Afinal de contas, o que vem a ser “motivação”?
A definição pode ser muito simples: “a força ou o impulso que leva os indivíduos a agirem de uma forma específica”.
É claro que há muito mais implicações nisso do que sugere essa definição.
Trata-se mesmo de uma boa ideia começar averiguando a motivação, por meio de uma observação rápida na própria teoria sobre motivação de pessoas.
Mesmo antes de se pensar em como colocá-la em prática em um ambiente de trabalho específico.
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO (ALGUMAS)
Várias teorias foram levantadas acerca da motivação e do que ela é.
Três delas, em particular, mantiveram credibilidade por certo tempo, e acabaram por criar uma apresentação concisa, embora completa, sobre o assunto:
“A pirâmide de necessidades”, de Maslow
“A teoria dos dois fatores”, de Herzberg
“A teoria da expectativa”, de Vroom
A PIRÂMIDE DE NECESSIDADES DE MASLOW
Abraham Maslow, provavelmente o mais conhecido teórico motivacional, foi um psicólogo americano que acreditava que todos os indivíduos apresentavam uma hierarquia de necessidades que precisavam ser satisfeitas.
Essa “hierarquia de necessidades” é mostrada sob a forma de uma pirâmide.
De acordo com Maslow, as necessidades primordiais de um indivíduo são conseguir ar, alimentos e água em quantidades suficientes para sua sobrevivência (necessidades fisiológicas).
Após essas terem sido atingidas, não há motivação para mais ar, alimento e comida, mas sim para as necessidades de segurança.
Assim que essa pessoa percebe que está livre de qualquer ameaça de perigo ou ataque, suas motivações voltam-se para as necessidades sociais: amizades e tudo o mais que estiver relacionado.
Um indivíduo que superou as necessidades de autoestima e alcançou o reconhecimento por parte de outros indivíduos volta-se para satisfazer as necessidades de autorealização, até que estas estejam saciadas tanto quanto possível e ele, com isso, se sinta realizado.
No entanto, se as necessidades situadas em um nível inferior deixam repentinamente de ser atendido, o indivíduo direcionará novamente sua motivação para elas.
Assim, por exemplo, um homem está em uma esquina, conversando com um amigo, satisfazendo suas necessidades sociais. Se, porventura, um louco brandindo uma faca chegar até ele, a necessidade de segurança desse homem não estará mais satisfeitas, uma vez que ele não se encontra livre da ameaça de perigo ou ataque.
Com isso, ele foge muito mais preocupado em resolver as necessidades de segurança, localizadas em um nível mais baixo, do que as de nível mais alto, como as sociais.
TEORIA DE NECESSIDADES DE MASLOW EMPREGADA AO AMBIENTE DE TRABALHO
Foram feitas tentativas no sentido de relacionar a teoria de Maslow com as exigências de funcionários dentro do ambiente de trabalho.
As necessidades fisiológicas seriam as ligadas a salário e benefícios.
As necessidades de segurança estariam vinculadas a assuntos como segurança no trabalho, auxílio-doença e planos de previdência, períodos de folga suficientes, proteção contra injustiças e segurança física.
As necessidades sociais, associadas a um senso de participação, amizade e prestatividade a colegas de trabalho e superiores hierárquicos.
As necessidades de autoestima podem ser satisfeitas pelo reconhecimento e elogio por parte de supervisores e gerentes, juntamente com perspectivas de transferências de cargos e promoções.
As necessidades de autorealização podem ser atingidas quando se proporcionam trabalhos gratificantes e interessantes, nos quais as habilidades são utilizadas de maneira ampla.
A TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG
Frederick Herzberg sugeriu que existem dois grupos igualmente importantes de fatores relevantes à motivação de equipe.
Ele afirma que fatores de higiene (ou “não satisfatórios”) na verdade, não chegam a estimular, mas que precisam ser pelo menos satisfatórios para não se tornarem a causa da desmotivação das pessoas.
TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG EMPREGADA AO AMBIENTE DE TRABALHO
Por exemplo: um ambiente de trabalho seguro e saudável, por si só, não irá motivar os funcionários a trabalharem com mais afinco e/ou melhor, porém, deixa-os satisfeitos o bastante para que outros fatores possam motivá-los.
No entanto, se as condições de trabalho causam insatisfação, as pessoas tornam-se desmotivadas, e tanto esses como outros elementos simplesmente não irão funcionar como motivadores.
Herzberg afirmava que, se os Fatores de Higiene estiverem em ordem e forem satisfatórios, cinco fatores-chave podem motivar a equipe:
• Trabalhos interessantes ou que apresentem desafio;
• Responsabilidade pelas tarefas e deveres realizados; sensação de se ter alcançado algo que valeu a pena;
• Reconhecimento pelo trabalho realizado, pelo empenho e pelo desempenho;
• Possibilidade de desenvolvimento pessoal, transferência de cargo e promoção.
Herzberg acreditava que o trabalho, em si, é o principal motivador no ambiente de trabalho, e que todas as outras influências possíveis são de importância secundária.
A TEORIA DA EXPECTATIVA DE VROOM
Tomando por base a “Pirâmide de Necessidades” e a “Teoria dos Dois Fatores”, V. H. Vroom formulou sua “Teoria da Expectativa”.
Para ele, existem duas partes que compõem a motivação: os desejos individuais e as expectativas de alcançá-los.
Ele utilizou a palavra “valência” para descrever o nível de um desejo em particular: um alto nível de valência indicava um desejo forte, enquanto que um nível baixo sugeriria que o desejo tinha menor importância para a pessoa, a ponto de este ser uma causa pouco provável de alguma motivação.
No entanto, se um alto nível de valência age como motivador, o indivíduo também precisa sentir que esse desejo específico pode ser satisfeito.
A TEORIA DA EXPECTATIVA DE VROOM EMPREGADA AO AMBIENTE DE TRABALHO
Um funcionário, por exemplo, pode ter um forte desejo de adquirir um automóvel de determinada marca, como um BMW em vez de um carro mais popular.
Se esse indivíduo acredita poder realizar seu desejo, uma vez que se trata de um carro para consumidores de alta renda, ele então tomará as providências necessárias, de modo a produzir o resultado exigido e a satisfação de seu desejo.
Se o desejo não for acessível, há então pouca probabilidade de essa pessoa trabalhar com mais afinco e/ou melhor. A pessoa não se sentirá motivada.
OUTRAS TEORIAS
Outras teorias existem, como por exemplo, a teoria x e a teoria y, teoria das necessidades, teoria do fluxo e trabalho qualificado, teoria das características das funções e teoria sócio histórica, no entanto, abordaremos essas teorias em outros ensaios.
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