Para que possamos entender o
que vamos tratar hoje, vejamos algumas definições:
Emoção:
A emoção é uma reação imediata a um estímulo emocional competente, isto
é, ela está relacionada com alguma coisa que mexe com você, podendo provocar
uma sensação agradável ou desagradável.
Emoção, numa definição mais geral, é um impulso neural que move um organismo para a ação.
Sentimento:
O sentimento pode ser definido como os estados e as reações que o corpo
humano é capaz de expressar diante dos acontecimentos que os indivíduos.
O sentimento é a emoção filtrada através dos centros cognitivos do cérebro, especificamente o lobo frontal, produzindo uma mudança fisiológica em acréscimo à mudança psicofisiológica.
Comportamento:
O comportamento é definido como o conjunto de reações de um sistema
dinâmico face às interações e renovação propiciadas pelo meio onde está
envolvido.
Comportamento atípico:
Os comportamentos atípicos, nomenclatura utilizada neste estudo, são
comportamentos de autoagressão, heteroagressão, e outros comportamentos
que podem ser considerados “estranhos” pela sociedade, causando a
marginalização do emitente.
Alguns comportamentos atípicos podem ser decorrentes de distúrbios, transtornos ou dificuldades que uma pessoa enfrenta.
As emoções, os sentimentos e as
necessidades normalmente precedem o comportamento.
ASSIM TEMOS: AS EMOÇÕES, OS
SENTIMENTOS, AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS E CONSEQUENTEMENTE O COMPORTAMENTO,
PODENDO ESSE SER TÍPICO OU ATÍPICO.
Para um entendimento melhor,
iremos aos tópicos principais, a saber:
PRIMEIRO TÓPICO
ENTENDENDO MAIS SOBRE AS
EMOÇÕES, OS SENTIMENTOS E AS NECESSIDADES
EMOÇÃO E SENTIMENTO
AS EMOÇÕES
A emoção é biológica.
·
Emoção acontece no corpo.
As principais emoções
RAIVA, TRISTEZA, MEDO, PRAZER,
AMOR, SURPRESA, NOJO/ASCO, VERGONHA.
SENTIMENTOS
O sentimento é psicológico.
·
Sentimento
acontece na mente.
OS PRINCIPAIS SENTIMENTOS
Sentimentos
ligados a RAIVA
Fúria, revolta, ressentimento, ira,
exasperação, indignação, vexame, acrimônia, animosidade, aborrecimento,
irritabilidade, hostilidade e, talvez no extremo, ódio e violência patológicos.
Sentimentos ligados a TRISTEZA
Mágoa, sofrimento, desânimo, desalento,
melancolia, auto piedade, solidão, desamparo, desespero e, quando patológico,
severa depressão.
Sentimentos ligados ao MEDO
Ansiedade, apreensão, nervosismo,
preocupação, consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto,
terror; e, como psicopatologia, fobia e pânico.
Sentimentos ligados ao ALEGRIA
Felicidade, prazer, alívio,
contentamento, deleite, diversão, orgulho, prazer sensual, emoção,
arrebatamento, gratificação, satisfação, bom humor, euforia, êxtase e, no
extremo, mania.
Sentimentos ligados ao AMOR
Aceitação, amizade, confiança,
afinidade, dedicação, adoração, paixão, ágape.
Sentimentos ligados a SURPRESA
Choque, espanto, pasmo, maravilha.
Sentimentos ligados ao NOJO
Desprezo, desdém, antipatia, aversão,
repugnância, repulsa.
Sentimentos ligados a VERGONHA
Culpa, vexame, mágoa, remorso,
humilhação, arrependimento, mortificação e contrição.
NECESSIDADES
As necessidades são coisas que
uma pessoa precisa para estar bem, fisicamente, organicamente, mentalmente,
emocionalmente e sentimentalmente.
