quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

A PSICOLOGIA HUMANÍSTICA

 


INTRODUÇÃO

A Psicologia Humanística, também conhecida como a "terceira força" da psicologia, emergiu como uma alternativa às abordagens psicanalítica e comportamental.

Sua ênfase recai sobre o potencial humano, a experiência subjetiva e a busca por significado e realização pessoal. 

Este texto tem como objetivo apresentar uma síntese aprofundada sobre a Psicologia Humanística, explorando seu conceito, origem, principais teóricos, abordagens, críticas e referências bibliográficas.

CONCEITO

A Psicologia Humanística pode ser definida como uma abordagem psicológica que valoriza a experiência subjetiva, o livre-arbítrio, a autocompreensão e a autorrealização. 

Foca na saúde mental, nas potencialidades e na capacidade do ser humano de superar desafios e construir uma vida significativa. Essa abordagem enfatiza o aqui e agora, a relação interpessoal e a experiência única de cada indivíduo. 

ORIGEM

A Psicologia Humanística surgiu nos Estados Unidos na década de 1950, em resposta às limitações percebidas nas abordagens psicanalítica e comportamental. 

Inspirada por um movimento filosófico existencialista e fenomenológico, a corrente enfatizou uma visão positiva do ser humano, destacando sua capacidade de crescimento e autodeterminação.

Além disso, a influência da filosofia existencialista, de autores como Sartre e Heidegger, e da fenomenologia de Husserl foi determinante na construção dessa abordagem.

PRINCIPAIS TEÓRICOS

Os principais nomes associados à Psicologia Humanística incluem 

Abraham Maslow: Conhecido por sua teoria da hierarquia das necessidades e o conceito de autorrealização.

Carl Rogers: Desenvolveu a terapia centrada no cliente, enfatizando a empatia, a congruência e a aceitação positiva incondicional.

Rollo May: Introduziu conceitos existenciais na psicologia, destacando a liberdade, a ansiedade e o significado.

Viktor Frankl: Criador da logoterapia, que se concentra na busca de sentido como motivação humana fundamental. 

Fritz Perls: Fundador da Gestalt-terapia, com foco no aqui e agora, na integração emocional e na autopercepção.

Jacob Levy Moreno: Criador do Psicodrama, que utiliza encenações terapêuticas para explorar e resolver conflitos emocionais e sociais. 

PRINCIPAIS ABORDAGENS DENTRO DO HUMANISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS 

TERAPIA CENTRADA NA PESSOA (CARL ROGERS): 

Confiança na capacidade do cliente para o autodesenvolvimento.

Foco na relação terapêutica, com ênfase na empatia, congruência e aceitação positiva incondicional.

ABORDAGEM EXISTENCIAL (ROLLO MAY E VIKTOR FRANKL): 

Explora a liberdade, responsabilidade e busca de significado.

Trabalha com conceitos como morte, isolamento, liberdade e autenticidade. 

LOGOTERAPIA (VIKTOR FRANKL): 

Baseia-se na busca de sentido como a motivação principal do ser humano. 

Enfatiza a liberdade de escolha e a responsabilidade pessoal para encontrar um significado, mesmo diante de sofrimento. 

Utiliza técnicas como a intencionalidade paradoxal e a análise existencial para ajudar o paciente a lidar com conflitos internos. 

PSICOLOGIA TRANSPESSOAL: 

Enfoca experiências que transcendem o eu, como espiritualidade e meditação.

Busca integrar os aspectos espirituais e psicológicos do ser humano, promovendo a conexão com algo maior que si mesmo. 

GESTALT-TERAPIA (FRITZ PERLS): 

Enfatiza o "aqui e agora" e a integração entre pensamentos, sentimentos e ações. 

Trabalha com a consciência corporal e o aumento da percepção para promover o autoconhecimento e a resolução de conflitos internos.

Utiliza técnicas como a "cadeira vazia" para explorar sentimentos e situações conflitantes. 

PSICODRAMA (JACOB LEVY MORENO): 

Baseado em encenações dramatizadas, permite que os pacientes expressem e compreendam conflitos emocionais e sociais. 

Utiliza técnicas como inversão de papéis, espelhamento e aquecimento para promover a empatia e a compreensão de si e do outro.

Tem aplicações em contextos terapêuticos, educacionais e organizacionais.

PRINCIPAIS CRÍTICAS À PSICOLOGIA HUMANÍSTICA E SUAS ABORDAGENS

Embora a Psicologia Humanística tenha sido revolucionária, não está isenta de críticas. Entre elas:

Caráter subjetivo:

Por focar na experiência pessoal, é considerada pouco científica por algumas abordagens mais tradicionais. 

Falta de rigor metodológico: 

Suas intervenções são vistas como pouco padronizadas e de difícil mensuração.

Visão excessivamente otimista:

Críticos apontam que o humanismo negligencia aspectos sombrios da natureza humana, como agressão e destrutividade.

Aplicação limitada: 

Algumas abordagens, como a Psicologia Transpessoal, são vistas como pouco acessíveis ou aplicáveis fora de contextos específicos.

CONCLUSÃO

A Psicologia Humanística trouxe uma contribuição significativa ao campo da psicologia, oferecendo uma abordagem centrada no ser humano, suas experiências e potencialidades. 

Com enfoques variados, como Gestalt-terapia, Psicodrama, Logoterapia e terapia centrada no cliente, o humanismo ampliou o leque de possibilidades terapêuticas.

Apesar das críticas, continua sendo uma referência importante para compreender a complexidade da existência humana e a busca por significado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MASLOW, Abraham H. Motivação e personalidade. Petrópolis: Vozes, 2019.

ROGERS, Carl. Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido. Petrópolis: Vozes, 2017.

MAY, Rollo. O Homem à procura de si mesmo. São Paulo: Vozes, 2002. 

PERLS, Fritz. Gestalt-terapia explicada. São Paulo: Summus, 1997. 

MORENO, Jacob Levy. Psicodrama. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 

GRECCO, Camila. Psicologia humanista: perspectivas e aplicabilidades. São Paulo: Atlas, 2015. 

BOCK, Ana M. B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2019.

BUGENTAL, James F. T. Psicoterapia humanista. São Paulo: Cultrix, 2010.

SCHNEIDER, Kirk J.; BUGENTAL, James F. T.; PIKE, J. Fraser. Psicologia existencial e humanística. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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