segunda-feira, 13 de abril de 2020

PSICOLOGIA DO CONFINAMENTO: DICAS DE ENFRENTAMENTO DAS CONSEQUÊNCIAS GERADAS PELO CONFINAMENTO, ISOLAMENTO E DISTANCIAMENTO SOCIAL EM TEMPO DE PANDEMIA.




Em tempos de confinamento, psicólogos redobram atenção aos ...

INTRODUÇÃO
O confinamento, isolamento ou distanciamento social seja ele qual for, tem uma ação negativa sobre o ser humano, pois atinge muitas de suas necessidades, como por exemplo a necessidade de se locomover, de ir e vir, de liberdade espacial, de conversar e desbravar coisas novas.

Mas em especial, confinamento, isolamento ou distanciamento social deixa a entender que o indivíduo perdeu a sua liberdade, deixando-o em estresse diante da possibilidade de perder a possibilidade de fazer o que deseja e lhe causa prazer.

Por isso o confinamento, isolamento ou distanciamento social seja ele qual for estressa e cria ansiedade no ser humano, pois o ser humano não foi criado para estar confinando, logo, quando existe um confinamento, isolamento ou algo semelhante, seja ele qual for, isso sempre é visto sempre pelo indivíduo como uma punição, quando não, uma maldição.

Daí o motivo de resistência de muitas pessoas em aceitar o distanciamento social ou o possível isolamento.

AS CONSEQUÊNCIAS DO CONFINAMENTO, ISOLAMENTO E OU DISTANCIAMENTO SOCIAL
O confinamento, isolamento ou distanciamento social pode causar muitas consequências físicas, orgânicas, mentais e emocionais para o indivíduo.

Poderíamos citar vários desde o emagrecimento até o ganho de peso, insônia, ansiedade, medo, fobias, depressão, dores, aumento das dores e outros sintomas de enfermidades já existentes.

Outras pessoas também podem desenvolver obsessão compulsiva, ou desenvolver sintomas psicossomáticos, o que seria a somatização.

E até quando haja uma adaptação da pessoa ao confinamento ou isolamento, e isso depende de pessoa para pessoa, ela vai resistir e apresentar alterações no seu comportamento, bem como sintomas vários dependendo de pessoa para pessoa.

No entanto quero destacar aqui as principais consequências psicológicas que podem surgir no período de confinamento, isolamento ou distanciamento social, como também vou dar algumas dicas uteis para lidar com cada uma das consequências.

O EMBOTAMENTO MENTAL, TRANSTORNOS MENTAIS, TÉDIO E O MEDO. 

O EMBOTAMENTO MENTAL
Um sintoma mais difuso que se destaca em muitas pessoas enclausuradas é o embotamento mental.

Algumas pessoas podem experimentar dificuldade para recordar coisas e completar certas tarefas à medida que suas mentes começam a experimentar uma forma de hibernação psicológica.

Trata-se de um mecanismo de defesa contra o estresse crônico.

Caso haja o embotamento mental sério, que as vezes pode ser confundido com esquizofrenia, ou loucura, um profissional da área pode ser procurado, como por exemplo psicanalista, psicólogo ou psiquiatra.

Caso seja algo leve, basta seguir as orientações, dicas que dou aqui mesmo no artigo.

TRANSTORNOS MENTAIS
Alguns transtornos mentais podem aparecer durante o isolamento ou distanciamento social, listei os principais, a saber:
Obsessão compulsiva, sendo a mania de limpeza a principal;
Ansiedade em seus diversos níveis;
Fobias;
Somatização;
Depressão, em seus diversos níveis.

Casos esses transtornos sejam confirmados, um profissional da área pode ser procurado, como por exemplo psicanalista, psicólogo e psiquiatra.

TÉDIO
A solidão, o isolamento e ou o distanciamento social normalmente causam com o tempo o tédio.

O tédio é um afeto ligado à vontade e se caracteriza pelo imobilismo, uma espécie de paralisação em comparação aquilo que a pessoa fazia antes.

Tédio é se sentir incapaz de querer e sentir algo com intensidade e entusiasmo, mesmo estando a pessoa saudável. daí a pessoa fala, estou entediada.

Lembrando que o tédio pelo qual uma pessoa passa hoje é bem mais limitante do que um tédio que a pessoa enfrenta sem restrições de mobilidade.

Daí não é fácil para qualquer profissional ou pessoa lidar com tal situação.

Cuidado para não confundir tédio com depressão, pois são coisas diferentes.

E aí? como vencer o tédio diante de uma situação em que vivemos?

Passarei algumas dicas no próximo item, destacando o tédio.

