segunda-feira, 29 de setembro de 2014

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO NA TPM – TENSÃO PRÉ-MESTRUAL

 
A tensão pré-menstrual (conhecida pela sigla TPM) é uma síndrome que atinge as mulheres e que ocorre, em maior ou menor grau, nos dias que antecedem a menstruação.

A pergunta que muita gente faz é a seguinte: existe de fato mudanças de comportamento nas mulheres na TPM?

A resposta é sim.

A TPM é caracterizada por uma irritabilidade e ansiedade mais acentuadas, bem como manifestações físicas, como, por exemplo, dor nos seios, distensão abdominal, cefaleia e mudanças de humor.

A distensão abdominal e seios doloridos acontecem em decorrência da retenção de sódio e água.

Também pode causar sintomas de depressão, baixa autoestima, Ansiedade Generalizada, Transtorno do Pânico, Transtorno Bipolar.

A Tensão Pré-menstrual ou TPM como o nome já diz vem antes da menstruação e ela se repete mês a mês com maior ou menor intensidade.

Período em que os sintomas aparecem
Em alguns casos 1 à 14 dias antes do sangramento;
Em outras casos de 3 à 10  dias antes do sangramento, a maioria enfrenta distúrbios em maior ou menor escala.

Sintomas da TPM em mulheres
Sintomas específicos:
Elas podem ter sintomas físicos ou emocionais.
 Sintomas emocionais e alterações de comportamento:
• Tensão e ansiedade;
• Depressão;
• Choro fácil;
• Alterações de humor, impulsividade, irritabilidade, raiva;
• Agressividade;
• Alterações no apetite, compulsão por certos alimentos;
• Insônia ou sonolência;
• Recolhimento social, reclusão;
• Dificuldade de concentração;
• Diminuição da libido.

 Sinais e sintomas físicos:
• Dores musculares e nas articulações;
• Dor de cabeça;
• Fadiga;
• Ganho de peso por retenção de líquidos;
• Aumento da circunferência abdominal;
• Sensibilidade aumentada nos seios;
• Aparecimento de acne por oleosidade excessiva na pele;
• Constipação ou diarreia;
• Edema nas mãos e nos pés.

Sintomas conforme os estágios:
Os estágios:
-Leve: O quadro é próprio de mulheres com ciclos regulares e inclui dor nas mamas, inchaço e cefaléia.

As perturbações emocionais quando se manifestam, são brandas e passageiras.

-Moderada:
A maior parte das mulheres se encaixa nessa categoria.

Aos sintomas físicos, como cólicas e mal-estar, somam-se ansiedade, irritabilidade e impulsividade.

Alguns tratamentos hormonais podem ser necessários.

-Grave:
A disforia pré-menstrual já configura uma situação mais dramática, que acomete de 2 a 9% das mulheres.

Depressão, dificuldade de concentração, falta de energia, além de alterações visuais, de apetite e sono são alguns dos sintomas.

Em alguns casos, é preciso acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, formada por ginecologista, psiquiatra, psicólogo e nutricionista.

Para algumas mulheres, receita-se até mesmo antidepressivos.

Transtornos da fase pré-menstrual:
Físicos:
Acne, aumento ou diminuição do apetite, aumento de peso, cansaço, cólicas, diarréia, dor de cabeça, dor na região lombar, dor nas mamas, inchaço do abdome, náuseas, palpitações, predileção por certos tipos de alimento (evitar: álcool, café, doce e chocolates).

Psicológicos:
Agressividade, alterações no humor e no desejo sexual, ansiedade, choro fácil, depressão e auto-estima comprometida, dificuldade de concentração, diminuição da memória, insônia ou aumento da sonolência.

Quais são os tipos de TPM?
A TPM está classificada em quatro tipos: A, C, H e D, de acordo com a predominância dos sintomas.
Esta classificação não é uma regra.

Uma mesma mulher pode apresentar os sintomas de um ou mais tipos de TPM.

TPM tipo A: as mulheres ficam ansiosas, irritadas, tensas e até mesmo agressivas. Este é o tipo mais freqüente.

TPM tipo C: caracteriza-se pelo aumento do apetite, compulsão alimentar (predominando a compulsão pela ingestão de doces, como chocolates), fadiga, dor de cabeça e palpitações.

TPM tipo H: há aumento súbito de dois a três quilos no peso corporal, aumento das mamas, dor e distensão abdominal.

TPM tipo D: é o menos freqüente e os sintomas predominantes são choro fácil, sonolência ou insônia, confusão mental e depressão.

O tipo mais severo de TPM
O tipo mais severo de TPM  é conhecido como desordem disfórica pré-menstrual ou DDPM.

