sexta-feira, 28 de julho de 2017

QUEBRANDO PARADIGMAS NEGATIVOS E INCONSCIENTES NA SEGURANÇA NO TRABALHO - CRENÇAS NEGATIVAS


(ESBOÇO DE UMA PALESTRA DADA NA XXX SIPAT DA ENEL – COELCE)

A REALIDADE ATUAL DA PREVENÇÃO DE DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO
Todos nós sabemos que existe uma grande necessidade de trabalharmos a questão da segurança do trabalho nas empresas, em todos os seguimentos.

O reconhecimento dessa necessidade vem em decorrência de uma grande quantidade de pessoas que estão foram do mercado do trabalho, ou vivenciando situações desconfortáveis em decorrência de doenças adquiridas e acidentes sofridos no ambiente do trabalho.

Os acidentes e doenças do trabalho não atingem somente os trabalhadores e empresas, mas a sociedade como um todo.

Pois no final as perdas e os prejuízos decorrentes das doenças e enfermidades que afetam o trabalhador caem sobre a sociedade em todos os sentidos.

O termo PARADIGMA, etimologicamente, tem origem no grego PARADEIGMA que significa modelo ou padrão, correspondendo a algo que vai servir de modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação.

São as normas orientadoras de um grupo que estabelecem limites e que determinam como um indivíduo deve agir dentro desses limites.

No geral o termo não é pejorativo, as vezes, necessitamos de PARADIGMAS que precisam ser seguidos, no entanto, os PARADIGMAS precisam ser revisto, pois pode ser que, em vez de ser algo positivo, pode ser algo negativo, tendo em vista as mudanças que podem acontecer durante um período de existência, ou dentro de uma outra realidade, até então não experimentada.

Quando os paradigmas não são criticados, revistos e até mesmo refeitos, existe a possibilidade de haver em cada um deles uma crença negativa que se manifesta no dia a dia das pessoas inconscientemente.

PARADGIMAS NEGATIVOS E INCONSCIENTES
Os paradigmas que serão trabalhados ao longo dessa palestra na verdade se tornaram crenças negativas e inconscientes que tem causado enormes prejuízos ao desenvolvimento da sociedade.

E como esses paradigmas negativos e inconscientes, que passam ao nível de crenças negativas, são comprovados no dia a dia das empresas?

Pelo simples fato das pessoas saberem tudo sobre a segurança do trabalho e assim mesmo, as doenças e os acidentes de trabalho continuam a acontecer em escala alarmante.

Hoje, temos pessoal preparados, treinamentos, inúmeras técnicas, materiais e ferramentas empregados na prevenção de doenças e acidentes do trabalho, mas mesmo assim as estatísticas mostram que muita coisa precisa ser feita.

O IMPACTO DOS DADOS ESTATÍSTICOS
A realidade dos dados estatísticos nos leva a acreditar que precisamos quebrar alguns paradigma na segurança do trabalho:

O Brasil ocupa o 4º lugar no mundo em acidentes do trabalho, só perde para China, Índia e Indonésia.

Outros números:
Média de acidentes do trabalho = 700 mil acidentes de trabalho no ano; 
Os dados do Anuário Estatístico da Previdência Social apontaram em 2015 um total de 612,6 mil acidentes, dentre os quais 2500 foram ocorrências de morte;
A região sudeste é a responsável por 53,9% dos registros. A área de serviços aparece com 55,69% e a indústria com 41,09%, excluídos os dados de atividade ignorada. 
Porém, se considerado o fato de que a Indústria representa apenas 25% dos trabalhadores registrados no país, significa que proporcionalmente este setor é onde se dá a maior incidência de acidentes de trabalho.
A situação no Estado do Ceará é a seguinte:
35 pessoas, em média, sofrem algum tipo de acidente de trabalho por dia no Ceará, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 
Ao todo, foram 8.956 acidentes registrados no ano de 2016 em todo estado.
Conforme balanço do órgão, 55 pessoas morreram em 2016 vítimas de acidentes de trabalho. Neste ano, já foram 13 mortes em decorrência de acidentes.

Dai o nosso tema de hoje, ...

OS PARADIGMAS - A VISÃO QUE A SOCIEDADE E O TRABALHADOR TÊM DA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO

Primeiro paradigma:
O RESPONSÁVEL PARA QUE O NÃO HAJA DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO É DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO.
A responsabilidade pela segurança no trabalho e do trabalhador é de todos. Não resolve nada colocar a culpa do aumento dos acidentes de trabalho nos técnicos de segurança.