As principais necessidades são:
Honestidade, autenticidade, integridade, presença, autonomia, escolha,
liberdade, espaço, espontaneidade, expressão, significado, compreensão,
conexão, empatia, aceitação, pertencimento, cooperação, comunicação,
interdependência, comprometimento, coerência, reconhecimento, respeito,
segurança, ordem, expressão espiritual, lazer, diversão, diversão, humor,
facilidade, variedade, ar, alimento, movimento descanso, celebração, clareza,
contribuição, sentido, luto, inspiração, realização, evolução, esperança,
aprendizado, desafio, descoberta, criatividade, valorização, crescimento,
estabilidade, apoio, suporte, afeto, conforto, confiança, sustentabilidade,
proteção, paz, beleza comunhão, bem-estar, equidade, harmonia, inspiração,
sono, expressão sexual, abrigo, toque, saúde.
SENTIMENTOS QUE ADVÉM QUANDO AS NECESSIDADES SÃO ATENDIDAS
Calma, relaxamento, conexão, descanso, renovo, contentamento,
felicidade, alegria, animação, esperança, inspiração, energia, disposição,
gratidão, emponderamento, motivação, concentração, curiosidade, interesse, bom
humor, amor, centralidade, segurança, alivio, otimismo, satisfação, plenitude,
atenção.
SENTIMENTOS QUANDO AS NECESSIDADES NÃO SÃO ATENDIDAS:
Raiva, fúria, aborrecimento, exaustão, estafa, depressão, tristeza,
solidão, falta e coragem, desamino, desesperança, irritação, receio,
desconforto, chateação, agitação, frustração, desconcentração, surpresa,
tensão, medo, preocupação, pessimismo, cansaço, fragilidade, vergonha,
confusão, ansiedade.
Diante do que foi visto, esse é o padrão que nosso cérebro usa para ter um COMPORTAMENTO TÍPICO OU ATÍPICO.
SEGUNDO TÓPICO
AS DUAS MENTES COM AS QUAIS OS PROFESSORES LIDAM EM SALA DE AULA
Duas mentes?
Sim. Por incrível que pareça, todos nós temos duas mentes, a saber:
A mente emocional e a mente racional.
A mente racional, é o modo de compreensão de que, em geral, temos consciência: é mais destacado na consciência, mais atento e capaz de ponderar e refletir.
A mente emocional, é o modo impulsivo e poderoso, embora às vezes ilógico.
A dicotomia emocional/racional aproxima-se da distinção que popularmente é feita entre “coração” e “cabeça”.
Essas duas mentes, a emocional e a racional, na maior parte do tempo operam
em estreita harmonia, entrelaçando seus modos de conhecimento para que nos
orientemos no mundo.
Em geral, há um equilíbrio entre as mentes emocional e racional, como a emoção alimentando e informando as operações da mente racional, e a mente racional refinando e, às vezes, vetando a entrada das emoções.
Em muitos ou na maioria dos momentos, essas mentes se coordenam de forma bela e delicada; os sentimentos são essenciais para o pensamento e vice-versa.
Mas, quando surgem as paixões, esse equilíbrio se desfaz: é a mente emocional que assume o comando, inundando a mente racional.
CARACTERÍSTICAS DA MENTE EMOCIONAL
A mente emocional tem as seguintes características:
ü
Mais rápida que a mente racional;
ü
Exclui a reflexão deliberada, analítica que
caracteriza a mente racional;
ü
Forte em sensação de certeza, que é subproduto
de um tipo de comportamento simplificado;
ü
Pobre em precisão para ganhar rapidez;
ü
Conta sempre com as primeiras impressões e reage
ao panorama global ou aos seus aspectos mais gritantes;
ü
Serve como um radar para o perigo, garantindo a
perpetuação da espécie;
ü
Tem a duração de segundos.
