quarta-feira, 17 de abril de 2019

A INTELIGÊNCIA E SUAS VÁRIAS MODALIDADES


INTELIGÊNCIA
Inteligência tem sido definida popularmente e ao longo da história de muitas formas diferentes, tais como em termos da capacidade de alguém/algo para lógica, abstração, memorização, compreensão, autoconhecimento, comunicação, aprendizado, controle emocional, planejamento e resolução de problemas.

ETIMOLOGICAMENTE
O termo vem do Latim intellectus, de intelligere = inteligir, entender, compreender. Composto de íntus = dentro e lègere = recolher, escolher, ler (cfr. intendere).

CONCEITOS E DEFINIÇÕES CIENTÍFICAS
Cientificamente existem dois "consensos" de definição de inteligência. 

A primeira, de Intelligence: Knowns and Unknowns, um relatório de uma equipe congregada pela Associação Americana de Psicologia, em 1995:

"Os indivíduos diferem  na habilidade de entender ideias complexas, de se adaptarem com eficácia ao ambiente, de aprenderem com a experiência, de se engajarem nas várias formas de raciocínio, de superarem obstáculos mediante o pensamento. 

Embora tais diferenças individuais possam ser substanciais, nunca são completamente consistentes: o desempenho intelectual de uma dada pessoa vai variar em ocasiões distintas, em domínios distintos, a se julgar por critérios distintos. 

Os conceitos de “inteligência' são tentativas de aclarar e organizar esse conjunto complexo de fenômenos".

Uma segunda, de inteligência vem de Mainstream Science on Intelligence, que foi assinada por cinquenta e dois pesquisadores em inteligência (de 131 cientistas convidados), em 1994:

".Uma capacidade mental bastante geral que, entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência. 

Não é uma mera aprendizagem literária, uma habilidade estritamente acadêmica ou um talento para sair-se bem em provas.

Ao contrário disso, o conceito refere-se a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreensão do mundo à sua volta - 'pegar no ar', 'pegar' o sentido das coisas ou 'perceber' uma coisa."

Temos outras como:
"...habilidade cognitiva"(Richard Herrnstein e Charles Murray);
 "...comportamento adaptativo orientado a metas". (Sternberg e Salter);
"...habilidade de intencionalmente reorganizar informações para inferir novos conhecimentos" (Saulo Vallory).

INTELIGÊNCIA, QI E FATOR G
Inteligência, QI e fator G são conceitos distintos. 

INTELIGENCIA
A inteligência é o termo usado no discurso comum para se referir à habilidade cognitiva. 

Porém, é uma definição geralmente vista como muito imprecisa para ser útil em um tratamento científico do assunto.

QI- QUOCIENTE DE INTELIGÊNCIA
O quociente de inteligência QI é um índice calculado a partir da pontuação obtida em testes nos quais especialistas incluem as habilidades que julgam compreender as habilidades conhecidas pelo termo inteligência. 

É uma quantidade multidimensional - um amálgama de diferentes tipos de habilidades, sendo que a proporção de cada uma delas muda de acordo com o teste aplicado. 

FATOR G
A dimensionalidade das pontuações de QI pode ser estudada pela análise fatorial, que revela um fator dominante único no qual se baseiam as pontuações em todos os possíveis testes de QI. 

Esse fator, que é uma construção hipotética, é chamado g ou, algumas vezes, chamado de habilidade cognitiva geral ou inteligência geral.

A INTELIGENCIA COMUM A TODOS OS SERES HUMANOS

TEORIA DA MODIFICABILIDADE
De acordo com a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural, do psicopedagogo Reuven Feuerstein, todo ser humano com dificuldades de aprendizado, em qualquer fase de sua vida, pode ter sua inteligência "amplificada".

Isto daria a qualquer indivíduo a capacidade de aprender.

INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
Denomina-se inteligências múltiplas à teoria desenvolvida a partir da década de 1980 por uma equipe de investigadores da Universidade de Harvard, liderada pelo psicólogo Howard Gardner, buscando analisar e descrever melhor o conceito de inteligência.

