segunda-feira, 21 de outubro de 2024

"CAVALO DE SANTO": A EXPRESSÃO “CAVALO DE SANTO” VERSUS FILÓSOFOS CONTEMPORÂNEOS

 


Introdução

A expressão "cavalo de santo" é amplamente utilizada nas religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda.

Neste contexto, refere-se à pessoa que, durante os rituais religiosos, serve de médium para entidades espirituais ou orixás.

O termo "cavalo" é uma metáfora que indica que o médium é "montado" pela entidade, permitindo que ela se manifeste no mundo físico através dele.

A expressão "Cavalo de Santo", originalmente utilizada nas religiões afro-brasileiras para descrever o médium que serve de veículo para a manifestação das entidades espirituais, pode ser aplicada metaforicamente ao contexto dos filósofos contemporâneos que não criam novos conceitos e apenas repetem citações filosóficas de séculos passados.

Aplicação da Expressão aos Filósofos Atuais

Assim como o "cavalo de santo" atua como um intermediário que transmite mensagens de entidades espirituais sem acrescentar sua própria interpretação, alguns filósofos modernos podem ser vistos como "cavalos de santo" da filosofia.

Eles canalizam o pensamento dos grandes filósofos do passado, reproduzindo suas ideias e ensinamentos sem oferecer contribuições originais ou críticas.

Transmissão de Conhecimento:

Esses filósofos funcionam como veículos que mantêm vivas as tradições filosóficas, garantindo que o conhecimento acumulado ao longo dos séculos continue acessível às novas gerações.

Falta de Originalidade:

Ao se limitarem a repetir citações e teorias antigas, podem ser criticados por não promoverem avanços no campo filosófico, deixando de explorar novas perspectivas ou de questionar as premissas estabelecidas.

Preservação vs. Estagnação:

Enquanto a preservação do legado filosófico é importante, a ausência de inovação pode levar à estagnação intelectual, impedindo o desenvolvimento de ideias que respondam aos desafios contemporâneos.

Análise Crítica

Valor da Tradição:

A repetição das ideias clássicas tem seu valor, pois oferece uma base sólida para o entendimento dos fundamentos filosóficos. Isso pode ser comparado ao papel do "cavalo de santo" na preservação e transmissão da sabedoria ancestral.

Necessidade de Evolução:

No entanto, a filosofia, assim como qualquer campo do conhecimento, necessita de evolução.

Novas questões surgem com as mudanças sociais, tecnológicas e culturais, exigindo respostas que os filósofos do passado não poderiam prever.

O Papel do Filósofo Contemporâneo:

Espera-se que o filósofo atual vá além de ser um mero repetidor. Ele deve ser um pensador crítico, capaz de dialogar com o passado, mas também de contribuir com insights originais que enriqueçam o discurso filosófico.

Relação com a Prática do Dia a Dia

Impacto Limitado:

Filósofos que apenas repetem ideias antigas podem ter um impacto limitado na resolução de problemas atuais, já que não oferecem soluções adaptadas ao contexto moderno.

Relevância Contemporânea:

Para que a filosofia mantenha sua relevância, é fundamental que os pensadores se engajem com as questões emergentes, aplicando princípios filosóficos para interpretar e solucionar dilemas presentes na sociedade atual.

Inspiração para a Ação:

Assim como o "cavalo de santo" inspira ações e mudanças através das mensagens transmitidas, os filósofos devem inspirar a reflexão crítica e a ação transformadora, não apenas através da repetição, mas também da inovação.

Conclusão

Aplicar a expressão "Cavalo de Santo" aos filósofos que apenas repetem o passado é uma forma de destacar a necessidade de equilíbrio entre preservação e inovação.

Enquanto é valioso manter viva a sabedoria ancestral, é igualmente importante que os filósofos contribuam com perspectivas originais que respondam aos desafios do presente.

Ser um "cavalo de santo" da filosofia pode ser visto como um papel de guardião do conhecimento, mas a filosofia como disciplina exige mais do que isso. Ela requer criatividade, questionamento e a coragem de explorar o desconhecido.

Somente assim a filosofia continuará a ser uma força viva e dinâmica, capaz de orientar e enriquecer a prática do dia a dia.

Referências bibliográficas

1.     PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

2.  BASTIDE, Roger. O candomblé da Bahia: rito nagô. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1978.

3.  AUGRAS, Monique. O duplo e a metamorfose: a identidade mítica em cultos de possessão. Petrópolis: Vozes, 1983.

4.   SANTOS, Juana Elbein dos. Os nagôs e a morte: pátria, família e culto aos ancestrais. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

5.   MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de. Umbanda: uma religião brasileira. São Paulo: Ática, 1981.

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