segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A IGREJA E A POLÍTICA PARTIDÁRIA


Uma questão atual e que tem incomodado muito aquelas pessoas que levam à sério o Evangelho é o envolvimento da Igreja e de Pastores na Politica Partidária.

Aqui temos aqueles que são a favor e aqueles que são contra, existindo também aqueles que não estão nem ai, tanto faz como tanto fez.

Mas afinal de conta, é certo? Ou é Errado uma Igreja ou um Pastor ou Sacerdote se envolver na politica partidária?

Na verdade o presente ensaio não tem como objetivo dizer se é certo ou errado, mas deixar claro o que é mais viável ou mais sensato.

Para entender melhor, vamos observar alguns pontos importantes sobre a Igreja para daí entender melhor o assunto.

IGREJA UNIVERSAL E A LOCAL
Deus instituiu a Família e a Igreja, isso nenhum cristão tem ou deve ter dúvida. Isso não quer dizer que Deus instituiu a IGREJA A ou B, vou explicar isso na sequência.

Uma definição de Igreja vai depender muito da religião, ou denominação a qual cada pessoa faz parte, mas vamos para uma definição bem como entre os evangélicos.

A Igreja, assim como a Família, tem origem em Deus.

A igreja, quando me refiro a IGREJA não me refiro a IGREJA A ou B, mas a IGREJA UNIVERSAL, que não é de modo algum a UNIVERSAL DO REINO DE DEUS E NEM A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA.

No entanto quando estudamos a Eclesiologia, podemos distinguir uma IGREJA UNIVERSAL e uma IGREJA LOCAL.

A IGREJA UNIVERSAL é aquela criada por Deus e nela se encontram todos os REMIDOS antes, durante e depois da nossa existência terrena. 

A IGREJA LOCAL é aquela que a qual fazemos parte, contextual e existencial.

Logo, deduzimos que a Igreja seja ela qual for ELA é DIVINA-HUMANA.

Mas aqui temos uma pergunta? Qual o objetivo ou a missão maior da IGREJA? Com certeza propagar o Reino de Deus aqui na terra.

Logo entendemos que a Igreja é divina, mas se encontra na terra para realizar a sua missão, logo o Cristão não deve deixar de olhar o Céu, mas deve entender que no momento se encontra n Terra.

E tem mais, é vivendo o Evangelho na terra que o Cristão vai dizer se faz parte ou não da IGREJA UNIVERSAL.

Ou melhor, a maneira que o cristão vive na IGREJA LOCAL vai dizer se ele pertence ou não a IGREJA UNIVERSAL.

Diante disse percebemos que por o Cristão fazer parte de uma sociedade e de uma Igreja Local, ele é um cidadão e deve dar a sua contribuição para o bem estar de todos, logo, é licito e saudável o Cristão ser um Politico, caso queira e tenha as condições para tal, ou exercer a sua cidadania votando no estado democrático.

A IGREJA E A POLÍTICA PARTIDÁRIA
Os membros de uma Igreja Local seja ela qual for deve zelar pela ética e a moral na prática da politica partidária, reconhecendo alguns pontos importantes, a saber:

O objetivo da Igreja local é mais importante do que os objetivos políticos partidários.
A Igreja não deve investir na política partidária mais do que no Reino de Deus. 

O Reino de Deus tem prioridade do que qualquer coisa, pois sem isso a Igreja não se desenvolve, nem terá a ação do Espirito Santo no meio dela.

Os cristãos pertencem a uma sociedade, mas tem um compromisso sério com o Reino de Deus, que deve vir em primeiro lugar.

O partidarismo político na Igreja Local é um grande obstáculo e um enorme empecilho para a evangelização dos homens. 

Aliás, a evangelização, o anúncio das Boas Novas, é um dos grandes propósitos de Cristo para sua Igreja. 

O partidarismo político faz a igreja ir na contramão desse grande propósito. Com certeza isso é algo que não agrada a Deus.

A Igreja local não pode ser um curral de eleitores.
A Igreja é um rebanho do Deus vivo e verdadeiro, composta de pessoas livres, remidas e que buscam colocar em prática em todas as áreas de sua vida, os preceitos cristãos moldados na ética e moral cristão.

Logo, a Igreja local não pode ser refém de candidatos, nem de partidos, seja de situação ou oposição.

No momento que algum líder, seja ele pastor, diácono, sacerdotes, etc., firma contrato com partidos, candidatos, deixando como forma de pagamento os votos dos fiéis, há o que chamamos conduta indevida e que trás sérias consequências para a autoridade que a Igreja local necessita para pregar o evangelho.

Os membros da Igreja Local são livres para usar da sua consciência para votar em que quiser, não importando em a orientação do seu líder.

Quando a Igreja Local passa a mendigar e a viver de favores políticos, ela perde a autoridade que lhe foi dada pelo fundador da Igreja, Jesus Cristo.

