Introdução
A expressão "cavalo
de santo" é amplamente utilizada nas religiões afro-brasileiras, como o
Candomblé e a Umbanda.
Neste contexto, refere-se
à pessoa que, durante os rituais religiosos, serve de médium para entidades
espirituais ou orixás.
O termo
"cavalo" é uma metáfora que indica que o médium é "montado"
pela entidade, permitindo que ela se manifeste no mundo físico através dele.
A expressão "Cavalo
de Santo", originalmente utilizada nas religiões afro-brasileiras para
descrever o médium que serve de veículo para a manifestação das entidades
espirituais, pode ser aplicada metaforicamente ao contexto dos filósofos contemporâneos
que não criam novos conceitos e apenas repetem citações filosóficas de séculos
passados.
Aplicação da Expressão
aos Filósofos Atuais
Assim como o "cavalo
de santo" atua como um intermediário que transmite mensagens de entidades
espirituais sem acrescentar sua própria interpretação, alguns filósofos
modernos podem ser vistos como "cavalos de santo" da filosofia.
Eles canalizam o
pensamento dos grandes filósofos do passado, reproduzindo suas ideias e
ensinamentos sem oferecer contribuições originais ou críticas.
Transmissão de
Conhecimento:
Esses filósofos funcionam
como veículos que mantêm vivas as tradições filosóficas, garantindo que o
conhecimento acumulado ao longo dos séculos continue acessível às novas
gerações.
Falta de Originalidade:
Ao se limitarem a repetir
citações e teorias antigas, podem ser criticados por não promoverem avanços no
campo filosófico, deixando de explorar novas perspectivas ou de questionar as
premissas estabelecidas.
Preservação vs.
Estagnação:
Enquanto a preservação do
legado filosófico é importante, a ausência de inovação pode levar à estagnação
intelectual, impedindo o desenvolvimento de ideias que respondam aos desafios
contemporâneos.
Análise Crítica
Valor da Tradição:
A repetição das ideias
clássicas tem seu valor, pois oferece uma base sólida para o entendimento dos
fundamentos filosóficos. Isso pode ser comparado ao papel do "cavalo de
santo" na preservação e transmissão da sabedoria ancestral.
Necessidade de Evolução:
No entanto, a filosofia,
assim como qualquer campo do conhecimento, necessita de evolução.
Novas questões surgem com
as mudanças sociais, tecnológicas e culturais, exigindo respostas que os
filósofos do passado não poderiam prever.
O Papel do Filósofo
Contemporâneo:
Espera-se que o filósofo
atual vá além de ser um mero repetidor. Ele deve ser um pensador crítico, capaz
de dialogar com o passado, mas também de contribuir com insights originais que
enriqueçam o discurso filosófico.
Relação com a Prática do
Dia a Dia
Impacto Limitado:
Filósofos que apenas
repetem ideias antigas podem ter um impacto limitado na resolução de problemas
atuais, já que não oferecem soluções adaptadas ao contexto moderno.
Relevância Contemporânea:
Para que a filosofia
mantenha sua relevância, é fundamental que os pensadores se engajem com as
questões emergentes, aplicando princípios filosóficos para interpretar e
solucionar dilemas presentes na sociedade atual.
Inspiração para a Ação:
Assim como o "cavalo
de santo" inspira ações e mudanças através das mensagens transmitidas, os
filósofos devem inspirar a reflexão crítica e a ação transformadora, não apenas
através da repetição, mas também da inovação.
Conclusão
Aplicar a expressão
"Cavalo de Santo" aos filósofos que apenas repetem o passado é uma
forma de destacar a necessidade de equilíbrio entre preservação e inovação.
Enquanto é valioso manter
viva a sabedoria ancestral, é igualmente importante que os filósofos contribuam
com perspectivas originais que respondam aos desafios do presente.
Ser um "cavalo de
santo" da filosofia pode ser visto como um papel de guardião do
conhecimento, mas a filosofia como disciplina exige mais do que isso. Ela
requer criatividade, questionamento e a coragem de explorar o desconhecido.
Somente assim a filosofia
continuará a ser uma força viva e dinâmica, capaz de orientar e enriquecer a
prática do dia a dia.
Referências
bibliográficas
1. PRANDI,
Reginaldo. Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
2. BASTIDE,
Roger. O candomblé da Bahia: rito nagô. 2. ed. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1978.
3. AUGRAS,
Monique. O duplo e a metamorfose: a identidade mítica em cultos de
possessão. Petrópolis: Vozes, 1983.
4. SANTOS,
Juana Elbein dos. Os nagôs e a morte: pátria, família e culto aos
ancestrais. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
5. MOURA,
Carlos Eugênio Marcondes de. Umbanda: uma religião brasileira. São
Paulo: Ática, 1981.
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