terça-feira, 6 de outubro de 2020

A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO COM PACIENTES ONCOLÓGICOS


O diagnóstico de um câncer é sempre um divisor de águas na vida de uma pessoa, causando um impacto grande e devastador tanto para a pessoa como para sua família e pessoas outras de sua convivência.

Após o diagnóstico, uma vida tranquila e confiante passa a experimentar um clima de angustia e incertezas surgindo o medo e a ansiedade com um potencial de causar um desequilíbrio tanto na pessoa como nos familiares.

É nesse cenário obscuro que surge um profissional que pode ajudar em muito uma pessoa portadora de câncer, o profissional da psicologia, de preferência um com especialidade na área, como por exemplo, um Psicólogo especializado em Psico-Oncologia.

O COMEÇO...

O profissional deve começar a desenvolver o seu trabalho de acompanhamento a partir do momento em que o diagnóstico de câncer é confirmado.

A ESCUTA ATIVA...

Com base no diagnóstico o profissional faz o acolhimento durante a pré-consulta, momento da chegada do paciente ao Hospital Oncológico, passando após a confirmação do diagnóstico, a realiza a “escuta ativa”, despertando a segurança e o apoio que o paciente encontrará no profissional sempre que precisar. 

O ACOLHIMENTO...

O acolhimento deve ser realizado de modo humanizado para que o paciente se sinta totalmente amparado e consiga obter novamente o equilíbrio, bem como ganhar confiança para iniciar o tratamento proposto pelo especialista.

O PROCESSO COM O PACIENTE...

Durante o processo do tratamento oncológico, o profissional especialista em Psico-Oncologia tem como objetivo oferecer suporte psicológico ao paciente, para que o mesmo consiga elaborar o diagnóstico do câncer e buscar forças para não desanimar e se entregar à doença.

Não só isso, durante o processo do tratamento oncológico é normal que comecem a despertar no paciente diversas dúvidas e questionamentos, devendo o profissional ter conhecimento sobre o caso em questão, para poder esclarecer o que está acontecendo; qual o tratamento a que será submetido; os resultados esperados; os devidos efeitos colaterais e os desafios que terá que enfrentar. 

O profissional da psicologia busca trabalhar a superação do paciente desde o momento do diagnóstico, sendo este um dos momentos mais difíceis em relação à aceitação e o desequilíbrio emocional, como também outros fatores como:

As más notícias que vão surgindo durante o processo do tratamento, que levam o mesmo à desesperança; 

As mudanças dos procedimentos do tratamento que, dependendo de sua gravidade e local, obrigam a algumas alterações, causando no paciente o esgotamento físico; 

As expectativas que os pacientes começam a criar diante de alguns resultados obtidos durante o tratamento, que muitas vezes são frustradas com o surgimento de alguns resultados negativos; 

Os resultados que são ansiosamente esperados pelos pacientes, sendo eles negativos ou positivos, e os processos terminais.

Na fase terminal, o psicólogo desenvolve os cuidados paliativos, o ato de cuidar e amparar; é necessário esquecer-se da doença e olhar somente para o paciente como um indivíduo, um ser humano, oferecendo uma qualidade de vida e uma morte tranquila.

O PROCESSO COM A FAMÍLIA...

Juntamente com os pacientes oncológicos, os familiares começam a adoecer aos poucos, e o desequilíbrio psicológico vai adquirindo espaço entre os familiares, causando os esgotamentos, os temores e as preocupações diante de um familiar com o câncer. 

O suporte psicológico também deve ser estendido aos membros das famílias dos pacientes que se encontram em tratamento oncológico, pois estes também necessitam de respostas e esclarecimentos sobre o que está acontecendo com o seu familiar. 

Muitos se sentem muitas vezes aflitos e temerosos, com medo do que poderá acontecer, ainda mais quando se trata de um paciente em fase terminal, onde toda a família é desestruturada pelo fato da possível perda de alguém muito querido, na qual os familiares começam a viver o processo de luto antecipatório e, na maioria das vezes, não sabem como lidar com a morte e com a ideia de ter que viver com a ausência do seu familiar, ainda mais quando este é um pai de família que sempre foi o responsável por tudo. 

Em muitos casos ocorre uma desorganização total dos familiares que terão que assumir todos os compromissos dos quais, até então, não tinham conhecimento, sendo necessário se readaptarem a um novo estilo de vida.

 Ou no caso de pacientes terminais com filhos pequenos, a dor é uma via de mão dupla, tanto para os filhos pela perda da mãe ou pai, como para o ou a paciente por ter que deixar seus filhos com seus familiares e entre outros casos.

OS BENEFÍCIOS...

O ato de esclarecer as dúvidas faz com que os pacientes “abram um leque” com várias possibilidades de enfrentamento, sendo necessário o acompanhamento do profissional para que esses mecanismos não se tornem em obstáculos durante o tratamento.

O grande benefício é a mudança da antiga visão do modelo biomédico - no qual o paciente era visto apenas como uma máquina - e começarmos a entender que, por trás de todos aqueles aparelhos hospitalares, existe um indivíduo que ainda pode escolher e decidir por si. 

Estudos apontam que os pacientes que tiveram acompanhamento psicológico durante o tratamento do câncer tiveram melhora no seu estado geral de saúde bem como melhora na qualidade de vida, na tolerância aos efeitos adversos do tratamento, como a quimioterapia, radioterapia e cirurgia, e também melhora na comunicação com os familiares e equipe de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, etc.).

Os pacientes também tiveram influência positiva no ajuste emocional e alívio de alguns sintomas físicos, como náusea e fadiga, e que houveram menores intercorrências clínicas durante o tratamento, e consequentemente maior tempo de vida.

RESUMINDO...

Resumindo, o Psicólogo é aquele profissional que, diante do sofrimento do paciente oncológico, vai desenvolver e criar meios para minimizar todas as angústias, sofrimentos, desesperanças, desequilíbrios psicológicos e emocionais que todos os tratamentos oncológicos causam tanto na vida dos pacientes como na vida de seus familiares.

Fontes:

https://www.psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?o-papel-do-psicologo-junto-ao-paciente-adulto-com-cancer-em-processo-de-tratamento-oncologico&codigo=AOP0446; 

https://blog.psicologiaviva.com.br/acompanhamento-psicologico-ao-paciente-com-cancer/.


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