sábado, 16 de novembro de 2024

O NARCISISMO: EM FREUD, LACAN E NA PSIQUIATRIA

 

INTRODUÇÃO

O narcisismo é um conceito importante tanto na psicanálise quanto na psiquiatria, sendo descrito como um estágio normal do desenvolvimento psicossexual por Sigmund Freud e como um processo fundamental para a formação da subjetividade por Jacques Lacan.

No entanto, quando se torna patológico, pode causar um transtorno narcisista da personalidade (TNP) e interferir significativamente na vida do indivíduo e nas suas relações interpessoais.

Neste sentido, é fundamental compreender as diferentes abordagens teóricas e clínicas em relação ao narcisismo para promover um melhor entendimento e tratamento do transtorno.

O NARCISISMO, SUAS ORIGENS E DESENVOLVIMENTO

O narcisismo é um conceito importante na psicanálise e na psicologia em geral.

É uma condição em que uma pessoa tem um amor excessivo e um senso inflado de si mesma, colocando suas próprias necessidades e desejos acima dos outros.

Essa condição é chamada de Transtorno Narcisista da Personalidade (TNP) quando se torna patológica e interfere significativamente na vida do indivíduo e nas suas relações com os outros.

O narcisismo tem suas raízes na infância, geralmente em experiências precoces de invalidação emocional ou de falta de amor e atenção por parte dos pais ou cuidadores.

A criança desenvolve mecanismos de defesa, como a idealização de si mesma e a negação de sentimentos e emoções negativas, como forma de lidar com essa falta.

Esse processo pode levar a uma personalidade narcisista na vida adulta.

Os narcisistas muitas vezes se comportam de maneira grandiosa, exigente e arrogante, buscando admiração e elogios constantes.

Eles têm dificuldade em reconhecer as necessidades e os sentimentos dos outros e podem se comportar de forma insensível e manipuladora em seus relacionamentos.

Além disso, eles podem se sentir profundamente ameaçados por críticas ou rejeições, o que pode levá-los a comportamentos impulsivos e até agressivos.

NARCISISMO SEGUNDO FREUD

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, descreveu o narcisismo como um estágio normal do desenvolvimento psicossexual que ocorre na primeira infância.

De acordo com sua teoria, o narcisismo é uma fase na qual o bebê é voltado para si mesmo e para a satisfação de suas próprias necessidades e desejos, sem levar em conta o mundo externo ou outras pessoas.

Para Freud, o narcisismo é um processo natural de desenvolvimento da personalidade, que começa com a autopreservação e a autossatisfação do bebê.

Conforme a criança cresce e se torna mais consciente do mundo externo, ela desenvolve uma consciência de si mesma como um ser separado dos outros e começa a desenvolver empatia e preocupação com as necessidades dos outros.

No entanto, em alguns casos, o narcisismo pode se tornar patológico, levando a uma personalidade narcisista na vida adulta.

Isso pode ocorrer quando as experiências da infância são marcadas por falta de amor e atenção, levando a uma auto idealização exagerada e uma dificuldade em reconhecer as necessidades e os sentimentos dos outros.

Assim, para Freud, o narcisismo é uma fase natural e necessária do desenvolvimento da personalidade, mas pode se tornar patológico quando ocorrem experiências traumáticas ou quando o indivíduo não é capaz de desenvolver empatia e preocupação com os outros.

A compreensão do narcisismo como um processo normal e necessário de desenvolvimento é importante para a compreensão da teoria psicanalítica de Freud.

O OBJETIVO DA TERAPIA PSICANALÍTICA EM PACIENTES NARCISISTAS

Na psicanálise, a terapia pode ajudar os narcisistas a explorar suas emoções e necessidades subjacentes e a desenvolver habilidades de empatia e comunicação mais saudáveis.

O objetivo da terapia é ajudar o indivíduo a superar suas defesas narcísicas e a se tornar mais conectado com sua própria subjetividade e com os outros.

O NARCISISMO SEGUNDO LACAN

Jacques Lacan, um dos mais influentes psicanalistas do século XX, tem uma abordagem diferente de Freud em relação ao narcisismo.

Para Lacan, o narcisismo é um conceito fundamental para entender a formação da subjetividade e a dinâmica das relações humanas.

Lacan definiu o narcisismo como um processo em que o indivíduo investe sua energia psíquica na construção de uma imagem de si mesmo, com base nas relações interpessoais que estabelece com os outros. Essa imagem é uma construção simbólica e idealizada, que muitas vezes não corresponde à realidade.

Para Lacan, o narcisismo é uma condição fundamental para o desenvolvimento da subjetividade, pois é a partir dessa imagem idealizada de si mesmo que o indivíduo pode desenvolver uma relação com o mundo externo.

No entanto, o narcisismo também pode se tornar patológico quando a imagem idealizada de si mesmo se torna uma barreira para o desenvolvimento de relações saudáveis com os outros.

Para Lacan, a terapia pode ajudar o indivíduo a superar as defesas narcísicas e a desenvolver uma relação mais saudável consigo mesmo e com os outros.

OBJETIVO DA TERAPIA LACANIANA EM PACIENTES NARCISISTAS

O objetivo da terapia é ajudar o paciente a compreender que a imagem idealizada de si mesmo não corresponde à realidade, e que o caminho para o desenvolvimento pessoal e relacional passa pela aceitação da própria subjetividade e da alteridade do outro.

A PSIQUIATRIA E O NARCISISMO

A psiquiatria também considera o Transtorno Narcisista da Personalidade (TNP) como uma condição psiquiátrica que se caracteriza pela presença de um padrão persistente de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia em diferentes contextos e que causa prejuízo significativo na vida do indivíduo e nas suas relações interpessoais.

De acordo com a psiquiatria, o TNP é um transtorno que pode ter uma etiologia multifatorial, com fatores genéticos e ambientais desempenhando um papel importante no seu desenvolvimento.

Além disso, o TNP pode estar associado a outros transtornos mentais, como depressão e abuso de substâncias.

Os principais sintomas do TNP incluem:

ü  Necessidade exagerada de admiração e reconhecimento;

ü  Sentimento de grandiosidade e auto importância;

ü  Falta de empatia e consideração pelos sentimentos e necessidades dos outros;

ü  Comportamento arrogante e exigente;

ü  Exibição de comportamentos invejosos e competitivos.

O tratamento para o TNP pode incluir psicoterapia, como a psicoterapia cognitivo-comportamental ou a terapia interpessoal, e/ou medicamentos, como os estabilizadores do humor.

OBJETIVO DO TRATAMENTO DA PSIQUIATRIA EM PACIENTES NARCISISTAS

O objetivo do tratamento é ajudar o indivíduo a desenvolver habilidades para lidar com seus comportamentos e atitudes patológicas e a melhorar suas relações interpessoais.

CONCLUSÃO

O narcisismo é um conceito complexo e multifacetado que tem sido estudado tanto na psicanálise quanto na psiquiatria.

Enquanto a psicanálise enfatiza a importância do narcisismo como um estágio natural do desenvolvimento psicossexual, a psiquiatria destaca os sintomas e as consequências do transtorno narcisista da personalidade (TNP).

A compreensão do narcisismo é importante para promover um melhor entendimento das patologias psicológicas e para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.

O tratamento do TNP pode incluir terapia, medicamentos ou uma combinação de ambos, dependendo da gravidade e das características individuais do transtorno.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

1.     AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. (2013). DSM-5 - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed.

2.     FREUD, S. (1914). Introdução ao Narcisismo. Standard Edition. Vol. 14, pp. 67-102.

3.     KERNBERG, O. (1995). Transtornos graves de personalidade: estratégias de tratamento. Porto Alegre: Artmed.

4.     LACAN, J. (1949). O Estádio do Espelho como Formador da Função do Eu. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

COMPLEXO DE ÉDIPO, COM BASE NO LIVRO "COMPLEXO DE ÉDIPO" DE IVAN RAMOS ESTEVÃO

 


INTRODUÇÃO

O livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão apresenta uma análise profunda e detalhada sobre o conceito de Complexo de Édipo e sua importância na cultura ocidental e na psicanálise.