Gardner afirmou que o conceito de inteligência, como tradicionalmente definido em psicometria (testes de QI) não era suficiente para descrever a grande variedade de habilidades cognitivas humanas. 

Desse modo, a teoria afirma que uma criança que aprende a multiplicar números facilmente não é necessariamente mais inteligente do que outra que tenha habilidades mais forte em outro tipo de inteligência. 

A criança que leva mais tempo para dominar uma multiplicação simples, (a) pode aprender melhor a multiplicar através de uma abordagem diferente; (b) pode ser excelente em um campo fora da matemática; ou (c) pode até estar a olhar e compreender o processo de multiplicação em um nível profundo. 

Neste último exemplo, uma compreensão mais profunda pode resultar em lentidão que parece (e pode) esconder uma inteligência matemática potencialmente maior do que a de uma criança que rapidamente memoriza a tabuada, apesar de uma compreensão menos detalhada do processo de multiplicação.

O psicólogo Howard Gardner desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, identificando sete diferentes tipos de inteligência: lógico-matemática, linguística, espacial, musical, cinemática, intrapessoal e interpessoal.

Mais recentemente, Gardner expandiu seu conceito acrescentando à lista a inteligência naturalista e a inteligência existencial.

Eis a descrição dos tipos de inteligência:

INTELIGÊNCIA LINGUÍSTICA
Se caracteriza pela grande facilidade em se expressar, seja oralmente ou na escrita. As pessoas que a desenvolvem tendem a ter um gosto aflorado por idiomas e palavras, além de uma altíssima habilidade e sensibilidade para entender pontos de vista alheios. É predominante em linguistas e escritores, poetas.

INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA
É a capacidade de calcular, quantificar, considerar proposições e hipóteses, e realizar operações matemáticas complexas. É predominante em cientistas, matemáticos e investigadores.

INTELIGÊNCIA CORPORAL
Quem a desenvolve tem a habilidade de exercer sobre o corpo um controle maior que o normal, sendo capaz de executar movimentos complexos com enorme facilidade e muita precisão. É predominante em atletas de alto desempenho, dançarinos, cirurgiões e artesãos.

INTELIGÊNCIA ESPACIAL 
Inteligência Espacial é a capacidade de pensar em três dimensões. Se destaca pela precisão ao compreender o mundo visualmente, facilidade de criação de imagens mentais, raciocínio espacial, manipulação de imagem, habilidades gráficas e artísticas e uma imaginação ativa. É predominante em marinheiros, jogadores de xadrez, pilotos, escultores, pintores e fotógrafos.

INTELIGÊNCIA MUSICAL 
A Inteligência Musical é a capacidade de discernir altura, ritmo, timbre e tom. Essa inteligência permite reconhecer, criar, reproduzir, e refletir sobre música. É predominante em compositores, maestros, músicos, vocalista, críticos de música, etc.

INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL 
É a capacidade de compreender e interagir eficazmente com os outros. Trata-se de se comunicar verbal e não verbalmente de forma eficaz, e a capacidade de notar as distinções, a sensibilidade, humores e temperamentos dos outros, e ainda a capacidade de entreter múltiplas perspectivas. É predominante em professores, assistentes sociais, atores e políticos.

INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL 
Inteligência intrapessoal é a capacidade de compreender a si mesmo e seus pensamentos e sentimentos, e usar esse conhecimento no planejamento e direcionamento da vida. É predominante em psicólogos, líderes religiosos e filósofos.

INTELIGÊNCIA NATURALISTA
Esse tipo de inteligência encontra-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. 

É característica de biólogos, geólogos, mateiros, por exemplo. São exemplos deste tipo de inteligência Charles Darwin, Rachel Carson, John James Audubon, Thomas Henry Huxley.

INTELIGÊNCIA EXISTENCIAL
Esse tipo de Inteligência abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de pensadores filosóficos como por exemplo Jean-Paul Sartre, Søren A. Kierkegaard, Frida Kahlo, Alvin Ailey, Margaret Mead, Bento XVI e o Dalai Lama.

