segunda-feira, 25 de novembro de 2024

NEUROPSICANÁLISE: CONCEITO, ORIGEM, DESENVOLVIMENTO E PRINCIPAIS TEÓRICOS

 

INTRODUÇÃO

A Neuropsicanálise surge como uma disciplina inovadora que integra a profundidade teórica da psicanálise freudiana com os avanços empíricos da neurociência moderna.

Este campo interdisciplinar busca compreender os processos mentais humanos através de uma síntese entre os conceitos do inconsciente psicanalítico e os mecanismos neurobiológicos do cérebro.

Originada no final do século XX, a neuropsicanálise desenvolveu-se a partir da necessidade de atualizar e enriquecer as teorias clássicas de Freud à luz das descobertas científicas contemporâneas sobre o funcionamento cerebral.

Teóricos proeminentes como Mark Solms, Jaak Panksepp, António Damásio, entre outros, contribuíram significativamente para o estabelecimento desta ponte entre mente e cérebro, explorando temas como emoções, consciência, memória e desenvolvimento psíquico.

A neuropsicanálise não apenas aprofunda a compreensão dos fenômenos mentais, mas também amplia as áreas de atuação profissional, impactando práticas clínicas, pesquisas acadêmicas e abordagens terapêuticas integradas.

CONCEITO E OBJETIVO DA NEUROPSICANÁLISE

A neuropsicanálise é uma disciplina interdisciplinar que busca integrar os princípios da psicanálise freudiana com os avanços da neurociência moderna.

Seu objetivo principal é estabelecer uma ponte entre a compreensão dos processos mentais inconscientes, explorados pela psicanálise, e os mecanismos neurobiológicos subjacentes, investigados pela neurociência.

Dessa forma, a neuropsicanálise pretende oferecer uma visão mais holística da mente humana, unindo aspectos subjetivos e objetivos do funcionamento mental.

ORIGEM DA NEUROPSICANÁLISE

A origem da neuropsicanálise remonta ao final do século XX, especialmente na década de 1990, período marcado como a "década do cérebro" devido aos significativos avanços nas técnicas de neuroimagem e na compreensão das funções cerebrais.

Nesse contexto, o neurocientista e psicanalista sul-africano Mark Solms emergiu como uma figura central ao propor a integração entre psicanálise e neurociência.

Solms e outros pioneiros perceberam que os insights fornecidos por Freud poderiam ser enriquecidos e corroborados pelas descobertas neurocientíficas, levando ao surgimento formal da neuropsicanálise como campo de estudo.

DESENVOLVIMENTO DA NEUROPSICANÁLISE

Desde sua concepção, a neuropsicanálise tem se desenvolvido por meio de conferências, publicações acadêmicas e a formação de sociedades dedicadas ao tema, como a International Neuropsychoanalysis Society, fundada em 2000.

Pesquisas na área têm explorado diversos aspectos, incluindo:

BASES NEURAIS DOS PROCESSOS INCONSCIENTES

Investigando como funções cerebrais correlacionam-se com conceitos psicanalíticos como repressão, transferência e resistência.

EMOÇÕES E AFETOS

Estudando como circuitos neurais estão envolvidos na experiência emocional, alinhando-se com as teorias psicanalíticas sobre afetos.

SONHOS E ESTADOS ALTERADOS DE CONSCIÊNCIA

Analisando a atividade cerebral durante o sono e sonhos, oferecendo insights sobre a função dos sonhos na psique humana.

 PRINCIPAIS TEÓRICOS DA NEUROPSICANÁLISE

A neuropsicanálise é um campo interdisciplinar que reúne diversos profissionais dedicados a integrar a psicanálise com a neurociência moderna.

Além de Mark Solms, vários outros pensadores têm contribuído significativamente para o desenvolvimento da Neuropsicanálise.

A seguir, destacamos alguns dos principais nomes e suas teorias fundamentais.

JAAK PANKSEPP (1943 – 2017)

Jaak Panksepp nasceu, em Tartu, Estônia, era neurocientista e psicobiologista, fundador da Neurociência Afetiva, identificou sistemas emocionais primários no cérebro e fez pesquisas sobre os fundamentos neurobiológicos das emoções e comportamentos.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS

Conhecido como o pai da Neurociência Afetiva, Panksepp investigou os sistemas emocionais primários nos cérebros dos mamíferos.