O autor explora os diferentes aspectos do tema, desde sua origem na mitologia grega até suas manifestações na cultura popular contemporânea.

Além disso, o livro aborda as críticas e controvérsias em torno do conceito, destacando a necessidade de se considerar diferentes perspectivas para a compreensão da psique humana e da dinâmica familiar.

O AUTOR DO LIVRO COMPLEXO DE ÉDIPO

Ivan Ramos Estevão é um psicólogo e psicanalista brasileiro, com formação em psicologia clínica e psicanálise. Ele é doutor em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde atua como docente e pesquisador.

Além disso, Ivan Ramos Estevão é autor de diversos artigos e livros sobre temas relacionados à psicologia clínica e à psicanálise, incluindo o livro "Complexo de Édipo", publicado em 2016 pela editora Zahar.

O livro apresenta uma análise detalhada do conceito de Complexo de Édipo e sua importância na cultura ocidental e na psicanálise, explorando também as críticas e controvérsias em torno do tema.

OUTRAS OBRAS DO AUTOR

Ivan Ramos Estevão é autor de diversos livros e artigos na área de psicanálise e psicologia clínica. Alguns de seus livros incluem:

"Complexo de Édipo" (2016)

"Compreender Winnicott" (2012)

"Metapsicologia e clínica psicanalítica" (2006)

"Crianças em análise: uma introdução à psicanálise infantil" (2004)

"Caminhos da clínica psicanalítica" (2000)

Além disso, Ivan Ramos Estevão também é coautor de vários outros livros e artigos em periódicos científicos, contribuindo com sua expertise e conhecimento na área da psicanálise e da psicologia clínica.

UMA INTRODUÇÃO AO LIVRO

"Complexo de Édipo" é um livro de psicologia que aborda o conceito psicanalítico de Édipo, nomeado em homenagem ao mito grego de Édipo, que descreve a atração sexual inconsciente que alguns filhos sentem pelos pais do sexo oposto e o desejo inconsciente de eliminar o progenitor do mesmo sexo.

O livro explora a história e a evolução do conceito, suas implicações clínicas e sua relevância para a compreensão da dinâmica familiar.

Ivan Ramos Estevão é psicanalista e autor de vários livros sobre psicologia e psicanálise. Seu trabalho é frequentemente citado em publicações acadêmicas e clínicas em todo o mundo.

ESBOÇO DO LIVRO

O livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é uma obra de psicologia que explora o conceito psicanalítico de Édipo, suas implicações clínicas e sua relevância para a compreensão da dinâmica familiar.

O livro é dividido em 10 capítulos, que exploram a história e evolução do conceito, suas implicações na clínica psicanalítica e nas relações familiares, além de apresentar estudos de caso e discutir as críticas e controvérsias em torno do tema.

No primeiro capítulo, "A história do mito", o autor apresenta a origem e a evolução do mito grego de Édipo, que foi posteriormente adaptado por Sigmund Freud para descrever o conflito psíquico que ocorre na fase fálica da infância.

No segundo capítulo, "O Complexo de Édipo", o autor apresenta uma definição mais detalhada do conceito, explorando seus aspectos clínicos e sua relação com a dinâmica familiar.

No terceiro capítulo, "A Tragédia de Édipo Rei", o autor faz uma análise detalhada da peça de teatro escrita por Sófocles, que conta a história de Édipo.

No quarto capítulo, "A interpretação de Freud", o autor explora a contribuição de Sigmund Freud para a compreensão do Complexo de Édipo, apresentando suas principais ideias e conceitos.

No quinto capítulo, "Estudos de caso", o autor apresenta casos clínicos que ilustram o Complexo de Édipo na prática clínica.

No sexto capítulo, "As críticas ao Complexo de Édipo", o autor discute as críticas e controvérsias em torno do conceito, apresentando argumentos a favor e contra.

No sétimo capítulo, "O Complexo de Édipo na família", o autor explora a relação entre o Complexo de Édipo e a dinâmica familiar, apresentando ideias e conceitos que podem ajudar a compreender conflitos familiares.

No oitavo capítulo, "O Complexo de Édipo na cultura contemporânea", o autor discute a presença do conceito em filmes, livros e outras formas de expressão cultural.

No nono capítulo, "A importância do Complexo de Édipo", o autor apresenta as principais conclusões do livro e destaca a importância do conceito para a compreensão da psicologia humana.

No décimo e último capítulo, "Considerações finais", o autor faz uma síntese dos principais pontos do livro e apresenta suas considerações finais sobre o tema.

RESUMO DE CADA CAPÍTULO DO LIVRO

PRIMEIRO CAPÍTULO

O primeiro capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "A história do mito" e apresenta a origem e a evolução do mito grego de Édipo, que foi posteriormente adaptado por Sigmund Freud para descrever o conflito psíquico que ocorre na fase fálica da infância.

O autor começa apresentando a lenda grega de Édipo, filho de Laio e Jocasta, que foi abandonado quando bebê e criado por outros pais.

Quando adulto, Édipo resolve desvendar o mistério de sua origem e descobre que matou o próprio pai e se casou com sua mãe, cumprindo assim a profecia que havia sido feita antes de seu nascimento.

Em seguida, o autor explora a evolução do mito de Édipo, que foi adaptado por vários autores ao longo da história, até chegar a Sigmund Freud.

Segundo o autor, Freud utilizou o mito de Édipo para descrever a atração sexual inconsciente que alguns filhos sentem pelos pais do sexo oposto e o desejo inconsciente de eliminar o progenitor do mesmo sexo.

O capítulo termina com o autor ressaltando a importância do mito de Édipo na cultura ocidental e em particular na psicanálise, onde o Complexo de Édipo é um conceito central para a compreensão da psicologia humana.

SEGUNDO CAPÍTULO

O segundo capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "O Complexo de Édipo" e explora mais a fundo o conceito psicanalítico de Édipo, suas implicações clínicas e sua relação com a dinâmica familiar.

O autor começa definindo o Complexo de Édipo como um conflito psíquico que ocorre na fase fálica da infância, quando a criança desenvolve um desejo inconsciente de se relacionar sexualmente com o pai ou a mãe do sexo oposto e um desejo de eliminar o progenitor do mesmo sexo.

Em seguida, o autor explora as diferentes fases do Complexo de Édipo, desde a fase oral até a fase genital, destacando as principais características de cada uma delas.

O autor também aborda as diferentes formas como o Complexo de Édipo pode se manifestar na clínica psicanalítica, como, por exemplo, através de sonhos, fantasias e comportamentos.

O capítulo também apresenta os principais desafios enfrentados pelos psicanalistas no tratamento de pacientes com o Complexo de Édipo, como a resistência e a transferência, e discute a importância do trabalho de interpretação do psicanalista na compreensão do conflito.

Por fim, o autor explora a relação entre o Complexo de Édipo e a dinâmica familiar, destacando a importância do papel dos pais na resolução do conflito e na formação da identidade sexual da criança.

 O autor também apresenta algumas ideias e conceitos que podem ajudar a compreender conflitos familiares relacionados ao Complexo de Édipo, como, por exemplo, a triangulação e a rivalidade entre irmãos.

TERCEIRO CAPÍTULO

O terceiro capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "A Tragédia de Édipo Rei" e apresenta uma análise detalhada da peça de teatro escrita por Sófocles, que conta a história de Édipo.

O autor começa apresentando a obra de Sófocles e a sua importância na cultura grega antiga. Em seguida, o autor descreve a história da peça, que conta a história de Édipo, um homem que, sem saber, mata o próprio pai e se casa com a própria mãe, cumprindo assim uma profecia feita antes de seu nascimento.