Uma pequena parcela de mulheres apresenta sintomas incapacitantes todos os meses.

Este tipo de TPM tem uma designação especial conhecida como desordem disfórica pré-menstrual (DDPM).

A DDPM é um tipo severo de TPM com sintomas que incluem depressão severa, sentimentos de falta de esperança, raiva, ansiedade, baixa auto-estima, dificuldade de concentração, irritabilidade e tensão.
 
Mulheres com DDPM podem sofrer de algum distúrbio psiquiátrico subjacente que deve ser pesquisado por um médico especializado no assunto.

A causa da TPM nas mulheres
A causa não é conhecida, mas pelas características está relacionada à elevação do ESTROGÊNIO na fase pré-menstrual ou a queda da PROGESTERONA.

Contudo, esses dois fatores não são os únicos envolvidos: esses hormônios podem afetar as neurotransmissões e aí então causar os sintomas psiquiátricos.

Pode também afetar os receptores fora do Sistema Nervoso Central provocando outros sintomas.
Mudanças químicas no cérebro podem também estar envolvidas.

Alterações nos níveis de SEROTONINA, um neurotransmissor cerebral que acredita-se participar das alterações do estado de humor, podem desencadear alguns sintomas.

Quantidade insuficiente de SEROTONINA pode contribuir para a redução do prazer e do bem-estar, depressão pré-menstrual, sensação de fadiga, compulsão alimentar e alterações do sono.

Outros fatores que podem estar associados à TPM são: baixos níveis de vitaminas e minerais, como as vitaminas E e B6; diminuição do cálcio e do magnésio no organismo; excesso de sal nos alimentos e ingestão de bebidas alcóolicas ou cafeinadas.

Percentual de mulheres que tem a síndrome?
Algumas pesquisas apontam para 85% das mulheres, enquanto que apenas 15% não apresentam sintomas durante o período.

Outra pesquisa aponta para 75% das mulheres, enquanto que apenas 25% não apresentam sintomas durante o período.

Outra pesquisa estima que três a cada quatro mulheres que menstruam experimentam algum dos tipos de TPM.

Ela tende a acometer com maior frequência mulheres com idades entre 20 e 40 anos, com recorrência mensal e manutenção de um padrão previsível de sintomas.

O que pode ser feito para reduzir os sintomas da TPM?
A primeira coisa a ser feita é conhecer os seus sintomas, quando eles começam durante o seu ciclo menstrual e também o que parece desencadeá-los.

Acredite nas suas alterações hormonais e lembre-se delas quando os sintomas aparecerem.
Quando sabemos que estamos mais sensíveis, torna-se mais fácil administrar o nosso comportamento em relação aos outros.

Depois, você pode controlar ou algumas vezes reduzir os sintomas da síndrome pré-menstrual fazendo modificações nos seus hábitos alimentares, nas suas atividades físicas e em suas atividades diárias.

Modifique sua dieta. É importante desintoxicar o fígado, já que este órgão está diretamente envolvido no metabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas, além de armazenar vitaminas e minerais que participam da produção de colesterol e hormônios femininos.

Para isso é necessário que você:
Faça refeições mais freqüentes e com menor quantidade de alimentos. Isso ajuda a reduzir o edema e a sensação de plenitude gástrica.

O ideal é fazer 5 a 6 pequenas refeições ao dia, ao invés de 3 grandes refeições.

Inclua na sua dieta os carboidratos complexos, as fibras e as proteínas.

Carboidratos complexos ou integrais: possuem teor de gordura relativamente baixo, são ricos em vitaminas, minerais e fibras e sua digestão é lenta - o que evita as grandes elevações e quedas nos níveis glicêmicos. São exemplos: batata inglesa, bata doce, milho, macarrão, arroz integral, feijão, ervilhas, lentilhas, aveia.

Mas tome cuidado para não exagerar e engordar, pois o consumo de carboidratos complexos não deve ultrapassar 60% das calorias totais ingeridas.

Fibras: "Fibra alimentar" refere-se às partes dos alimentos que resistem à digestão.

São fontes de fibras: grãos, tubérculos, raízes, frutas, legumes, verduras, leguminosas e outros vegetais ricos em proteínas. Nenhum alimento de origem animal contém fibra alimentar.

As fibras são benéficas para o funcionamento intestinal, previnem a constipação, protegem contra o câncer de cólon e contra a hiperlipidemia (excesso de gordura no sangue) e também são benéficas para pessoas com diabetes.

A recomendação é para um consumo de 25 gramas de fibras por dia.

Proteínas: alimentos vegetais que são ricos em proteínas são os cereais integrais, as leguminosas e também as sementes e castanhas.

