sexta-feira, 31 de julho de 2020

SÍNDROME DA CABANA – MEDO DE SAIR DE CASA


O QUE É SÍNDROME DA CABANA?
A Síndrome da Cabana está diretamente ligada à experiência do ser humano ficar longos períodos de tempo em isolamento social. 

O termo foi descrito, à princípio, lá no começo dos anos 1900, em função de gente que ia para lugares remotos para caçar e, por isso, ficava isolado por longos períodos vivendo afastado.

Como exemplo temos os trabalhadores norte-americanos que se refugiavam em suas cabanas quando o inverno chegava e, depois, tinham receio de voltar à civilização quando o frio terminava.

Quando retornavam ao convívio social, essas pessoas algumas vezes não conseguiam retomar a rotina e desenvolviam uma fobia de sair do ambiente doméstico e de se relacionar com outras pessoas.

Atualmente, o termo SÍNDROME DA CABANA está sendo utilizado como uma transformação do conceito por conta do distanciamento ou isolamento social devido a pandemia da Covid-19.

A SÍNDROME DA CABANA é tratada por alguns especialistas como SÍNDROME DE FOGO.
Sendo que a SÍNDROME DE FOGO é comparada à SÍNDROME DA CABANA tendo e vista o medo excessivo do Novo Corona Vírus e Distanciamento ou Isolamento Social.

No presente texto os termos SÍNDROME DA CABANA e SÍNDROME DE FOGO são equivalentes.

A REALIDADE DA SÍNDROME EM NOSSOS DIAS
Hoje, algumas pessoas já estão entrando em desespero com a abertura de shoppings, lojas e relaxamento do isolamento. Não querem, de modo algum, que a quarentena termine. Obviamente, esse medo pode vir da possibilidade de serem contaminados.

Porém, a Síndrome da Cabana, ainda que não aja como fator principal, desempenha um papel importante na resistência em voltar à vida normal.

SINTOMAS
O quadro pode começar com uma ansiedade excessiva gerada pela necessidade de sair do ambiente doméstico para fazer tarefas diárias e, principalmente, para se relacionar com outras pessoas.

Além dessa ansiedade e desse medo exacerbado, outros comportamentos podem indicar que há algo mais de errado, a saber:
As modificações na produção de hormônios do corpo. É muito comum, por exemplo, a alteração nos ciclos de sono e de vigília;
Acontece também um aumento no gosto por alimentos mais gordurosos, mais prazerosos, suculentos, com bastante carboidrato;
Angústia, ansiedade, perder a concentração, perder a memória, passar a comer muito e a dormir muito, embora possa acontecer de o indivíduo perder o apetite e o sono;
Alguns sintomas físicos também podem se manifestar, como taquicardia, sudorese e tonturas.

Os compromissos que habitualmente tinha fora de casa passa a ser um fardo.

O sentimento de que a sua casa é o único lugar que lhe proporciona segurança e proteção.

O DIAGNÓSTICO
A síndrome não é uma doença é um fenômeno.

A Síndrome da Cabana não é uma doença, é um fenômeno natural, diante das circunstâncias. 

Apesar do nome, também não é um transtorno mental, embora possa precisar dos cuidados de um profissional d a área mental.

O diagnóstico correto só pode ser feito por especialistas, já que a síndrome não é classificada como um transtorno mental.

Os sintomas da síndrome podem lembrar os da Síndrome do Pânico.

A diferença é que a SÍNDROME DO PÂNICO leva o indivíduo ao isolamento, enquanto na Síndrome da Cabana acontece o contrário. O ISOLAMENTO SOCIAL leva o indivíduo ao PÂNICO.

QUANDO SE PREOCUPAR
Deve-se se preocupar quando o medo se torna excessivo e irracional e a pessoa começa a ter comportamentos obsessivos que somatizam. 

São disfunções tênues, mas importantes de serem observadas:

Quando a pessoa começa a se cristalizar e não consegue mais ter uma rotina minimamente normal e evita sair para realizar atividades essenciais como ir ao mercado, mesmo tomando todas as medidas de segurança.
 
COMO PREVENIR E AMENIZAR OS SINTOMAS
Como muitas situações que envolvem a saúde mental, prevenir ainda é a melhor forma de tratar a Síndrome da Cabana.

