A realidade do stress
“No Stress”.
Não há quem nunca tenha ouvido, dito ou mesmo lido em algum lugar essa expressão em inglês; que se popularizou no Brasil e até virou jargão.
Quem já viajou pelo nordeste, com certeza já viu camisetas, adesivos e todos os tipos de artigos para turistas com essa estampa, que traduzida para o português quer dizer “Sem Estresse”.
O que é estresse
A palavra "estresse" tem origem na palavra inglesa "stress", que significa "pressão", "tensão" ou "insistência".
Pode-se definir estresse como um conjunto de reações fisiológicas necessárias para a adaptação a novas situações.
Contudo, essas reações orgânicas e psíquicas podem provocar desequilíbrio no organismo se forem exageradas em intensidade ou duração.
O desencadeamento do estresse
O estresse pode ser desencadeado por estados emocionais negativos e positivos, sendo a adaptação ao meio o objetivo final do processo.
O inicio dos estudos sobre o estresse
Foi o pesquisador húngaro Hans Selye quem realizou um dos primeiros estudos sobre estresse, em 1936.
Ele submeteu cobaias a estímulos estressores e observou um padrão específico na resposta comportamental e física dos animais.
O cientista dividiu os sintomas do estresse em 3 fases sucessivas: alarme, resistência e esgotamento.
Após a fase de esgotamento, constatou-se o surgimento de doenças como úlcera, hipertensão arterial, artrites e lesões no músculo cardíaco.
O lado bom e o lado ruim do stress
Mas, para o espanto de muitos, o temido estresse pode ser um fator positivo e necessário na vida de qualquer um.
Como assim? Segundo especialistas, a vida seria muito monótona sem estresse.
Um pouco dele traz certa dose de emoção, de desafio, necessários para que as pessoas sintam-se mais estimuladas a vencer os obstáculos do cotidiano.
A ansiedade pode ser um fator de crescimento, não só de destruição. Se você não tem angústias, desafios a serem vencidos não têm estímulo para produzir.
A ansiedade em fazer um bom trabalho, por exemplo, pode ser algo positivo, dentro dessa colocação, esclarece o presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, doutor Antônio Geraldo da Silva.
É claro que os limites para o “estresse positivo” devem ser controlados.
Quando o stress começa a ser prejudicial
Quando um indivíduo começa a sofrer muita pressão no dia-a-dia, o resultado é exatamente o contrário; ao invés de estímulo, o estresse provoca uma queda de produção no trabalho, mal estar físico e muitos outros fatores nocivos.
Por isso, é sempre bom monitorar os níveis de estresse para que não cheguem a ser prejudiciais. “Um grande desafio neste estressante mundo atual é fazer o estresse na vida trabalhar a seu favor e não contra você”, destaca o doutor Antônio Silva.
Cada um tem o seu limite para o estresse. A mesma situação pode causar reações diferentes, dependendo das particularidades de cada pessoa.
Se você for um executivo que gosta de se manter ocupado o tempo todo,” ficar ocioso” na praia, em um lindo dia, pode fazê-lo sentir-se extremamente frustrado, não-produtivo e chateado”, explica o doutor.
Portanto, antes de tudo, é preciso detectar as situações que desencadeiam um alto nível de estresse, evitando-a.
Reconhecer os primeiros sinais de tensão e então fazer algo a respeito pode significar uma importante diferença na qualidade de vida.
Um dos primeiros cientistas a demonstrar experimentalmente a ligação do estresse com o enfraquecimento do sistema imunológico foi Louis Pasteur (1822-1895). Em estudo pioneiro no final do século 19, ele observou que galinhas expostas a condições estressantes eram mais suscetíveis a infecções bacterianas que galinhas não estressadas.
Doenças que podem ser causadas pelo stress
Desde então, o estresse é tido como um fator de risco para inúmeras patologias que afligem as sociedades humanas, como PATOLOGIAS:
1) Cardiovasculares (arteriosclerose, derrame);
2) Metabólicas (diabetes insulinorresistente ou tipo 2);
3) Gastrointestinais (úlceras, colite);
4) Distúrbios do crescimento (nanismo psicogênico, aumento do risco de osteoporose);
5) Reprodutivas (impotência, amenorreia, aborto espontâneo);
6) Infecciosas (herpes labial, gripes e resfriados);
7) Reumáticas (lupus, artrite reumatóide);
8) Mentais (depressão, ansiedade, síndrome do pânico, etc)
Incidência de stress no mundo atualmente
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse afeta mais de 90% da população mundial e é considerado uma epidemia global.
O estresse é uma doença?
Na verdade, não, o estresse não é uma doença em si: mas é uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou internos.