O autor destaca a importância da obra na história da psicanálise, já que foi utilizada por Sigmund Freud como uma das principais fontes para a construção do conceito de Complexo de Édipo.

O autor explora as diferentes fases da peça, destacando os principais momentos que ilustram o conflito psíquico que ocorre na fase fálica da infância.

O capítulo também aborda a importância da peça na cultura contemporânea, apresentando diferentes adaptações e interpretações da obra no cinema, na literatura e nas artes visuais.

Por fim, o autor destaca a relevância da obra de Sófocles para a compreensão do Complexo de Édipo, tanto na história da psicanálise quanto na cultura ocidental em geral.

QUARTO CAPÍTULO

O quarto capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "A interpretação de Freud" e apresenta a contribuição de Sigmund Freud para a compreensão do Complexo de Édipo.

O autor começa apresentando a teoria psicanalítica de Freud, destacando a importância da sexualidade na formação da personalidade humana.

Em seguida, o autor explora a construção do conceito de Complexo de Édipo por Freud, que utilizou o mito de Édipo para descrever o conflito psíquico que ocorre na fase fálica da infância.

O autor apresenta os principais argumentos de Freud em favor do conceito, destacando a importância do desejo inconsciente de se relacionar sexualmente com o pai ou a mãe do sexo oposto na formação da identidade sexual da criança.

O capítulo também aborda as críticas e controvérsias em torno do conceito de Complexo de Édipo, destacando as principais objeções apresentadas por alguns psicanalistas e teóricos da psicologia.

Por fim, o autor destaca a importância do conceito de Complexo de Édipo para a compreensão da psicologia humana, tanto na clínica psicanalítica quanto na cultura ocidental em geral.

O autor também apresenta algumas ideias e conceitos que podem ajudar a compreender a relação entre o Complexo de Édipo e outros aspectos da psique humana, como, por exemplo, a formação do superego e a construção da identidade sexual.

QUINTO CAPÍTULO

O quinto capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "Estudos de caso" e apresenta casos clínicos que ilustram o Complexo de Édipo na prática clínica.

O autor apresenta vários casos clínicos que ilustram diferentes formas como o Complexo de Édipo pode se manifestar na clínica psicanalítica.

Os casos envolvem pacientes de diferentes idades e gêneros, com diferentes tipos de conflitos relacionados ao Complexo de Édipo.

O autor explora a forma como o psicanalista trabalha com esses casos, apresentando ideias e conceitos que podem ajudar a compreender o conflito e a promover a resolução do Complexo de Édipo.

O capítulo também aborda a importância da transferência e da interpretação na relação entre o paciente e o psicanalista, destacando a importância do trabalho de compreensão e interpretação do psicanalista para a resolução do conflito.

Por fim, o autor destaca a relevância dos casos clínicos para a compreensão do Complexo de Édipo na prática clínica, apresentando-os como exemplos concretos de como o conceito pode ser aplicado na clínica psicanalítica.

SEXTO CAPÍTULO

O sexto capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "As críticas ao Complexo de Édipo" e discute as críticas e controvérsias em torno do conceito de Complexo de Édipo.

O autor apresenta os principais argumentos apresentados por alguns psicanalistas e teóricos da psicologia que criticam o conceito, destacando as objeções mais frequentes.

Entre as críticas mais comuns estão a ideia de que o Complexo de Édipo é uma construção cultural e não universal, a falta de comprovação empírica do conceito e a sua possível inadequação para descrever a complexidade das relações familiares contemporâneas.

O autor também apresenta alguns argumentos em favor do conceito, destacando a sua relevância para a compreensão da psicologia humana, especialmente na clínica psicanalítica.

O capítulo termina com o autor destacando a importância do debate em torno do conceito de Complexo de Édipo, ressaltando a necessidade de se considerar as críticas e controvérsias em torno do tema e de se buscar novas formas de compreensão da dinâmica familiar e da psique humana.

SÉTIMO CAPÍTULO

O sétimo capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "O Complexo de Édipo na família" e explora a relação entre o Complexo de Édipo e a dinâmica familiar.

O autor começa apresentando a importância do papel dos pais na formação da identidade sexual da criança e na resolução do conflito do Complexo de Édipo. O autor também destaca a importância do vínculo afetivo entre a criança e seus pais, que pode influenciar diretamente o desenvolvimento do Complexo de Édipo.

O capítulo explora também as diferentes formas como o Complexo de Édipo pode se manifestar na dinâmica familiar, como, por exemplo, a triangulação entre pai, mãe e filho, a rivalidade entre irmãos e o papel dos avós e outros membros da família na resolução do conflito.

O autor apresenta ainda algumas ideias e conceitos que podem ajudar a compreender conflitos familiares relacionados ao Complexo de Édipo, como a relação entre o Complexo de Édipo e a construção do superego, a importância do papel do pai na formação da identidade sexual da criança e a relação entre o Complexo de Édipo e a construção da identidade de gênero.

Por fim, o autor destaca a importância do trabalho de interpretação do psicanalista na compreensão do conflito do Complexo de Édipo na dinâmica familiar, destacando a necessidade de se considerar a complexidade e singularidade de cada caso.

OITAVO CAPÍTULO

O oitavo capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "O Complexo de Édipo na cultura contemporânea" e explora a influência do Complexo de Édipo na cultura popular contemporânea.

O autor começa apresentando diferentes formas como o Complexo de Édipo é retratado na cultura contemporânea, como, por exemplo, no cinema, na literatura e nas artes visuais.

O autor destaca a presença do mito de Édipo em filmes, como "Psicose", de Alfred Hitchcock, e em obras literárias, como "O Amor nos Tempos do Cólera", de Gabriel García Márquez.

O capítulo também aborda a influência do Complexo de Édipo na cultura popular, destacando a sua presença em programas de TV, como a série "Família Soprano", e em músicas populares.

O autor explora ainda a importância do Complexo de Édipo na cultura LGBT, destacando a forma como o conceito é utilizado para descrever a relação de algumas pessoas com suas famílias e com sua identidade de gênero.

Por fim, o autor destaca a relevância do mito de Édipo na cultura contemporânea e na psicologia humana, apresentando-o como um tema central para a compreensão da dinâmica familiar e da psique humana.

NONO CAPÍTULO

O nono capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "Considerações finais" e apresenta as conclusões e reflexões do autor sobre o conceito de Complexo de Édipo e sua importância na cultura ocidental e na psicologia humana.

O autor destaca a relevância do mito de Édipo na cultura ocidental, ressaltando a sua presença em diferentes áreas, como na literatura, na arte e na psicanálise.

O autor também destaca a importância do conceito de Complexo de Édipo para a compreensão da psique humana, especialmente na clínica psicanalítica.

O capítulo apresenta ainda algumas reflexões sobre os desafios e limitações do conceito de Complexo de Édipo, destacando a necessidade de se considerar a complexidade e singularidade de cada caso e a importância de se considerar diferentes perspectivas e críticas ao conceito.

Por fim, o autor apresenta algumas ideias e conceitos que podem ajudar a compreender a dinâmica familiar e a psique humana, como a importância da relação entre pais e filhos na formação da identidade sexual e a relação entre o Complexo de Édipo e a construção do superego.

O capítulo termina com o autor destacando a importância do debate e da reflexão sobre o Complexo de Édipo na cultura contemporânea e na psicologia humana, apresentando-o como um tema central para a compreensão da dinâmica familiar e da psique humana.

DÉCIMO CAPÍTULO

O décimo capítulo do livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é intitulado "Referências bibliográficas" e apresenta as fontes utilizadas pelo autor na elaboração do livro.

O autor apresenta uma lista de referências bibliográficas que inclui obras clássicas da psicanálise, como as obras de Sigmund Freud e Jacques Lacan, assim como outras obras importantes na psicologia e nas ciências sociais.

