sexta-feira, 25 de setembro de 2020

PREVENÇÃO AO SUICÍDIO – ORIENTAÇÕES E DICAS QUE PODEM SALVAR UMA VIDA

 


Tratar de suicídio não é fácil...

Duas coisas reinam no mundo virtual atualmente:

Controle das emoções;

Prevenção ao Suicídio.


No entanto, as duas coisas são por demais complicadas e sem fórmulas definidas... 


Mas não é por isso que vamos deixar de falar sobre o assunto, pois no caso da PREVENÇÃO AO SUICÍDIO a insistência salva vidas.


O QUE É SUICÍDIO?

SUICÍDIO ou AUTOCÍDIO (do latim, sui, ou do grego autos: "próprio" e do latim caedere ou cidium: "matar") é o ato de matar a si mesmo.


CID – 10 X60 – X84 (Lesão Autoprovocada Voluntariamente)


A CAUSA OU CAUSAS?

Suas causas mais comuns são: Transtornos Psicológicos ou Psiquiátricos que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas;

Dificuldades financeiras e/ou emocionais também desempenham um fator significativo.


REALIDADE ESTATÍSTICA

Mais de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano, tornando-se esta a 10º causa de morte no mundo;

Trata-se de uma das principais causas de morte entre adolescentes e adultos com menos de 35 anos de idade;

Entretanto, há uma estimativa de 10 a 20 milhões de tentativas de suicídios não-fatais a cada ano em todo o mundo.


AS CONSEQUÊNCIAS

O impacto psicológico, social e financeiro do suicídio em uma família e comunidade é imensurável.


O QUE PASSA NA MENTE DO SUICÍDA?

Um suicida não consegue perceber a vida com as mesmas perspectivas que uma pessoa que não é suicida percebe;

Um suicida eterniza o seu sofrimento e não percebe nenhuma porta de saída, a não ser a morte;

Um suicida perde o gosto pela vida, pelos desafios, pelas conquistas, buscando rendição total;

Um suicida perde a esperança na oportunidade, deixando reinar a pulsão da morte em vez da pulsão da vida.


NO ENTANTO...

Ao invés de uma verdadeira intenção de morrer, a tentativa de suicídio por vezes pode ser interpretada como um "GRITO DE SOCORRO" para chamar a atenção ao seu desespero e seu desejo de fuga.


A GRANDE DIFICULDADE:

Explicar racionalmente (as razões) para uma pessoa decidir cometer suicídio, enquanto outras em situação similar ou pior não o fazem;

Muitos pesquisadores tentam explicar as razões, mas no final tudo fica na retórica.


A BOA NOTICIA...

Contudo a maioria dos suicídios pode ser prevenida.

A conclusão tem como base os números de tentativas que acontecem antes da concretização do ato em si, que são de 10 – 20 tentativas.


CARACTERÍSTICAS MENTAIS DOS SUICIDAS

Três características em particular são próprias do estado das mentes suicidas:

Ambivalência;

Impulsividade;

Rigidez. 


Ambivalência

O desejo de viver e o desejo de morrer batalham numa gangorra nos indivíduos suicidas;


Impulsividade

Por serem impulsivos, eles tomam decisões sem pensar;

Como qualquer outro impulso, o impulso para cometer suicídio é transitório e dura alguns minutos ou horas. 


Rigidez

Quando pessoas são suicidas, seus pensamentos, sentimentos e ações estão constritos, quer dizer: elas constantemente pensam sobre suicídio e não são capazes de perceber outras maneiras de sair do problema.


TIPOLOGIA – GRUPOS DE SUICÍDAS

Primeiro grupo

Cometem suicídio sem pensar no que está fazendo; 

Tais pessoas são as mais impulsivas e as mais propensas a serem levadas ao suicídio por um evento externo específico, cometem suicídios de maneira repentina.


Segundo grupo

São apaixonados pela morte consoladora, cometem suicídio como vingança, como se o ato não fosse irreversível;

Normalmente essas pessoas não estão fugindo da vida, mas correndo para a morte, desejando não o fim da existência, mas a presença da obliteração.

                             Obliteração = Destruir, eliminar, sumir, desaparecer, etc.


Terceiro grupo

Cometem suicídio por uma lógica falha, em que a morte parece ser a única fuga de problemas intoleráveis;

Eles consideram as opções e planejam seus suicídios, escrevem bilhetes e lidam com os aspectos pragmáticos como se organizassem férias no espaço sideral;

Geralmente acreditam não somente que a morte vai melhorar sua condição, mas também que ela pode tirar um fardo das pessoas que os amam.