Sistemas emocionais básicos

Identificou sete sistemas emocionais fundamentais, a saber: BUSCA (SEEKING), MEDO (FEAR), RAIVA (RAGE), LUTO (PANIC/GRIEF), CUIDADO (CARE), DESEJO SEXUAL (LUST) e BRINCADEIRA (PLAY).

Os sete sistemas emocionais fundamentais são conhecidos como as sete necessidades básicas, a saber:

Necessidade de buscar; Necessidade de fuga; Necessidade de luta; Necessidade de sexualidade; Necessidade de amor; Necessidade de cuidar; Necessidade de dominar.

A pesquisa de Jaak Panksepp demonstrou que as emoções são geradas por circuitos cerebrais específicos e não são exclusivamente produtos da experiência consciente, o que reforça conceitos psicanalíticos sobre a influência das emoções inconscientes no comportamento humano.

Emoções como base do comportamento

Propôs que essas emoções primárias são a base dos comportamentos complexos e dos estados afetivos humanos, influenciando tanto processos conscientes quanto inconscientes.

Relação da psicanálise com a neurobiologia das emoções

Panksepp colaborou com psicanalistas para explorar como as emoções básicas podem ser entendidas tanto do ponto de vista neurobiológico quanto psicanalítico, promovendo uma visão integrada da mente.

ANTÓNIO DAMÁSIO (1944)

António Damásio nasceu em Lisboa, Portugal, Neurologista e Neurocientista, desenvolveu estudos sobre a neurobiologia das emoções e tomada de decisão e consciência, sendo responsável pela integração entre processo emocionais e racionais no cérebro.

António Damásio se destaca como o neurologista que estuda a relação entre emoção, sentimento e consciência.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS

Hipótese dos Marcadores Somáticos

Damásio propôs que as emoções desempenham um papel crucial na tomada de decisões, onde os "marcadores somáticos" (respostas corporais associadas a experiências passadas) guiam o comportamento e as escolhas.

Interação Mente-Corpo

Sua teoria enfatiza a interdependência entre processos emocionais e racionais, alinhando-se com a psicanálise ao destacar como desejos inconscientes e estados emocionais influenciam a cognição.

Consciência e Emoção

Damásio explora como a consciência emerge das interações entre emoções e processos cognitivos, fornecendo uma base neurobiológica para conceitos psicanalíticos como o ego e o inconsciente.

Self e Consciência

Damásio explora como a consciência emerge das interações entre processos neurais e corporais, relevantes para a compreensão do ego na psicanálise.

JOSEPH LEDOUX (1949)

Joseph LeDoux nasceu em Eunice, Louisiana, Estados Unidos, Neurocientista, realizou pesquisa sobre os mecanismos neurais das emoções, especialmente medo e ansiedade, estudos sobre a amígdala e memória emocional e fez exploração dos processos conscientes e inconscientes no cérebro.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS

Processamento do Medo

LeDoux é renomado por suas pesquisas sobre os mecanismos neurais do medo, identificando como diferentes regiões cerebrais, como a amígdala, processam respostas emocionais.

Para chegar à conclusão sobre o processamento do medo, LeDoux mapeou as vias cerebrais que processam estímulos ameaçadores, destacando o papel da amígdala.

Memória Emocional

Ele investiga como as memórias emocionais são armazenadas e recuperadas, conectando-se com a psicanálise ao explorar como experiências emocionais passadas influenciam o comportamento atual.

Dualidade Consciente e Inconsciente

LeDoux discute a existência de sistemas neurais que operam de forma consciente e inconsciente, refletindo conceitos psicanalíticos sobre a mente dividida.

LeDoux explora como as emoções inconscientes podem influenciar o comportamento consciente, oferecendo insights para mecanismos de defesas psicanalíticos.

ALLAN N. SCHORE (1943)

Allan N. Schore nasceu em 1943 (data exata não amplamente divulgada), nos Estados Unidos (local específico não amplamente divulgado), Psicólogo Clínico, Especialista em Neurobiologia do Desenvolvimento, fez estudos sobre a importância do apego na infância para o desenvolvimento cerebral Integração da neurociência com a teoria do apego e psicanálise.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS:

Neurobiologia do Apego

Schore desenvolveu teorias sobre como as experiências de apego na infância moldam o desenvolvimento do cérebro e das funções emocionais.