A LINGUAGEM DA MENTE EMOCIONAL
A linguagem da mente emocional tem as seguintes características:
ü
A linguagem da mente emocional é simbólica;
ü
A mente emocional possui uma lógica associativa;
elementos que simbolizam uma realidade ou que de alguma forma lembrem essa
realidade são, para a mente emocional, a própria realidade;
ü
Aos símiles, as metáforas e imagens têm
comunicação direta com a mente emocional, e também a arte – romances, filmes,
poesia, música, teatro, ópera;
ü
A mente emocional atua, sob muitas formas, feito
criança e, quanto mais criança, mais intenso é o seu comportamento;
ü
A mente emocional considera que suas crenças são
totalmente verdadeiras e, portanto, descarta qualquer coisa que lhe seja
contrária;
ü
Os sentimentos são mais fortes que as percepções
e as provas convincentes.
SIM, E DAÍ?
COMO LIDAR COM AS EMOÇÕES, SENTIMENTOS E COMPORTAMENTOS TÍPICOS E ATÍPICOS
DAS CRIANÇAS EM SALA DE AULA?
Para responder a pergunta é bom dizer:
Não existe uma fórmula mágica, ou uma receita de bolo que possa ser
feita e deixar tudo resolvido.
O que existe são propostas que podem ser colocadas em prática, levando em conta a faixa etária, a idade, a situação social e econômica, o ambiente familiar e social das pessoas envolvidas.
Aqui entra também o preparo, os interesses, o proposito e objetivos dos profissionais envolvidos no processo.
Vejamos algumas propostas:
O QUE DEVER SER CONSIDERADO:
O histórico de vida da pessoa
Considere que por trás de um comportamento de qualquer pessoa existe
uma história de vida e essa história de vida deve ser considerada.
O estágio/faixa etária em que a pessoa se encontra
Considere o estágio ou a faixa etária em que a pessoa se encontra, pois
do contrário surge o risco do cometimento de erros, injustiças e preocupações
desnecessárias.
Vejamos alguns estágios socioafetivos que merecem atenção:
Estágios socioafetivos que devem ser considerados no tratar com pessoas de 2 – 10 anos.
2 anos
ü
Já há certo equilíbrio emocional;
ü
A criança é tranquila, pelo menos mais calma em
relação ao ano anterior;
ü
É tímida e colabora muito pouco no jogo;
ü
Demonstra afeto pela mãe, principalmente na hora
de dormir;
ü
Pode cuidar afetuosamente dos seus brinquedos;
ü Tem ideia de posse de coisas, mas não sente ciúme das demais crianças.
3 anos
ü
É bem equilibrado;
ü
Feliz e satisfeita, se entretém tranquilamente;
ü
Domínio de si mesma, tanto emocional como
fisicamente;
ü
Afável, serviçal, acessível;
ü
Pode demonstrar ciúme dos irmãos ais novos;
ü
Goza com os jogos de palavras.
4 anos
ü
O menino é tanto polemista quanto brigador;
ü
Meninos e meninas mostram-se egoístas, rudes,
impacientes com os irmãos menores;
ü
Expressam afeto pela mãe na hora de dormir;
ü
A criança de quatro anos pode sentir ciúme do
pai e da mãe ao mesmo tempo;
ü
Sente-se orgulhosa dos seus próprios trabalhos e
criações;
ü
Quando joga, ri sem reserva;
ü
Sente-se alegre quando houve ou faz rimas e
jogos de palavras;
ü
Agrada-lhe chamar os outros pelo apelido ou
trocando o nome;
ü
Insulta, profere algumas palavras obscenas e
ameaça crianças e adultos.
5 anos
ü
Criança séria, acomodada;
ü
Afável, compreensiva, afetuosa, mais realista;
ü
É serviçal, orgulha-se do seu aspecto e de suas
roupas bonitas;
ü
É curiosa e gosta de informações;
ü
Diz à mãe que gosta de ouvir histórias;
ü
Fica alegre quando lhe falam do futuro;
ü
Sabe o que quer e se atém ao que deseja;
ü
Insulta outras crianças.