MEDO, PÂNICO, FOBIA
Outras consequências do isolamento ou distanciamento social, em especial no caso que estamos passando é o MEDO, quando não o PÂNICO ou a FOBIA.

Uma característica do tipo de isolamento e distanciamento social em tempo de pandemia, é o surgimento de uma emoção muito importante e indispensável para a nossa sobrevivência, o MEDO.

O medo que para alguns é negativo e que pode complicar, causando uma paralisação; enquanto para outros o medo é uma emoção que quando bem administrada pode gerar a prudência e a sensatez no enfrentamento do perigo.

Lembrando que medo é diferente de PÂNICO.

Toda vez que nos sentimos ameaçados o medo aflora, antecipando uma reação de fuga ou ataque, logo é impossível se sentir ameaçados sem que o medo esteja presente, e isso não depende da razão simplesmente ou da boa vontade de alguém, é algo inato.

Logo, não se culpe por ter medo.

Para uma pessoa não ter medo ele precisaria ter uma preparação biológica ou então lesões cerebrais muito especifica.

No entanto o medo deve ser administrado para que o pânico e o desespero não predominem causando o caos ou a paralisação da defesa e do ataque.

Então, hoje o medo que temos é que sejamos infectados com o Novo Corona Vírus e venhamos a desenvolver alguma complicação, causando sofrimento ou possível óbito.

Aqui identificamos o medo..., logo, não é um medo criado, inexistente, ele é real... aqui temos a identificação do medo.

Após a identificação e reconhecimento da realidade do medo, temos algumas atitudes a tomar, no entanto, a mais coerente é a prevenção, cuidados e buscar os vários métodos de tratamento, cabendo assim cada etapa a quem de direito em uma sociedade, buscando o controle da situação com menos perdas possíveis.

O que sabemos é que o medo existente é real e devemos nos assegurar de cuidados para não sermos infectados, no entanto isso não justifica o pânico e o desespero, pois os dois geram o estresse e a ansiedade causando prejuízos na tomada de decisões e resoluções de problemas que precisam serem resolvidos no embate contra o vírus.

A exemplo do medo coletivo, temos também o medo individual, que é base na formação do medo coletivo ou comunitário.

O MEDO IDEAL é o MEDO INDIVIDUAL que se incorpora na coletividade de maneira racional causando reações por parte da população com benefícios para todos, quando não acontece isso, existem a distorções que causam prejuízos em massa.

O MEDO hoje é mais útil do que a CORAGEM, desde que ele produza ações positivas.

Temos um inimigo comum que precisa ser respeitado, o vírus e a luta que travamos com ele, pouco depende da boa vontade, de classe social, de finanças, cor, religião, opção sexual, etc., 

Daí a necessidade de tomarmos decisões coerentes, pois existe um perigo eminente e que pode causar a morte de muitas pessoas.

O medo, que uma vez trabalhado racionalmente reforçará a coragem e a disposição para tomada de decisões.

Esse medo não é paralisante, ele é um medo que alavanca a coragem e gera heróis de última hora.

Quem pensa que os profissionais que estão em linha de frente não estão com medo, se engana; eles também têm medo, só que eles chegaram a um estágio de que o medo alavancou a coragem para a resolução do problema enfrentado.

É assim que devemos agir: sentir medo, mas não nos permitir sermos tomados completamente pelo medo ao ponto de sucumbir, ou paralisar.

O medo em si não é um mal, pois ele nos força a tomar posturas adequadas diante do perigo garantindo a nossa sobrevivência.

Portanto, tá com medo? então isso é sinal que você vai sobreviver desde que racionalize e canalize seus recursos para superar a situação.

Passarei algumas dicas no próximo item, destacando o MEDO.

DICAS PARA ENFRENTAR O ISOLAMENTO E DISTANCIAMENTO SOCIAL
Eis algumas dicas que podem ajudar muito no enfrentamento do isolamento ou distanciamento social, lembrando que nem tudo é tão fácil como muita gente pensa, pois a capacidade de adaptação depende de pessoa para pessoa.

No caso de EMBOTAMENTO MENTAL
Para lidar com o EMBOTAMENTO MENTAL em tempo de isolamento e distanciamento social dou as seguintes dicas:
Busque se centrar sua mente no presente e tentar não se deter em um futuro incerto.
Concentre-se nas coisas que você pode controlar, não no que não pode.
Faça algumas tarefas práticas, como:
Fazer um diário, isso proporciona uma válvula de escape para expressar seus sentimentos, além de ocupar o tempo;
Em vez de postar nas redes sociais, escreva cartas ou -e-mails longos, isso ajuda a refletir e trabalhar a introspeção;
Encontrar um espaço próprio para se isolar dos outros companheiros de confinamento ou isolamento;
Respeitar o espaço dos outros e ser especialmente tolerante e dialogar se você tiver de passar o confinamento ou isolamento acompanhado;
Festejar aniversários, pequenas realizações ou inventar motivos para uma festa pessoal, isso permite desfrutar de momentos de relaxamento divertido.