A Igreja Local é um lugar de União, Paz, Harmonia e Concórdia.
Qualquer coisa que divide a Igreja Local causa sérios prejuízos ao Reino de Deus.

A política partidária sempre divide e trás conflitos para dentro da Igreja Local, logo é algo que deve ser rejeitado, pois compromete a União, a Paz, Harmonia e a Concórdia extremamente necessária para o bem estar de todo o povo de Deus.

É um fato: quando uma Igreja Local apoia abertamente um candidato ou um partido político ou uma coligação está se colocando politicamente contra uma parcela da sociedade que não apoia tal candidato ou tal partido político. 

Ou seja, quando uma igreja se torna politicamente amiga de um grupo, automaticamente se torna inimiga de outro. Isto é totalmente contraditório à natureza da Igreja e à sua missão na terra que é atrair todos os homens para Cristo.

Quando uma Igreja Local se envolve em politica partidária o seu futuro corre risco, pois ela deixa de corresponder aos anseios do seu fundador.

Tudo aquilo que amaça a união da Igreja Local deve ser colocado de lado. A politica partidária sempre divide, logo não é saudável.

A diversidade social, econômica e ideológica que caracteriza a igreja evangélica no Brasil deve levar os líderes, sejam pastores ou sacerdotes de uma Igreja Local a não conduzir processos político-partidários dentro da igreja, sob pena de que, em assim fazendo, eles dividam a comunidade em diversos partidos.

A Igreja Local é composta de pessoas livres.
Isso implica em dizer que a obediência à liderança congregacional não tira a liberdade individual dos membros, em especial na área cívica.

A Igreja Local, denominada, não é dona da consciência das pessoas, nem de suas responsabilidades, logo na questão politica partidária, os membros da Igreja Local são livres para votar livremente. Sem imposição da liderança, seja do pastor ou sacerdotes, etc.

É uma prática muito comum em algumas Igrejas Locais os membros terem medo de seus líderes e isso pode ocorrer em tempos de campanhas politicas, aonde o líder sem instrução e de má fé, vende os votos dos membros.

Os votos dos membros de uma Igreja Local não pertencem ao líder, pastor ou sacerdote.

Nenhum cristão deve se sentir culpado por ter opinião política diferente da de seu pastor ou líder espiritual. O líder, pastor ou sacerdote deve ser obedecido em tudo aquilo que ele ensina sobre a Palavra de Deus, de acordo com ela. 

No entanto, no âmbito político, a opinião do líder, pastor ou sacerdote deve ser ouvida apenas como a palavra de um cidadão, e não como profecia divina.

O voto é uma questão de consciência pessoal. Portanto, o cristão não deve violar a sua consciência política. Ele não deve negar sua maneira de ver a realidade social, mesmo que um líder da Igreja Local tente conduzir o voto da comunidade numa outra direção.

O Púlpito da Igreja Local é sagrado, consagrado, separado para pregação do Evangelho.
Ninguém deveria usar o púlpito para discursos políticos, ou apresentar candidatos, mas para pregar o Evangelho.

O líder seja ele pastor ou sacerdote que oferece o púlpito da Igreja Local para candidatos políticos deveriam rever tal comportamento.

O púlpito pode até servir para o líder, seja ele pastor ou sacerdote orientar os seus fiéis de forma ética de como o mesmo deve proceder na politica como cidadão do Reino de Deus, mas nunca oferecer o púlpito para candidatos perdi votos.

Um líder seja ele pastor ou sacerdote que usa o púlpito para fins político partidário perde sua autoridade e deixa a Igreja Local refém de profanos.

Nenhum líder seja pastor ou sacerdote não deve permitir que candidatos, partidos e coligações usem a ele próprio e a igreja como “cabos eleitorais” de campanha política. A igreja não deve ser usada como palanque político para manobra das massas.

Os líderes de uma Igreja Local, sejam pastores ou sacerdotes têm a obrigação de orientar aos fiéis sobre como votar com ética e com discernimento. 

No entanto, devem evitar transformar o processo de elucidação política num projeto de manipulação e indução político-partidário. 

Conclusão

O cristão, líder ou não da Igreja Local como cidadão de uma sociedade democrática e pluralista deve desenvolver uma correta consciência política, interferir nos destinos da nação por meio do voto e participar da vida pública candidatando-se a cargos públicos. 

O cristão não deve ser um alienado político. No entanto, devido ao princípio da separação entre a Igreja e o Estado, a Igreja não deve tomar partido deste ou daquele candidato, ou deste ou daquele partido político. 

Isso significa que não é eticamente correto transformar o púlpito da igreja num “palanque” eleitoral, nem tampouco a Igreja Local assumir qualquer responsabilidade política, secretaria ou ministério seja do governo municipal, estadual ou federal.

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