terça-feira, 26 de janeiro de 2016

OTIMISMO X PESSIMISMO


O otimismo é uma atitude que impede de cair na apatia, no desespero e tristeza perante as adversidades. 

Como assinalou Martin Seligman, o otimismo (um otimismo realista, compreenda-se, porque um otimismo ingênuo pode ser desastroso) influencia a forma como as pessoas explicam a si mesmas os seus êxitos e os seus fracassos.

Os otimistas têm tendência a considerar que os seus fracassos se devem a algo que pode mudar, e por isso as coisas na ocasião seguinte as coisas saem melhor. 

Em contrapartida, os pessimistas atribuem os seus fracassos a obstáculos que se consideram incapazes de modificar.

Por exemplo, ante um insucesso, ou uma paragem laboral, os otimistas tendem a responder de forma ativa e esperançada, procurando ajuda e conselho, vendo a boa direção, procurando remover os obstáculos; os pessimistas, pelo contrário, consideram logo esses contratempos como algo quase irremediável, e reagem pensando que quase nada podem fazer para que as coisas melhorem, e não fazem quase nada. 

Para o pessimista, as adversidades quase sempre se devem a alguma deficiência pessoal insuperável ou a alguma conspiração egoísta e má dos outros.

A questão chave é que se vá em frente quando as coisas se mostram frustrantes. 

O otimismo é muito importante na vida de qualquer pessoa; e na tarefa de educar poder-se-ia dizer que é imprescindível, pois a educação, de certa forma, pressupõe o otimismo, pois educar é crer firmemente na capacidade de o homem melhorar os outros e de se melhorar a si mesmo.

ESTILOS PESSIMISTAS E ESTILOS OTIMISTAS
Há na atualidade indícios claros de que a predisposição para a depressão está a aumentar de modo preocupante entre os jovens. 

A tendência patológica para a auto-compaixão, o abatimento e a melancolia aparecem cada vez com maior freqüência e em idades mais jovens.

Se bem que a tendência para a depressão tenha uma origem parcialmente genética, esta é potenciada por hábitos mentais pessimistas que, quando se dão, predispõem quem sofre deles a sentir-se abatido ante os pequenos contratempos da vida (problemas escolares, falta de entendimento com os pais, dificuldades nas suas relações sociais, etc. ). 

O que resulta mais revelador é que muitas das pessoas com tendência para a depressão estavam profundamente dominadas por hábitos mentais pessimistas antes de cair nela, e isto faz pensar que lutar contra esses hábitos é uma boa maneira de prevenir.

Todos nós sofremos de fracassos que momentaneamente nos submergem numa situação de impotência ou desmoralização. 

Porque é que umas pessoas saem prontamente dessa situação, enquanto outras ficam fechadas nela como numa armadilha?

Cada pessoa tem uma maneira para explicar e enfrentar os acontecimentos que as afetam. 

As pessoas pessimistas tendem a explicar os sucessos desagradáveis com razões de tipo pessoal (é culpa minha), com caráter permanente (há de ser sempre assim) e projetando de forma expansiva sobre o futuro (isto vai arruinar a minha vida completamente). 

Com essa atitude, a sensação de fracasso já não é algo do passado e do presente, mas converte-se numa negra antecipação do futuro: tudo vai ser assim, por minha culpa e para sempre.

As pessoas otimistas são totalmente opostas: há coisas que não dependem de mim, as más situações não vão durar sempre, nem ocupam toda a vida, apenas uma pequena parte dela.

O QUE SE PODE FAZER PARA PASSAR DE UM ESTILO PESSIMISTA PARA UM ESTILO OTIMISTA?

Não é uma pergunta simples, se bem que talvez a chave esteja em aprender a mudar um pouco a maneira de pensar, o estilo com que explicamos as coisas que nos afetam e a atribuição das causas do que nos sucede. 

Como dizia J. Escrivá de Balaguer, "não chegarás a conclusões pessimistas se te aperfeiçoares".

E pensas que esses estilos são de nascimento?

Se bem que sempre haja uma determinação genética dessa propensão otimista ou pessimista, influencia de modo decisivo a aprendizagem pessoal, e desde tenras idades. 

Por exemplo, um menino de sete anos terá uma maneira muito pessoal de explicar as coisas que lhe sucedem. 

Antes dessa idade, as crianças na sua maioria são otimistas.

E o que é que determina essa forma de enfrentar as coisas?

Sobretudo, a maneira como os pais explicam cada coisa que sucedem aos filhos. 

A criança ouve continuamente comentários sobre os acontecimentos da vida diária. As suas antenas estão sempre desdobradas, e sente um inesgotável interesse em encontrar explicações para as coisas. Busca com insistência os porquês. 

O pessimismo e o otimismo dos pais e irmãos são recebidos pelas crianças como se fosse a própria estrutura da realidade.

Outro elemento decisivo é a maneira como os adultos - pais, outros familiares, os seus professores; como as tratam, valorizam ou criticam o comportamento das crianças. As crianças fixam muito, e não só o conteúdo da censura, mas também de como é feita.

Por exemplo, a maneira de como se coloca verbalmente as censuras e a intervenções educacionais causam grande efeito na postura das crianças. Se as afirmações indicam um caráter permanente, assim será se indicam questões conjunturais do mesmo modo acontecerá.

Exemplos:
Se for dito para uma criança, quando diante de um erro ou descuido, afirmações com: “Você não foi bem na prova de matemática nesta parcial”, “Você mentiu quando disse que tinha ido a aula de reforço”, “Você estou pouco para a prova de português neste final de semana”, ou frases semelhantes, o menino ou a menina entenderá que elas são observações baseadas em descuidos ocasionais e específicos que podem ser superados.

Em contrapartida, se lhe disser habitualmente: "Você é um mentiroso", "Você estar sempre distraída", "Você é ruim em matemática”, etc., o menino ou a menina entenderá isso como algo permanente nele, e muito difícil de evitar.

É um fato, a forma de educar dificulta ou favorece a motivação.

O mundo emocional de cada um dificulta ou favorece a sua capacidade de pensar, de sobrepor-se aos problemas, de manter com constância alguns objetivos. 

Por isso, a educação dos sentimentos estabelece um limite da capacidade de fazer render os talentos de cada um.

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