os caprichos dos filhos.

Portanto, quando for necessário diga NÃO ao seu filho, isso vai lhe fazer bem. 

Aprenda a diferenciar desejo e necessidades de seu filho
Os pais estão para corresponderem às necessidades dos seus filhos e não os seus desejos.

Ou melhor, os pais devem corresponder o que é necessário para o filho viver até o momento em que ele for capaz de viver sozinho e independente.

Os pais nunca devem confundir necessidades com desejos.

DICAS PARA ACABAR COM O CONSUMISMO 
- Não leve todo dia para casa um presente para seu filho. Ele vai achar que é uma obrigação sua e certamente não vai dar valor ao que ganha. 

- Converse com a criança sobre a sua situação financeira. Ela precisa saber dos limites de sua família. Noções de realidade e necessidade são básicas. 

- Caso queira dar o que ela pede, mas não tenha dinheiro na hora, não se endivide. Converse com ela e diga que assim que tiver condições de comprar, ela vai ter o que quer. A criança também tem que saber esperar. 

- Explique a seu filho que ele não tem que ter por “ter”. Se ele precisar de algo necessário vai receber, mas não apenas por competição com o colega da escola. 

- Não estimule seu filho a ter tudo que os amigos têm. Mostre a ele que cada um é de uma maneira e que mesmo assim todos têm seu valor. 

- Evite acompanhar todos os modismos com ele. As crianças vão sendo influenciadas por desenhos e programas na tevê e pelo excesso de propaganda que a toda hora estimula ao consumo. 

- Por isso mesmo, evite que seu filho passe o dia todo diante da tevê. Proponha a ele outras atividades como brincar com os amigos, ler livrinhos, desenhar, jogar e outras coisas que o tirem da mira do consumo.

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