INTELIGÊNCIA PRÁTICA
Inteligência prática é uma inteligência relacionada com a formação de hábitos. É a capacidade de aprender com a experiência e desenvolver as habilidades práticas. 

Diferencia-se da inteligência acadêmica ou intelectual e explica como alguns indivíduos com alto QI não conseguem sucesso profissional.

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Inteligência emocional é um conceito relacionado com a chamada "inteligência social", presente na psicologia e criado pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman. 

Um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções com mais facilidade.

Inteligência emocional é um conceito em Psicologia que descreve a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles.

A designação de inteligência emocional mais antiga remonta a Charles Darwin, que em sua obra referiu a importância da expressão emocional para a sobrevivência e adaptação. 

Embora as definições tradicionais de inteligência enfatizem os aspectos cognitivos, como memória e resolução de problemas, vários pesquisadores de renome no campo da inteligência estão a reconhecer a importância de aspectos não-cognitivos.

Em 1920, o psicometrista Robert L. Thorndike, na Universidade de Columbia, usou o termo "inteligência social" para descrever a capacidade de compreender e motivar os outros.

David Wechsler, em 1940, descreveu a influência dos fatores não-intelectuais sobre o comportamento inteligente, e defendeu ainda que os nossos modelos de inteligência não estariam completos até que esses fatores não pudessem ser adequadamente descritos.

Em 1983, Howard Gardner, em sua teoria das inteligências múltiplas, introduziu a ideia de incluir tanto os conceitos de inteligência intrapessoal (capacidade de compreender a si mesmo e de apreciar os próprios sentimentos, medos e motivações) quanto de inteligência interpessoal (capacidade de compreender as intenções, motivações e desejos dos outros).

Para Gardner, indicadores de inteligência como o QI não explicam completamente a capacidade cognitiva.

Assim, embora os nomes dados ao conceito tenham variado, há uma crença comum de que as definições tradicionais de inteligência não dão uma explicação completa sobre as suas características.

O primeiro uso do termo "inteligência emocional" é geralmente atribuído a Wayne Payne, citado em sua tese de doutoramento, em 1985.

O termo, entretanto, havia aparecido anteriormente em textos de Hanskare Leuner (1966). 

Stanley Greenspan também apresentou em 1989 um modelo de inteligência emocional, seguido por Peter Salovey e John D. Mayer (1990), e Goleman (1995).

Na década de 1990, a expressão "inteligência emocional", tornou-se tema de vários livros (e até best-sellers) e de uma infinidade de discussões em programas de televisão, em escolas e mesmo em empresas. 

ENTENDENDO A TEORIA DA INTELIGÊNCIA SEGUNDO GOLEMAN
O interesse da mídia foi despertado pelo livro "Inteligência emocional", de Daniel Goleman, redator de Ciência do The New York Times, em 1995.

No mesmo ano, na capa da edição de Outubro, a revista Time perguntava ao leitor - "Qual é o seu QE?" - apresentando um importante artigo assinado por Nancy Gibbs sobre o livro de Goleman e despertando o interesse da mídia sobre o tema. 

A partir de então, os artigos sobre inteligência emocional começaram a aparecer com frequência cada vez maior por meio de uma ampla gama de entidades acadêmicas e de periódicos populares.
Goleman definiu inteligência emocional como:

"capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos." (Goleman, 1998).

Para ele, a inteligência emocional é a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos. 

Como exemplo, recorda que a maioria das situações de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas e, desse modo, pessoas com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão e gentileza têm mais chances de obter o sucesso.

Segundo ele, a inteligência emocional pode ser categorizada em cinco habilidades:
Autoconhecimento emocional
Reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando ocorrem;

Controle emocional 
Lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida;

Automotivação 
Dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal;

Reconhecimento de emoções em outras pessoas 
Reconhecer emoções no outro e empatia de sentimentos; 
Habilidade em relacionamentos interpessoais;
Interação com outros indivíduos utilizando competências sociais.

As três primeiras são habilidades intrapessoais e as duas últimas, interpessoais.