Tipos de estressores
Primeiro tipo
Estressores sensoriais ou físicos envolvem um contato direto com o organismo. Estaria incluído, nesse caso, subir escadas, correr uma maratona, sofrer mudanças de temperatura (calor ou frio em excesso), fazer vôo livre ou bungee jumping etc.
Segundo tipo
Já o estresse psicológico acontece quando o sistema nervoso central é ativado através de mecanismos puramente cognitivos, como brigar com o cônjuge, falar em público, vivenciar luto, mudar de residência, fazer exames na escola ou de vestibular, cuidar de parentes com doenças degenerativas (como mal de Alzheimer, que causa demência) e outros.
Terceiro tipo
Um terceiro tipo de estressor pode ainda ser considerado: as infecções. Vírus, bactérias, fungos ou parasitas que infectam o ser humano induzem a liberação de citocinas (proteínas com ação regulatória) pelos macrófagos, glóbulos brancos especializados na destruição por fagocitose de qualquer invasor do organismo. As citocinas, por sua vez, ativam um importante mecanismo endócrino de controle do sistema imunológico.
Os estágios do stress no organismo humano
A reação do organismo aos agentes estressores pode ser dividida em três estágios, a saber:
Primeiro estágio
No primeiro estágio (alarme), o corpo reconhece o estressor e ativa o sistema neuroendócrino.
Inicialmente há envolvimento do hipotálamo, que ativa o sistema nervoso autônomo, em sua porção simpática.
O hipotálamo também secreta alguns neurotransmissores, como dopamina, noradrenalina e fator liberador de corticotrofina. Esse último estimula a liberação de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise, que também aumenta a produção de outros hormônios, tais como ADH, prolactina, hormônio somatotrófico (STH ou GH - hormônio de crescimento), hormônio tireotrófico (TSH).
O ACTH estimula as glândulas supra-renais a secretarem corticóides e adrenalina (catecolamina).
As glândulas adrenais passam então a produzir e liberar os hormônios do estresse (adrenalina e cortisol), que aceleram o batimento cardíaco, dilatam as pupilas, aumentam a sudorese e os níveis de açúcar no sangue, reduzem a digestão (e ainda o crescimento e o interesse pelo sexo), contraem o baço (que expulsa mais hemácias para a circulação sangüínea, o que amplia a oxigenação dos tecidos) e causa imunodepressão (redução das defesas do organismo).
A função dessa resposta fisiológica é preparar o organismo para a ação, que pode ser de “luta” ou “fuga”.
Nessa fase também pode ocorrer tento uma inibição quanto um aumento desmedido de hormônios gonadotróficos.
Segundo estagio
No segundo estágio, (adaptação), o organismo repara os danos causados pela reação de alarme, reduzindo os níveis hormonais.
Terceiro estágio
No entanto, se o agente ou estímulo estressor continua, o terceiro estágio (exaustão) começa e pode provocar o surgimento de uma doença associada à condição estressante, pois nesse estágio começam a falhar os mecanismos de adaptação e ocorre déficit das reservas de energia.
As modificações biológicas que aparecem nessa fase assemelham-se àquelas da reação de alarme, mas o organismo já não é capaz de equilibrar-se por si só.
O estresse agudo, repetido inúmeras vezes pode, por essa razão, trazer consequências desagradáveis, incluindo disfunção das defesas imunológicas.
O estresse pode provocar também mudança nos receptores pós-sinápticos normais de GABA (principal neurotransmissor inibidor do SNC), levando a superestimulação de neurônios e resultando em irritabilidade do sistema límbico.
A presença de GABA diminui a excitabilidade elétrica dos neurônios ao permitir um fluxo maior de íons cloro. A perda de uma das sub-unidades-chave do receptor GABA prejudica sua capacidade de moderar a atividade neuronal.
De modo geral, pode-se afirmar que o organismo humano está muito bem adaptado para lidar com estresse agudo, se ele não ocorre com muita frequência. Mas quando essa condição se torna repetitiva ou crônica, seus efeitos se multiplicam em cascata, desgastando seriamente o organismo.
Tratamentos
Existem tratamentos que podem em muito ajudar pessoas que desenvolveram o stress ao longo da su a vida, além do que é normal.
Em aluns casos é necessário o uso de medicação, que pode ser alopata e ou homeopata.
Tratamentos alternativos como Medicina Tradicional Chinesa e seus métodos como acupuntura, floral, reflexologia, moxaterapia, auricoloterapia, massagens, etc.
Meditação como Yôga e outras técnicas.
Psicoterapia
Outro método é a psicoterapia aonde o profissional vai trabalhar o comportamento da pessoa.
Em outros casos a psicoterapia de linha psicanalítica também ajuda, na busca do conteúdo incosciente que normalmente se encontra em pessoas que se deleitam numa vida estressada.
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