A lista de referências é dividida em seções que incluem temas como "O Complexo de Édipo na teoria psicanalítica", "O Complexo de Édipo na clínica psicanalítica" e "O Complexo de Édipo na cultura contemporânea".

O capítulo também inclui uma seção de "Leituras recomendadas" que apresenta outras obras relevantes sobre o tema do Complexo de Édipo e da psicanálise em geral.

Por fim, o autor destaca a importância do estudo e da reflexão sobre o tema, ressaltando a riqueza e complexidade do conceito de Complexo de Édipo e sua relevância para a compreensão da psicologia humana e da cultura ocidental.

CRÍTICAS AO LIVRO COMPLEXO DE ÉDIPO

O livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é uma obra interessante e bem escrita que apresenta uma análise detalhada do conceito de Complexo de Édipo e sua importância na cultura ocidental e na psicanálise.

No entanto, há algumas críticas que podem ser feitas ao livro, a saber:

Uma das críticas é que o livro apresenta uma abordagem predominantemente psicanalítica do conceito de Complexo de Édipo, sem considerar outras abordagens ou teorias que possam oferecer outras perspectivas para a compreensão do tema.

Além disso, o livro pode parecer denso e difícil de compreender para leitores que não estão familiarizados com a teoria psicanalítica.

Outra crítica é que o livro pode parecer excessivamente focado na história e na cultura ocidental, deixando de lado outras culturas e tradições que também possam apresentar visões interessantes sobre o tema.

Outras críticas relacionadas ao livro:

Uma crítica possível ao livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão é que, apesar de apresentar diferentes estudos de caso que ilustram o conceito em situações clínicas, o livro não oferece muitas dicas práticas para psicólogos e psicanalistas que trabalham com pacientes que apresentam conflitos relacionados ao Complexo de Édipo.

O livro apresenta uma análise teórica detalhada do conceito e sua importância na cultura ocidental e na psicanálise, mas pode ser insuficiente para aqueles que desejam saber como aplicar esse conhecimento na prática clínica.

Outra crítica relacionada a essa é que o livro pode parecer excessivamente teórico e pouco acessível para leitores que buscam uma linguagem mais simples e direta, o que pode dificultar a compreensão do conteúdo para aqueles que não têm formação em psicanálise ou psicologia clínica.

Apesar disso, o livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão apresenta uma análise profunda e interessante do conceito de Complexo de Édipo e sua importância na cultura ocidental e na psicanálise, sendo uma leitura indicada para aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre o tema.

CONCLUSÃO:

O livro "Complexo de Édipo" de Ivan Ramos Estevão apresenta uma análise profunda e detalhada sobre um dos conceitos mais importantes da psicanálise e da cultura ocidental.

O autor destaca a relevância do mito de Édipo para a compreensão da psique humana e da dinâmica familiar, oferecendo uma visão ampla e multifacetada sobre o tema.

Apesar das críticas apresentadas ao longo do livro, a obra é uma leitura indispensável para aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre o tema e sua importância na cultura e na psicologia humana.

O livro é um convite ao debate e à reflexão sobre as complexidades e singularidades do ser humano e da cultura em que vivemos.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

DOENÇAS IATROGÊNICAS: A TERCEIRA MAIOR CAUSA DE MORTE NOS ESTADOS UNIDOS E PROVAVELMENTE NO MUNDO.

 


DOENÇAS IATROGÊNICAS: A TERCEIRA MAIOR CAUSA DE MORTE NOS ESTADOS UNIDOS E PROVAVELMENTE NO MUNDO.

INTRODUÇÃO

As doenças iatrogênicas são condições adversas que resultam direta ou indiretamente de intervenções médicas, sejam elas diagnósticas, terapêuticas ou preventivas.

O termo "iatrogênico" deriva do grego "iatros" (médico) e "genesis" (origem), significando literalmente "originado pelo médico". Essas doenças podem variar desde reações adversas a medicamentos, infecções hospitalares, até erros cirúrgicos e diagnósticos incorretos.

Resumindo, as doenças iatrogênicas são alterações patológicas que ocorrem em um paciente como resultado de um tratamento médico, cirúrgico ou de outro profissional da área de saúde.

Por que as doenças iatrogênicas são a terceira causa de mortes nos Estados Unidos?

OS TIPOS DE DOENÇAS IATROGÊNICAS

As doenças iatrogênicas são condições adversas que surgem como consequência direta ou indireta de intervenções médicas.

Elas podem ocorrer devido a procedimentos diagnósticos, terapêuticos ou preventivos e são, muitas vezes, involuntárias.

Abaixo, são apresentados os principais tipos de doenças iatrogênicas, com comentários sobre suas causas e impactos:

Reações Adversas a Medicamentos (RAMs):

Reações adversas a medicamentos são um dos tipos mais comuns de iatrogenia. 

Elas ocorrem quando medicamentos prescritos produzem efeitos colaterais indesejados ou prejudiciais, que podem variar de leves a fatais. Esses efeitos adversos podem surgir devido à interação entre múltiplos medicamentos, dosagem inadequada ou sensibilidades individuais do paciente.

A falta de comunicação entre diferentes profissionais de saúde também contribui para esse risco, especialmente em pacientes que recebem diversos tratamentos ao mesmo tempo.

As RAMs representam um desafio, pois, embora sejam conhecidas, nem sempre podem ser evitadas, exigindo monitoramento contínuo dos pacientes.

Infecções Hospitalares:

Infecções adquiridas durante a internação hospitalar, também chamadas de infecções nosocomiais, representam um risco iatrogênico significativo.

Muitos pacientes internados estão vulneráveis a infecções resistentes a múltiplos medicamentos devido a fatores como sistema imunológico enfraquecido e exposição a patógenos resistentes, frequentemente presentes em ambientes hospitalares.

Falhas em protocolos de higiene, falta de esterilização adequada e o uso excessivo de antibióticos são algumas causas que intensificam essa problemática.

A prevenção de infecções hospitalares é um objetivo central das políticas de segurança do paciente, exigindo práticas rigorosas de controle de infecção.

Erros de Medicação:

Esse tipo de iatrogenia ocorre quando há um erro na administração de medicamentos, como na prescrição, dosagem, administração ou combinação com outros medicamentos. Tais erros podem resultar em efeitos adversos graves, incluindo reações tóxicas e complicações que podem levar à morte. Esse problema pode ser exacerbado pela carga de trabalho excessiva dos profissionais de saúde, que aumenta a chance de lapsos, e pela ausência de sistemas eletrônicos de apoio que previnam erros humanos.

A implementação de tecnologia, como prontuários eletrônicos e sistemas de prescrição automatizada, tem sido uma solução para reduzir esses riscos.

Complicações Cirúrgicas:

Complicações durante ou após procedimentos cirúrgicos representam outro tipo de iatrogenia. Esses problemas podem ocorrer devido a erros técnicos, falta de experiência do cirurgião ou condições inesperadas durante a cirurgia.

Exemplos incluem lesões em órgãos próximos, infecções pós-operatórias e cicatrizes excessivas. Além disso, a falta de uma avaliação pré-operatória completa e adequada pode levar a complicações evitáveis.

Para minimizar os riscos, é essencial que o procedimento seja bem planejado e que a equipe cirúrgica siga protocolos rigorosos de segurança.

Diagnósticos Incorretos ou Atrasados:

Diagnósticos incorretos ou atrasados também podem ser considerados iatrogênicos, pois levam o paciente a receber um tratamento inadequado ou em tempo inadequado.

Quando o diagnóstico não é preciso, o paciente pode ser submetido a procedimentos desnecessários ou perigosos, que pioram seu estado de saúde. Esse tipo de erro pode ocorrer devido a uma análise equivocada dos sintomas, falhas na comunicação entre médicos ou falta de acesso a exames necessários.

A prática de segunda opinião e o uso de ferramentas de diagnóstico assistidas por inteligência artificial têm sido alternativas para reduzir esses problemas.