Quarto Grupo

Cometem suicídio com uma lógica racional;

Tais pessoas, devido a uma doença física, instabilidade mental ou uma mudança nas circunstâncias de vida, não querem a dor da vida e acreditam que o prazer que elas podem vir a sentir não é suficiente para compensar a dor.


COMPLEXIDADE DO ASSUNTO

Suicídio é um problema complexo para o qual não existe uma única causa ou uma única razão;

Ele resulta de uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais.


QUAL A VISÃO DA PSICOLOGIA SOBRE SUICÍDIO?

O suicídio é um problema de saúde mental, associada a fatores psicológicos como a dificuldade ou a impotência em lidar com eventos altamente estressantes, impacto de transtornos mentais.


OUTRAS VISÕES

Psicanálise

Que o suicídio tem origem na PULSÃO DA MORTE que se sobrepõe à PULSÃO DA VIDA;

A PULSÃO DA VIDA é a energia instintiva que leva um ser humano a romper todas as barreiras para gerar vida em si e nos outros;

A PULSÃO DA MORTE é a energia instintiva que levar um ser humano a destruir a si mesmo e aos outros.


Outras

Temos muitas outras visões sobre o suicídio, desde a Ausência de Deus, Falta de uma Religião, Falta de Fé; Mente Franca, etc;


E outras que nem vale salientar.


COMO IDENTIFICAR UMA PESSOA SOB RISCO DE SUICÍDIO

Sinais para procurar na história de vida e no comportamento das pessoas:

Comportamento retraído;

Inabilidade para se relacionar com a família e amigos;

Doença psiquiátrica;

Alcoolismo;

Ansiedade ou pânico;

Mudança na personalidade, irritabilidade, pessimismo, depressão ou apatia;

Mudança no hábito alimentar e de sono;

Tentativa de suicídio anterior;

Odiar-se;

Sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonha;

Uma perda recente importante – morte, divórcio, separação, etc;

História familiar de suicídio;

Desejo súbito de concluir os afazeres pessoais, organizar documentos, escrever um testamento, etc;

Sentimentos de solidão, impotência, desesperança;

Cartas de despedida;

Doença física;

Menção repetida de morte ou suicídio.


COMO AJUDAR A PESSOA COM RISCO DE SUICÍDIO?

Quando uma pessoa diz “Eu estou cansado da vida” ou “Não há mais razão para eu viver”, elas geralmente estão se sentido rejeitadas.


PASSOS PARA PREVENÇÃO

Primeiro:

O primeiro passo é achar um lugar adequado onde uma conversa tranquila possa ser mantida com privacidade razoável.


Segundo:

O próximo passo é reservar o tempo necessário;

Pessoas com ideação suicida usualmente necessitam de mais tempo para deixarem de se achar um fardo e precisa-se estar preparado mentalmente para lhes dar atenção.


Terceiro:

A tarefa mais importante é ouvi-las efetivamente. “Conseguir esse contato e ouvir é por si só o maior passo para reduzir o nível de desespero suicida.”


COMUNICAÇÃO

Como se comunicar

Ouvir atentamente, ficar calmo;

Entender os sentimentos da pessoa (empatia);

Dar mensagens não-verbais de aceitação e respeito;

Expressar respeito pelas opiniões e valores da pessoa;

Conversar honestamente e com autenticidade;

Mostrar sua preocupação, cuidado e afeição;

Focalizar nos sentimentos da pessoa.


Como não se comunicar

Interromper muito frequentemente;

Ficar chocado ou muito emocionado;

Dizer que você está ocupado;

Tratar a pessoa de maneira que o coloca numa posição de inferioridade;

Fazer comentários invasivos e pouco claros.

Fazer perguntas indiscretas.


O que fazer e o que não fazer

O que fazer

Ouvir, mostrar empatia, e ficar calmo;

Ser afetuoso e dar apoio;

Leve a situação a sério e verifique o grau de risco;

Pergunte sobre tentativas anteriores;

Explore as outras saídas, além do suicídio;

Pergunte sobre o plano de suicídio;

Ganhe tempo – faça um contrato;

Identifique outras formas de dar apoio emocional;

Remova os meios, se possível;

Tome atitudes, conte a outros, consiga ajuda;

Se o risco é grande, fique com a pessoa;

Se a pessoa for de menor, os pais devem ser comunicados.


O que não fazer

Ignorar a situação;

Ficar chocado ou envergonhado e em pânico;

Falar que tudo vai ficar bem;

Desafiar a pessoa a continuar em frente;

Fazer o problema parecer trivial;

Dar falsas garantias;

Jurar segredo;

Deixar a pessoa sozinha.