Desenvolvimento do Cérebro Direito

Ele enfatiza a importância do hemisfério direito na regulação emocional e na integração das experiências inconscientes, alinhando-se com a psicanálise ao destacar a influência das relações interpessoais precoces na formação do self.

Regulação Emocional

Schore explora como os processos neurobiológicos regulam as emoções, oferecendo insights sobre mecanismos psicanalíticos como a repressão e a defesa emocional.

VITTORIO GALLESE (1962)

Vittorio Gallese, nasceu em 1962 (ano aproximado), em Parma, Itália, Médico Neurocientista, foi codescobridor dos neurônios-espelhos, fez pesquisas sobre a base neural da empatia, intersubjetividade e cognição social, fazendo a integração da Neurociência com a Filosofia e a Psicanálises.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS

Neurônios-espelho

Gallese descobriu os neurônios-espelho, que são ativados tanto quando um indivíduo executa uma ação quanto quando observa outra pessoa realizando a mesma ação.

Empatia e Imitação

Em sua pesquisa, Gallese sugere que os neurônios-espelho são fundamentais para a empatia e a compreensão das intenções alheias, conceitos que ressoam com a psicanálise na compreensão das dinâmicas interpessoais e do inconsciente relacional.

Integração Mente-Corpo

Gallese contribui para a neuropsicanálise ao demonstrar como processos neurobiológicos estão interligados com funções psicológicas complexas, como a empatia e a comunicação não verbal.

Simulação Incorporada

Gallese propõe que entendemos as ações e emoções dos outros através da simulação interna, o que está alinhado com a noção psicanalítica de identificação projetiva.

Intersubjetividade

Destaca a base neurobiológica da empatia e da conexão emocional entre indivíduos.

LOUIS COZOLINO (1953)

Louis Cozolino nasceu em 1953 (data exata não amplamente divulgada), nos Estados Unidos (local específico não amplamente divulgado, Psicólogo Clínico e Professor, fez a integração da neurociência com psicoterapia e estudos sobre neurobiologia da relação terapêutica e desenvolvimento do cérebro, escreveu livros sobre neurociência e prática clínica.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS

Integração Psicologia e Neurociência

Cozolino trabalha na interface entre psicologia, psicanálise e neurociência, explorando como a interação social e as relações terapêuticas afetam o cérebro.

Plasticidade Cerebral e Terapia

Ele destaca como a terapia psicanalítica pode promover a plasticidade cerebral, facilitando mudanças nos circuitos neurais através de experiências emocionais e relacionamentos seguros.

Desenvolvimento do Self

Cozolino investiga como o desenvolvimento do self está enraizado em processos neurobiológicos e nas interações sociais, conectando-se com conceitos psicanalíticos sobre a formação da identidade e do inconsciente.

HELEN S. MAYBERG (1956)

Helen S. Mayberg, nasceu em 1956 (data exata não amplamente divulgada), na Califórnia, Estados Unidos, Neurologista e Psiquiatra, fez suas pesquisas sobre depressão usando neuroimagens, desenvolvendo técnicas de estimulação cerebral profunda para depressão resistente ao tratamento, buscou fazer uma integração de neurociência com abordagens clínicas para transtornos do humor.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS:

Neurobiologia da Depressão

Mayberg conduziu pesquisas que identificam circuitos cerebrais específicos envolvidos na depressão, integrando abordagens neurobiológicas com perspectivas psicanalíticas sobre os fatores emocionais subjacentes.

Terapia de Estimulação Cerebral

Ela desenvolveu tratamentos baseados em neuroestimulação (como a estimulação magnética transcraniana) para transtornos mentais, oferecendo uma abordagem complementar às intervenções psicanalíticas.

Integração Terapêutica

Mayberg promove a colaboração entre neurocientistas e psicanalistas para desenvolver terapias que abordem tanto os aspectos biológicos quanto os emocionais dos transtornos mentais.