FATOS CAUSADORES DAS DOENÇAS IATROGÊNICAS

Complexidade do Sistema de Saúde:

Com o avanço tecnológico e científico, os procedimentos médicos tornaram-se mais complexos. Embora isso tenha permitido tratar condições antes incuráveis, também aumentou o risco de erros e complicações.

As doenças iatrogênicas refletem as complexidades do sistema de saúde moderno, onde procedimentos e tratamentos avançados aumentam a probabilidade de erros e efeitos adversos.

A incidência dessas doenças também destaca a necessidade de melhores práticas de segurança e monitoramento nos cuidados de saúde, assim como a importância da educação continuada dos profissionais e do uso de tecnologias para reduzir os riscos.

Mesmo com todos os avanços na medicina, é fundamental um equilíbrio entre inovação e segurança, para que as intervenções médicas realmente promovam a saúde sem expor os pacientes a novos riscos desnecessários.

Sobrecarga dos Profissionais de Saúde:

Longas jornadas de trabalho e estresse podem levar à fadiga, aumentando a probabilidade de erros humanos.

A falta de pessoal adequado também contribui para essa sobrecarga é com certeza algo que cooperação com o aumento da quantidade e pessoas vítimas das doenças iatrogênicas.

Sistema de Saúde Fragmentado:

A falta de coordenação entre diferentes provedores de saúde pode resultar em cuidados inadequados. Informações médicas podem não ser devidamente compartilhadas, levando a decisões clínicas mal informadas.

Falhas nos Protocolos de Segurança:

Nem todas as instituições de saúde seguem rigorosamente os protocolos de segurança estabelecidos. Isso pode resultar em práticas inseguras que colocam os pacientes em risco.

IMPACTO E ESTATÍSTICAS

Um estudo publicado no British Medical Journal em 2016 estimou que erros médicos poderiam ser a terceira principal causa de morte nos Estados Unidos, atrás apenas de doenças cardíacas e câncer.

Embora haja debates sobre a precisão desses números, é inegável que as doenças iatrogênicas representam um sério problema de saúde pública.

MEDIDAS PARA REDUÇÃO

Implementação de Sistemas de Notificação de Erros: Incentivar a comunicação aberta sobre erros médicos para aprender com eles e prevenir recorrências.

Educação Contínua:

Atualizar constantemente os profissionais de saúde sobre as melhores práticas e novos protocolos.

Protocolos Rigorosos de Higiene:

Adotar medidas estritas para prevenir infecções hospitalares.

Uso de Tecnologia:

Implementar sistemas eletrônicos de prescrição e prontuários médicos para reduzir erros de medicação e melhorar a comunicação.

As doenças iatrogênicas destacam a necessidade de melhorias contínuas nos sistemas de saúde. Embora a medicina moderna tenha alcançado avanços significativos, é crucial reconhecer e abordar os riscos associados às intervenções médicas.

A implementação de práticas seguras, a educação dos profissionais e a participação ativa dos pacientes em seus cuidados são essenciais para reduzir a incidência dessas doenças.

CONCLUSÃO

As doenças iatrogênicas representam um dos desafios mais graves e persistentes no campo da saúde pública moderna, expondo as limitações e fragilidades dos sistemas de saúde.

Para mitigar esses riscos, é essencial que profissionais de saúde, instituições e sistemas governamentais adotem uma abordagem sistemática para fortalecer a segurança do paciente. Investir em treinamento contínuo, aprimorar as tecnologias de monitoramento e prontuário, e garantir que protocolos de segurança sejam rigorosamente aplicados são passos fundamentais para reduzir a incidência de eventos iatrogênicos.

Além disso, a inclusão ativa dos pacientes no processo de decisão e na supervisão de seu tratamento pode fortalecer a prevenção de erros.

Avançar na redução das doenças iatrogênicas requer uma combinação de políticas robustas, práticas seguras e um compromisso coletivo em prol da vida e da qualidade nos serviços de saúde.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletins Epidemiológicos. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos. Acesso em: 12 nov. 2024.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Organização Mundial da Saúde divulga novas estatísticas mundiais de saúde. 2018. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/17-5-2018-organizacao-mundial-da-saude-divulga-novas-estatisticas-mundiais-saude. Acesso em: 12 nov. 2024.

PADILHA, Katia Grillo. Considerações sobre as ocorrências iatrogênicas na assistência à saúde: dificuldades inerentes ao estudo do tema. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 35, n. 3, p. 312-318, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/kfby4QzJ7yJDD6kt9R8MJtj/. Acesso em: 12 nov. 2024.

PEREIRA, Afonso Celso; FRANKEN, Roberto Alexandre; SPROVIERI, Sandra Regina Schwarzwalder; GOLIN, Valdir. Iatrogenia em cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 74, n. 1, p. 84-88, 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/7NGx485SX4HgXpjmmDMjYpw/. Acesso em: 12 nov. 2024.

SANTOS, Jussara Carvalho dos; CEOLIM, Maria Filomena. Iatrogenias de enfermagem em pacientes idosos hospitalizados. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 43, n. 4, p. 830-835, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/qQxM8PdXSZCBnWXGskBNBSm/. Acesso em: 12 nov. 2024.


domingo, 10 de novembro de 2024

O AUTISMO E O DSM (MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS) DESDE O ANO 1952 A 2024.

 

INTRODUÇÃO

O estudo da evolução dos critérios diagnósticos para o autismo no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) revela um panorama complexo e dinâmico sobre a compreensão desse transtorno.

Desde a primeira edição do DSM, em 1952, até as revisões mais recentes, o diagnóstico do autismo passou por diversas alterações, refletindo avanços nas pesquisas e mudanças nas abordagens clínicas.

Inicialmente associado à esquizofrenia infantil, o autismo gradualmente se consolidou como um diagnóstico independente, expandindo-se ao longo das edições do DSM para incluir uma variedade de manifestações dentro do espectro.

Este texto explora essas mudanças e analisa como as definições e critérios evoluíram, permitindo uma compreensão mais ampla e inclusiva do transtorno do espectro autista.

1952 – DSM – I (22 CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS COM 106 TRANSTORNOS MENTAIS)

A primeira edição do DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) foi publicada em 1952.

Na primeira edição do DSM, publicada em 1952, o autismo não era reconhecido como um diagnóstico separado.

Em vez disso, comportamentos e sintomas que hoje associamos ao autismo eram classificados sob o termo "REAÇÃO ESQUIZOFRÊNICA, TIPO INFANTIL".

Nessa classificação, acreditava-se que crianças que apresentavam esses comportamentos estavam manifestando uma forma de esquizofrenia infantil.

Foi apenas nas edições posteriores do DSM que o autismo começou a ser reconhecido como um transtorno distinto e recebeu critérios diagnósticos específicos.

TOTAL DE TRANSTORNOS DESCRITOS NO DSM – I, DE 1952

O DSM-I (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Primeira Edição), publicado em 1952, descreveu um total de 106 transtornos mentais, organizados em 22 categorias diagnósticas principais.

Os transtornos no DSM – I eram categorizados de acordo com a compreensão e terminologia da época, que diferem significativamente das classificações utilizadas nas edições mais recentes do manual.

As categorias diagnósticas eram amplas e, muitas vezes, baseadas em conceitos psicanalíticos e influências da psiquiatria da época.

1968 – DSM – II (11 CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS COM 182 TRANSTORNOS MENTAIS)

A segunda edição do DSM foi publicada em 1968.

No DSM-II, o autismo ainda não era reconhecido como um diagnóstico separado.

Os comportamentos e sintomas que hoje identificamos como autismo eram classificados sob o termo "ESQUIZOFRENIA INFANTIL".

Nesta edição, acreditava-se que crianças que exibiam esses sintomas estavam manifestando uma forma de esquizofrenia.