No caso de TÉDIO
Para lidar com o TÉDIO em tempo de isolamento e distanciamento social dou as seguintes dicas:
Faça algo novo dentro da sua possibilidade e realidade:
Entre elas temos a leitura de livros, assista filmes, vídeos;
Cuidar das plantas, animais;
Arrumar a biblioteca e outras coleções;
Organizar os armários, guarda-roupas, etc.;
Participar das atividades domésticas, acentuado a responsabilidade coletiva no cuidado do lar;
Desenvolver talentos novos, como por exemplo se meter a escritor, poeta, pintor, desenhista, cantor, artesão, costureiro, etc.;
Temos também uma oportunidade para o aprimoramento que vai desde fazer um curso novo e ou adquirir novos conhecimentos, usando para isso a internet, nos cursos on-line;
A prática da culinária, para quem tem recursos é uma opção forte, ser padeiro, boleiro, cozinheiro, etc.;
A Pratica de exercícios dentro do espaço que você dispõe também é muito importante, para tanto pode pedir orientação para profissionais da área.

É recomendado também uma rotina dentro da sua realidade, para isso pode-se fazer uma lista de coisas que você pode fazer durante a semana, dia, etc.

Outra coisa também importante é a mudança de foco, como também se desligar do celular e das notícias que normalmente buscam apenas a audiência, sem ter preocupação com a pessoa, em si.

A ocupação do tempo dentro da sua realidade, com aquilo que lhe é e pode ser interessante é o segredo para sair do tédio em tempo de afastamento social.

Outra coisa importante, o tédio em tempo de distanciamento social é um bom momento para meditação e reflexão, gratidão e elaboração de planos pós-distanciamento social, pois aqui encontramos uma grande oportunidade de mudar de vida, e para melhor.

Lembrando que essas orientações nem sempre são uteis para todos, pois cada pessoa tem sua maneira e condição que as vezes favorecem, outras não.

No entanto, uma coisa deve ficar claro, se você pode ficar em casa, fique, não corra risco.

No caso de MEDO
Para lidar com o medo em tempo de isolamento e distanciamento social no caso de uma PANDEMIA se faz necessário considerar os seguintes:
Reconhecer que o MEDO é algo comum ao ser humano em especial numa situação de ameaça ou perigo; 
Reconhecer que ninguém é inferior a ninguém por ter medo, isso é normal, é sinal de que você é humano;
Reconhecer que a base do MEDO é biológica, mas o conhecimento reduz as incertezas e molda parte dos temores;
Reconhecer que o MEDO é natural, mas se não deve ser paralisante ou gerar pânico e desespero;
Reconhecer os vários tipos e níveis de MEDO, para daí encontrar uma maneira de lidar com a situação de maneira positiva, sem pânico e desespero;
Reconhecer que enfrentar o MEDO é menos custoso do que viver com o MEDO subjacente.

Na prática:
O medo que vivenciamos é real e incomoda mais pois é trata-se da sobrevivência humana, logo fingir que não existe nada, pode ser fatal para o individuo e a raça humana.

No caso em que vivemos, a única maneira de se libertar do MEDO é fazer algo, indo em frente, mesmo com MEDO.

Perceber que sempre que o ser humano corre um risco ou entra em território desconhecido ele sente MEDO, sendo que em muitas situações esse MEDO impede o progresso, daí necessidade de reconhecer que o MEDO pode ser real, mas não deve impedir o ser humano de seguir em frente.

Logo, O SEGREDO É SENTIR MEDO, MAS MESMO ASSIM SEGUIR EM FRENTE.

CONCLUSÃO
As consequências de um confinamento, isolamento ou distanciamento social são reais e muitas causam prejuízos físicos, orgânicos, mentais e emocionais as pessoas.

No entanto em qualquer situação de consequências geradas temos maneiras de lidar com elas favorecendo assim um resultado mais positivo tanto para o indivíduo como para aqueles que convivem com o mesmo.

É claro que aqui não existe nenhuma garantia que seus efeitos sejam universais, mas com certeza podem ajudar em muito aqueles que querem ganhar tempo para se adaptarem a situação que passamos.

Em caso de embotamento mental, transtornos psicológicos, tédio e medo temos muitas dicas que podem ajudar em muitos aqueles que buscam uma saída para o momento atual.

Na esperança que essas dicas sejam uteis agradeço a atenção de todos.

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