6 anos
ü
Criança sumamente emocional;
ü
Acentuado desequilíbrio nas relações com outras
crianças;
ü
Fica agitada quando a criticam;
ü
É expansiva;
ü
Ama e odeia a mãe;
ü
É brincalhona e se considera sabida demais;
ü
Gosta de elogio e da apreciação que fazem ao seu
trabalho ou às suas “artes”;
ü
Sofre acessos de cólera;
ü
Cai em prantos facilmente;
ü
Irritável, rebelde, dominadora, agitada, ri sem
motivo;
ü
E conformista;
ü
Dominadora que é, acusa e critica os demais;
ü
Em certas horas, é carinhosa, angelical,
generosa, boa companheira para adultos;
ü
Tem ciúme dos seus brinquedos e de outras
crianças;
ü
Emprego agressivo da linguagem;
ü
Insulta, ameaça, contradiz, discute, emprega
alguns termos obscenos.
7 anos
ü
Retraída e distraída, principalmente no lar;
ü
Apresenta ainda certo negativismo e uma certa
insegurança para enfrentar os problemas diários;
ü
Começa a tomar atitudes de desafio, mormente em
relação à mãe, quando ameaçada;
ü
Devido ao desenvolvimento mental, começa a
meditar obre o que lhe acontece;
ü
Busca a perfeição e mostra-se encolerizada
quando erra ou é perturbada pelos irmãos menores;
ü
Revela vergonha dos seus erros;
ü
É escrupulosa, menos egoísta;
ü
Começa a sentir e analisar as influências
externas sobre seu comportamento;
ü
Já aparecem os devaneios nas horas de cansaço e
insatisfação.
8 anos
ü
Menos sensível, menos retraída e voltada mais
aos outros;
ü
Prefere os empreendimentos difíceis, mas revela
impaciência;
ü
Continua se opondo às ordens da mãe;
ü
Chora menos por motivos internos que por razões
sociais;
ü
Parece mais interessada em discutir e ter melhor
senso crítico;
ü
Ri sem preocupação com o que pensem os demais;
ü
Gosta de servir os outros na escola;
ü
Gosta de competir com os colegas e pode chorar
quando perde uma disputa;
ü Quando há compreensão no lar, a criança de 8 é bondosa, companheira e empreendedora.
9 anos
ü
Assume responsabilidade;
ü
É obediente;
ü
Apreensiva quanto aos seus possíveis tropeços na
escola.
ü
Sua impaciência e os ataques de cólera são de
curta duração;
ü
Tem vergonha de certos atos passados;
ü
Começa a julgar seus familiares;
ü
Sente-se orgulhosa em cuidar de suas próprias
coisas;
ü
Reage emocionalmente ante todas as histórias que
lhe contam;
ü
Muito sensível às críticas, deseja sempre
agradar os mais velhos.
10 anos
ü
Simpática, feliz, tranquila, despreocupada,
generosa e franca;
ü
Gosta da vida;
ü
Tem mais ações de que pensamentos;
ü
Revela pouco temor das coisas do mundo;
ü
Tem ataques de ira;
ü
Não aceita injustiças e manifesta suas opiniões;
ü
Nas expressões de alegria revela a mesma
eficiência;
ü
Gosta do lar e quer receber os presentes que os
amigos ganham dos pais;
ü
Diminui o desejo de competir;
ü
Gosta de piadas, mas não sabe contá-las muito
bem;
ü
Tem um repertório de reações emocionais
desejáveis para a prática de esportes em conjunto.
As emoções, sentimento e necessidades da pessoa
Considere que diante do comportamento de qualquer pessoa existe, uma
emoção, um sentimento, uma necessidade que foi ou não atendida.
Considere que diante de um comportamento de qualquer pessoa existe uma necessidade imediata que foi ou não atendida.