Foi somente na terceira edição do DSM, publicada em 1980, que o autismo foi reconhecido como um transtorno distinto com critérios diagnósticos próprios.

TOTAL DE TRANSTORNOS DESCRITOS NO DSM – II, de 1968

O DSM-II (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Segunda Edição), publicado em 1968, descreveu um total de 182 transtornos mentais, organizados em 11 categorias diagnósticas principais.

Esta edição expandiu o número de diagnósticos em comparação com o DSM-I, refletindo os avanços e mudanças na compreensão dos transtornos mentais na época.

As categorias diagnósticas do DSM-II ainda eram influenciadas por teorias psicanalíticas e psicodinâmicas, e muitas das classificações eram menos precisas do que nas edições subsequentes.

A expansão da lista de transtorno do DSM – II, de 1968, permitiu uma abordagem mais detalhada dos sintomas e condições observadas na prática clínica daquele período.

1980 – DSM – III (17 CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS COM 265 TRANSTORNOS MENTAIS)

Em 1980, no DSM-III, o autismo infantil ocupa três páginas (pp. 97 – 100) e é considerado bastante raro: “Prevalência: O transtorno é bastante raro: (2 a 4 casos para cada 10:000). É aparentemente mais frequente nas classes socioeconômicas favorecidas, mas sua causa não é clara”.

No DSM – III, O autismo está alojado na rubrica “TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO” (TGD), sendo que essa rubrica substitui a das psicoses infantis já que as manifestações das psicoses adultas são consideradas como sendo de natureza diferente.

Os diagnósticos diferenciais eleitos para o autismo na época eram: o “Retardo Mental”, a “Esquizofrenia” ocorrida na infância”, o “Transtorno global do desenvolvimento iniciado na infância”, a “Deficiência auditiva” e o “Transtorno de aquisição da linguagem”.

TOTAL DE TRANSTORNOS DESCRITOS NO DSM – III, de 1980

O DSM-III (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Terceira Edição), publicado em 1980, descreveu aproximadamente 265 transtornos mentais, organizados em 17 categorias diagnósticas principais.

Esta edição representou uma mudança significativa na classificação dos transtornos mentais, introduzindo um sistema multiaxial e critérios diagnósticos mais específicos baseados em pesquisas empíricas.

O aumento no número de diagnósticos refletiu um esforço para melhorar a precisão e a consistência dos diagnósticos psiquiátricos, facilitando a comunicação entre profissionais e promovendo avanços na pesquisa e no tratamento dos transtornos mentais.

1987 – DSM – III – R (17 CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS COM 292 TRANSTORNOS MENTAIS.)

No DSM-III-R (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Terceira Edição Revisada), publicado em 1987, o autismo foi descrito como "Transtorno Autístico".

No DSM-III-R, publicado em 1987, a descrição do Transtorno Autístico ocupa aproximadamente 4 a 5 páginas.

Esta edição representou um refinamento dos critérios diagnósticos em relação ao DSM-III de 1980, visando melhorar a precisão e a consistência no diagnóstico do autismo.

O Transtorno Autístico era classificado dentro dos TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO (TID), caracterizados por déficits graves e generalizados em várias áreas do desenvolvimento.

Para o diagnóstico de Transtorno Autístico no DSM-III-R, era necessário que o indivíduo apresentasse pelo menos 8 dos 16 critérios listados, com pelo menos dois critérios de déficits na interação social, um de déficits na comunicação e um de padrões restritos e repetitivos de comportamento.

ALTERAÇÕES EM RELAÇÃO AO DSM-III (1980):

Expansão dos Critérios Diagnósticos: O DSM-III-R aumentou o número de critérios diagnósticos de 6 para 16, permitindo uma avaliação mais abrangente dos sintomas.

Flexibilidade na Combinação de Sintomas: Ao exigir 8 dos 16 critérios, com mínimos específicos em cada área, o DSM-III-R reconheceu a diversidade na apresentação clínica do autismo.

Detalhamento dos Sintomas: Os critérios foram descritos com mais detalhes, facilitando a identificação de comportamentos específicos associados ao autismo.

Remoção de Subtipos: O DSM-III-R não utilizou subtipos dentro do Transtorno Autístico, diferentemente de edições posteriores que introduziram categorias como a Síndrome de Asperger.

IMPORTÂNCIA DO DSM-III-R NO CONTEXTO DO AUTISMO:

O DSM-III-R contribuiu para o aumento do reconhecimento clínico do autismo, possibilitando diagnósticos mais consistentes.

Os critérios mais detalhados forneceram uma base sólida para pesquisas epidemiológicas e clínicas, aprofundando a compreensão do transtorno.

Com critérios diagnósticos mais claros, houve avanços nas estratégias de intervenção precoce e educacional para indivíduos com autismo.

A descrição do autismo no DSM-III-R refletiu um avanço significativo na compreensão do transtorno, enfatizando a necessidade de identificar déficits específicos em interação social, comunicação e comportamentos restritos e repetitivos. Essa edição do manual ajudou a moldar a prática clínica e a pesquisa sobre o autismo, influenciando as edições subsequentes do DSM e contribuindo para uma melhor assistência aos indivíduos afetados e suas famílias.

TOTAL DE TRANSTORNOS DESCRITOS NO DSM – III - R, de 1987.

O DSM-III-R (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Terceira Edição Revisada), publicado em 1987, descreveu um total de 17 categorias diagnósticas principais e aproximadamente 292 transtornos mentais.

1994 – DSM – IV (17 CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS COM 297 TRANSTORNOS MENTAIS)

Em 1994, o DSM IV, o autismo continuou como “TRANSTORNO AUTÍSTICO” (TA), como no DSM – III – R. Esta denominação permite absorver dois outros diagnósticos: o Retardo MENTAL E OS MOVIMENTOS ESTEREOTIPADOS. O TRANSTORNO AUTÍSTICO passa, assim, a cobrir duas vezes mais espaço (pp. 79 a 85).

Aqui, a categoria que comporta o autismo é também renomeada para constituir os “TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO” (TID), acolhendo também a Síndrome de Asperger, diagnóstico que faz sua aparição nesse momento, abrangendo aquilo que a psiquiatria clássica denominava como “PSICOSE CRÔNICA, MAS SE DÉFICIT INTELECTUAL”. Mais uma vez, uma nova denominação, com intuito de apagar a palavra “psicose”.

No DSM IV o Transtorno continua sendo bastante raro, já que sua frequência é notada como sendo de “2 a 5 casos para cada 10.000 pessoas”, mas aqui, já não é mais mencionado como um signo das classes ricas.

No DSM IV os diagnósticos diferenciais eleitos são nomeados como “Outros transtornos invasivos do desenvolvimento”. Encontramos sempre a Esquizofrenia Infantil, à qual se acrescenta a Síndrome de Asperger. Mas outros diagnósticos diferenciais fazem sua aparição na época: a “Sindrome de Rett”, o “Mutismo Seletivo” e um outro transtorno de linguagem.

No DSM IV, o antigo “TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA” é rebatizado como TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA”.

TOTAL DE TRANSTORNOS DESCRITOS NO DSM – IV, de 1994.

O DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quarta Edição), publicado em 1994, descreveu aproximadamente 297 transtornos mentais, organizados em 17 categorias diagnósticas principais.

A edição DSM - I continuou a expandir e refinar as categorias diagnósticas, oferecendo critérios mais detalhados e baseados em evidências para cada transtorno.

O DSM-IV também manteve e aprimorou o sistema multiaxial introduzido no DSM-III, permitindo uma avaliação abrangente dos pacientes em cinco eixos diferentes: transtornos clínicos, transtornos da personalidade e retardo mental, condições médicas gerais, problemas psicossociais e ambientais, e avaliação global do funcionamento.

2000 – DSM - IV – TR (17 CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS COM 297 TRANSTORNOS MENTAIS)

Em 2000, no DSM-IV-TR, o Transtorno Autístico continua a crescer e se estende, a partir de então, por oito páginas (pp. 81 – 88).