Tanto quanto as primeiras são essenciais ao autoconhecimento, estas últimas são importantes em:
Organização de grupos 
Habilidade essencial da liderança, que envolve iniciativa e coordenação de esforços de um grupo, bem como a habilidade de obter do grupo o reconhecimento da liderança e uma cooperação espontânea.

Negociação de soluções 
Característica do mediador, prevenindo e resolvendo conflitos.

Empatia
Capacidade de, ao identificar e compreender os desejos e sentimentos dos indivíduos, reagir adequadamente de forma a canalizá-los ao interesse comum.

Sensibilidade social
Capacidade de detectar e identificar sentimentos e motivos das pessoas.

METAINTELIGÊNCIA EMOCIONAL
É um conceito de Inteligência Emocional que vai além de apenas descrever ou reconhecer os próprios sentimentos, os dos outros e lidar com eles.

O prefixo “Meta” nos remete a um posicionamento futuro, um estado desejado que se faça ao mesmo tempo de parâmetro e estímulo. 

A escritora Ella Wheeler disse o seguinte: 
Um barco sai para o leste, outro para o oeste, levados pelo mesmo vento que sopra. É a posição das velas, e não o sopro do vento, que determina o caminho que eles seguem. Assim também são os nossos caminhos na vida, é a posição da nossa alma que determina a meta, e não os acontecimentos do mundo.”

Metainteligência Emocional é a metodologia de Autoconhecimento com bases em Psicologia, PNL, Filosofia, Coach e Neurociência que tem como objetivo ajudar as pessoas a ajustarem o direcionamento das suas vidas, não somente pela meta que querem atingir ou pelo sonho que querem realizar, mas pelo redescobrimento da sua essência.

INTELIGÊNCIA ALÉM DA INTELIGÊNCIA HUMANA
INTELIGÊNCIA ANIMAL
O termo inteligência animal se refere às capacidades cognitivas dos animais não-humanos, tais como as capacidades de criar ferramentas, mapas mentais e o planejamento consciente, as quais, por tempos, foram consideradas faculdades exclusivas dos seres humanos.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Inteligência artificial (por vezes mencionada pela sigla em português IA ou pela sigla em inglês AI - artificial intelligence) é a inteligência similar à humana exibida por mecanismos ou software. Também é um campo de estudo acadêmico.

 Os principais pesquisadores e livros didáticos definem o campo como "o estudo e projeto de agentes inteligentes", onde um agente inteligente é um sistema que percebe seu ambiente e toma atitudes que maximizam suas chances de sucesso. 

John McCarthy, quem cunhou o termo em 1956 ("numa conferência de especialistas celebrada em Darmouth Colege" Gubern, Román: O Eros Eletrónico), a define como "a ciência e engenharia de produzir máquinas inteligentes". 

É uma área de pesquisa da computação dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou multipliquem a capacidade racional do ser humano de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente. 

Também pode ser definida como o ramo da ciência da computação que se ocupa do comportamento inteligente  ou ainda, o estudo de como fazer os computadores realizarem coisas que, atualmente, os humanos fazem melhor.

O principal objetivo dos sistemas de IA, é executar funções que, caso um ser humano fosse executar, seriam consideradas inteligentes. 

É um conceito amplo, e que recebe tantas definições quanto damos significados diferentes à palavra Inteligência.

Podemos pensar em algumas características básicas desses sistemas, como a capacidade de raciocínio (aplicar regras lógicas a um conjunto de dados disponíveis para chegar a uma conclusão), aprendizagem (aprender com os erros e acertos de forma a no futuro agir de maneira mais eficaz), reconhecer padrões (tanto padrões visuais e sensoriais, como também padrões de comportamento) e inferência (capacidade de conseguir aplicar o raciocínio nas situações do nosso cotidiano).

A Inteligência Artificial abraçou a ideia de reproduzir faculdades humanas como criatividade, auto aperfeiçoamento e uso da linguagem. 

Porém, o conceito de inteligência artificial é bastante difícil de definir. 

Por essa razão, Inteligência Artificial foi (e continua sendo) uma noção que dispõe de múltiplas interpretações, não raro conflitantes ou circulares.

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