O QUE DEVE SER IDENTIFICADO:
As emoções, sentimentos e necessidades que estão por trás desse
comportamento típico ou atípico devem ser identificados.
As necessidades que não foram atendidas e que tem levado a pessoa a ter o comportamento típico ou atípico deve ser identificado.
TERCEIRO TÓPICO
O QUE DEVE SER FEITO PARA EVITAR PREJUÍZOS NO DESENVOLVIMENTO DA PESSOA:
Uma estratégia, com um plano, método e objetivos devem ser elaborado.
UM EXEMPLO DE ESTRATÉGIA DE MANEJO DE COMPORTAMENTO
As medidas podem ser usadas tanto para comportamento típicos, como
atípicos
Alguns autores (Antony & Ribeiro, 2004; Barkley, 2000; Benczik & Bromberg, 2003; Silva, 2003; Phelan, 2004) sugerem:
ü
Algumas concessões necessárias para gerenciar
esse comportamento e promover o bom andamento da sala, como por exemplo: permitir
que se movimente por breves períodos, consentir que se desloque de uma cadeira
para outra para fazer a tarefa, dar pequenas pausas para toda a sala.
ü
Valorizar os pontos fortes;
ü
Informar previamente à criança as regras e
consequências de cada comportamento e ação;
ü
Recompensar e incentivar devem ser utilizadas de
forma rápida e imediata em vez de punições.
ü
Nessas estratégias de manejo, Barkley (2000)
considera as reprimendas como sendo, possivelmente, as consequências negativas
mais usadas em sala de aula, variando consideravelmente em grau de eficiência.
ü
“Reprimendas breves, específicas, dadas
rapidamente, sem muita emoção (metódicas) e consistentemente auxiliadas por
outras punições podem ser eficientes (...)” (p.254).
ü
Esse autor apresenta ainda as penalidades como
envolvendo a perda ou remoção de uma recompensa baseada na demonstração de mau
comportamento (p.255).
ü
Conforme a reflexão de Welch (Phelan, 2004),
existem duas regras básicas que podem ser aplicadas à sala de aula:
o os
alunos estão na escola para trabalhar /aprender;
o o
comportamento do aluno não deve intervir no trabalho/aprendizado das outras.
ü Os alunos com TDAH, do tipo predominantemente desatento, costumam ter dificuldades com a primeira regra e as do tipo combinado apresentam problemas com ambas.
ü
De acordo com essa pesquisadora, o professor
deve dividir as atitudes, comportamentos desses alunos em três categorias:
o Comportamento
que pode ser ignorado (não viola nenhuma regra);
o Comportamento
não destrutivo, mas apenas desatento (infringe apenas a primeira regra);
o Comportamento
destrutivo (transgride a segunda regra e, muitas vezes, a primeira também).
ü
O comportamento considerado não destrutivo, mas
desatento, pode ser contornado com simples intervenção do professor.
Exemplos:
1) Quando um aluno apresenta dificuldades em fazer as
tarefas, mas não está comprometendo o andamento da sala, um sinal secreto que
tenha sido combinado previamente entre os dois pode resolver serenamente a
questão;
2) Se a criança está sonhando acordada, por exemplo, o professor deve
se posicionar num local onde possa ser
visto e gesticular, fazer um sinal para trazê-la de volta.
ü
O gesto simples de colocar a mão no ombro da
criança ou o dedo em sua carteira garantem grandes resultados (Phelan, 2004).
3) No caso da conduta do aluno que interfere na aprendizagem das
outras, o considerado comportamento destrutivo, Phelan (2004) aponta os
seguintes procedimentos como o mais apropriado:
ü Passar um curto período, em uma área
predeterminada da sala;
ü Passar um período afastado, em outra sala de
aula, com outro professor que concordou em cooperar;
ü Perda de privilégios ou recompensas.
Segundo ele (Phelan), advertências verbais ou abertura de contagem
devem ser feitas imediatamente após o comportamento em foco.
