sábado, 5 de julho de 2014

O PROFESSOR FRENTE ÀS EMOÇÕES DOS ALUNOS – CRIANÇAS

 
 
Por Francisco de Assis Fernandes do Nascimento
 
Baseado no livro: Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligência. De Daniel Goleman.

Introdução
O tema sugerido é bem oportuno, tendo em vista que as escolas atuais estão mais preocupadas em repassar conhecimentos do que em ensinar as crianças a lidarem com as emoções.
 
Qual o papel professor frente às emoções dos alunos?
 
Poderíamos fazer ainda outras perguntas, como:
Qual a importância das emoções em nossas vidas?
Qual a importância das emoções na preservação da vida?
Qual a ligação da educação com as emoções?
Qual a importância das emoções para aprendizagem?
 
Veremos aqui alguns pontos importantes, mas antes de qualquer coisa, vamos definir alguns vocábulos: Professor, Emoção e Criança.
 
Definições gerais
Professor:
No Brasil, Professor é o profissional que ministra aulas ou cursos em todos os níveis educacionais, a saber: Educação infantil, Educação fundamental, Ensino médio e superior, além do Ensino profissionalizante e técnico.
 
Educador:
Chama-se de educador o profissional da Educação que pode atuar tanto como professor quanto como pesquisador, administrador escolar, supervisor de ensino, orientador educacional, filósofo educacional ou como estudioso de questões educacionais de um modo geral. Embora, em princípio, entenda-se o educador como um pedagogo, nem sempre essa é a realidade, podendo um educador ter formação em outras áreas pedagógicas, como as Letras, a Psicopedagogia, entre outras.
 
Criança:
Uma criança é um ser humano no início de seu desenvolvimento. São chamadas recém-nascidas do nascimento até um mês de idade; bebê, entre o segundo e o décimo-oitavo mês, e criança quando têm entre dezoito meses até doze anos de idade.
 
Infância:
infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo-primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade.

Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na aquisição das bases de sua personalidade.
 
01. O QUE É EMOÇÃO?
O que é emoção?

Emoção:
Um estado afetivo que se caracteriza por forte sentimento de prazer ou desprazer, uma reação motora geralmente intensa e que adquire propriedades motivacionais.

Emoção, numa definição mais geral, é um impulso neural que move um organismo para a ação. A emoção se diferencia do sentimento, porque, conforme observado, é um estado psico-fisiológico. O sentimento, por outro lado, é a emoção filtrada através dos centros cognitivos do cérebro, especificamente o lobo frontal, produzindo uma mudança fisiológica em acréscimo à mudança psico-fisiológica. Daniel Goleman, em seu livro Inteligência Emocional, discute esta diferenciação por extenso.

Emoção cognitiva
Cognição diz respeito ao conhecimento, então, emoção cognitiva é aquela que sentimos e sabemos definir o porque de senti-la. Um bom exemplo é quando vemos alguém atirar com uma arma em nossa direção e sabemos que são tiros de festim. Provavelmente nossa emoção é menor do que se não soubessemos a respeito do festim. A avaliação cognitiva é importante pois através dela podemos aprender a controlar uma determinada emoção.

02. UMA CLASSIFICAÇÃO DAS EMOÇÕES
Quando trabalhamos a classificação das emoções, encontramos várias, apresento no momento a que mais aceito, a saber: Emoções primárias e os sentimentos, ou famílias.

MATRIZ DERIVADOS - FAMÍLIA
01 IRA 
Fúria, revolta, ressentimento. Raiva, exasperação, indignação, vexame, acrimônia, animosidade, aborrecimento, irritabilidade, hostolidade e, talvez no extremo, ódio e violência patológicos.

02 TRISTREZA 
Mágoa, sofrimento, desânimo, desalento, melancolia, autopiedade, solidão, desamparo, desespero e, quando patológico, severa depressão.

03 MEDO 
Ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror; e, como psicopatologia, fogia e pânico.

04 PRAZER 
Felicidade, alegria, alívio, contentamento, deleite, diversão, orgulho, prazer sensual, emoção, arrebatamento, gratificação, satisfação, bom humor, euforia, êxtase e, no extremo, mania.

05 AMOR 
Aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração, paixão, ágape.

06 SURPRESA 
Choque, espanto, pasmo, maravilha.

07 NOJO
 Desprezo, desdém, antipatia, aversão, repugnância, repulsa.

08 VERGONHA 
Culpa, vexame, mágoa, remorso, humilhação, arrependimento, mortificação e contrição.

As emoções costumam ser classificadas como positivas ou negativas. As negativas recebem essa denominação por causa do tipo de sensação que despertam, sem que isso signifique que sejam necessariamente prejudiciais.

O primeiro grupo refere-se às emoções que despertam experiências agradáveis e prazerosas, como o amor, a alegria e a felicidade. No outro, estão aquelas que despertam sensações desagradáveis e que podem atrapalhar a comunicação e o entendimento entre as pessoas se não forem compreendidas.