STANISLAS DEHAENE (1965)

STANISLAS DEHAENE, nasceu em 1965, em Roubaix, na França, Neurocientista Cognitivo, estudou sobre consciência, cognição numérica e aprendizado, desenvolvendo a Teoria do Espaço de Trabalho Global, fazendo importantes pesquisa sobre a neurobiologia da leitura e processamento cognitivo.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS

Consciência e Processamento Cognitivo

Dehaene estuda como a consciência emerge a partir de processos neurais, explorando a relação entre atividades cerebrais e estados conscientes, o que dialoga com a psicanálise ao investigar os limites entre o consciente e o inconsciente.

Neurociência da Aprendizagem

Ele investiga como o cérebro aprende e processa informações, fornecendo insights sobre mecanismos de assimilação e acomodação psicanalíticos.

Teoria Global de Workspace

Dehaene propõe que a consciência surge quando informações são integradas em um "workspace" global no cérebro, oferecendo uma estrutura que pode ser relacionada aos conceitos psicanalíticos de integração mental.

DANIEL J. SIEGEL (1957)

Daniel J. Siegel, nasceu em 1957, em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos. Psiquiatra e Professor Clínico, desenvolveu o campo da Neurobiologia Interpessoal, fez estudos sobre mindfulness, desenvolvimento infantil e saúde mental, fazendo uma integração de neurociência com práticas terapêuticas e educacionais.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS:

Neurobiologia Interpessoal

Siegel desenvolveu a teoria da "mente interconectada", que enfatiza como as relações interpessoais afetam o desenvolvimento e a funcionalidade cerebral.

Integração Cerebral

Ele promove práticas que visam a integração de diferentes regiões cerebrais para promover a saúde mental, alinhando-se com a psicanálise ao valorizar a integração de aspectos emocionais e racionais da mente.

Mindfulness e Terapia

Siegel incorpora práticas de mindfulness na terapia, conectando abordagens psicanalíticas tradicionais com técnicas modernas de regulação emocional baseadas em neurociência.

PETER FONAGY

Peter Fonagy, nasceu em 1952, Budapeste, Hungria, Psicanalista e Psicólogo Clínico, Desenvolveu a Teoria da Mentalização, estudou sobre apego, desenvolvimento do self e psicopatologia e fez a integração de psicanálise com pesquisa empírica e neurociência.

CONTRIBUIÇÕES E TEORIAS PRINCIPAIS

Teoria da Mentalização

Fonagy desenvolveu a teoria da mentalização, que é a capacidade de entender a si mesmo e aos outros em termos de estados mentais. Essa teoria integra perspectivas psicanalíticas e neurobiológicas.

Desenvolvimento do Self

Ele explora como o desenvolvimento da capacidade de mentalização na infância está ligado a interações de apego seguro, alinhando-se com conceitos psicanalíticos sobre a formação do self e a importância das primeiras relações.

Integração Psicanálise e Neurociência

Fonagy promove a integração entre psicanálise e neurociência, buscando compreender como os processos mentais são refletidos em mecanismos cerebrais, o que enriquece tanto a teoria quanto a prática clínica.

A neuropsicanálise continua a evoluir graças às contribuições desses e de outros pensadores que buscam aprofundar a compreensão da mente humana.

Ao integrar as perspectivas ricas da psicanálise com as descobertas empíricas da neurociência, o campo avança na direção de uma abordagem mais holística e eficaz para compreender e tratar os fenômenos mentais.

RELAÇÃO COM A PSICANÁLISE FREUDIANA

A psicanálise, fundada por Sigmund Freud, originalmente buscava entender os processos mentais a partir de uma perspectiva neurológica.

Freud era neurologista e aspirava explicar os fenômenos psicológicos com base na fisiologia cerebral.

No entanto, devido às limitações tecnológicas de sua época, ele direcionou seu foco para a construção de uma teoria psicológica dos processos inconscientes.

A neuropsicanálise, portanto, pode ser vista como uma realização do desejo inicial de Freud de conectar a mente e o cérebro.

Ela revisita os conceitos psicanalíticos tradicionais, buscando evidências empíricas e bases neurobiológicas para sustentá-los, o que fortalece e atualiza a teoria psicanalítica no contexto científico contemporâneo.

RELAÇÃO COM A NEUROCIÊNCIA MODERNA

A neurociência moderna proporciona ferramentas e metodologias avançadas para o estudo do cérebro, como ressonância magnética funcional (fMRI) e eletroencefalografia (EEG).

A neuropsicanálise utiliza esses recursos para investigar questões levantadas pela psicanálise. Por exemplo: O Inconsciente.