ü Oferecer estrutura à criança com comportamentos atípicos (como por exemplo, com TDAH é fundamental.
ü
Isso quer dizer organizar a sala de aula de tal
forma que a criança saiba o que deve fazer, o que se espera dela. Essas
crianças não sabem se estruturar sozinhas.
ü
Ajudá-las a se estruturar significa estabelecer
uma rotina, fazer as mesmas coisas em igual hora e idêntico lugar, fornecer
instruções verbais antes de iniciar uma tarefa (Phelan, 2004).
ü Um
sistema de controle externo é imprescindível para os indivíduos com esse
transtorno:
ü
A estrutura está relacionada a lista, lembretes,
anotações, cadernos de apontamentos, sistemas de arquivamento, quadros de
avisos, cronogramas, recibos, caixas de entrada e saída de correspondência,
secretárias eletrônicas, sistemas de computação, despertadores de mesa e pulso.
ü A estrutura diz respeito ao conjunto de
controles externos que a pessoa estabelece para compensar seus controles
internos, nos quais não pode confiar.
ü A maioria das crianças com TDAH não podem
depender de seus controles internos para manter as coisas em ordem e para
manter suas tarefas dentro do cronograma.
ü Aplicação do planejamento-padrão, um sistema que pode organizar a vida da criança.
ü
O planejamento padrão consiste de:
o
Introdução de certos compromissos ou obrigações
regulares no padrão de uma semana, de maneira a atendê-los automaticamente;
o
Inicia-se fazendo uma lista dessas tarefas
regulares; em seguida, organiza-se uma grade da semana, encaixando cada
obrigação fixa em um tempo regular.
ü
O ambiente propício para essa criança é uma sala
de aula bem estruturada que receba um número menor de alunos, com um
profissional instruído acerca dessa problemática, auxiliado pelo corpo técnico
da instituição oferecendo suporte emocional e pedagógico.
ü
A localização do aluno no espaço da sala de aula
constitui estratégia cognitiva e comportamental extremamente relevante.
ü
Encontrar-se próximo à professora, aos alunos de
comportamento calmo, ao quadro e/ou local utilizado pela professora para
desenvolver as atividades;
ü
Estar longe das janelas, de situações que
favoreçam a distração são táticas eficazes que ajudam a conter a desatenção do
aluno (em especial para alunos com TDHA).
QUARTO TÓPICO
MÉTODOS E TÉCNICAS
O QUE FAZER PARA ACOLHER MELHOR OS ALUNOS COM COMPORTAMENTO ATÍPICOS
ü
Identifique quais os talentos que seu aluno
possui;
ü
Estimule, aprove, encoraje e ajude no
desenvolvimento deste;
ü
Elogie sempre que possível o minimize ao máximo
evidenciar os fracassos;
ü
Estimule o interesse do aluno para que este
encontre prazer na sala de aula;
ü
Solicite ajuda de especialistas no assunto
sempre que necessário.
O QUE FAZER PARA ORGANIZAR O ESPAÇO E MONITORAR O PROCESSO
ü
Organize o máximo possível o ambiente externo em
que o aluno se encontra. Faça sempre alertas e lembretes ao aluno;
ü
Mantenha o aluno sempre perto de você e longe de
estímulos distratores;
ü
Estabeleça combinados de maneira clara e direta;
ü
Deixe claras as regras e os limites prevendo
consequências ao descumprimento destes;
ü
Seja firme e seguro na aplicação das punições
quando necessárias, optando por uma modalidade educativa, por exemplo, em
situações de briga no parque, afaste-o do conflito, porém, mantenha-o no
ambiente para que ele possa observar como seus pares interagem;
ü
Avalie diariamente com seu aluno o seu
comportamento e desempenho estimulando a autoavaliação;
ü
Informe frequentemente os progressos alcançados
por seu aluno, buscando estimular avanços ainda maiores.
ü
Dê ênfase a tudo o que é permitido e valorize
cada ação dessa natureza.