No DSM IV TR nota-se uma tentativa de aumento da frequência, e sua ocorrência é nesse momento notada assim: “5 casos para cada 10.000 indivíduos; as frequências relatadas variam entre 2 e 20 para cada 10.000 indivíduos. Não se sabe ainda se as maiores frequências refletem as diferenças metodológicas ou a um aumento na frequência da doença”.

Aqui um novo diagnóstico diferencial surge de “TRANSTORNO DA LINGUAGEM”, vem se somar aos precedentes. Sendo que a novidade se situa, principalmente do lado da SÍNDROME DE ASPERGER, e os diagnósticos diferenciais dessa nova denominação criada pelo DSM se estendem em duas direções opostas: de um lado, as personalidades esquizoides com as quais ele pode se confundir; e, de outro lado, as FOBIAS SOCIAIS”, “Outros TRANSTORNOS DE ANSIEDADE” e os TRANSTORNOS OBSESSIVOS-COMPULSIVOS” (TOC).

A primeira vertente acentua a patologia psicótica, enquanto a segunda tenta banaliza-la.

TOTAL DE TRANSTORNOS DESCRITOS NO DSM – IV - TR de 2000

O DSM-IV-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quarta Edição, Revisão de Texto), publicado em 2000, descreveu aproximadamente 297 transtornos mentais, organizados em 17 categorias diagnósticas principais.

O DSM-IV-TR (Revisão de Texto) foi uma atualização que aprimorou as descrições, informações epidemiológicas e dados de pesquisa sobre os transtornos, mas não adicionou novos transtornos nem alterou significativamente os critérios diagnósticos existentes.

Portanto, o número de transtornos permaneceu essencialmente o mesmo entre o DSM-IV e o DSM-IV-TR.

2013 – DSM – 5 (22 CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS COM 157 TRANSTORNOS MENTAIS)

No DSM – 5 a situação o autismo tem um acréscimo considerável e recebe um novo nome, “TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA” (TEA).

Nessa edição do DSM – 5 “TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA” (TEA) torna-se compatível com outro transtorno, o “TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE (TDAH), algo até então incompatível.

A seção dedicada ao “TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA” TEA abrange aproximadamente 10 páginas.

No DSM-5, publicado em 2013, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é descrito como um único transtorno que abrange uma variedade de manifestações, reconhecendo que o autismo é um espectro com diferentes níveis de gravidade e apresentações clínicas.

A seguir, detalho como o TEA é descrito no DSM-5 e as principais alterações em relação ao DSM-IV-TR de 2000.

Descrição do TEA no DSM-5:

O diagnóstico de TEA é baseado em dois domínios principais:

Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, manifestados por:

Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, manifestados por pelo menos dois dos seguintes:

Movimentos motores estereotipados ou repetitivos:

Flapping das mãos, alinhamento de brinquedos, ecolalia.

 Insistência nas mesmices:

Adesão inflexível a rotinas, padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal.

Interesses fixos e altamente restritos:

Forte apego ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos.

Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais:

Aparente indiferença à dor/temperatura, resposta adversa a sons ou texturas específicas, fascínio visual com luzes ou movimento.

Critérios adicionais:

Os sintomas devem estar presentes no início do período de desenvolvimento, mas podem não se manifestar completamente até que as demandas sociais excedam as capacidades limitadas.

Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes.

Esses distúrbios não são melhor explicados por deficiência intelectual ou atraso global do desenvolvimento.

ALTERAÇÕES EM RELAÇÃO AO DSM-IV-TR:

Unificação dos Diagnósticos:

DSM-IV-TR:

O autismo era parte dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), que incluíam:

Transtorno Autista; Transtorno de Asperger; Transtorno Desintegrativo da Infância; Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (PDD-NOS); Transtorno de Rett.

DSM-5:

Todos esses subtipos foram integrados sob o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A exceção é o Transtorno de Rett, que foi removido dos TID devido à sua base genética distinta.

Reestruturação dos Domínios Diagnósticos:

DSM-IV-TR:

Os critérios eram divididos em três domínios:

Déficits na interação social; Déficits na comunicação; Comportamentos, interesses e atividades restritos e repetitivos.

DSM-5:

Os critérios foram consolidados em dois domínios:

Déficits na comunicação social e interação social (os dois primeiros domínios anteriores foram combinados);

Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.

Introdução de Especificadores e Níveis de Gravidade:

Especificadores:

O DSM-5 permite adicionar detalhes ao diagnóstico de TEA, como:

Com ou sem deficiência intelectual associada;

Com ou sem comprometimento de linguagem associado;

Associado a uma condição médica ou genética conhecida ou a um fator ambiental;

Associado a outro transtorno do neurodesenvolvimento, mental ou comportamental;

Com catatonia.

Níveis de Gravidade:

Foram introduzidos para indicar o suporte necessário em cada domínio:

Nível 1: Necessita de apoio

Nível 2: Necessita de apoio substancial

Nível 3: Necessita de apoio muito substancial

Remoção do Transtorno de Asperger como Diagnóstico Separado:

O Transtorno de Asperger não é mais um diagnóstico separado. Indivíduos anteriormente diagnosticados com Asperger agora são incluídos no espectro do TEA, com especificação do nível de suporte necessário e da presença ou ausência de comprometimento de linguagem ou intelectual.

Reconhecimento de Sintomas Sensoriais:

O DSM-5 inclui hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais como parte dos critérios diagnósticos, reconhecendo a importância das diferenças sensoriais no TEA.

Ênfase na Manifestação ao Longo da Vida:

Reconhecimento de que os sintomas do TEA podem se manifestar de forma diferente conforme a idade e que o diagnóstico deve considerar o histórico de desenvolvimento do indivíduo.

Objetivos das Alterações:

Melhorar a Precisão Diagnóstica:

A unificação dos diagnósticos visa reduzir inconsistências e melhorar a confiabilidade entre os profissionais de saúde.

Refletir a Natureza do Espectro:

Reconhecer que o autismo se manifesta em um continuum de severidade e apresentação, permitindo uma abordagem mais personalizada.

Facilitar o Acesso a Serviços:

Com um diagnóstico unificado, espera-se que os indivíduos tenham melhor acesso a intervenções e suporte adequados às suas necessidades.

Incorporar Avanços Científicos:

As alterações refletem a pesquisa atual sobre o TEA, incluindo aspectos genéticos, neurológicos e comportamentais.

As mudanças do DSM-IV-TR para o DSM-5 representam um avanço na compreensão e abordagem do Transtorno do Espectro Autista.

Ao consolidar os subtipos em um único diagnóstico com especificadores e níveis de gravidade, o DSM-5 oferece um framework mais flexível e abrangente para avaliar e atender às necessidades individuais das pessoas no espectro autista.

TOTAL DE TRANSTORNOS DESCRITOS NO DSM – 5, de 2013

O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição), publicado em 2013, descreve aproximadamente 157 transtornos mentais, organizados em 22 categorias diagnósticas principais.

O DSM-5 introduziu mudanças significativas em relação às edições anteriores, incluindo a reestruturação de categorias diagnósticas, a introdução de novos transtornos e a revisão de critérios diagnósticos existentes.

Algumas categorias foram combinadas ou subdivididas, o que pode afetar a contagem exata de transtornos dependendo de como eles são classificados.

2022 – DSM-5-TR (22 CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS COM 157/160 TRANSTORNOS MENTAIS)

O DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição, Revisão de Texto), foi publicado em março de 2022.

Atualizações e Revisões de Texto: O DSM-5-TR inclui refinamentos nas descrições e critérios diagnósticos de vários transtornos, baseados em novas pesquisas e evidências clínicas acumuladas desde 2013.

Foi adicionado um novo transtorno, o Transtorno de Luto Prolongado, reconhecendo a necessidade de critérios específicos para indivíduos que experimentam um luto persistente e intenso.

