sábado, 16 de agosto de 2014

COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

 
A princípio, poder-se-ia entender educação de adultos como qualquer processo educativo de que participassem pessoas crescidas.
 
Essa explicação, no entanto, não corresponde ao sentido comum da expressão, já que não se incluem na categoria “educação de adultos”, cursos de culinária, de etiqueta, de informática, apesar de estes  normalmente serem oferecidos para adultos e estarem organizados no modelo escolar de ensino, com delimitação espacial e temporal, professor e matéria.
 
Tampouco se consideram “educação de adultos” os cursos universitários, independentemente da idade dos alunos e de suas responsabilidades e compromissos sociais.
 
O fato é que o conceito de educação de adulto guarda estreita relação com educação supletiva, uma forma de oferta diferenciada de educação regular de Ensino Fundamental e Médio.
 
E, como não existem referenciais específicos para este segmento, a prática predominante tende a reproduzir o modelo escolar tradicional, constituído para atender crianças e púberes, dividindo o processo de formação em séries e disciplinas compactadas.
 
Ignora-se, portanto, que o adulto não age, nem raciocina como criança e que aprende por mecanismos, pelo menos parcialmente, distintos dos que se verificam entre crianças.
 
E isto porque toda aprendizagem implica interação intensa entre as formas de conhecimento já incorporadas pelas pessoas, incluindo-se nestas formas tanto os valores como os procedimentos intelectuais e as representações dos objetos do mundo.
 
Neste sentido, o resultado de uma nova experiência incorpora-se àquilo que as pessoas já o são, modificando-se e modificando-as.
 
Comparando o adulto à criança, descobre-se que as peculiaridades da etapa de vida em que se encontra o adulto faz com que ele traga consigo diferentes habilidades e dificuldades.
 
O fato deixa claro que os educandos de EJA, dispõem, em nível bastante diferenciado do que ocorre com crianças e púberes, de um amplo universo de conhecimentos práticos e concepções mais ou menos cristalizadas sobre diversos aspectos da realidade social e natural.
 
Isto implica reconhecer que os adultos, em função do já vivido, têm modelos de mundo, estratégias de compreensão de fatos e de avaliação de valores mais densamente constituídos, de forma que toda nova incorporação conduz a ajustes mais complexos e, eventualmente, mais difíceis de realizarem.

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