As leguminosas incluem o feijão-verde, feijão-de-corda, jalo, preto, largo, flageolé, carioquinha, azuqui, rim, mungo, pinto, fradinho, massacar, guandu e branco e também as lentilhas, ervilhas secas, fava, soja e grão de bico.

Alimentos animais ricos em proteínas são as carnes em geral, leite e derivados e os ovos. Dez a 15% do valor energético total deve se consumido na forma de proteínas.

O equilíbrio na escolha das fontes proteicas de origem vegetal e animal e a inclusão de frutas, legumes e verduras tornam a alimentação saudável em todos os aspectos.

O excesso de sal deve ser evitado para reduzir a retenção de líquidos e o edema. Um consumo exagerado de sal, fonte de sódio, aumenta a retenção de líquidos e o edema, faz o organismo perder cálcio, além de estimular uma maior liberação de insulina pelo pâncreas, o que, além de inchar, também ajuda a engordar.

Quando for ingerir sal, o melhor é escolher o sal fortificado com iodo e não ultrapassar a ingestão de 5 gramas por dia, ou seja, uma colher rasa de chá por dia.

Aumente a ingestão de alimentos integrais, frutas, vegetais, cereais e grãos.

Escolha alimentos ricos em cálcio.

Caso você não goste de laticínios ou não tenha uma quantidade suficiente de cálcio na dieta que ingere, pode ser necessário o uso de um suplemento de cálcio.

Use um suplemento vitamínico com a orientação de um médico, se necessário.
Evite cafeína, açúcar, gorduras animais e álcool.

Cafeína: faz com que você se sinta mais irritada, tensa e piora o desconforto nos seios.

Açúcar: o consumo de açúcares simples não deve ultrapassar 10% da energia total diária.

Eles podem ser encontrados naturalmente nos alimentos como frutas e mel ou ser adicionados na preparação de alimentos processados.

Gorduras: gorduras e óleos de todos os tipos não devem ultrapassar os limites de 15 a 30% da energia total da alimentação diária. O total de gorduras saturadas não deve ultrapassar 10% do total de energia diária e o total de gordura trans consumida deve ser menor que 1% do valor energético diário (no máximo 2g/dia para uma dieta de 2.000 kcal).

Dê preferência para a ingestão das gorduras presentes no óleo da linhaça, nas sementes de girassol e gergelim, no abacate e no óleo da prímula.

Gorduras e açúcares são fontes de energia.

Por elevarem a serotonina, conhecida como hormônio do prazer, as massas e os chocolates podem gerar necessidade contínua de consumo e falsa sensação de bem-estar. Se não quer engordar, evite-os!

Chá, café e refrigerante ficam longe do cardápio, pois são ricos em xantinas, substâncias que agravam a irritabilidade e as alterações de humor.

A soja é rica em isoflavonas, que diminui a dor nas mamas e a sensação de peso no baixo ventre. Ela deve fazer parte da dieta das mulheres que sofrem de TPM.

Incorpore algum tipo de atividade física regular em sua rotina. Comprometa-se a fazer pelo menos 30 minutos de atividade física como caminhadas, natação ou outra qualquer outra atividade aeróbica de 4 a 6 vezes por semana. Exercícios físicos regulares ajudam a melhorar a sua saúde e aliviam os sintomas de fadiga e alterações de humor.
Reduza o estresse:
     - Durma bem por pelo menos oito horas por dia.
     - Pratique relaxamento muscular progressivo ou exercícios respiratórios profundos para ajudar a reduzir as dores de cabeça, ansiedade ou insônia.
     - Tente fazer yoga, meditação ou massagem como meios de relaxamento e alívio do estresse.
 Anote os seus sintomas durante alguns meses. Faça isso para identificar fatores que os desencadeiam e como é o padrão de sintomas que você apresenta. Isto vai ajudá-la a criar alternativas para reduzi-los.

 Mantenha uma rotina em sua vida, no que diz respeito a refeições, exercícios físicos e horas de sono.

Qual é o tratamento para TPM?
Sempre será um tratamento individualizado, de acordo com os sintomas que você apresenta.

Você pode necessitar usar mais de um tipo de tratamento diferente para saber qual deles funciona melhor para você.

Você e seu médico devem estar sintonizados para encontrar a melhor solução para o seu caso.

O sucesso das medicações varia de mulher para mulher. Muitas vezes as medicações não são necessárias.

Mudanças no estilo de vida e nas atividades físicas rotineiras podem aliviar muito os sintomas.

Existem também medicamentos para a TPM que não precisam de prescrição médica.

Outros só são vendidos com a retenção do receituário médico.

O melhor é sempre receber a orientação de um especialista para tratar a sua TPM.

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