O manual atualiza os códigos do CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) para alinhá-los com as versões mais recentes, facilitando a padronização internacional.

Expansão e atualização das informações sobre como fatores culturais, raciais e de gênero podem influenciar a apresentação, diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais.

Esforço para utilizar terminologia que seja mais inclusiva e sensível, refletindo uma compreensão atualizada das questões relacionadas à identidade de gênero, orientação sexual e diversidade cultural.

Embora o DSM-5-TR não seja uma nova edição completa, ele serve como uma atualização importante que reflete os avanços na pesquisa psiquiátrica e na prática clínica desde a publicação do DSM-5.

As revisões de texto e adições ajudam os profissionais de saúde mental a:

Com descrições atualizadas, os profissionais podem realizar avaliações mais precisas e adequadas às necessidades dos pacientes.

A atualização dos códigos diagnósticos garante a compatibilidade com os sistemas internacionais de classificação de doenças.

Reconhecendo a influência dos fatores culturais e sociais, o DSM-5-TR promove uma prática clínica mais sensível e eficaz.

Se você estiver trabalhando ou estudando na área de saúde mental, é recomendável consultar o DSM-5-TR para assegurar que está utilizando as informações e critérios diagnósticos mais atualizados. Isso contribuirá para uma melhor compreensão dos transtornos mentais e para a prestação de cuidados mais eficazes e empáticos aos pacientes.

O DSM – 5 – TR, DE 2022, EM RELAÇÃO AO AUTISMO

No DSM-5-TR de 2022, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é abordado com algumas atualizações em relação ao DSM-5 de 2013. Aqui estão os principais pontos a considerar:

O DSM-5-TR possui uma seção específica que discute o Transtorno do Espectro do Autismo em detalhe, abrangendo aproximadamente de 12 a 15 páginas, dependendo da edição e do layout.

A denominação oficial permanece como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Essa denominação foi adotada inicialmente no DSM-5 de 2013 e é mantida no DSM-5-TR, que busca representar o transtorno como um espectro contínuo de características e gravidades.

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES EM RELAÇÃO AO DSM-5 – TR (2013) EM RELAÇÃO DSM – 5, 2013

No DSM-5-TR, a linguagem foi ajustada para maior precisão e clareza.

Por exemplo, há uma ênfase renovada em descrever o TEA como um espectro, destacando a variação nos níveis de suporte necessários.

Critérios Diagnósticos Mantidos: Os critérios diagnósticos para o TEA permaneceram amplamente os mesmos, divididos em duas áreas principais:

(1) Déficits persistentes na comunicação social e na interação social;

(2) Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.

No entanto, o texto revisado aprofunda a explicação de cada critério para aumentar a clareza e facilitar a aplicação clínica.

O DSM-5-TR traz mais detalhes sobre comorbidades comuns ao TEA, como transtornos de ansiedade, TDAH e déficits intelectuais.

O novo texto orienta os profissionais a avaliarem e identificarem condições co-ocorrentes para um diagnóstico mais abrangente.

O DSM-5-TR incorpora mais orientações sobre a avaliação de TEA em contextos culturais variados e populações que possam apresentar barreiras linguísticas ou culturais para garantir uma avaliação mais inclusiva.

Embora o DSM-5-TR não forneça diretrizes de tratamento específicas, ele menciona brevemente a importância de abordagens baseadas em evidências, o que é uma adição em comparação ao DSM-5.

Essas revisões visam auxiliar os clínicos na aplicação dos critérios diagnósticos e na compreensão mais abrangente das necessidades dos indivíduos com TEA, incentivando abordagens que considerem tanto a variabilidade do transtorno quanto as necessidades de suporte de cada pessoa.

ALTERAÇÕES NO DSM-5-TR, 2022 EM RELAÇÃO AO DSM-5, DE 2013

O DSM-5-TR (2022) trouxe algumas atualizações importantes em relação ao DSM-5 de 2013, incluindo novos transtornos, mudanças de terminologia e exclusões.

Aqui estão as principais alterações:

Novos Transtornos Acrescentados

Transtorno da Luto Prolongado:

Incluído na seção de Transtornos Relacionados a Trauma e Estressores, o Transtorno da Luto Prolongado descreve sintomas persistentes de luto que duram mais de 12 meses para adultos e 6 meses para crianças, com sofrimento significativo e comprometimento funcional.

Distúrbios de Ansiedade Induzidos por Substâncias/Medicação e Outros Especificados:

Foram feitas adições e revisões para descrever melhor os transtornos de ansiedade relacionados ao uso de substâncias e medicamentos.

Mudanças na Terminologia

Transtorno Disruptivo de Disregulação do Humor:

Esse transtorno foi renomeado para Transtorno de Disregulação do Humor para clarificar seu enfoque e evitar confusões com outras condições disruptivas ou comportamentais.

Transtorno de Identidade de Gênero:

Em um esforço para ser mais inclusivo e menos estigmatizante, foi substituído pelo termo Incongruência de Gênero.

Transtornos relacionados ao uso de substâncias:

Pequenas mudanças nas descrições e critérios foram feitas para padronizar a linguagem e facilitar uma compreensão mais clara dos sintomas.

Revisões de Critérios e Ajustes Textuais

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH):

Houve uma atualização nos critérios para adultos e crianças, buscando melhorar a precisão diagnóstica.

Transtornos Depressivos:

Foi feito um ajuste na descrição dos critérios e sintomas, incluindo a melhor descrição de manifestações em diferentes grupos etários.

Transtornos de Ansiedade:

Revisões foram feitas para incorporar uma abordagem mais inclusiva em relação a diferentes culturas e para melhorar a compreensão dos sintomas de maneira adaptada ao contexto sociocultural do paciente. 

Transtornos Neurocognitivos e Neurodesenvolvimentais:

Os textos foram ampliados para incluir especificações e diagnósticos em diferentes populações, incluindo maiores orientações para comorbidades.

Essas mudanças refletem um esforço do DSM-5-TR para aprimorar a precisão diagnóstica, reduzir estigmas e melhorar a aplicabilidade dos critérios em contextos clínicos e culturais variados.

TOTAL DE TRANSTORNOS DESCRITOS NO DSM – 5 - TR de 2022

O DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição, Revisão de Texto), publicado em 2022, mantém as mesmas 22 categorias diagnósticas principais do DSM-5 de 2013. Em relação ao número total de transtornos mentais descritos, o DSM-5-TR inclui aproximadamente 157 a 160 transtornos mentais.

O DSM-5-TR inclui um novo Transtorno de Luto Prolongado.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

Edições Traduzidas para o Português:

As edições DSM-IV, DSM-IV-TR e DSM-5 foram oficialmente traduzidas para o português e publicadas pela Artmed Editora no Brasil.

Edições em Inglês (Não Traduzidas):

As edições DSM-I, DSM-II, DSM-III e DSM-III-R não possuem traduções oficiais em português e são referenciadas em seu idioma original.

CONCLUSÃO

A evolução das classificações do autismo no DSM representa não apenas um avanço no campo da psiquiatria, mas também um reflexo das transformações culturais e científicas no entendimento dos transtornos mentais.

Com a consolidação do Transtorno do Espectro Autista (TEA) no DSM-5 e as subsequentes revisões, o autismo passou a ser visto como um espectro contínuo, que abarca diferentes graus de comprometimento e especificidades. Essa

A reestruturação encontrada no DSM-R-TR houve uma ampliação  das possibilidades de diagnóstico e tratamento, promovendo um enfoque mais inclusivo e sensível às necessidades dos indivíduos com autismo.

A análise dessas mudanças históricas reforça a importância de critérios diagnósticos que acompanhem o progresso científico e as demandas de uma prática clínica adaptada à diversidade humana.

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AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. Washington, D.C.: American Psychiatric Association, 1952.

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