COMO LIDAR COM PESSOAS SUICIDAS SEGUNDO OS RISCOS 

BAIXO RISCO

A pessoa teve alguns pensamentos suicidas, como “Eu não consigo continuar”, “Eu gostaria de estar morto”, mas não fez nenhum plano.


Ação Necessária

Oferecer apoio emocional;

Trabalhar sobre os sentimentos suicidas. 

Quanto mais abertamente a pessoa fala sobre perda, isolamento e desvalorização, menos turbulentas suas emoções se tornam. 

Quando a turbulência emocional cede, a pessoa pode se tornar reflexiva. 

Este processo de reflexão é crucial, ninguém senão o indivíduo pode revogar a decisão de morrer e tomar a decisão de viver.

Focalize na força positiva da pessoa, fazendo-a falar como problemas anteriores foram resolvidos sem recorrer ao suicídio.

Encaminhe a pessoa para um profissional de saúde mental ou a um profissional especializado (pode ser um Psicólogo, Psicanalista ou Psiquiatra).

Encontre-a em intervalos regulares e mantenha contato externo.


MÉDIO RISCO

A pessoa tem pensamentos e planos, mas não tem planos de cometer suicídio imediatamente.


Ação Necessária

Ofereça apoio emocional, trabalhe com os sentimentos suicidas da pessoa e focalize em forças positivas;

Focalize os sentimentos de ambivalência;

Explore alternativas ao suicídio;

Faça um contrato;

Encaminhe a pessoa a um psiquiatra, ou médico, e marque uma consulta o mais breve possível;

Entre em contato com a família, amigos e colegas, e reforce seu apoio.


ENTENDO QUE ESSES DOIS PONTOS SÃO DE MUITA IMPORTÂNCIA, SE VOCÊ FIZER ESSA DUAS COISAS E A PESSOA ACEITAR VOCÊ TEM TUDO PARA ATINGIR SEU OBJETIVO, SALVA UMA VIDA.


ALTO RISCO

A pessoa tem um plano definido, tem os meios para fazê-lo, e planeja fazê-lo imediatamente.


Ação Necessária

Estar junto da pessoa. Nunca a deixar sozinha;

Gentilmente falar com a pessoa e remover as pílulas, faca, arma, inseticida, etc. (distância dos meios de cometer suicídio);

Fazer um contrato;

Entrar em contato com um profissional da saúde mental ou médico imediatamente e providenciar uma ambulância e hospitalização;

Encaminhe a pessoa a um psiquiatra, ou médico, e marque uma consulta o mais breve possível;

Informar a família e reafirmar seu apoio.


A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO

Toda pessoa que tenta suicídio ou que se encontram em área de risco deve ser acompanhado.


Prioridade

Quem tem ideação suicida, mas não apresenta sintomas de enfermidades mentais e outros sintomas;

Quem já tentou;

Quem tem doenças psiquiátrica grave: Esquizofrenia; Bipolaridade; Depressão Severa; Obsessão-Compulsiva (Grave); Ansiedade Generalizada e outras;

Uma história familiar de suicídio, alcoolismo ou doença mental;

Doença física; 

Nenhum apoio social.


OS DESAFIOS PARA SUCESSO DA CAMPANHA

Diminuir o preconceito para com o SUICÍDIO e para com as ENFERMIDADES MENTAIS no meio da SOCIEDADE e entre os PROFISSIONAIS NA ÁREA DE SAÚDE.


Implementação da Assistência Básica em Saúde Mental em:

Saúde Básica da Família/Postos de Saúde;

Unidades de Pronto Atendimentos – UPA´S;

Hospitais com Urgência e Emergência.


Equipar os CAPS com mais profissionais: Psiquiatras, Psicólogos e Psicanalistas.


Utilização de Terapias Integrativas nos CAPS;

Trabalhando o SER por um TODO;

Diminuindo do uso e a dependência de medicações;

Equilibrando o Corpo + Mente + Espirito + Energia.


A mudança de mentalidade quanto a saúde das pessoas;

Preparação da sociedade para ser mais humana e solidária;

Envolvimentos de todos em favor da vida: família, amigos, colegas, padres, pastores, médicos, enfermeiros, auxiliares e outros.


CONCLUSÃO

Todos nós devemos nos envolver com essa questão, não só hoje, pois, logo mais teremos outro mês, e aí daremos atenção a outro problema de saúde;

Não devemos deixar esse problema do Suicídio como um tema passado, pois como já sabemos que:

A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo. 

A cada 3 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida.


Diante do que foi dito não podemos cruzar os braços.


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