Existe uma hierarquia de responsabilidade, compromisso e deveres.

Cada nível hierárquico de uma empresa deve estar comprometido com a saúde e segurança de todos na organização.

Segundo paradigma:
AS DOENÇAS E OS ACIDENTES DE TRABALHO FAZEM PARTE DO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO.
Morreu de choque!!! Morreu de uma descarga elétrica!!!

- É isso mesmo... É algo da profissão. Não!!!

Acidentes podem ser evitados.

Não existe uma obrigatoriedade de ficar doente ou morrer no exercício da profissão.

Terceiro paradigma:
AS DOENÇAS E OS ACIDENTES DE TRABALHO NÃO PODEM SER PREVENIDOS, O QUE TEM QUE ACONTECER ACONTECE, NÃO IMPORTANDO OS CUIDADOS QUE SE TOMEM.
Aqui temos a regra da fatalidade, que surge quando não podemos explicar determinados acontecimentos que enfrentamos.

Não são poucos os que pensam dessa forma. São muitos os que acreditam que o uso das técnicas, materiais e equipamentos para sua segurança são desnecessários.

Alguns caem na ilusão de que são tão especiais e tão competentes que não necessitam de suporte na área de segurança.

Desprezam as orientações de técnicos, dispensam os equipamentos de segurança, achando que o que tem que acontecer, acontecerá.

Quarto paradigma:
AS DOENÇAS E OS ACIDENTES DE TRABALHO SÓ ACONTECEM COM OS OUTROS.
Essa é a ideia que muitas pessoas tem, acham que o pior só acontecem com os outros. Dai o descuido de muitos.

Quando uma pessoa acha que tudo de ruim acontece só com os outros corre o risco de não se prevenir.

OS PARADIGMAS - A VISÃO QUE A SOCIEDADE, AS EMPRESAS E O GOVERNO TÊM DA PREVENÇÃO DE DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO.

Primeiro Paradigma:
SOMENTE AS EMPRESAS E TRABALHADORES SOFREM COM AS DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO
Na verdade o prejuízo e o sofrimento ocasionado pelas doenças e acidentes do trabalho recaem para toda sociedade, a perda de um trabalhador e o sofrimento de uma família com essa perda acarreta sofrimento para todos.

Os acidentes criam um impacto na vida e na família do trabalhador, na sociedade, na previdência social, nas empresas e na economia. 

Além de gerar anualmente milhares de processos com pedidos de indenizações por dano material e moral.

Segundo Paradigma:
AS DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO SÃO EVITADOS APENAS COM O EMPREGO DAS TÉCNICAS COMUNS AOS PROFISSIONAIS DA ÁREA.
Será verdade? Qual o papel da filosofia que oferece as condições do trabalhador querer aplicar as regras?

A prevenção e segurança do trabalho são processos educativos desenvolvidos através de comportamento consistente.

Terceiro Paradigma:
SEGUROS E SEGURIDADE SOCIAL ESTÃO AI PARA COBRIR OS PREJUÍZOS COM AS DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO
Será que vale a pena? Perder um membro, ou ficar numa cama o resto da vida mesmo recebendo o seguro sobre acidente, ou a pensão?

Nada paga uma vida saudável, nada paga uma vida.

Quarto paradigma:
A PREVENÇÃO DE DOENÇAS E ACIDENTES NO TRABALHO DEPENDE SOMENTE DOS TRABALHADORES.
Aqui temos o outro polo, joga-se a culpa no trabalhador. Aqui se exclui a sociedade, as empresas, o governo, os técnicos de segurança.

Nenhum trabalhador se acidenta por que quer. E claro que existe no acidente do trabalho uma pitada da selvageria capitalista, aonde o que importa é o lucro, não importando a bem estar do trabalhador.

SE FAZ NECESSÁRIO QUEBRAR ESSES PARADIGMAS NEGATIVOS
Como conclusão pode-se dizer que os paradigmas citados tornaram-se crenças negativas. Ou melhor, empresas, técnicos, trabalhadores e sociedade estão dando crédito as todas as crenças citadas, fazendo delas inconscientemente paradigmas que tem causado enorme prejuízos aos trabalhadores.

Todos esses paradigmas devem ser quebrados, para que dai surja um novo quadro, com resultados positivos para a saúde e a vida de cada trabalhador.

Portanto, se faz necessário que todos esses paradigmas negativos e inconscientes sejam quebrados para que o trabalho seja uma fonte de bem estar e de vida abundante.

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