INTRODUÇÃO
A
Psicologia Humanística, também conhecida como a "terceira força" da
psicologia, emergiu como uma alternativa às abordagens psicanalítica e
comportamental.
Sua ênfase recai sobre o potencial humano, a experiência subjetiva e a busca por significado e realização pessoal.
Este texto tem como objetivo apresentar uma síntese aprofundada sobre a Psicologia Humanística, explorando seu conceito, origem, principais teóricos, abordagens, críticas e referências bibliográficas.
CONCEITO
A Psicologia Humanística pode ser definida como uma abordagem psicológica que valoriza a experiência subjetiva, o livre-arbítrio, a autocompreensão e a autorrealização.
Foca na saúde mental, nas potencialidades e na capacidade do ser humano de superar desafios e construir uma vida significativa. Essa abordagem enfatiza o aqui e agora, a relação interpessoal e a experiência única de cada indivíduo.
ORIGEM
A Psicologia Humanística surgiu nos Estados Unidos na década de 1950, em resposta às limitações percebidas nas abordagens psicanalítica e comportamental.
Inspirada por um movimento filosófico existencialista e fenomenológico, a corrente enfatizou uma visão positiva do ser humano, destacando sua capacidade de crescimento e autodeterminação.
Além disso, a influência da filosofia existencialista, de autores como Sartre e Heidegger, e da fenomenologia de Husserl foi determinante na construção dessa abordagem.
PRINCIPAIS
TEÓRICOS
Os principais nomes associados à Psicologia Humanística incluem
Abraham
Maslow: Conhecido por sua teoria da hierarquia das necessidades e o conceito de
autorrealização.
Carl Rogers: Desenvolveu a terapia centrada no cliente, enfatizando a empatia, a congruência e a aceitação positiva incondicional.
Rollo May: Introduziu conceitos existenciais na psicologia, destacando a liberdade, a ansiedade e o significado.
Viktor Frankl: Criador da logoterapia, que se concentra na busca de sentido como motivação humana fundamental.
Fritz
Perls:
Fundador da Gestalt-terapia, com foco no aqui e agora, na integração emocional
e na autopercepção.
Jacob Levy Moreno: Criador do Psicodrama, que utiliza encenações terapêuticas para explorar e resolver conflitos emocionais e sociais.
PRINCIPAIS ABORDAGENS DENTRO DO HUMANISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS
TERAPIA CENTRADA NA PESSOA (CARL ROGERS):
Confiança na capacidade do cliente para o autodesenvolvimento.
Foco na relação terapêutica, com ênfase na empatia, congruência e aceitação positiva incondicional.
ABORDAGEM EXISTENCIAL (ROLLO MAY E VIKTOR FRANKL):
Explora a liberdade, responsabilidade e busca de significado.
Trabalha com conceitos como morte, isolamento, liberdade e autenticidade.
LOGOTERAPIA (VIKTOR FRANKL):
Baseia-se na busca de sentido como a motivação principal do ser humano.
Enfatiza a liberdade de escolha e a responsabilidade pessoal para encontrar um significado, mesmo diante de sofrimento.
Utiliza técnicas como a intencionalidade paradoxal e a análise existencial para ajudar o paciente a lidar com conflitos internos.
PSICOLOGIA TRANSPESSOAL:
Enfoca experiências que transcendem o eu, como espiritualidade e meditação.
Busca integrar os aspectos espirituais e psicológicos do ser humano, promovendo a conexão com algo maior que si mesmo.
GESTALT-TERAPIA (FRITZ PERLS):
Enfatiza o "aqui e agora" e a integração entre pensamentos, sentimentos e ações.
Trabalha com a consciência corporal e o aumento da percepção para promover o autoconhecimento e a resolução de conflitos internos.
Utiliza técnicas como a "cadeira vazia" para explorar sentimentos e situações conflitantes.
PSICODRAMA (JACOB LEVY MORENO):
Baseado em encenações dramatizadas, permite que os pacientes expressem e compreendam conflitos emocionais e sociais.
Utiliza técnicas como inversão de papéis, espelhamento e aquecimento para promover a empatia e a compreensão de si e do outro.
Tem aplicações em contextos terapêuticos, educacionais e organizacionais.
PRINCIPAIS
CRÍTICAS À PSICOLOGIA HUMANÍSTICA E SUAS ABORDAGENS
Embora a Psicologia Humanística tenha sido revolucionária, não está isenta de críticas. Entre elas:
Caráter
subjetivo:
Por focar na experiência pessoal, é considerada pouco científica por algumas abordagens mais tradicionais.
Falta de rigor metodológico:
Suas
intervenções são vistas como pouco padronizadas e de difícil mensuração.
Visão excessivamente otimista:
Críticos apontam que o humanismo negligencia aspectos sombrios da natureza humana, como agressão e destrutividade.
Aplicação limitada:
Algumas
abordagens, como a Psicologia Transpessoal, são vistas como pouco acessíveis ou
aplicáveis fora de contextos específicos.
CONCLUSÃO
A Psicologia Humanística trouxe uma contribuição significativa ao campo da psicologia, oferecendo uma abordagem centrada no ser humano, suas experiências e potencialidades.
Com
enfoques variados, como Gestalt-terapia, Psicodrama, Logoterapia e terapia
centrada no cliente, o humanismo ampliou o leque de possibilidades
terapêuticas.
Apesar das críticas, continua sendo uma referência importante para compreender a complexidade da existência humana e a busca por significado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MASLOW, Abraham H. Motivação e personalidade. Petrópolis: Vozes, 2019.
ROGERS, Carl. Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido. Petrópolis: Vozes, 2017.
MAY, Rollo. O Homem à procura de si mesmo. São Paulo: Vozes, 2002.
PERLS, Fritz. Gestalt-terapia explicada. São Paulo: Summus, 1997.
MORENO, Jacob Levy. Psicodrama. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
GRECCO, Camila. Psicologia humanista: perspectivas e aplicabilidades. São Paulo: Atlas, 2015.
BOCK, Ana M. B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2019.
BUGENTAL, James F. T. Psicoterapia humanista. São Paulo: Cultrix, 2010.
SCHNEIDER,
Kirk J.; BUGENTAL,
James F. T.; PIKE, J. Fraser. Psicologia existencial e humanística. Porto
Alegre: Artmed, 2004.
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