Explora como processos cerebrais inconscientes influenciam comportamentos e pensamentos conscientes.

TOMADA DE DECISÃO E IMPULSOS:

Analisa como estruturas cerebrais estão envolvidas no controle de impulsos e na mediação entre desejos instintivos e normas sociais, conceitos centrais na teoria psicanalítica do ego e superego.

Essa interação permite que a neurociência se beneficie das teorias profundas sobre o funcionamento mental fornecidas pela psicanálise, enquanto a psicanálise ganha respaldo empírico e renovação a partir das descobertas neurocientíficas

ÁREAS DE ATUAÇÃO

A neuropsicanálise tem aplicações em diversas áreas, a saber:

Clínica Terapêutica

Desenvolvimento de abordagens de tratamento que consideram tanto os aspectos psicológicos quanto os neurobiológicos dos transtornos mentais.

Pesquisa Científica

Estudos interdisciplinares que investigam a correlação entre processos mentais inconscientes e atividade cerebral.

Educação e Formação Profissional

Preparação de psicólogos, psiquiatras e neurologistas para uma abordagem integrada da saúde mental.

Psiquiatria e Neurologia

Contribuição para diagnósticos mais precisos e tratamentos eficazes, considerando a interação mente-cérebro.

Neurociências Sociais e Humanas

Exploração de como fatores sociais e culturais influenciam e são influenciados pelos processos neuropsicológicos.

A neuropsicanálise representa um avanço significativo na compreensão da mente humana, ao unir a profundidade interpretativa da psicanálise com a objetividade empírica da neurociência.

Essa integração não apenas enriquece ambos os campos, mas também oferece novas perspectivas para o tratamento e compreensão dos transtornos mentais.

Ao explorar a complexa interação entre mente e cérebro, a neuropsicanálise abre caminho para abordagens mais integradas e eficazes na promoção da saúde mental e do bem-estar humano.

CONCLUSÃO

Em suma, a neuropsicanálise representa um avanço significativo na compreensão da mente humana, ao unir a riqueza interpretativa da psicanálise freudiana com a objetividade científica da neurociência moderna.

Esta integração possibilita uma visão mais abrangente dos processos mentais, considerando tanto os aspectos subjetivos quanto os mecanismos biológicos subjacentes.

As contribuições dos principais teóricos solidificam a neuropsicanálise como um campo essencial para o desenvolvimento de intervenções clínicas mais eficazes e para o aprofundamento teórico sobre a natureza humana.

Ao relacionar conceitos clássicos com descobertas contemporâneas, a neuropsicanálise reafirma a importância de uma abordagem interdisciplinar na psicologia e na psiquiatria, promovendo avanços no tratamento de transtornos mentais e na promoção do bem-estar psicológico.

Assim, este campo continua a expandir-se, oferecendo perspectivas promissoras para futuras pesquisas e práticas profissionais que buscam compreender e cuidar da complexidade da mente humana.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COZOLINO, L. O cérebro social: como as relações interpessoais moldam o cérebro humano. Porto Alegre: Artmed, 2007.

DAMÁSIO, A. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

_______. O mistério da consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

FONAGY, P.; GERGELY, G.; JURIST, E. L.; TARGET, M. Regulação afetiva, mentalização e o desenvolvimento do self. Porto Alegre: Artmed, 2003.

JRM COACHING. Os 7 afetos fundamentais. Disponível em: https://jrmcoaching.com.br/blog/os-7-afetos-fundamentais/. Acesso em: 23 nov. 2024.

KANDEL, E. R. Em busca da memória: o nascimento de uma nova ciência da mente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

KNOBLOCH, F. Neuropsicanálise: uma nova visão clínica. São Paulo: Editora Escuta, 2007.

PANKSEPP, J. A arquitetura da mente: fundamentos neurobiológicos das emoções e da consciência. Porto Alegre: Artmed, 2004.

SCHORE, A. N. A ciência da arte da psicoterapia. Porto Alegre: Artmed, 2016.

SIEGEL, D. J. A mente em desenvolvimento: como as relações afetam o desenvolvimento do cérebro. Porto Alegre: Artmed, 2012.

SOLMS, M.; TURNBULL, O. O cérebro e o mundo interno: uma introdução à neurociência pessoal. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

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