O primeiro passo para reverter a situação é se acolher e reconhecer que estar ansioso e preocupado é natural em um momento de pandemia.

Depois, deve-se observar se ao longo do tempo se houve uma mudança muito grande no comportamento. Entre eles, distúrbios de sono e alimentação, aumento do uso de bebidas, irritação e vontade de não falar mais com as pessoas.

Depois:
Respeite você e o seu tempo: aceitar, acolher e respeitar o que sentimos é fundamental;
Estabeleça uma rotina que faça sentido para você: de acordo com as prioridades é possível estabelecer uma rotina factível. Com o mínimo de motivação torna-se mais viável ;
Crie novos hábitos;
Atente para o conteúdo dos seus pensamentos: essa é uma arma muito poderosa tanto de autopromoção quanto de autodestruição. É uma tendência muito grande as pessoas ficarem monotemáticas;
Utilize a tecnologia a seu favor: mantenha contato com pessoas queridas e tenha acesso a informações de diferentes naturezas, não só conteúdo sobre a pandemia;
Cuide dos hábitos alimentares, de atividades físicas e do sono dentro do que for possível;
Estabeleça uma rotina diária, de trocar de roupa, tomar banho, fazer leituras e exercícios físico;
Faça atividade física, aliás, é o mais importante na prevenção de várias doenças, inclusive a depressão e os transtornos ansiosos;
Faça coisas simples como abrir a janela e ter contato com a luz do dia, do sol;
Caso necessário, busque ajuda profissional: é importante que a gente reconheça que não está dando conta sozinho.

TRATAMENTO
Não há um tratamento específico neste caso, mas algumas medidas podem ser tomadas.
A busca por uma psicoterapia pode ajudar muito, para tanto pode ser feita com um psicanalista, psicológico e ou psiquiatra.

Em alguns casos se faz necessário o uso de medicações ou remédios que deve ser prescrito por um médico ou especialista.

COMO LIDAR COM A SÍNDROME DA CABANA 
1.Respeite o seu tempo. 
Não se obrigue, não se cobre, não se culpe. Cada um tem um ritmo e o sentimento é totalmente válido. O importante é não desistir. 

2.Estabeleça uma rotina. 
Na rotina você se sente no controle e, se você está no controle, pode controlar os seus pensamentos e seu medo. 

3.Comece aos poucos, devagar, e recompense cada passo, cada progresso. 
Por exemplo, no primeiro dia, simplesmente abra a porta de sua casa e fique ali, olhando para fora. Avalie como está se sentindo. 
Se puder, dê alguns passos. Senão, feche a porta e se recompense pela sua coragem. 
No dia seguinte, tente dar alguns passos para fora. Continue enquanto se sentir confortável. Senão volte. 
Continue insistindo todos os dias até conseguir ir até a esquina e voltar. Não tem problema retroceder. Não tem problema dar um tempo. Apenas tente.
Acredite que você pode. Mas não force. Aumente as recompensas conforme for progredindo. 

4.Lembre-se de todas as coisas boas que você tinha e fazia ao sair de casa. 
Lembre-se de seus familiares, do churrasco na casa dos amigos, do cinema, dos restaurantes, dos parques, da cervejinha gelada no bar, do sol acariciando sua pele, do vento bagunçando seus cabelos, das viagens divertidas. 
Enfim, comece a condicionar seu cérebro para que ele diminua progressivamente a resposta do medo. 

5.Nada disso está adiantando? 
Procure ajuda de um profissional. 

Você não precisa sofrer sozinho nem mais do que o necessário. 

A Síndrome da Cabana, quando longa e não monitorada, pode desencadear um quadro depressivo grave.

Fontes:
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/07/15/sindrome-da-cabana-isolamento-pode-causar-medo-excessivo-de-sair-de-casa.htm?cmpid=copiaecola;
https://gq.globo.com/Corpo/Saude/noticia/2020/06/sindrome-da-cabana-o-medo-de-sair-de-casa-mesmo-de-mascara-e-real.html.
https://www.metropoles.com/saude/saiba-o-que-e-a-sindrome-fogo-medo-de-sair-de-casa-na-pandemia-da-covid-19.

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