O QUE É EROTOMANIA
A Síndrome de De Clèrambault,
ou Erotomania é um transtorno psicológico caracterizado por delírios
persistentes em que o indivíduo acredita que outra pessoa, frequentemente de
status mais alto ou uma figura pública, está apaixonada por ele.
Este transtorno insere-se na
categoria mais ampla de transtornos delirantes, e é marcado por uma convicção
irrealista e inflexível, que persiste mesmo frente a evidências contrárias
claras.
Erotomania é um tipo de
transtorno delirante em que uma pessoa tem a crença infundada de que outra
pessoa está apaixonada por ela, apesar de evidências claras do contrário.
Esta outra pessoa geralmente é de
status social mais elevado ou uma celebridade, e o indivíduo com erotomania
frequentemente acredita que essa pessoa está se comunicando seu amor por meio
de gestos sutis ou mensagens secretas.
Os delírios de erotomania podem
ser bastante específicos e detalhados, e a pessoa que sofre desse transtorno
pode interpretar ações completamente normais ou neutras como provas de amor ou
convites para um relacionamento.
Por exemplo, a pessoa pode
acreditar que olhares casuais, interações sociais corriqueiras ou até a
ausência de contato são formas de comunicação secretas.
ORIGEM DO TERMO
A origem do termo
"erotomania" vem do grego "Eros", referindo-se ao amor, e
"mania", indicando loucura ou obsessão.
Historicamente, a condição foi
primeiramente descrita pelo psiquiatra francês Gaëtan Gatian de Clérambault no
início do século 20, cujo estudo sobre o transtorno delirante formou a base
para a compreensão moderna da condição, muitas vezes referida como Síndrome de
Clérambault.
A Síndrome de Clérambault, também
conhecida como erotomania, recebe esse nome em homenagem ao psiquiatra francês
Gaëtan Gatian de Clérambault, que foi o primeiro a descrever essa condição de
forma detalhada no início do século 20.
Clérambault especializou-se em
psiquiatria e desenvolveu um interesse particular pelos transtornos psicóticos,
incluindo aqueles com características delirantes.
Em seus estudos, ele descreveu um
padrão específico de delírio no qual uma pessoa erroneamente acredita que outra
pessoa, geralmente de status social superior ou inatingível, está profundamente
apaixonada por ela.
Este delírio ocorre apesar de não
haver evidência real ou interesse romântico por parte da pessoa alvo.
Clérambault detalhou essa condição em sua obra sobre os estados psicóticos e,
por suas contribuições significativas ao entender essa particular forma de
delírio, a condição foi nomeada em sua honra.
SINTOMAS PRINCIPAIS
Os principais sintomas da
erotomania incluem uma crença delirante de que outra pessoa está secretamente
apaixonada pelo indivíduo, interpretações errôneas de gestos ou palavras
neutras como declarações de amor, e uma resposta emocional intensa que pode variar
de euforia a desespero, dependendo da reação percebida do objeto de seu afeto.
Muitas vezes, esses delírios são
acompanhados por comportamentos de perseguição ou tentativas de contato, o que
pode levar a implicações legais e sociais sérias.
AS POSSÍVEIS CAUSAS
As causas exatas da erotomania
são desconhecidas, mas acredita-se que fatores biológicos, psicológicos e
sociais possam contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
Alterações neuroquímicas no
cérebro, experiências de vida traumáticas, isolamento social e predisposição
genética são considerados fatores de risco potenciais.
CLASSIFICAÇÃO DE EROTOMANIA NO
CID – 10 E DSM-5
A condição está inserida na
CID-10 como subtipo de Transtorno Delirante Persistente (F22.0).
A erotomania é classificada como
um transtorno delirante no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM-5), que é o guia padrão usado por profissionais de saúde mental
para diagnosticar transtornos mentais.
TRATAMENTO
O tratamento da erotomania é
desafiador e geralmente requer uma abordagem multifacetada.
A psicoterapia é central, com o
objetivo de ajudar o paciente a reconhecer e questionar a validade de suas
crenças delirantes, melhorar suas habilidades de interação social e lidar com
sentimentos de rejeição ou isolamento.
Medicamentos antipsicóticos podem
ser prescritos para controlar os delírios e reduzir a intensidade dos sintomas
psicóticos. Os neurolépticos são as drogas mais indicadas, e alguns estudos
mostram boa resposta à risperidona.
O envolvimento de familiares e a
construção de uma rede de apoio social também são cruciais para o sucesso do
tratamento, proporcionando um ambiente que promova a realidade e o bem-estar
emocional do paciente.
A cooperação entre psiquiatras,
psicólogos e outros profissionais de saúde é essencial para abordar todos os
aspectos do transtorno.
Resumindo, tratar a erotomania
geralmente envolve psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos antipsicóticos
para ajudar a controlar os delírios. É importante que o tratamento seja
acompanhado por profissionais de saúde mental devido à complexidade e às
implicações do transtorno no bem-estar e na vida social do indivíduo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE
PSIQUIATRIA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BERRIOS, G. E.; KENNEDY, N.
Erotomania: a conceptual history. History of Psychiatry, [S.l.], v. 13, n. 50,
p. 117-150, 2002. Disponível em: <link>. Acesso em: [data de acesso].
MUNRO, A. Deducional disorder:
paranoia and related illnesses. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
REVISTA PSIQUIÁTRICA RIO GRANDE
DO SUL. A síndrome de De Clérambault. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rprs/a/xJcmrrndSW7S4Lcs4zDm4zK/. Acesso em: [04/05/2024].
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