Todos nós podemos ter emoções negativas e positivas dentro de nós, sem que isso seja considerado errado ou problemático. A vida humana é complexa e dinâmica e, por isso, é possível oscilar entre as sensações positivas e negativas ao longo do dia. A influência negativa das emoções pode ocorrer se não desenvolvermos a capacidade de compreendê-las e, conseqüentemente, controlá-las e dirigi-las para fins positivos.

03. AS DUAS MENTES
Duas mentes? Sim. Por inclivel que pareça, todos nós temos duas mentes, a saber: A mente emocional e a mente racional.

A mente racional, é o modo de compreensão de que, em geral, temos consciência: é mais destacado na consciência, mais atento e capaz de ponderar e refletir.

A mente emocional, é o modo impulsivo e poderoso, embora às vezes ilógico.

A dicotomia emocional/racional aproxima-se da distinção que popularmente é feita entre “coração” e “cabeça”.

Essas duas mentes, a emocional e a racional, na maior parte do tempo operam em estraita harmonia, entrelaçando seus modos de conhecimento para que nos orientemos no mundo.

Em geral, há um equilíbrio entre as mentes emocional e racional, como a emoção alimentando e informando as operações da mente racional, e a mente racional refinando e, às vezes, vetando a entrada das emoções.

Em muitos ou na maioria dos momentos, essas mentes se coordenam de forma bela e delicada; os sentimentos são esseciais para o pensamento e vice-versa. Mas, quando surgem as paixões, esse equilíbrio se defaz: é a mente emocional que assume o comando, inudando a mente racional.

04. CARACTERÍSTICAS DA MENTE EMOCIONAL
A mente emocional tem as seguintes características:
Mais rápida que a mente racional;
Exclui a reflexão deliberada, analítica que caracteriza a mente racional;
Forte em sensação de certeza, que é subproduto de um tipo de comportamento simplificado;
Pobre em precisão para ganhar rapidez;
Conta sempre com as primeiras impressões e reage ao panorama global ou aos seus aspectos mais gritantes;
Serve como um radar para o perigo, garantindo a perpetuação da espécie;
Tem a duração de segundos.
 
Os sentimentos são meios que pode evocar a EMOÇÃO, gerando um ESTADO DE ESPÍRITO, uma forma contida. OS ESTADOS DE ESPÍRITOS estabelecem um AFETO, mas não formam percepções de maneira tão forte como ocorre no calor da emoção.
 
05. A LINGUAGEM DA MENTE EMOCIONAL
A linguagem da mente emocional é simbólica.
 
A mente emocional possui uma lógica associativa; elementos que simbolizam uma realidade ou que de alguma forma lembrem essa realidade são, para a mente emocional, a própria realidade.
 
Às símiles, as metáforas e imagens têm comunicação direta com a mente emocional, e também a arte – romances, filmes, poesia, música, teatro, ópera.
 
A mente emocional atua, sob muitas formas, feito criança e, quanto mais criança, mais intenso é o seu comportamento.
 
A mente emocional considera que suas crenças são totalmente verdadeiras e, portanto, descarta qualquer coisa que lhe seja contrária.
 
Os sentimentos são mais fortes que as percepções e as provas convincentes.
 
06. A TAREFA DA MENTE EMOCIONAL
A tarefa da mente emocional é, em grande parte, determinar um estado emocional específico, ditado por determinadas sensações que são dominantes num dado momento.
 
A maneira como pensamos e agimos quando nos sentimos românticos é totalmente diferente da forma como nos comportamentos quando com raiva ou abatidos.
 
Na mecânica da emoção, cada sentimento tem um diferente repertório de pensamentos, de reações e mesmo de memórias.
 
Conclusão
Diante do que foi exposto podemos resumir tudo dizendo os seguintes:
É muito importante que o professor conheça sobre as suas emoções e as emoções de seus alunos.
 
É impossível melhorar a aprendizagem sem uma consideração séria das emoções. Não podemos trabalhar a mente racional, sem a mente emocional, nem podemos trabalhar o racional, sem antes trabalhar o emocional.
 
É uma tarefa da escola, trabalhar o lado emocional dos alunos, pois sem isso todo o trabalho racional será prejudicado.
 
O ensino na escola deve objetivar o controle das emoções, as resoluções de desentendimentos de forma pacífica e, enfim, a boa convivência entre as pessoas.

Os educadores há muito preocupados com as notas baixas dos alunos em matemática e língua português, começam a constatar que existe um outro tipo de deficiência e que é mais alarmante: o analfabetismo emocional. Apesar dos louváveis esforços que visam a melhorar o desempenho acadêmico, esse tipo de deficiência ainda não ganhou espaço no currículo escolar.
 
DICAS
Levar as crianças a reconhecerem a importância das emoções;
Levar as crianças a identificarem as emoções tidas como positivas;
Ensinar as crianças a administrarem as emoções tidas como negativas;
Estabelecer estratégias e métodos de ensinos que usem as emoções como base para uma melhor aprendizagem.

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