ü
Ajude seu aluno a descobrir por si próprio as
estratégias mais funcionais.
ü
Estimule que seu aluno peça ajuda e dê auxílios
apenas quando necessário.
O QUE FAZER PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM
Estabeleça contato visual sempre que possível
ü
Isto possibilitará uma maior sustentação da
atenção.
Proponha uma programação diária e tente cumpri-la
ü
Além de falar coloque-as no quadro.
ü
Em caso de mudanças ou situações que fogem a
rotina, comunique o mais previamente possível.
Use a repetição para melhorar o desempenho do aluno
ü
Estimule o desenvolvimento de técnicas que
auxiliem a memorização. Use listas, rimas, músicas, etc.
ü
Determine intervalos entre as tarefas como forma
de recompensa pelo esforço feito.
ü
Combine saídas de sala estratégicas e assegure o
retorno.
ü
Monitore o grau de estimulação proporcionando
por cada atividade.
ü
Adote um sistema de pontuação. Incentivos e
recompensas, em geral, dão bons resultados.
QUINTO TÓPICO
ORIENTAÇÕES DIVERSAS
Estabeleça prioridades quanto ao lidar e orientar
ü
Qual é a dificuldade mais importante da pessoa?
ü
O que incomoda mais?
ü O que atrapalha mais o paciente em casa e na escola?
ü
Pense e escreva todas as dificuldades da
criança, faça um ranking, colocando-as em ordem de prioridades. Daí estabeleça
uma estratégia de manejo para as dificuldades maiores.
Pense antes de agir
ü Nunca tome decisão sem pensar antes. Quanto mais pensar, mais chance os pais tem de tomar uma medida de bom senso.
Reforce positivamente antes de punir
ü
Os alunos com comportamento atípicos respondem
melhor ao reforço positivo do que as estratégias punitivas. Evite as críticas
constantes. Procure reforçar o que há melhor na criança.
Mantenha a estratégia constante
ü
Observe os seguintes: não abandonar rapidamente
a estratégia proposta; mantê-la constante independentemente do ambiente e
certificar-se de que ambos os pais estão executando-a de forma similar.
Determine uma rotina diária
ü
Proporcione à criança um ambiente com rotina
diária (hora fixa para fazer o dever de casa, para almoço e jantar e para
outras tarefas).
Antecipe os problemas
ü
Use a experiência do dia-a-dia para orientar a
criança do que pode acontecer em determinadas situações.
Estabeleça uma comunicação clara e eficiente
ü
Estabeleça de forma clara os limites toleráveis
para o comportamento da criança. As instruções devem ser passadas e os pedidos
feitos um a um e relembrados sempre que possível.
Proporcione uma atividade física regular para o paciente
ü
A atividade física regular é fundamental para a
criança. Gastar as energias de uma forma produtiva é muito importante para
pacientes portadores do TDAH.
Escolha uma escola que seja apropriada
ü
Procure escolas que valorizem o desenvolvimento
global da criança e que a avaliem individualmente, levando mais em conta seus
progressos ao longo do tempo do que a comparação rígida com a média dos
colegas.
OUTRAS
Considerando o grau de inteligência da criança, bem como a
orientação que recebe dos pais e professores, o mesmo deve ser estimulado a
lidar com o seu comportamento atípico.
Ou melhor, a criança deve ter a orientação dos pais e professores para lidar com a sua impulsividade.
A criança pode (não é obrigado) ser acompanhamento por um Neuropediatra ou Psiquiatra para confirmação do diagnóstico, através de exames de praxe.
As dificuldades da criança no rendimento escolar devem ser tratadas pela Psicopedagogia.
CONCLUSÃO
Outras orientações certamente seriam bem vindas, bem como por exemplo:
Orientação para melhorar a atenção sustentada;
Orientação para melhorar a atenção focalizada;
Orientação para aulas de reforço.
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